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Uso de diferentes valores de referência de força de preensão manual em indivíduos com DPOC: análise de concordância, capacidade discriminativa e principais implicações clínicas

RESUMO

Objetivo:

Identificar valores de referência de força de preensão manual por meio de pesquisa bibliográfica e comparar, em pacientes com DPOC no Brasil, o nível de concordância entre valores de referência de força de preensão manual obtidos no Brasil com outros valores de referência, bem como determinar qual conjunto de valores de referência é mais discriminativo em relação a características clínicas em indivíduos com força de preensão manual baixa e normal.

Métodos:

Para identificar valores de referência de força de preensão manual, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Em seguida, foi realizada uma análise transversal retrospectiva de dados exclusivamente basais provenientes de dois estudos não relacionados. Os indivíduos foram avaliados quanto à força de preensão manual, força muscular periférica, força muscular respiratória, função pulmonar, composição corporal, capacidade de exercício, dispneia e estado funcional.

Resultados:

Dos 45 estudos inicialmente selecionados, 9 preencheram os critérios de inclusão na análise, que incluiu 99 pacientes com DPOC no Brasil (52% dos quais eram homens com DPOC no estágio II-IV da GOLD). A prevalência de força de preensão manual baixa variou entre os estudos (de 9% a 55%), sendo que os valores de referência de força de preensão manual em indivíduos no Brasil classificaram 9% dos pacientes com DPOC como sendo indivíduos com força de preensão manual baixa. O nível de concordância entre os valores de referência para indivíduos no Brasil e os demais valores de referência variou de fraco a excelente. Os valores de referência para indivíduos no Brasil revelaram o maior número de características significativamente diferentes em indivíduos com força de preensão manual baixa e normal.

Conclusões:

O nível de concordância entre valores de referência nacionais e internacionais de força de preensão manual variou de fraco a excelente em pacientes com DPOC no Brasil. Os valores de referência de força de preensão manual com maior capacidade discriminativa não são necessariamente aqueles que identificam mais indivíduos como sendo indivíduos com força de preensão manual baixa.

Descritores:
Doença pulmonar obstrutiva crônica; Força da mão; Debilidade muscular; Força muscular; Valores de referência

ABSTRACT

Objective:

To identify reference values for handgrip strength through a literature search and compare the agreement of reference values from Brazil with others for handgrip strength in a sample of COPD patients in Brazil, as well as to determine which set of reference values is more discriminative regarding differences in clinical characteristics between individuals with low handgrip strength and normal handgrip strength.

Methods:

To identify reference values for handgrip strength, a literature search was performed; a retrospective cross-sectional analysis of baseline-only data from two unrelated studies was then performed. Individuals were evaluated for handgrip strength, peripheral muscle strength, respiratory muscle strength, pulmonary function, body composition, exercise capacity, dyspnea, and functional status.

Results:

Of the 45 studies that were initially selected, 9 met the criteria for inclusion in the analysis, which included 99 COPD patients in Brazil (52% of whom were male with GOLD stage II-IV COPD). The prevalence of low handgrip strength varied across studies (from 9% to 55%), the set of reference values for handgrip strength in a sample of individuals in Brazil having classified 9% of the study sample as having low handgrip strength. The level of agreement between the reference values for a sample of individuals in Brazil and the other sets of reference values varied from weak to excellent. The reference values for a sample of individuals in Brazil showed the highest number of significantly different characteristics between individuals with low and normal handgrip strength.

Conclusions:

The level of agreement between national and international sets of reference values for handgrip strength varied from weak to excellent in COPD patients in Brazil. Reference values for handgrip strength with higher discriminative capacity are not necessarily those that identify more individuals as having low handgrip strength.

Keywords:
Pulmonary disease, chronic obstructive; Hand strength; Muscle weakness; Muscle strength; Reference values

INTRODUÇÃO

A força de preensão manual já foi descrita como sendo um importante fator prognóstico, com relação moderadamente forte com a mortalidade na população geral e em indivíduos com DPOC.11 Leong DP, Teo KK, Rangarajan S, Lopez-Jaramillo P, Avezum A, Orlandini A, et al. Prognostic value of grip strength: findings from the Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE) study. Lancet. 2015;386(9990):266-273. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(14)62000-6
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,22 Puhan MA, Siebeling L, Zoller M, Muggensturm P, ter Riet G. Simple functional performance tests and mortality in COPD. Eur Respir J. 2013;42(4):956-963. https://doi.org/10.1183/09031936.00131612
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A força de preensão manual reflete bem a força muscular periférica global em indivíduos com DPOC,33 Fonseca J, Machado FVC, Santin LC, Andrello AC, Schneider LP, Fernandes Belo L, et al. Handgrip Strength as a Reflection of General Muscle Strength in Chronic Obstructive Pulmonary Disease. COPD. 2021;18(3):299-306. https://doi.org/10.1080/15412555.2021.1919608
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e a avaliação da força muscular nessa população é comum e altamente recomendada porque se espera que ocorra disfunção muscular como manifestação sistêmica da doença.44 Maltais F, Decramer M, Casaburi R, Barreiro E, Burelle Y, Debigaré R, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: update on limb muscle dysfunction in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med. 2014;189(9):e15-e62. https://doi.org/10.1164/rccm.201402-0373ST
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Valores de referência e equações de predição são ferramentas úteis para identificar a presença de função muscular alterada ao mesmo tempo em que se levam em conta as diferenças em características individuais, porque a força muscular está de alguma forma relacionada com essas características.44 Maltais F, Decramer M, Casaburi R, Barreiro E, Burelle Y, Debigaré R, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: update on limb muscle dysfunction in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med. 2014;189(9):e15-e62. https://doi.org/10.1164/rccm.201402-0373ST
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A identificação correta de indivíduos com fraqueza muscular periférica é essencial para que aqueles que estejam em risco possam ser encaminhados para receber tratamento específico.55 Holland AE, Cox NS, Houchen-Wolloff L, Rochester CL, Garvey C, ZuWallack R, et al. Defining Modern Pulmonary Rehabilitation. An Official American Thoracic Society Workshop Report. Ann Am Thorac Soc. 2021;18(5):e12-e29. https://doi.org/10.1513/AnnalsATS.202102-146ST
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Desde a publicação de valores de referência de força de preensão manual por Mathiowetz et al.66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74. em 1985, diversos estudos relataram dados normativos referentes à força de preensão manual. Faixas de valores normativos, pontos de corte e equações de referência estão disponíveis na literatura,77 Lee YL, Lee BH, Lee SY. Handgrip Strength in the Korean Population: Normative Data and Cutoff Values. Ann Geriatr Med Res. 2019;23(4):183-189. https://doi.org/10.4235/agmr.19.0042
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8 Schlüssel MM, dos Anjos LA, de Vasconcellos MT, Kac G. Reference values of handgrip dynamometry of healthy adults: a population-based study. Clin Nutr. 2008;27(4):601-607. https://doi.org/10.1016/j.clnu.2008.04.004
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-99 Wang YC, Bohannon RW, Li X, Sindhu B, Kapellusch J. Hand-Grip Strength: Normative Reference Values and Equations for Individuals 18 to 85 Years of Age Residing in the United States. J Orthop Sports Phys Ther. 2018;48(9):685-693. https://doi.org/10.2519/jospt.2018.7851
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mas há diferenças entre os estudos quanto às faixas etárias e métodos. Além das características populacionais, questões técnicas como a posição do paciente para a avaliação, o instrumento usado para a avaliação, a mão selecionada para a avaliação e o número de tentativas devem ser levados em consideração na escolha dos valores de referência mais adequados.1010 Robles PG, Mathur S, Janaudis-Fereira T, Dolmage TE, Goldstein RS, Brooks D. Measurement of peripheral muscle strength in individuals with chronic obstructive pulmonary disease: a systematic review. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2011;31(1):11-24. https://doi.org/10.1097/HCR.0b013e3181ebf302
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Os objetivos deste estudo foram três: identificar valores de referência de força de preensão manual por meio de pesquisa bibliográfica; determinar, em pacientes com DPOC no Brasil, o nível de concordância entre valores de referência de força de preensão manual obtidos no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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e outros valores de referência de força de preensão manual; e determinar qual conjunto de valores de referência é mais discriminativo em relação a características clínicas em indivíduos com força de preensão manual baixa e normal.

MÉTODOS

Trata-se de uma análise transversal retrospectiva de dados exclusivamente basais provenientes de dois estudos não relacionados, ambos realizados por nosso grupo de pesquisa: um estudo publicado anteriormente1212 Probst VS, Kovelis D, Hernandes NA, Camillo CA, Cavalheri V, Pitta F. Effects of 2 exercise training programs on physical activity in daily life in patients with COPD. Respir Care. 2011;56(11):1799-1807. https://doi.org/10.4187/respcare.01110
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e um estudo ainda não publicado [NCT03127878, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição (Protocolo n. 1.730.247)]. Os dados dos dois estudos foram coletados entre 2006 e 2019 no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar da Universidade Estadual de Londrina, em Londrina (PR). Os critérios de inclusão nos dois estudos foram os seguintes: diagnóstico clínico de DPOC em conformidade com os critérios da GOLD1313 Global Initiative for Chronic Obstructive Disease [homepage on the Internet]. Bethesda: GOLD; [updated 2018; cited 2021 Jan 16]. Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease. Updated 2018. Available from: https://goldcopd.org/
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; estabilidade clínica, sem infecções ou exacerbações no mês anterior; sem doença cardíaca grave/instável e sem nenhum comprometimento ortopédico, neurológico ou muscular que impedisse as avaliações. Os participantes foram avaliados quanto à força de preensão manual, força muscular periférica (força muscular do quadríceps, bíceps e tríceps), força muscular respiratória, função pulmonar, composição corporal, capacidade de exercício, dispneia e estado funcional. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido antes da inclusão no estudo.

Pesquisa bibliográfica

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de identificar estudos para análise. Em 13 de setembro de 2021, foram recuperados do banco de dados MEDLINE (PubMed) estudos nos quais foram relatados valores de referência e/ou equações de predição de força de preensão manual. A estratégia de busca e o processo de seleção de artigos estão descritos minuciosamente no material suplementar.

Avaliação da força de preensão manual

A força de preensão manual foi avaliada em ambas as mãos por meio de um dinamômetro hidráulico manual validado (SH50011; Saehan Corporation, Changwon, Coreia do Sul),1414 Reis MM, Arantes PMM. Assessment of hand grip strength- validity and reliability of the saehan dynamometer [Article in Portuguese]. Fisiot Pesqui. 2011;18(2):176-81. https://doi.org/10.1590/S1809-29502011000200013
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com o paciente sentado, sem apoiar os braços, com os ombros em posição neutra ao longo do corpo, os cotovelos fletidos a 90° e os punhos em posição neutra. Foram feitas três tentativas máximas para cada mão, com 3 s de contração e 30 s de descanso entre as tentativas; foi usado na análise o maior valor para cada mão.1515 Nyberg A, Saey D, Maltais F. Why and How Limb Muscle Mass and Function Should Be Measured in Patients with Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Ann Am Thorac Soc. 2015;12(9):1269-1277. https://doi.org/10.1513/AnnalsATS.201505-278PS
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A dominância da mão direita ou esquerda foi relatada pelo próprio paciente.

Outras avaliações

A força muscular do quadríceps, bíceps e tríceps foi avaliada por meio do teste de uma repetição máxima; a função pulmonar foi avaliada por meio de espirometria; a composição corporal foi avaliada por meio de bioimpedância elétrica e da equação proposta por Rutten et al.1616 Rutten EP, Spruit MA, Wouters EF. Critical view on diagnosing muscle wasting by single-frequency bio-electrical impedance in COPD. Respir Med. 2010;104(1):91-98. https://doi.org/10.1016/j.rmed.2009.07.004
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; a capacidade de exercício foi avaliada por meio do teste de caminhada de seis minutos. Todas as avaliações foram realizadas conforme descrito anteriormente.33 Fonseca J, Machado FVC, Santin LC, Andrello AC, Schneider LP, Fernandes Belo L, et al. Handgrip Strength as a Reflection of General Muscle Strength in Chronic Obstructive Pulmonary Disease. COPD. 2021;18(3):299-306. https://doi.org/10.1080/15412555.2021.1919608
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A força muscular respiratória foi avaliada por meio da medição das pressões respiratórias máximas (PImáx e PEmáx) com um manômetro digital (MVD 300; Globalmed, Porto Alegre, Brasil), em conformidade com as recomendações de Black & Hyatt1717 Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. Am Rev Respir Dis. 1969;99(5):696-702. e valores de referência para uma população específica.1818 Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med Biol Res. 1999;32(6):719-727. https://doi.org/10.1590/S0100-879X1999000600007
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A dispneia durante as atividades cotidianas e o estado funcional foram avaliados respectivamente pelas versões em português da escala do Medical Research Council1919 Kovelis D, Segretti NO, Probst VS, Lareau SC, Brunetto AF, Pitta F. Validation of the Modified Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire and the Medical Research Council scale for use in Brazilian patients with chronic obstructive pulmonary disease. J Bras Pneumol. 2008;34(12):1008-1018. https://doi.org/10.1590/S1806-37132008001200005
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e da escala London Chest Activity of Daily Living.2020 Pitta F, Probst VS, Kovelis D, Segretti NO, Mt Leoni A, Garrod R, et al. Validation of the Portuguese version of the London Chest Activity of Daily Living Scale (LCADL) in chronic obstructive pulmonary disease patients. Rev Port Pneumol. 2008;14(1):27-47. https://doi.org/10.1016/S0873-2159(15)30217-8
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Além disso, foram calculados os índices BODE2121 Celli BR, Cote CG, Marin JM, Casanova C, Montes de Oca M, Mendez RA, et al. The body-mass index, airflow obstruction, dyspnea, and exercise capacity index in chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med. 2004;350(10):1005-1012. https://doi.org/10.1056/NEJMoa021322
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e Age, Dyspnea, and airflow Obstruction (ADO, índice de idade, dispneia e obstrução do fluxo aéreo).2222 Puhan MA, Garcia-Aymerich J, Frey M, ter Riet G, Antó JM, Agustí AG, et al. Expansion of the prognostic assessment of patients with chronic obstructive pulmonary disease: the updated BODE index and the ADO index. Lancet. 2009;374(9691):704-711. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(09)61301-5
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Análise estatística

Todas as análises estatísticas foram realizadas por meio dos programas IBM SPSS Statistics, versão 22.0 (IBM Corporation, Armonk, NY, EUA) e Epidat, versão 3.1 (Dirección Xeral de Saúde Pública de la Consellería de Sanidade, Xunta de Galicia, Santiago de Compostela, Espanha). A normalidade da distribuição dos dados foi examinada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Os dados com distribuição normal foram descritos em forma de média ± desvio padrão, e os dados sem distribuição normal foram descritos em forma de mediana (IIQ). Os indivíduos foram classificados em indivíduos com força de preensão manual normal ou reduzida de acordo com diferentes valores de referência, com base nos limites propostos pelos autores de cada estudo ou no número de dp abaixo da média e específico para cada grupo de indivíduos (classificados por sexo, idade e estatura em alguns casos), com o limite de 2 dp2323 Lauretani F, Russo CR, Bandinelli S, Bartali B, Cavazzini C, Di Iorio A, et al. Age-associated changes in skeletal muscles and their effect on mobility: an operational diagnosis of sarcopenia. J Appl Physiol (1985). 2003;95(5):1851-1860. https://doi.org/10.1152/japplphysiol.00246.2003
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ou o percentil 5 se valores de média ± dp não estivessem disponíveis. O nível de concordância entre os conjuntos de valores de referência foi determinado pelo cálculo do coeficiente kappa e foi classificado em fraco (< 0,20), regular (0,21-0,40), moderado (0,41-0,60), excelente (0,61-0,80) ou quase perfeito (0,81-0,99).2424 Viera AJ, Garrett JM. Understanding interobserver agreement: the kappa statistic. Fam Med. 2005;37(5):360-363. Para comparar as características clínicas dos indivíduos com força de preensão manual normal e reduzida (de acordo com cada conjunto de valores de referência), foi usado o teste t de Student ou o teste de Mann-Whitney, dependendo da normalidade da distribuição dos dados. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo para todas as análises.

RESULTADOS

Trinta e sete estudos foram selecionados de um total de 895 artigos recuperados do banco de dados MEDLINE (PubMed). Outros 8 foram recuperados por meio de busca manual, totalizando 45 estudos. Destes, 9 foram selecionados para análise.66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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,2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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26 Frederiksen H, Hjelmborg J, Mortensen J, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Age trajectories of grip strength: cross-sectional and longitudinal data among 8,342 Danes aged 46 to 102. Ann Epidemiol. 2006;16(7):554-562. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005.10.006
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27 Massy-Westropp NM, Gill TK, Taylor AW, Bohannon RW, Hill CL. Hand Grip Strength: age and gender stratified normative data in a population-based study. BMC Res Notes. 2011;4:127. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127
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28 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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29 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
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30 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
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-3131 Werle S, Goldhahn J, Drerup S, Simmen BR, Sprott H, Herren DB. Age- and gender-specific normative data of grip and pinch strength in a healthy adult Swiss population. J Hand Surg Eur Vol. 2009;34(1):76-84. https://doi.org/10.1177/1753193408096763
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O processo de seleção encontra-se detalhado na Figura 1. A Tabela 1 apresenta as características dos 9 estudos selecionados para análise. Os estudos relataram faixas de valores normativos de força de preensão manual por sexo e idade, no mínimo. As características gerais dos 36 estudos que não foram incluídos na análise são apresentadas na Tabela S1, incluindo os motivos pelos quais não foram incluídos na análise (diferenças quanto à avaliação da força de preensão manual e amostras que não eram representativas, na maioria casos).

Tabela 1
Características dos nove estudos incluídos na análise.

Figura 1
Fluxograma da seleção de estudos para inclusão na análise.

A Tabela 2 descreve as características da amostra. Noventa e nove indivíduos com DPOC foram incluídos na análise. Destes, 52% eram homens com obstrução do fluxo aéreo moderada a muito grave e capacidade de exercício relativamente preservada. Como se pode observar na Figura 2, a prevalência de força de preensão manual baixa variou de 9% em estudos realizados no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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e no Reino Unido3030 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
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a 55% em um estudo multinacional realizado nos EUA, Austrália, Canadá, Reino Unido e Suécia.2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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A Tabela 3 mostra os coeficientes kappa referentes ao nível de concordância entre os valores de referência para uma amostra composta por adultos e idosos no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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e os demais valores de referência.66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.,2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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26 Frederiksen H, Hjelmborg J, Mortensen J, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Age trajectories of grip strength: cross-sectional and longitudinal data among 8,342 Danes aged 46 to 102. Ann Epidemiol. 2006;16(7):554-562. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005.10.006
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27 Massy-Westropp NM, Gill TK, Taylor AW, Bohannon RW, Hill CL. Hand Grip Strength: age and gender stratified normative data in a population-based study. BMC Res Notes. 2011;4:127. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127
https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127...

28 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011...

29 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52...

30 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06....
-3131 Werle S, Goldhahn J, Drerup S, Simmen BR, Sprott H, Herren DB. Age- and gender-specific normative data of grip and pinch strength in a healthy adult Swiss population. J Hand Surg Eur Vol. 2009;34(1):76-84. https://doi.org/10.1177/1753193408096763
https://doi.org/10.1177/1753193408096763...
Os valores variaram consideravelmente, indo desde 0,1481 no estudo multinacional2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05...
até 0,7963 em um estudo realizado na Coreia.2929 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52...
A Tabela S2 mostra o nível de concordância entre todos os conjuntos de valores de referência, à exceção dos valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
; os valores de kappa também variaram muito (de 0,02 a 0,90).

Tabela 2
Características da amostra estudada (N = 99).a

Tabela 3
Nível de concordância entre os valores de referência propostos por Amaral et al.1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
para uma amostra composta por adultos e idosos no Brasil e outros valores de referência ao classificar indivíduos com DPOC no Brasil em indivíduos com força de preensão manual baixa.

Figura 2
Proporções de indivíduos classificados em indivíduos com força de preensão manual baixa de acordo com diferentes conjuntos de valores de referência.

A comparação de indivíduos com força de preensão manual normal e baixa de acordo com cada conjunto de valores de referência foi realizada a fim de encontrar diferenças clínicas significativas entre esses dois grupos (Tabela 4). Os valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
apresentaram um número elevado de variáveis com diferenças estatísticas entre os grupos (15 de 19 variáveis), sendo que todas as variáveis apresentaram melhores resultados para indivíduos com força de preensão manual normal. Foram observadas diferenças no que tange à força muscular periférica, capacidade de exercício, composição corporal, dispneia, estado funcional, índice BODE e índice ADO (Tabela 4). Em um estudo realizado nos Países Baixos,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011...
o número de variáveis com diferenças estatísticas foi o mesmo do estudo realizado no Brasil.1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
No entanto, naquele estudo,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011...
32% dos indivíduos foram classificados em indivíduos com força de preensão manual baixa, ao passo que neste,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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9% foram classificados em indivíduos com força de preensão manual baixa (Figura 2); o nível de concordância entre os dois estudos foi baixo (0,3463; Tabela 3).

Tabela 4
Comparação entre indivíduos com força de preensão manual normal e baixa de acordo com cada conjunto de valores de referência.

DISCUSSÃO

No presente estudo, analisamos 9 conjuntos diferentes de valores de referência de força de preensão manual. A proporção de pacientes com DPOC classificados em indivíduos com força de preensão manual baixa variou substancialmente entre os estudos, de 9% a 55%. Foi observada concordância de fraca a excelente entre os valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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e aqueles para indivíduos em outros países na classificação dos pacientes com DPOC em indivíduos com força de preensão manual baixa ou normal. Os valores de referência que revelaram a maior prevalência de indivíduos com força de preensão manual baixa não necessariamente apresentaram capacidade discriminativa melhor do que a dos demais conjuntos de valores, isto é, um maior número de diferenças significativas entre indivíduos com força de preensão manual normal e baixa quanto às características clínicas. Os valores de referência propostos por Amaral et al.1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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foram os mais discriminativos quando aplicados a uma amostra composta por indivíduos com DPOC moderada a muito grave no Brasil, juntamente com os valores de referência propostos por Peters et al.,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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embora o nível de concordância entre os dois conjuntos de valores de referência não tenha sido bom. Isso indica que os valores de referência de força de preensão manual com a maior capacidade discriminativa para identificar indivíduos com piores características clínicas não são necessariamente os mesmos que identificam o maior número de indivíduos como sendo indivíduos com força de preensão manual baixa. Esses resultados também indicam que, embora a força de preensão manual possa ser um bom reflexo da força muscular periférica,3232 Fess EE. Grip Strength. In: Casanova JS, editor. Clinical Assessment Recommendations. 2nd ed. Chicago: American Society of Hand Therapists; 1992. p. 41-45. ela não necessariamente indica piores características clínicas em um sentido mais amplo.

Uma hipótese para explicar por que os valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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classificaram consideravelmente menos pacientes com DPOC em indivíduos com força de preensão manual baixa em comparação com outros conjuntos de valores de referência é a de que os valores de referência supracitados1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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foram derivados de indivíduos em um único estado na região Norte do Brasil, ao passo que a amostra investigada em nosso estudo foi composta por indivíduos em um único estado na região Sul do Brasil. O Brasil é um país muito grande, com diferenças claras entre as regiões quanto às características populacionais (especialmente entre as regiões Norte e Sul do país), o que pode ter afetado a representatividade dos valores de referência. Em países de dimensões continentais, como no presente caso, amostras multicêntricas têm maior probabilidade de serem representativas da população como um todo. Além disso, os valores de referência que apresentaram o menor nível de concordância com os valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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foram aqueles provenientes de um estudo multinacional realizado por Bohannon et al.,2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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que investigaram amostras independentes compostas por indivíduos em países de diversos continentes. No entanto, todos os países envolvidos eram países bem desenvolvidos. Segundo Dodds et al.,3333 Dodds RM, Syddall HE, Cooper R, Kuh D, Cooper C, Sayer AA. Global variation in grip strength: a systematic review and meta-analysis of normative data. Age Ageing. 2016;45(2):209-216. https://doi.org/10.1093/ageing/afv192
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valores normativos de força de preensão manual derivados de indivíduos em regiões em desenvolvimento são consideravelmente menores do que aqueles derivados de indivíduos em regiões desenvolvidas. Embora Bohannon et al. argumentem que haja homogeneidade entre os estudos,2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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valores de referência derivados de indivíduos em países desenvolvidos podem superestimar o número de indivíduos com força de preensão manual mais baixa em países em desenvolvimento3333 Dodds RM, Syddall HE, Cooper R, Kuh D, Cooper C, Sayer AA. Global variation in grip strength: a systematic review and meta-analysis of normative data. Age Ageing. 2016;45(2):209-216. https://doi.org/10.1093/ageing/afv192
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e resultar em um nível muito baixo de concordância.

Espera-se que valores de referência derivados de indivíduos em países desenvolvidos como os EUA, a Austrália e o Reino Unido66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.,2727 Massy-Westropp NM, Gill TK, Taylor AW, Bohannon RW, Hill CL. Hand Grip Strength: age and gender stratified normative data in a population-based study. BMC Res Notes. 2011;4:127. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127
https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127...
,3030 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
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classifiquem um número maior de indivíduos em indivíduos com força de preensão manual baixa, pois os valores normais para indivíduos em países desenvolvidos são maiores do que aqueles para indivíduos em países em desenvolvimento, como o Brasil. Outros fatores além do país de origem podem explicar essa diferença quanto à força de preensão manual, incluindo fatores genéticos; tamanho e composição corporal3333 Dodds RM, Syddall HE, Cooper R, Kuh D, Cooper C, Sayer AA. Global variation in grip strength: a systematic review and meta-analysis of normative data. Age Ageing. 2016;45(2):209-216. https://doi.org/10.1093/ageing/afv192
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; comorbidades e estado nutricional. As discrepâncias quanto às proporções de indivíduos com força de preensão manual baixa de acordo com valores de referência para diferentes populações também podem ter ocorrido em virtude do perfil da população, com diferentes demandas físicas ocupacionais, atividades cotidianas e atividades de lazer,3434 Larson CC, Ye Z. Development of an updated normative data table for hand grip and pinch strength: A pilot study. Comput Biol Med. 2017;86:40-46. https://doi.org/10.1016/j.compbiomed.2017.01.021
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por exemplo. Esse perfil pode variar de acordo com o país ou região de origem e com quão recentes são os valores de referência.3434 Larson CC, Ye Z. Development of an updated normative data table for hand grip and pinch strength: A pilot study. Comput Biol Med. 2017;86:40-46. https://doi.org/10.1016/j.compbiomed.2017.01.021
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Isso se deve ao fato de que muitas características influenciadoras podem mudar ao longo das décadas, e isso poderia explicar o achado de que a maioria dos valores de referência que apresentaram um nível mais baixo de concordância com os valores de referência para a amostra no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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originou-se de estudos2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05...
,2626 Frederiksen H, Hjelmborg J, Mortensen J, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Age trajectories of grip strength: cross-sectional and longitudinal data among 8,342 Danes aged 46 to 102. Ann Epidemiol. 2006;16(7):554-562. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005.10.006
https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005...
,3131 Werle S, Goldhahn J, Drerup S, Simmen BR, Sprott H, Herren DB. Age- and gender-specific normative data of grip and pinch strength in a healthy adult Swiss population. J Hand Surg Eur Vol. 2009;34(1):76-84. https://doi.org/10.1177/1753193408096763
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publicados antes da maioria dos estudos com valores de referência que apresentaram um nível mais alto de concordância2929 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
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,3030 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
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com os valores de referência para a amostra no Brasil,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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à exceção dos valores de referência derivados de indivíduos nos EUA, propostos por Mathiowetz et al.66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.

Todos os fatores supracitados podem levar à subestimação ou superestimação de uma amostra analisada de acordo com valores de referência baseados em diferentes características populacionais e momentos. Independentemente das diferenças nas proporções de indivíduos classificados em indivíduos com força de preensão manual reduzida, valores de referência devem ser discriminativos. Apesar de ter classificado menos indivíduos em indivíduos com força de preensão manual reduzida, os valores de referência para a amostra no Brasil,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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juntamente com os propostos por Peters et al. nos Países Baixos,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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apresentaram a maior capacidade discriminativa no que tange a diferenças entre indivíduos com força de preensão manual normal e reduzida quanto a variáveis clínicas. Além disso, as classificações feitas pelos valores de referência brasileiros1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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e os valores de referência holandeses2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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foram as únicas que mostraram diferenças entre indivíduos com força de preensão manual normal e baixa quanto à dispneia e ao estado funcional, sendo que os valores de referência brasileiros1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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também mostraram diferenças quanto a outros domínios da escala London Chest Activity of Daily Living e ao índice ADO. Esses resultados são evidências adicionais da capacidade discriminativa desses conjuntos de valores de referência e sugerem que eles foram uma escolha adequada para uso na presente amostra. Além disso, o fato de que esses dois conjuntos de valores de referência apresentaram capacidade discriminativa igualmente alta sugere que, na ausência de valores de referência nacionais específicos para determinada população, pode haver uma alternativa aceitável, isto é, valores de referência para uma população cujas características sejam mais semelhantes às da amostra a ser avaliada e/ou valores de referência que tenham capacidade discriminativa semelhante.

Todos os estudos analisados no presente estudo forneceram valores de referência em formato de tabela, estratificados no mínimo por sexo e idade, apresentando valores de média ± dp,66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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,2626 Frederiksen H, Hjelmborg J, Mortensen J, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Age trajectories of grip strength: cross-sectional and longitudinal data among 8,342 Danes aged 46 to 102. Ann Epidemiol. 2006;16(7):554-562. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005.10.006
https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005...
,2727 Massy-Westropp NM, Gill TK, Taylor AW, Bohannon RW, Hill CL. Hand Grip Strength: age and gender stratified normative data in a population-based study. BMC Res Notes. 2011;4:127. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127
https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127...
,2929 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52...
,3131 Werle S, Goldhahn J, Drerup S, Simmen BR, Sprott H, Herren DB. Age- and gender-specific normative data of grip and pinch strength in a healthy adult Swiss population. J Hand Surg Eur Vol. 2009;34(1):76-84. https://doi.org/10.1177/1753193408096763
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média e IC95%2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
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ou percentil 5, 10, 25, 50, 75, 90 e 95.3030 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06....
Três conjuntos de valores de referência2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05...
,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011...
,3030 Spruit M, Sillen M, Groenen M, Wouters E, Franssen F. Spruit MA, Sillen MJ, Groenen MT, Wouters EF, Franssen FM. New normative values for handgrip strength: results from the UK Biobank. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(10):775.e5-.e11. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.06.013
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foram elaborados com base no limite inferior do intervalo de confiança (percentil 5) em vez de 2 dp.66 Mathiowetz V, Kashman N, Volland G, Weber K, Dowe M, Rogers S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch Phys Med Rehabil. 1985;66(2):69-74.,1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
,2626 Frederiksen H, Hjelmborg J, Mortensen J, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Age trajectories of grip strength: cross-sectional and longitudinal data among 8,342 Danes aged 46 to 102. Ann Epidemiol. 2006;16(7):554-562. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2005.10.006
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,2727 Massy-Westropp NM, Gill TK, Taylor AW, Bohannon RW, Hill CL. Hand Grip Strength: age and gender stratified normative data in a population-based study. BMC Res Notes. 2011;4:127. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-127
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,2929 Shim JH, Roh SY, Kim JS, Lee DC, Ki SH, Yang JW, et al. Normative measurements of grip and pinch strengths of 21st century korean population. Arch Plast Surg. 2013;40(1):52-56. https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52
https://doi.org/10.5999/aps.2013.40.1.52...
,3131 Werle S, Goldhahn J, Drerup S, Simmen BR, Sprott H, Herren DB. Age- and gender-specific normative data of grip and pinch strength in a healthy adult Swiss population. J Hand Surg Eur Vol. 2009;34(1):76-84. https://doi.org/10.1177/1753193408096763
https://doi.org/10.1177/1753193408096763...
É interessante observar que dois dos conjuntos de valores de referência com base nos quais a prevalência de força de preensão manual baixa foi maior2525 Bohannon RW, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006;92(1):11-15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003
https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05...
,2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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foram elaborados com base no limite inferior (percentil 5). Portanto, especulamos que valores de referência elaborados com base no limite inferior do intervalo de confiança constituem outro fator responsável pela diferença entre os valores de referência propostos por Peters et al.2828 Peters M, van Nes S, Vanhoutte EK, Bakkers M, van Doorn PA, Merkies IS, et al. Revised normative values for grip strength with the Jamar dynamometer. J Peripher Nerv Syst. 2011;16(1):47-50. https://doi.org/10.1111/j.1529-8027.2011.00318.x
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e os propostos por Amaral et al.1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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quanto à prevalência, não obstante a clara semelhança entre esses dois conjuntos de valores de referência quanto à capacidade discriminativa.

O presente estudo tem limitações. A natureza retrospectiva do estudo não nos permitiu analisar adequadamente os estudos com equações preditivas, pois não foi possível avaliar algumas das variáveis preditivas nessas equações. Além disso, não avaliamos as comorbidades. A avaliação das comorbidades poderia ter fornecido informações adicionais a respeito do comprometimento da força de preensão manual. Além disso, as características da amostra do estudo resultaram no fato de que muitos estudos (80% dos estudos inicialmente recuperados) não foram incluídos na análise, em virtude de diferenças metodológicas como populações muito específicas3535 Kunelius A, Darzins S, Cromie J, Oakman J. Development of normative data for hand strength and anthropometric dimensions in a population of automotive workers. Work. 2007;28(3):267-278. ou faixa etária muito limitada.3636 Peolsson A, Hedlund R, Oberg B. Intra- and inter-tester reliability and reference values for hand strength. J Rehabil Med. 2001;33(1):36-41. https://doi.org/10.1080/165019701300006524
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Outra limitação é que apenas um pesquisador selecionou os artigos, o que não é o cenário metodológico ideal. Além disso, apesar do grande número de estudos recuperados durante a pesquisa bibliográfica, uma padronização mais rigorosa da avaliação da força de preensão manual pode ser necessária para permitir comparações mais abrangentes e confiáveis entre estudos e populações.

Em suma, um grande número de estudos com valores de referência de força de preensão manual foi identificado por meio de pesquisa bibliográfica, e o nível de concordância entre valores de referência nacionais e internacionais usados para classificar pacientes com DPOC moderada a muito grave em indivíduos com força de preensão manual normal ou baixa variou muito (de fraco a excelente). Embora os valores de referência para uma amostra de adultos e idosos no Brasil1111 Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC. Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS One. 2019;14(1):e0211452. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211452
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tenham classificado menos pacientes com DPOC em indivíduos com força de preensão manual baixa do que o fizeram quase todos os outros conjuntos de valores, foi um dos conjuntos de valores com maior capacidade discriminativa (mostrando diferenças significativas entre indivíduos com força de preensão manual normal e baixa quanto às características clínicas), juntamente com os valores de referência para indivíduos nos Países Baixos, que classificaram uma proporção maior de pacientes com DPOC em indivíduos com força de preensão manual baixa. Portanto, valores de referência de força de preensão manual com maior capacidade discriminativa para identificar indivíduos com piores características clínicas não são necessariamente aqueles que identificam mais indivíduos como sendo indivíduos com força de preensão manual baixa.

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    Trabalho realizado no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar -LFIP - Hospital Universitário, Universidade Estadual de Londrina, Londrina (PR) Brasil.
  • Apoio financeiro:

    Nenhum.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    07 Fev 2022
  • Aceito
    09 Ago 2022
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