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Prevalência de infecção latente por tuberculose em pacientes com doença pulmonar intersticial com necessidade de imunossupressão

RESUMO

Objetivo

Caracterizar a prevalência de Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) em pacientes com Doenças Pulmonares Intersticiais (DPIs) que necessitam de imunossupressão. Apenas 5 a 10% dos indivíduos infectados pelo Mycobacterium tuberculosis desenvolvem tuberculose, sendo que certos grupos de pacientes apresentam maior risco de doença, tais como os imunocomprometidos. Pacientes com DPIs são frequentemente tratados com imunossupressores, portanto, podem apresentar maior risco de desenvolver a doença.

Métodos

Estudo prospectivo conduzido no Centro de Referência para DPI da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre Janeiro de 2019 e Dezembro de 2020. O rastreio de ILTB foi realizado por meio da Prova Tuberculínica (PT).

Resultados

A amostra foi composta por 88 pacientes, dos quais 64,8% eram mulheres, com, em média, 61,4 anos de idade. Os diagnósticos mais frequentes foram DPI associada a doença reumática autoimune (DRAI) (38,6%) e pneumonite de hipersensibilidade (35,2%). Prednisona foi o imunossupressor mais comumente utilizado à época da PT, em combinação com micofenolato (19,3%) ou isoladamente (17,1%). A maioria dos participantes tinha doença pulmonar fibrótica, caracterizada por infiltrado reticular em tomografia computadorizada de tórax (79,5%), bem como comprometimento funcional moderado a grave (Capacidade Vital Forçada (CVF) média de 69,2%). Observou-se uma prevalência de ILTB de 9,1% (Intervalo de Confiança (IC) 95%, 2,1%-15,1%), com mediana da PT de 13.

Conclusão

Não é comum que pacientes com DPI tratados com imunossupressores sejam avaliados quanto à presença de ILTB, apesar de estarem sob um maior risco de progressão para doença ativa. Este estudo sugeriu a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa em relação a esses pacientes.

Descritores:
Infecção latente por tuberculose; Doenças pulmonares intersticiais; Imunossupressão; Prova tuberculínica

ABSTRACT

Objective

To characterize the prevalence of latent tuberculosis infection (LTBI) in patients with interstitial lung diseases (ILDs) requiring immunosuppression. Only 5 to 10% of individuals infected with Mycobacterium tuberculosis develop tuberculosis, and certain groups of patients have an increased risk of illness, such as the immunocompromised. Patients with ILDs are frequently treated with immunosuppressants and, therefore, might have a higher risk of developing the disease.

Methods

Prospective study conducted at the ILD reference center of the Federal University of Paraná from January 2019 to December 2020. The screening of LTBI was performed with the use of the tuberculin skin test (TST).

Results

The sample consisted of 88 patients, of whom 64.8% were women, with a mean age of 61.4 years. The most frequent diagnoses were autoimmune rheumatic disease ILD (38.6%) and hypersensitivity pneumonitis (35.2%). The most common immunosuppressant in use at the time of the TST was prednisone, either in combination with mycophenolate (19.3%) or alone (17.1%). The majority of participants had fibrotic lung disease, characterized by a reticular interstitial pattern on chest computed tomography (79.5%) and moderate to severe functional impairment (mean FVC 69.2%). A prevalence of LTBI of 9.1% (CI 95%, 2.1%-15.1%) was found, with a TST median of 13.

Conclusion

Patients with ILD who are treated with immunosuppressants are not commonly screened for LTBI, despite being under a greater risk of progression to active disease. This study suggests the need for a more cautious approach to these patients.

Keywords:
Latent tuberculosis infection; Interstitial lung diseases; Immunosuppression; Tuberculin test

INTRODUÇÃO

A tuberculose, uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Mtb), é um grande problema de saúde pública e uma das principais causas de morte globalmente. Em 2019, foram registrados cerca de 10 milhões de casos de tuberculose e quase 1,5 milhões de mortes relacionadas à doença em todo o mundo.(11 World Health Organization – WHO. Global tuberculosis report 2020. Geneva: WHO; 2020. Report No.: 9789240013131.) A Organização Mundial da Saúde (OMS) elenca o Brasil como um dos países prioritários em relação à tuberculose devido ao alto número de casos, bem como sua alta taxa de coinfecção pelo Human Immunodeficiency Virus (HIV).(22 Brasil. Ministério da Saúde. Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde; 2017. Report No.: 978-85-334-2496-8.) Em 2019, aproximadamente 74.000 casos de tuberculose foram registrados(33 Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.) e cerca de 4.500 mortes estiveram associadas à doença ao redor do país,(44 Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.) com 2.209 casos(33 Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.) e 157 mortes(44 Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.) no estado do Paraná (PR).

Estima-se que cerca de um quarto da população mundial esteja infectada pelo Mtb. Entretanto, a maior parte dos indivíduos infectados não desenvolve doença ativa, apresentando somente uma resposta imunológica persistente a antígenos do Mtb, o que é conhecido como Infecção Latente por Tuberculose (ILTB). Apenas entre 5 e 10% dos indivíduos infectados desenvolvem a doença ao longo da vida, sendo que o risco de adoecimento é maior em certos grupos, tais como os imunocomprometidos.(11 World Health Organization – WHO. Global tuberculosis report 2020. Geneva: WHO; 2020. Report No.: 9789240013131.) O diagnóstico de ILTB fundamenta-se em uma resposta a antígenos do Mtb que é indicada pela Prova Tuberculínica ou por um Ensaio de Liberação de Interferon-Gama (em inglês Interferon Gamma Release Assay (IGRA)).(55 Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. Report No.: 978-85-334-2696-2.) O tratamento da ILTB reduz o risco de progressão para doença ativa em até 90%, sendo um dos componentes da Estratégia pelo Fim da TB (End TB Strategy) da OMS. Deve-se considerar rastrear ILTB em indivíduos com maior risco de doença, tais como pessoas que vivem com HIV(66 World Health Organization – WHO. Latent tuberculosis infection: updated and consolidated guidelines for programmatic management. Geneva: WHO; 2018.), bem como pacientes que vão iniciar o uso de inibidores de Fator de Necrose Tumoral (em inglês Tumor Necrosis Factor (TNF)) ou corticoide sistêmico em uma dose igual ou equivalente a 15 mg de prednisona por dia por mais de 1 mês.(55 Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. Report No.: 978-85-334-2696-2.) Atualmente, não há recomendações específicas para pacientes que estejam sob o uso de outros imunossupressores.

Doenças Pulmonares Intersticiais (DPIs) são um grupo de condições caracterizadas por inflamação e/ou fibrose do tecido pulmonar, cujo tratamento frequentemente inclui o uso de imunossupressores, tais como corticoides.(77 Jee AS, Corte TJ. Current and Emerging Drug Therapies for Connective Tissue Disease-Interstitial Lung Disease (CTD-ILD). Drugs. 2019;79(14):1511-28. http://dx.doi.org/10.1007/s40265-019-01178-x. PMid:31399860.
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) Dessa maneira, pacientes com DPI e ILTB que estejam sendo submetidos a imunossupressão podem ter maior risco de desenvolver tuberculose ativa. Entretanto, não há estudos que tenham investigado a prevalência de ILTB ou o risco de progressão para doença ativa nessa população.

Considerando tal lacuna no conhecimento atual sobre o tema, este estudo teve como objetivo avaliar por meio da PT a prevalência de ILTB em pacientes com DPI prestes a iniciarem terapia imunossupressora ou que estivessem usando anteriormente um ou mais imunossupressores. Os participantes foram pacientes em acompanhamento no Centro de Referência para DPI da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

MÉTODOS

Este foi um estudo prospectivo conduzido no Centro de Referência para DPI da UFPR, entre Janeiro de 2019 e Dezembro de 2020, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, sob o parecer número 02458018.6.0000.0096.

Foram incluídos pacientes com 18 anos de idade ou mais, diagnosticados com DPI de acordo com diretrizes nacionais e internacionais,(88 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes de Doenças Pulmonares Intersticiais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol. 2012;38(S2):S1-133.

9 Travis WD, Costabel U, Hansell DM, King TE Jr, Lynch DA, Nicholson AG, et al. An Official American Thoracic Society/European Respiratory Society Statement: Update of the International Multidisciplinary Classification of the Idiopathic Interstitial Pneumonias. Am J Respir Crit Care Med. 2013;188(6):733-48. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.201308-1483ST. PMid:24032382.
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10 Fischer A, Antoniou KM, Brown KK, Cadranel J, Corte TJ, du Bois RM, et al. An official European Respiratory Society/American Thoracic Society research statement: interstitial pneumonia with autoimmune features. Eur Respir J. 2015;46(4):976-87. http://dx.doi.org/10.1183/13993003.00150-2015. PMid:26160873.
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-1111 Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, Myers JL, Kreuter M, Vasakova M, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis em adults. An Official ATS/JRS/ALAT Clinical Practice Guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020;202(3):e36-69. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.202005-2032ST. PMid:32706311.
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) que estivessem prestes a iniciar terapia imunossupressora ou que se encontrassem anteriormente em uso de um ou mais imunossupressores, e que tivessem concordado em participar do estudo.

Foram excluídos pacientes com silicose, pacientes em uso de inibidores de TNF e pessoas que vivem com HIV, as quais possuem maior prevalência de tuberculose, bem como pessoas com história prévia de tuberculose, que não devem ser submetidas à PT.

Os participantes foram avaliados quanto à presença de cicatriz de vacinação com BCG por meio de visualização direta por um dos pesquisadores. Aqueles que não haviam sido previamente testados foram submetidos à PT com o uso da técnica de Mantoux. Reações iguais ou maiores que 5 milímetros foram consideradas positivas. Participantes com PT positiva foram submetidos a avaliação clínica e radiológica para verificar a presença de tuberculose ativa, e, quando possível, a análise de escarro. Os participantes que não mostravam qualquer evidência de doença ativa foram tratados com isoniazida por seis meses. Dados demográficos, tais como sexo e idade, e dados clínicos, como tipo de DPI e comorbidades, foram coletados a partir do prontuário médico. Dados funcionais e radiológicos, por sua vez, foram coletados a partir de espirometrias e Tomografia Computadorizada (TC) realizadas em datas próximas à da realização da PT.

Os dados foram armazenados e analisados no programa SPSS Statistics v. 22.0. A análise exploratória incluiu médias, valores mínimos, valores máximos e desvio padrão para as variáveis quantitativas, bem como frequências e porcentagens para as variáveis qualitativas. A análise de associação foi realizada por meio do Teste Exato de Fisher. Valores de p abaixo de 0,05 foram considerados significativos.

RESULTADOS

De Janeiro de 2019 a Dezembro de 2020, 474 pacientes foram atendidos no Centro de Referência para DPI, dos quais 281 não preencheram os critérios de inclusão (53 tinham algum outro diagnóstico, 224 não eram elegíveis para imunossupressão e quatro não concordaram em participar), ao passo que 42 apresentaram critérios de exclusão (oito apresentavam silicose, 24 faziam ou haviam feito uso de inibidores de TNF, quatro viviam com HIV e seis tinham história de tuberculose). Dentre os 151 pacientes restantes, 63 não foram testados, ou por não terem agendado o teste ou por não terem retornado para a leitura. Portanto, 88 pacientes foram incluídos no estudo. O desenho do estudo, com a descrição dos critérios de inclusão e exclusão, é apresentado na Figura 1.

Figura 1
Pacientes incluídos e excluídos.

Os participantes (Tabela 1) eram predominantemente do sexo feminino (64.8%), com, em média, 61,4 anos de idade. Os diagnósticos mais frequentes foram DPI associada a doença reumática autoimune (DRAI) (38,6%) e pneumonite de hipersensibilidade (35,2%). O imunossupressor mais comum em uso à época da PT foi a prednisona, tanto em combinação com micofenolato (19,3%) quanto isoladamente (17,1%). A maioria dos participantes tinha comprometimento funcional moderado a grave (Capacidade Vital Forçada (CVF) média de 69,2%). Alguns deles não puderam ser submetidos a espirometria (n = 6). A maioria dos participantes tinha doença pulmonar fibrótica, caracterizada pela presença de infiltrado reticular na TC de tórax (79,5%), embora apenas alguns tivessem fibrose extensa com faveolamento (13,6%). Os achados tomográficos foram predominantemente de distribuição periférica (54,5%) e em lobos inferiores (59,1%). Uma vez que a presença de cicatriz de vacinação com BCG foi verificada por meio de visualização direta, não foi possível avaliar os participantes atendidos de forma remota (n = 18).

Tabela 1
Características da população estudada.

Foram detectados oito participantes com PT positiva (Tabela 2), resultando em uma prevalência de ILTB de 9,1% (95% IC, 2,1%-15,1%). Esses indivíduos eram em sua maioria homens (62,5%), mais velhos (média de 65,9 anos) e apresentavam comprometimento funcional moderado (CVF média de 53,2%), com evidência de doença pulmonar fibrótica (infiltrado reticular na TC de tórax em 87,5%). A mediana da PT foi de 13 (mínima de 7, máxima de 20).

Tabela 2
Participantes com prova tuberculínica reatora.

A frequência de reações positivas foi discretamente maior entre indivíduos com história atual ou prévia de tabagismo, porém, esse achado não foi significativo (p = 0,059). Não foi detectada associação significativa entre vacinação prévia com BCG e reações positivas (p = 0,614). Apesar de considerar-se que o uso de imunossupressores pode gerar reações falso-negativas, não houve associação entre imunossupressão e PT negativa (Tabela 3).

Tabela 3
Associações entre as variáveis estudadas e a PT.

Nenhum caso de tuberculose ativa foi observado dentre os participantes durante o período de estudo.

DISCUSSÃO

A prevalência de ILTB encontrada na população estudada (9,1%), embora menor que a estimada para a população mundial (cerca de 25%),(11 World Health Organization – WHO. Global tuberculosis report 2020. Geneva: WHO; 2020. Report No.: 9789240013131.) foi semelhante àquela encontrada em um estudo envolvendo pessoas que vivem com HIV, outra população de risco, no estado do Paraná (9,0%),(1212 Kussen GM, Dalla-Costa LM, Rossoni A, Raboni SM. Interferon-gamma release assay versus tuberculin skin test for latent tuberculosis infection among HIV patients em Brazil. Braz J Infect Dis. 2016;20(1):69-75. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2015.10.007. PMid:26706018.
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) o que pode refletir a prevalência regional da infecção. Dados sobre ILTB em pacientes com DPIs são escassos na literatura. Um estudo avaliou 62 pacientes com sarcoidose e encontrou IGRA positivo em 16 (25,8%) indivíduos.(1313 Vyas S, Thangakunam B, Gupta R, Michael JS, Christopher DJ. Interferon gamma release assay and tuberculin skin test positivity em sarcoidosis. Lung India. 2015;32(1):91-2. http://dx.doi.org/10.4103/0970-2113.148467. PMid:25624613.
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) Um outro estudo avaliou 244 pacientes com pneumoconiose de mineradores de carvão, e encontrou IGRA positivo em 162 (66,4%) destes.(1414 Jin Y, Wang H, Zhang J, Ding C, Wen K, Fan J, et al. Prevalence of latent tuberculosis infection among coal workers’ pneumoconiosis patients em China: a cross-sectional study. BMC Public Health. 2018;18(1):473. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-5373-1. PMid:29642880.
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) Não há estudos sobre ILTB em pacientes com outros tipos de DPI. Não é possível afirmar se a prevalência encontrada neste estudo representa a verdadeira prevalência nessa população. Entretanto, dado que muitos desses pacientes têm maior risco de progredir para doença ativa devido à imunossupressão, o achado de uma prevalência de quase 10% nesse grupo é extremamente relevante, uma vez que identificar a infecção e oferecer tratamento preventivo pode diminuir o risco de desenvolver a doença.

Em relação aos fatores de risco para tuberculose, o tabagismo está entre os mais bem definidos,(1515 Alipour Fayez E, Moosavi SAJ, Kouranifar S, Delbandi AA, Teimourian S, Khoshmirsafa M, et al. The effect of smoking on latent tuberculosis infection susceptibility em high risco individuals em Iran. J Immunoassay Immunochem. 2020;41(5):885-95. http://dx.doi.org/10.1080/15321819.2020.1806075. PMid:32799615.
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) bem como a diabetes.(1616 Ping PA, Zakaria R, Islam MA, Yaacob LH, Muhamad R, Wan Mohamad WMZ, et al. Prevalence and Risco Factors of Latent Tuberculosis Infection (LTBI) em Patients with Type 2 Diabetes Mellitus (T2DM). Int J Environ Res Public Health. 2021;18(1):305. http://dx.doi.org/10.3390/ijerph18010305. PMid:33406582.
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) Neste estudo, nem o tabagismo (p = 0,059) nem a diabetes (p = 1.000) se mostraram significativamente associados a uma reação positiva. Uma vez que a presença de diabetes foi identificada apenas por meio de dados do prontuário médico, diagnósticos subnotificados podem ter interferido em tal associação.

Embora a vacinação com BCG seja frequentemente associada a reações falso-positivas na PT, implicando uma baixa especificidade para indivíduos vacinados,(1717 Getahun H, Matteelli A, Chaisson RE, Raviglione M. Latent mycobacterium tuberculosis infection. N Engl J Med. 2015;372(22):2127-35. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMra1405427. PMid:26017823.
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) vários autores afirmam que a vacinação durante a infância tem pouco impacto sobre a PT na idade adulta.(1818 Farhat M, Greenaway C, Pai M, Menzies D. False-positive tuberculin skin tests: what is the absolute effect of BCG and non-tuberculous mycobacteria? Int J Tuberc Lung Dis. 2006;10(11):1192-204. PMid:17131776.

19 Neema S, Radhakrishnan S, Dabbas D, Vasudevan B. Latent tuberculosis em psoriasis patients planned for systemic therapy – a prospective observational study. Indian Dermatol Online J. 2021;12(3):429-32. http://dx.doi.org/10.4103/idoj.IDOJ_698_20. PMid:34211910.
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-2020 Silva DR, Rabahi MF, Sant’Anna CC, Da Silva-Junior JLR, Capone D, Bombarda S, et al. Consenso sobre o diagnóstico da tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20210054.) Entretanto, um estudo recente encontrou dados que sugerem o contrário.(2121 Hacioglu A, Borekci S, Melikoglu M, Ozguler Y, Esatoglu SN, Ugurlu S, et al. Screening for latent tuberculosis before starting TNF-alpha inhibitors em a population with high BCG vaccination rates. Rheumatol Int. In press, 2021. http://dx.doi.org/10.1007/s00296-021-04926-z. PMid:34228162.) Recomenda-se que pessoas que tenham sido vacinadas tardiamente, ou seja, após os primeiros anos de vida, sejam avaliadas por meio de IGRAs.(2222 Hashash JG, Abou Fadel C, Hosni M, Hassoun L, Kanafani Z, Regueiro MD. Approach to latent tuberculosis infection screening before biologic therapy em IBD patients: PPD or IGRA? Inflamm Bowel Dis. 2020;26(9):1315-8. http://dx.doi.org/10.1093/ibd/izaa139. PMid:32483628.
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) No Brasil, a vacinação com BCG, que é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é universal e administrada nos primeiros dias de vida, tornando assim improvável uma interferência nos resultados da PT em adultos. Corroborando esses dados, esta pesquisa não encontrou uma associação entre a presença de cicatriz de vacinação com BCG e PT positiva (p = 0,614).

Pacientes com DRAIs têm maior taxa de PTs falso-negativas.(2323 Ruan Q, Zhang S, Ai J, Shao L, Zhang W. Screening of latent tuberculosis infection by interferon-γ release assays em rheumatic patients: a systemic review and meta-analysis. Clin Rheumatol. 2016;35(2):417-25. http://dx.doi.org/10.1007/s10067-014-2817-6. PMid:25376466.
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) Além disso, o uso crônico de prednisona, que é um dos corticoides mais amplamente prescritos para tratar essas doenças, gera impactos negativos na resposta ao PPD,(2121 Hacioglu A, Borekci S, Melikoglu M, Ozguler Y, Esatoglu SN, Ugurlu S, et al. Screening for latent tuberculosis before starting TNF-alpha inhibitors em a population with high BCG vaccination rates. Rheumatol Int. In press, 2021. http://dx.doi.org/10.1007/s00296-021-04926-z. PMid:34228162.,2424 Bélard E, Semb S, Ruhwald M, Werlinrud AM, Soborg B, Jensen FK, et al. Prednisolone treatment affects the performance of the QuantiFERON gold in-tube test and the tuberculin skin test in patients with autoimmune disorders screened for latent tuberculosis infection. Inflamm Bowel Dis. 2011;17(11):2340-9. http://dx.doi.org/10.1002/ibd.21605. PMid:21319275.
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) especialmente em doses maiores que 15 mg por dia.(2525 Schatz M, Patterson R, Kloner R, Falk J. The prevalence of tuberculosis and positive tuberculin skin tests em a steroid-treated asthmatic population. Ann Intern Med. 1976;84(3):261-5. http://dx.doi.org/10.7326/0003-4819-84-3-261. PMid:1259260.
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) Entretanto, o efeito de outros imunossupressores na PT e nos IGRAs é pouco descrito na literatura, e não há consenso sobre o melhor método para diagnosticar ILTB em pacientes imunocomprometidos,(2626 Hasan T, Au E, Chen S, Tong A, Wong G. Screening and prevention for latent tuberculosis em immunosuppressed patients at risco for tuberculosis: a systematic review of clinical practice guidelines. BMJ Open. 2018;8(9):e022445. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2018-022445. PMID: 30209157.
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) embora os IGRAs pareçam ter maior sensibilidade e especificidade que a PT nessa população.(2323 Ruan Q, Zhang S, Ai J, Shao L, Zhang W. Screening of latent tuberculosis infection by interferon-γ release assays em rheumatic patients: a systemic review and meta-analysis. Clin Rheumatol. 2016;35(2):417-25. http://dx.doi.org/10.1007/s10067-014-2817-6. PMid:25376466.
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,2424 Bélard E, Semb S, Ruhwald M, Werlinrud AM, Soborg B, Jensen FK, et al. Prednisolone treatment affects the performance of the QuantiFERON gold in-tube test and the tuberculin skin test in patients with autoimmune disorders screened for latent tuberculosis infection. Inflamm Bowel Dis. 2011;17(11):2340-9. http://dx.doi.org/10.1002/ibd.21605. PMid:21319275.
http://dx.doi.org/10.1002/ibd.21605...
) Alguns autores sugerem que a PT e um IGRA devam ser realizados concomitantemente.(2626 Hasan T, Au E, Chen S, Tong A, Wong G. Screening and prevention for latent tuberculosis em immunosuppressed patients at risco for tuberculosis: a systematic review of clinical practice guidelines. BMJ Open. 2018;8(9):e022445. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2018-022445. PMID: 30209157.
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) Embora a maioria (64,8%) dos participantes deste estudo tenha sido submetida à PT já em uso de um ou mais imunossupressores, a associação entre a realização do teste em vigência de imunossupressão e uma reação negativa não se mostrou estatisticamente significativa (p = 0,445). Sugere-se que, se possível, esses pacientes sejam avaliados antes que se inicie o tratamento.(2222 Hashash JG, Abou Fadel C, Hosni M, Hassoun L, Kanafani Z, Regueiro MD. Approach to latent tuberculosis infection screening before biologic therapy em IBD patients: PPD or IGRA? Inflamm Bowel Dis. 2020;26(9):1315-8. http://dx.doi.org/10.1093/ibd/izaa139. PMid:32483628.
http://dx.doi.org/10.1093/ibd/izaa139...
) Atualmente, a PT é o único método disponível para detectar ILTB no SUS.(2020 Silva DR, Rabahi MF, Sant’Anna CC, Da Silva-Junior JLR, Capone D, Bombarda S, et al. Consenso sobre o diagnóstico da tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20210054.) A incorporação de IGRAs ao SUS foi recentemente aprovada, mas apenas para pessoas que vivem com HIV, crianças contatos de casos de tuberculose ativa e pacientes candidatos a transplante de células-tronco hematopoéticas.(2727 Brasil. Ministério da Saúde. Relatório de recomendação. Teste de liberação interferon-gama (interferon gamma release assay - IGRA) para detecção de tuberculose latente em pacientes imunocomprometidos. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.)

Pacientes com DPIs apresentam maior risco de tuberculose,(2828 Shachor Y, Schindler D, Siegal A, Lieberman D, Mikulski Y, Bruderman I. Increased incidence of pulmonary tuberculosis em chronic interstitial lung disease. Thorax. 1989;44(2):151-3. http://dx.doi.org/10.1136/thx.44.2.151. PMid:2929001.
http://dx.doi.org/10.1136/thx.44.2.151...
,2929 Wong C, Sahni S, Cheema MAI, Iftikhar A. Mycobacterium tuberculosis Infection em the setting of interstitial lung disease: coincidence or bad luck? Cureus. 2018;10(10):e3391. PMid:30533326.) especialmente aqueles com silicose,(3030 Ehrlich R, Akugizibwe P, Siegfried N, Rees D. The association between silica exposure, silicosis and tuberculosis: a systematic review and meta-analysis. BMC Public Health. 2021;21(1):953. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-021-10711-1. PMid:34016067.
http://dx.doi.org/10.1186/s12889-021-107...
) assim como pacientes com DRAIs,(3131 Vadillo Font C, Hernández-García C, Pato E, Morado IC, Salido M, Júdez E, et al. Incidence and characteristics of tuberculosis in patients with autoimmune rheumatic diseases. Rev Clin Esp. 2003;203(4):178-82. http://dx.doi.org/10.1016/S0014-2565(03)71232-6. PMid:12681200.
http://dx.doi.org/10.1016/S0014-2565(03)...
) particularmente quando em associação com DPI.(3232 Long W, Cai F, Wang X, Zheng N, Wu R. High risco of activation of latent tuberculosis infection em rheumatic disease patients. Infect Dis (Lond). 2020;52(2):80-6. http://dx.doi.org/10.1080/23744235.2019.1682187. PMid:31656117.
http://dx.doi.org/10.1080/23744235.2019....
) O uso de imunossupressores tais como corticoides,(3333 Jick SS, Lieberman ES, Rahman MU, Choi HK. Glucocorticoid use, other associated factors, and the risco of tuberculosis. Arthritis Rheum. 2006;55(1):19-26. http://dx.doi.org/10.1002/art.21705. PMid:16463407.
http://dx.doi.org/10.1002/art.21705...

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http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag....
-3535 Chiu YM, Chen DY. Infection risco em patients undergoing treatment for inflammatory arthritis: non-biologics versus biologics. Expert Rev Clin Immunol. 2020;16(2):207-28. http://dx.doi.org/10.1080/1744666X.2019.1705785. PMid:31852268.
http://dx.doi.org/10.1080/1744666X.2019....
) azatioprina,(3636 Fortes FML, Sorte NB, Mariano VD, Andrade LD, Oliveira FA, Santos MCA, et al. Active tuberculosis em inflammatory bowel disease patients under treatment from an endemic area em Latin America. World J Gastroenterol. 2020;26(44):6993-7004. http://dx.doi.org/10.3748/wjg.v26.i44.6993. PMid:33311945.
http://dx.doi.org/10.3748/wjg.v26.i44.69...
) ciclofosfamida(3131 Vadillo Font C, Hernández-García C, Pato E, Morado IC, Salido M, Júdez E, et al. Incidence and characteristics of tuberculosis in patients with autoimmune rheumatic diseases. Rev Clin Esp. 2003;203(4):178-82. http://dx.doi.org/10.1016/S0014-2565(03)71232-6. PMid:12681200.
http://dx.doi.org/10.1016/S0014-2565(03)...
) e inibidores de TNF(3535 Chiu YM, Chen DY. Infection risco em patients undergoing treatment for inflammatory arthritis: non-biologics versus biologics. Expert Rev Clin Immunol. 2020;16(2):207-28. http://dx.doi.org/10.1080/1744666X.2019.1705785. PMid:31852268.
http://dx.doi.org/10.1080/1744666X.2019....
) é também, por si só, associado a um maior risco de tuberculose. O diagnóstico de tuberculose em pacientes com DPIs é mais complexo devido às alterações parenquimatosas relacionadas à doença intersticial.(3030 Ehrlich R, Akugizibwe P, Siegfried N, Rees D. The association between silica exposure, silicosis and tuberculosis: a systematic review and meta-analysis. BMC Public Health. 2021;21(1):953. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-021-10711-1. PMid:34016067.
http://dx.doi.org/10.1186/s12889-021-107...
) Os participantes deste estudo apresentavam vários desses fatores de risco, entretanto, nenhum desenvolveu tuberculose ativa durante o período do estudo.

Em um estudo com outra população de risco, transplantados renais, os participantes com PT inicial negativa foram testados uma segunda vez para avaliar reativação da resposta imunológica,(3737 Maciel MMMD, Ceccato MDG, Carvalho WDS, Navarro PD, Farah KP, Miranda SS. Prevalence of latent Mycobacterium tuberculosis infection in renal transplant recipients. J Bras Pneumol. 2018;44(6):461-8. PMid:30726322.) o que é uma estratégia recomendada por alguns autores para pacientes imunocomprometidos.(2222 Hashash JG, Abou Fadel C, Hosni M, Hassoun L, Kanafani Z, Regueiro MD. Approach to latent tuberculosis infection screening before biologic therapy em IBD patients: PPD or IGRA? Inflamm Bowel Dis. 2020;26(9):1315-8. http://dx.doi.org/10.1093/ibd/izaa139. PMid:32483628.
http://dx.doi.org/10.1093/ibd/izaa139...
) No Brasil, isso é recomendado apenas para exame periódico de trabalhadores de saúde,(3838 Anton C, Machado FD, Ramirez JMA, Bernardi RM, Palominos PE, Brenol CV, et al. Latent tuberculosis infection in patients with rheumatic diseases. J Bras Pneumol. 2019;45(2):e20190023. PMid:31038654.) não tendo sido realizado neste estudo. Entretanto, em caso de contato com paciente com tuberculose ativa após a investigação inicial, o teste deve ser repetido.(3939 Keane J, Bresnihan B. Tuberculosis reactivation during immunosuppressive therapy em rheumatic diseases: diagnostic and therapeutic strategies. Curr Opin Rheumatol. 2008;20(4):443-9. http://dx.doi.org/10.1097/BOR.0b013e3283025ec2. PMid:18525359.
http://dx.doi.org/10.1097/BOR.0b013e3283...
)

Este foi um dos primeiros estudos a avaliar a presença de ILTB em pacientes com diferentes DPIs, que são uma população de risco pouco abordada. A escolha de investigar somente pacientes que necessitavam de imunossupressão impede a generalização dos achados para todos os pacientes com DPI, no entanto, é justificada pelo fato de esses serem os indivíduos com maior risco de desenvolver tuberculose. Uma vez que o rastreio foi realizado usando a PT, que pode ser mais afetada pela imunossupressão, é possível que a prevalência encontrada neste estudo tenha sido subestimada. Infelizmente, os IGRAs não estão disponíveis no SUS, e, embora sua inclusão esteja prevista para breve, eles não serão disponibilizados para pacientes em uso de imunossupressores. Também é possível que tenha havido vieses de confusão relacionados a outras variáveis associadas a maior risco de tuberculose, tais como renda familiar.

A detecção precoce de ILTB é de vital importância, a fim de que se possa oferecer tratamento preventivo, como recomendado pela Estratégia pelo Fim da TB da OMS. Pacientes com DPI que são tratados com imunossupressores não são comumente avaliados quanto à presença dessa infecção, apesar de encontrarem-se sob maior risco de progressão para doença ativa. Este estudo revelou uma prevalência de ILTB de 9,1% em uma amostra desses indivíduos, sugerindo a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa em relação a esses pacientes. São necessários mais estudos para que se estabeleça uma definição mais completa do papel do rastreio de ILTB nessa população.

  • Trabalho realizado no Complexo Hospital de Clínicas, Federal University of Paraná, Curitiba (PR), Brasil.
  • Apoio financeiro: Nenhum.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2021
  • Aceito
    22 Jan 2022
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