RESUMO
Introdução:
É primordial identificar a sepse e o choque séptico, uma vez que qualquer atraso no início do tratamento adequado associa-se ao pior prognóstico.
Objetivo:
Avaliar níveis de interleucina 6 (IL-6) no início da evolução da disfunção orgânica na sepse e sua relação com a necessidade de terapias de suporte avançado.
Métodos:
Estudo prospectivo em uma unidade de terapia intensiva (UTI) médico-cirúrgica com 43 leitos em um hospital universitário. Pacientes com sepse grave ou choque séptico internados na UTI com idade ≥ 18 anos que apresentaram a primeira disfunção orgânica em menos de 48 horas de admissão na UTI. Foram monitoradas diariamente, até a alta hospitalar ou o óbito, terapias de suporte avançado, necessidade de vasopressores, ventilação mecânica e terapia de substituição renal (TSR). Amostras de sangue para medir os níveis séricos de IL-6 foram coletadas no momento da admissão no estudo, 12 e 24 horas depois. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com níveis séricos de IL-6 na admissão (Baixa IL-6: < 1.000 pg/ml ou Alta IL-6: > 1.000 pg/ml).
Resultados:
A necessidade de norepinefrina foi significativamente maior no grupo com altos níveis de IL-6 (100%) do que no grupo com baixa IL-6 (62,5%) (p = 0,009). TSR também foi mais frequente em pacientes com alta IL-6 do que naqueles com baixa IL-6 (87,5% vs. 55,5%, respectivamente, p = 0,056).
Conclusão:
Os resultados sugerem que a avaliação dos níveis séricos de IL-6 seja útil na fase inicial do choque séptico e da sepse grave a fim de identificar pacientes de maior risco.
Unitermos:
sepse; choque séptico; marcadores biológicos; falência múltipla de órgãos; interleucina 6; mortalidade hospitalar