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Análise do programa de controle da tuberculose em relação ao tratamento, em Campinas - SP

INTRODUÇÃO: A cura da tuberculose depende da adesão ao tratamento. OBJETIVO: analisar o resultado do tratamento para tuberculose nos serviços públicos de saúde de Campinas (SP), em 2002. MÉTODO: Foram investigados 436 pacientes de uma coorte de 484 com diagnóstico de tuberculose. O tipo de encerramento do tratamento foi descrito para pacientes novos e em retratamento, para apresentações pulmonares e para co-morbidade com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). RESULTADOS: A taxa de sucesso foi de 68,6%, sendo 72,3% nos pacientes sem AIDS e 57,6% nos com AIDS. Nos casos novos, o grupo sem AIDS teve 2,2 vezes mais chance de resultados favoráveis. No grupo com AIDS, não se observou diferença entre novos e retratamentos. Nos insucessos, apenas a letalidade apresentou diferença, 18,9% nos com AIDS vs 8,0% nos sem AIDS. Nas formas pulmonares, o sucesso foi semelhante entre os inicialmente bacilo álcool-ácido resistente positivos e os demais. CONCLUSÃO: O programa de controle da tuberculose de Campinas apresentou baixa efetividade. Foi superior à da coorte nacional em 2001 para os sem AIDS, e inferior para os com AIDS. O sucesso entre os casos de tuberculose sem AIDS derivou fundamentalmente do tratamento dos casos novos. O perfil desfavorável da tuberculose-AIDS, quanto à elevada letalidade (18,9%) e abandono (15,3%), foi responsável, em parte, pela baixa taxa de sucesso. Destacam-se as elevadas proporções de abandono numa cidade com facilidade de acesso para tratamento. Para melhorar o programa, deve-se investir na capacitação das equipes em tratamento supervisionado, educação em saúde e relacionamento com os pacientes.

Tuberculose; Abandono; Retratamento; Co-morbidade TB-AIDS


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