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Trombomodulina e interleucina 6 como potenciais biomarcadores da disfunção endotelial e da inflamação pós-transplante renal

RESUMO

Introdução:

A disfunção endotelial pode contribuir para estados de hipercoagulabilidade e inflamação presentes no transplante renal e na doença renal crônica (DRC) e suas causas, podendo ser avaliada por marcadores como trombomodulina (TM), fator de von Willebrand (FvW) e interleucina 6 (IL-6).

Objetivos:

Avaliar TM, FvW e IL-6 em receptores do transplante renal (RTR) e associar seus níveis com a causa primária de DRC pré-transplante e função do enxerto.

Métodos:

Foram alocados 160 RTR em grupos de acordo com a causa primária da DRC (G1: glomerulopatias; G2: nefroesclerose hipertensiva; G3: nefropatia diabética; e G4: outras causas/etiologia desconhecida), os níveis plasmáticos de creatinina (C1 < 1.4 e C2 ≥ 1.4 mg/dl) e o ritmo de filtração glomerular estimado (eRFG) (R1< 60 e R2 ≥ 60 ml/min/1.73 m2). A TM e o FvW foram determinados pelo ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) e a IL-6, por citometria de fluxo. Os resultados foram apresentados como mediana, mínimo e máximo; p < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados:

Níveis de TM foram significativamente maiores no grupo G1 em comparação com os demais (G1: 8,38; G2: 5,51; G3: 5,88; G4: 6,33 ng/ml, p < 0,0001), e no grupo R1 comparado com o R2 (R1: 6,65; R2: 6,19 ng/ml, p = 0,02). A concentração de IL-6, avaliada pela intensidade média de fluorescência, foi maior no grupo C2 quando comparada com o C1 (C1: 7,9; C2: 13,35, p = 0,03). Não houve diferença entre os grupos para o FvW. TM correlacionou-se positivamente com IL-6 e creatinina e negativamente com eRFG. A IL-6 foi positivamente correlacionada com o FvW.

Conclusão:

TM e IL-6 podem ser apontadas como potenciais marcadores para avaliar a função do enxerto renal. A TM relacionou-se mais com a causa primária da DRC, se comparada com FvW e IL-6.

Unitermos:
transplante de rim; endotélio; trombomodulina; interleucina 6; fator de von Willebrand

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