INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O tumor de células da granulosa tipo adulto (TCGA) corresponde a menos de 5% das neoplasias ovarianas. São de baixo potencial de malignidade, podem recorrer depois de muitos anos, e o diferencial deve ser feito com outras neoplasias primárias ou metastáticas. Analisamos os aspectos clínicos e patológicos do tumor, relacionando-os à evolução. MÉTODOS: Na revisão de 10 anos dos arquivos do laboratório de Anatomia Patológica do Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (UNICAMP), 20 casos de TCGA foram encontrados. Os prontuários e as lâminas foram revisados e considerados: idade, sintomas, aspectos macro e microscópicos, estádio ao diagnóstico e à recidiva. Quando houve biópsia intraoperatória, sua acurácia foi avaliada. RESULTADOS: A idade variou de 27 a 79 anos (média: 53); o seguimento de 12 a 96 meses (média: 42). Os sintomas principais: sangramento pós-menopausa (45%), dor abdominal (35%) e massa palpável (25%). A maioria era amarelada (60%), o aspecto sólido mais comum (40%) que o cístico ou sólido-cístico. Os padrões histológicos foram: 40% sólido, 15% macrofolicular e 45% de formas combinadas, todos com baixo índice mitótico. Apenas três de nove casos submetidos à biópsia intraoperatória foram diagnosticados corretamente. O estádio clínico foi: 13 casos Ia (65%), um caso Ic e seis, IIIc. Em três de 14 histerectomias analisadas, havia hiperplasia endometrial simples sem atipia. Apenas o estádio da doença foi significativamente associado à recidiva (p < 0,0001). CONCLUSÃO: TCGA geralmente ocorre após a menopausa, as biópsias intraoperatórias são mais comumente inconclusivas e apenas o estádio avançado esteve relacionado com o pior prognóstico.
Ovário; Neoplasia do ovário; Tumor de células da granulosa; Prognóstico; Clinicopatológico