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Sintomas respiratórios em trabalhadores de carvoarias nos municípios de Lindolfo Collor, Ivoti e Presidente Lucena, RS

OBJETIVO: Determinar a ocorrência de sintomas respiratórios e tabagismo, assim como parâmetros de função pulmonar, em trabalhadores da produção de carvão vegetal em três municípios do sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo do tipo observacional com 67 indivíduos, no qual os dados foram obtidos através de entrevistas e espirometria. RESULTADOS: Do total de 67 trabalhadores, 50 (75,0%) eram homens; média de idade = 46,52 ± 13,25 anos; média de IMC = 25,7 ± 3,85 kg/m²; VEF1 = 3,24 ± 0,82 L (93,2 ± 16,0% do previsto); CVF = 4,02 ± 0,92 L (95,5 ± 14,3% do previsto); e VEF1/CVF = 80,31 ± 9,82. Os sintomas de vias aéreas superiores mais frequentes foram espirros e secreção nasal, em 24 trabalhadores (35,82%), enquanto o das vias aéreas inferiores foi tosse, em 15 (22,38%). Dos 67 trabalhadores, 21 (31,34%) eram tabagistas. Os tabagistas apresentaram mais tosse (OR = 5,00; p = 0,01), obstrução nasal (OR = 3,50; p = 0,03), prurido nasal (OR = 8,80; p = 0,01) e sibilância (OR = 10,0; p = 0,03), assim como menor VEF1 (2,93 ± 0,80 L vs. 3,38 ± 0,80 L; p = 0,04) que os não tabagistas. Rinite ocupacional foi detectada em 14 trabalhadores (20,85%), asma brônquica em 4 (5,97%) e DPOC em 4 (5,97%). CONCLUSÕES: A ocorrência dos sintomas respiratórios e a redução do fluxo aéreo foram maiores nos trabalhadores tabagistas. O controle da pirólise não aumentou a ocorrência de sintomas respiratórios nos trabalhadores de carvoarias.

Poluição do ar; Espirometria; Carvão vegetal


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