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Intervenções psicoeducacionais para cuidadores de idosos com demência: uma revisão sistemática

Psychoeducational intervention for caregivers of elderly with dementia: a systematic review

Resumos

OBJETIVO: Identificar modelos de intervenções psicoeducacionais e os seus efeitos em cuidadores de idosos com demência. MÉTODOS: Levantamento de estudos publicados entre janeiro de 2000 e abril de 2012 nas bases de dados PubMed, Web of Knowledge, Lilacs e SciELO, utilizando as seguintes palavras-chave "psychoeducational and caregiver", "cuidador e demência e psicoeducação" e "cuidador e intervenção". Apenas os artigos que denominavam a intervenção estudada como psicoeducação fazem parte do presente estudo. RESULTADOS: Foram encontrados 27 artigos com relatos acerca do impacto de intervenções psicoeducacionais em cuidadores de idosos com demência. Os resultados mais prevalentes desses estudos são: melhora do bem-estar dos cuidadores (37% dos estudos); aumento do uso de estratégias de enfrentamento (30%); diminuição de pensamentos disfuncionais (30%); aumento do conhecimento sobre os serviços disponíveis (19%); melhora da autoeficácia (15%); e aumento de habilidades para o cuidado (11%). A abordagem psicoeducacional descrita nos estudos é do âmbito informativo, cognitivo-comportamental, com técnicas de gerenciamento de estresse e de emoções; técnicas de resolução de problemas e apoio emocional. CONCLUSÃO: A intervenção psicoeducacional contribui significativamente para a melhora do bem-estar do cuidador, contudo ainda é necessária uma padronização dessa abordagem, em termos de estrutura, duração e conteúdos ministrados, para que haja evidências mais precisas do efeito desse tipo de intervenção.

Cuidadores; idosos; demência; psicoeducação


OBJECTIVE: Identify models of psychoeducational interventions and the effect of these interventions on caregivers of elderly with dementia. METHODS: Search of articles at PubMed, Web of Knowledge, Lilacs and SciELO from January 2000 to April 2012, using the following keywords "psychoeducational and caregiver", "caregiver and dementia and psychoeducational", "caregiver and intervention". We selected only articles that named the intervention studied as psychoeducation. RESULTS: We found 27 articles that showed the impact of psychoeducational intervention on caregivers of elderly with dementia. The results of these studies that were most prevalent: improved well-being of caregivers (37% of studies), increased use of coping strategies (30%), fewer dysfunctional thoughts (30%) increase knowledge about available services (19%), improved self-efficacy (15%) and increased skills for care (11%). The psychoeducational approach that was found in studies was about information, cognitive-behavioral techniques for managing stress and emotions, problem-solving techniques and emotional support. CONCLUSION: A psychoeducational intervention contributes significantly to improved well-being of the caregiver, however, it is necessary a consensus for the standardization of this approach in terms of structure, length and content covered, so there is more evidence of the precise effect of these intervention.

Caregivers; elderly; dementia; psychoeducation


REVISÃO DE LITERATURA

Intervenções psicoeducacionais para cuidadores de idosos com demência: uma revisão sistemática

Psychoeducational intervention for caregivers of elderly with dementia: a systematic review

Lais de Oliveira LopesI; Meire CachioniII

IUniversidade de São Paulo (USP), Escola de Artes, Ciências e Humanidades; Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas (Unicamp/FCM), Programa de Pós-Graduação em Gerontologia

IIUSP, Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Endereços para correspondência Endereços para correspondência: Meire Cachioni Av. Arlindo Béttio, 1000, edifício I1, sala 251 E, Ermelino Matarazzo 03828-000 - São Paulo, SP, Brasil Telefone: (11) 9752-0818 E-mail: meirec@usp.br

RESUMO

OBJETIVO: Identificar modelos de intervenções psicoeducacionais e os seus efeitos em cuidadores de idosos com demência.

MÉTODOS: Levantamento de estudos publicados entre janeiro de 2000 e abril de 2012 nas bases de dados PubMed, Web of Knowledge, Lilacs e SciELO, utilizando as seguintes palavras-chave "psychoeducational and caregiver", "cuidador e demência e psicoeducação" e "cuidador e intervenção". Apenas os artigos que denominavam a intervenção estudada como psicoeducação fazem parte do presente estudo.

RESULTADOS: Foram encontrados 27 artigos com relatos acerca do impacto de intervenções psicoeducacionais em cuidadores de idosos com demência. Os resultados mais prevalentes desses estudos são: melhora do bem-estar dos cuidadores (37% dos estudos); aumento do uso de estratégias de enfrentamento (30%); diminuição de pensamentos disfuncionais (30%); aumento do conhecimento sobre os serviços disponíveis (19%); melhora da autoeficácia (15%); e aumento de habilidades para o cuidado (11%). A abordagem psicoeducacional descrita nos estudos é do âmbito informativo, cognitivo-comportamental, com técnicas de gerenciamento de estresse e de emoções; técnicas de resolução de problemas e apoio emocional.

CONCLUSÃO: A intervenção psicoeducacional contribui significativamente para a melhora do bem-estar do cuidador, contudo ainda é necessária uma padronização dessa abordagem, em termos de estrutura, duração e conteúdos ministrados, para que haja evidências mais precisas do efeito desse tipo de intervenção.

Palavras-chave: Cuidadores, idosos, demência, psicoeducação.

ABSTRACT

OBJECTIVE: Identify models of psychoeducational interventions and the effect of these interventions on caregivers of elderly with dementia.

METHODS: Search of articles at PubMed, Web of Knowledge, Lilacs and SciELO from January 2000 to April 2012, using the following keywords "psychoeducational and caregiver", "caregiver and dementia and psychoeducational", "caregiver and intervention". We selected only articles that named the intervention studied as psychoeducation.

RESULTS: We found 27 articles that showed the impact of psychoeducational intervention on caregivers of elderly with dementia. The results of these studies that were most prevalent: improved well-being of caregivers (37% of studies), increased use of coping strategies (30%), fewer dysfunctional thoughts (30%) increase knowledge about available services (19%), improved self-efficacy (15%) and increased skills for care (11%). The psychoeducational approach that was found in studies was about information, cognitive-behavioral techniques for managing stress and emotions, problem-solving techniques and emotional support.

CONCLUSION: A psychoeducational intervention contributes significantly to improved well-being of the caregiver, however, it is necessary a consensus for the standardization of this approach in terms of structure, length and content covered, so there is more evidence of the precise effect of these intervention.

Keywords: Caregivers, elderly, dementia, psychoeducation.

INTRODUÇÃO

Os idosos representam um contingente significativo no total da população brasileira, acarretando importantes demandas sociais, econômicas e de saúde. Nesse contexto, verifica-se a incidência de doenças crônico-degenerativas, em especial os processos demenciais. As demências causam um grande impacto na estrutura familiar, pois trazem sobrecarga emocional a todo núcleo, sendo, portanto, consideradas doenças familiares, que impõem a necessidade de haver programas e medidas de apoio, tanto para a pessoa demenciada quanto para os seus cuidadores1.

Alguns estudos apontam que cuidar de idosos com demência pode ser mais estressante que cuidar de idosos fisicamente frágeis, por causa de problemas específicos dos pacientes demenciados, tais como a mudança comportamental, a desorientação ambiental e a progressiva dependência na execução de tarefas do cotidiano2. No ambiente doméstico, os cuidadores familiares são confrontados com múltiplas tarefas que evoluem em todo o processo da doença. O nível de dependência aumenta à medida que a doença progride - nos estágios iniciais o suporte é necessário apenas para atividades instrumentais da vida diária, mas a necessidade de cuidados tende a ser maior à medida que a doença avança, até que a fiscalização ao idoso demenciado se torna constante3.

Cuidar de pessoas idosas com demência é uma tarefa difícil que requer, do cuidador, muito tempo, energia e até esforço físico. Geralmente, a doença progride lentamente e, por isso, os membros da família têm de prestar cuidados por muitos anos e por isso ficam expostos a níveis elevados de estresse por longos períodos de tempo. Some-se a isso a fadiga crônica decorrente de longas horas de atendimento ao familiar, sem períodos de descanso4.

A sobrecarga dos cuidadores é um dos mais importantes problemas causados pela demência5. Estudos mostram que os cuidadores estão em maior risco de morbidade psicológica e física e funcionamento social prejudicado, o que compromete a sua capacidade de cuidar de um membro familiar idoso6. Sabe-se atualmente que as pessoas que prestam o cuidado têm pior saúde emocional se comparadas com os não cuidadores7.

Os resultados de uma metanálise realizada por Pinquart e Sörensen3 mostraram que os cuidadores são mais estressados, mais deprimidos, têm níveis menores de bem-estar subjetivo e de senso de autoeficácia e pior saúde física em comparação com os não cuidadores. Resultados semelhantes também foram encontrados na pesquisa feita por Fernandes e Garcia8, em que foi mostrado que cuidadores têm altos níveis de sintomas depressivos, ansiedade, baixa autoestima, culpa, ressentimento e irritabilidade emocional.

Em decorrência da sobrecarga, os cuidadores também podem desenvolver sintomas físicos, como hipertensão arterial, desordem digestiva, doenças respiratórias e mais propensão a infecções9,10. Outras consequências observadas foram: mais hospitalização e aumento de institucionalização dos pacientes, além de maior mortalidade11.

As evidências acumuladas sobre os impactos pessoais, sociais e de saúde do cuidador deram origem a estudos de intervenção que visam diminuir o estresse do cuidador. A literatura aponta alguns tipos de intervenções utilizadas com cuidadores de idosos demenciados: grupo de aconselhamento, grupo de apoio, psicoterapia, intervenção multicomponente e intervenção psicoeducacional. Uma metanálise feita por Sörensen et al.12, com base em 78 estudos sobre intervenções com cuidadores, mostrou que, ao comparar com outras modalidades de intervenção (como grupo de treinamento, gestão de caso/aconselhamento, grupo de apoio, entre outros), as intervenções psicoeducacionais tiveram efeitos mais consistentes, como redução da sobrecarga e da depressão, melhora do bem-estar subjetivo, aumento de habilidades e conhecimentos dos cuidadores e gerenciamento mais eficaz dos sintomas dos idosos que recebiam o cuidado.

Grupos psicoeducacionais orientam o manejo do cuidado e o aumento do bem-estar dos cuidadores à medida que transmitem conhecimentos que podem melhorar a regulação das emoções. Conforme Figueiredo et al.13, a psicoeducação é caracterizada por ser limitada no tempo, estruturada, diretiva, focada no presente e na resolução de problemas. É uma abordagem baseada em métodos experimentais e científicos, partindo do pressuposto de que as cognições gerenciam as emoções e os comportamentos. Para esses autores, educar os pacientes e familiares é fundamental, pois as informações sobre a patologia contribuem para a identificação dos pensamentos e comportamentos distorcidos que estão na base da aflição e sofrimento. Tal intervenção é tão mais importante quando há carência de informações básicas ou treinamento formal adequado para os familiares e para a comunidade sobre o manejo diário adequado dos indivíduos14.

Diante dessa realidade, realizou-se uma revisão de literatura com o objetivo de identificar modelos e características de intervenções psicoeducacionais e o efeito dessa modalidade em cuidadores de idosos com demência.

MÉTODOS

Foi feito levantamento de estudos publicados entre janeiro de 2000 a abril de 2012 sobre o impacto de intervenções psicoeducacionais em cuidadores de idosos com demência. Para tanto, utilizaram-se as bases de dados PubMed, Lilacs, Web of Knowledge e SciELO, por meio das seguintes palavras-chave: psychoeducational and caregiver, caregiver and dementia and psychoeducational, caregiver and intervention and dementia e os termos equivalentes em português.

Foram incluídos no estudo artigos em língua portuguesa, inglesa e espanhola, que denominavam a intervenção estudada como psicoeducação e que mostravam o impacto dessa intervenção em cuidadores de idosos com demência. Foram excluídos os artigos de revisão, cartas ao editor e estudos de intervenções psicoeducacionais relacionadas com outras patologias, tais como esquizofrenia, transtornos bipolares e câncer.

Após a leitura dos artigos selecionados, buscou-se identificar estudos relevantes a partir das referências bibliográficas. Os trabalhos encontrados foram lidos na íntegra e analisados quanto aos objetivos, tipo de estudo, características da amostra e resultados significativos.

RESULTADOS

Foram encontrados 137 artigos na base PubMed e incluídos apenas 23. Na base Web of Knowledge, de 147 artigos encontrados, seis foram incluídos. Na base Lilacs, apenas dois artigos de 103 artigos foram incluídos; na base SciELO, apenas um de 47 artigos encontrados. Retiradas as referências cruzadas em mais de uma base, e considerando os critérios de inclusão e exclusão citados, foram selecionados 32 estudos, dos quais cinco foram excluídos por não ter sido possível encontrar o texto integral (Quadro 1).


Os estudos encontrados (n = 27) apresentaram diferentes tipos de abordagens de intervenções psicoeducacionais, e o tamanho da amostra de cuidadores variou de no mínimo 13 a no máximo 367. A média amostral correspondeu a 92,3 e a mediana a 66 cuidadores. Em todos os estudos analisados, a intervenção foi realizada com cuidadores familiares (Quadro 2).


Em 37% (n = 10) dos estudos houve melhora significativa no aumento do bem-estar dos cuidadores (diminuição dos sintomas depressivos); em 30% (n = 8), aumento do uso de estratégias de enfrentamento; (30%) diminuição de sentimentos disfuncionais (como raiva, hostilidade e ansiedade); aumento do conhecimento sobre os serviços disponíveis (19%, n = 5); melhora do senso de autoeficácia (15%, n = 4); menor sobrecarga do cuidado (11%, n = 3); diminuição do nível de estresse (11%, n = 3); aumento da habilidade em como lidar com o idoso (11%, n = 2); melhora na resposta autoimune (7%, n = 2); maior conhecimento sobre o processo da doença (4%, n = 1); melhora na qualidade de vida dos cuidadores (4%, n = 1); melhora no autocuidado (4%, n = 1); mudança de crença sobre o cuidado (4%, n = 1); aumento do sofrimento psicológico (4%, n = 1). Quanto a esse último estudo, foi realizada intervenção em um único dia, com 5 horas de duração, de informação e de troca de experiências.

As intervenções dos estudos analisados tiveram grande variabilidade de tempo, tendo durado entre um mínimo de 2,5 horas e o máximo de 45 horas. As intervenções com duração de até 15 horas foram encontradas em 12 estudos (44%); entre 16 horas e 30 horas, em 10 estudos (37%); e mais de 31 horas, apenas em dois estudos (7%). Três estudos não informaram a quantidade de horas das intervenções, somente a quantidade de semanas: 8, 10 (uma sessão semanal), 24 (duas visitas e um contato telefônico por semana).

As intervenções utilizaram diversos recursos: audiovisuais (CD e DVD), manuais, livros, aulas expositivas e contato telefônico. Observou-se que alguns grupos psicoeducacionais se basearam em abordagens teóricas de Lazarus e Folkman15, Beck et al.16, Lewinsohn17, Meleis et al.18 e Haddon19. Essas teorias sobre cuidadores deram a base para o desenvolvimento da intervenção, de acordo com o que pretendeu ser investigado.

DISCUSSÃO

Os estudos analisados não apresentaram definições da abordagem psicoeducacional e partiram de métodos variados para realizarem as intervenções. Observou-se que, embora grande parte dos estudos tenha apenas caráter informativo, o objetivo das intervenções era atingir questões do âmbito subjetivo do cuidador, como melhora do seu bem-estar, diminuição de sentimentos e pensamentos disfuncionais, melhora no senso de autoeficácia, aumento de uso de estratégias de enfrentamento da situação de cuidado, entre outros.

Para Justo e Calil20, a psicoeducação não deve apenas instruir os pacientes e familiares sobre a doença e o tratamento, mas também fazer do paciente um colaborador ativo. Isso é mais complexo do que a simples transmissão de informações, embora se possa afirmar que só isso, por si só, traz benefícios para o tratamento.

Uma metanálise realizada em 2011 por Chien et al.21 mostrou que grupos psicoeducacionais produzem um resultado significativamente maior no bem-estar psicológico e contra a depressão se comparados aos grupos educacionais e de suporte. Tanto os grupos psicoeducacionais quanto os grupos educacionais demonstraram efeitos positivos significativos na redução de sobrecarga, mas o grupo educativo pareceu ser mais eficaz. Esses resultados podem sugerir que os grupos educacionais tendem a fornecer imediatamente informações úteis, como habilidades de cuidado, formas de autoajustamento, conhecimento para lidar com questões legais e facilitar o encontro de recursos disponíveis que podem reduzir mais rapidamente a sobrecarga dos cuidadores. Grupos psicoeducacionais não apenas fornecem informações práticas para o atendimento ao paciente, mas também focam no estado psicológico e emocional dos cuidadores, e contribuem para o estabelecimento de uma rede social de apoio, sendo eficazes para a melhoria do bem-estar psicológico e depressão dos cuidadores.

Os resultados dos trabalhos analisados - de caráter exclusivamente informativo - , embora chamados de psicoeducacionais, estão em concordância com o estudo de Chien et al.21. Esses trabalhos apresentaram resultados significativos em relação ao uso de estratégias de enfrentamento, melhora da autoeficácia, diminuição de sentimentos disfuncionais, conhecimento sobre os serviços disponíveis e aumento da habilidade do cuidador. Tais dados sugerem que a informação é uma ferramenta eficiente para lidar com as demandas diárias do cuidado, além de contribuir para que o cuidador não culpabilize seu familiar pelos comportamentos e sintomas decorrentes da demência, diminuindo os sentimentos de raiva e hostilidade.

No entanto, intervenções de caráter educativo, de duração rápida e sem oferta de apoio, podem promover aumento do sofrimento psicológico, à medida que podem gerar ansiedade e sentimento de perda decorrente do conhecimento da evolução da demência (como visto no estudo de Aakhus et al.22).

Além da abordagem educativa, alguns artigos apresentaram técnicas de gerenciamento de estresse e de emoções, condizentes com a terapia cognitivo-comportamental. Os grupos psicoeducacionais são componentes importantes para grupos que utilizam as perspectivas teóricas da terapia comportamental dialética e da terapia cognitivo-comportamental. Na terapia comportamental dialética, a psicoeducação possibilita ensinar novas habilidades, tais como atenção, habilidades interpessoais, controle emocional e tolerância à angústia. Na terapia cognitivo-comportamental, as técnicas psicoeducacionais usadas são: sistematização do problema, treinamento de técnicas de relaxamento, ensaio comportamental, treinamento de habilidades sociais e treinamento de gerenciamento do estresse23.

As intervenções baseadas na terapia cognitivo-comportamental tiveram o intuito de ensinar habilidades para gerenciar o humor, o estresse, as emoções e os pensamentos disfuncionais (como encontrados nos estudos de Coon et al.24, Rabinowitz et al.25, Won et al.26, Savundranayaga et al.27) e apresentar técnicas de resolução de problemas, com o objetivo de instruir métodos para resolver os problemas comportamentais dos idosos e modificar as situações que geram estresse28-31.

Embora parte desses estudos não faça referência a um quadro teórico para a realização da psicoeducação, há muita semelhança com a abordagem desenvolvida por Lazarus e Folkman15 sobre estresse e coping. Tais autores foram citados nos estudos de Lavoie et al.32, Hébert et al.33, Ducharme et al.34 e Hepburn et al.35. Eles consideraram que, para promover a saúde mental do cuidador, as intervenções devem consistir nos seguintes elementos: avaliação cognitiva do estresse, percepção de controle sobre uma situação e uso de estratégias de enfrentamento para lidar com os estressores, ou seja, técnicas de resolução de problemas, de gerenciamento de estresse e de sintomas.

No estudo de Lavoie et al.32 e Hébert et al.33, os encontros foram divididos em duas etapas. A primeira consistia em quatro reuniões com o objetivo de melhorar a habilidade dos cuidadores na identificação do estressor específico e distinguir entre estressores modificáveis e não modificáveis. A segunda etapa tinha como objetivo ensinar aos cuidadores três tipos de estratégias de enfrentamento diante de uma situação estressante: resolução de problemas, reenquadramento e busca por suporte social. Os resultados do primeiro estudo mostraram que os participantes aprenderam a utilizar as estratégias de enfrentamento e o reenquadramento foi a técnica mais utilizada, se comparada com o procedimento de resolução de problemas e busca por apoio social. No segundo estudo, o programa psicoeducacional teve um impacto positivo nas reações e comportamentos perturbados dos cuidadores, o que pode ser justificado pelo aumento de habilidades de enfrentamento adquiridas durante as sessões psicoeducacionais33.

A intervenção psicoeducacional investigada por Ducharme et al.34 consistiu em capacitar os cuidadores por meio da sensibilização de sua capacidade de alterar a percepção de estresse e de exercer controle sobre as situações adversas, além de utilizar a estratégia de reenquadramento, que facilita o manejo de emoções dolorosas. Os resultados pós-intervenção e depois de três meses mostraram que três efeitos persistiram após a participação no grupo: reenquadramento, competência e percepção de suporte informal e formal disponíveis. Outros efeitos também foram observados imediatamente após a intervenção em relação à sobrecarga: percepção de ameaça, controle de si mesmo e desafio percebido.

Outra intervenção psicoeducacional, fundamentada na abordagem de Lazarus e Folkman15, foi a desenvolvida por Hepburn et al.35, denominada Savvy Caregiver Program (SCP), realizada no Alasca, Colorado e na região rural de Minnesota com 140 famílias cuidadoras. O objetivo desse programa era fornecer informações sobre a doença, contribuir para a mudança cognitiva, desenvolver a tolerância emocional, ensinar o cuidador a assumir o controle da situação, estabelecer uma meta realista de cuidados, avaliar as capacidades do paciente e criar oportunidades para satisfação pessoal. Os resultados revelaram que, após a intervenção, os cuidadores apresentaram aumento de habilidade, conhecimento e confiança para lidar com as demandas do cuidado; a sobrecarga e as crenças sobre cuidado mudaram significativamente, indicando melhora no bem-estar dos cuidadores.

Em suma, os estudos apresentados, baseados na mesma abordagem, mostraram efeitos positivos na redução do estresse e da sobrecarga, à medida que os cuidadores aprendem a usar as estratégias de enfrentamento para lidar com os estressores, diminuindo pensamentos disfuncionais e contribuindo para o melhor manejo do comportamento do paciente e das tarefas de cuidar.

Além da teoria de Lazarus e Folkman15, alguns estudos se basearam em outras abordagens teóricas para o desenvolvimento das intervenções. A teoria de Beck et al.16 e Lewinsohn17, encontrada em apenas um estudo36, articula o papel da cognição no desenvolvimento e manutenção de estados afetivos negativos. Essa teoria fornece habilidades cognitivo-comportamentais de gerenciamento de humor mediante duas abordagens principais: primeiro, na ênfase na redução do afeto negativo, para relaxar diante da situação estressante, avaliar o comportamento do paciente de forma mais realista e comunicação mais assertiva; segundo, no aumento do humor positivo por meio da aquisição de habilidades, tais como o desenvolvimento de estratégias para realizar pequenas atividades prazerosas todos os dias e aprender a estabelecer metas para mudar-se a si mesmo e recompensar-se das realizações ao longo da jornada de cuidado. No estudo de Gallagher-Thompsom et al.36, foram comparados uma intervenção psicoeducacional, baseada nessa abordagem, e um grupo de suporte, focado principalmente no desenvolvimento de apoio entre os pares, do que na instrução aos participantes sobre como lidar com suas próprias necessidades. Os resultados mostraram que os participantes do grupo psicoeducacional relataram uma significativa redução dos sintomas depressivos, além de aumento do uso de estratégias de enfrentamento adaptativas e uma tendência à diminuição do uso de estratégias de enfrentamento negativas quando comparados com os participantes do grupo de apoio.

Os estudos de Ducharme et al.37,38 desenvolveram as intervenções a partir da perspectiva teórica de Meleis et al.18, que consideram que a transição de papéis representa a passagem de um estado ou condição para outro. As transições são associadas com os estágios de desenvolvimento da vida ou com situações específicas, como a passagem para novos papéis, incluindo o de cuidador familiar. Essas transições criaram um período de instabilidade e de incerteza, durante o qual os indivíduos são mais vulneráveis aos riscos que podem afetar sua saúde. As intervenções fundamentadas nessa abordagem tinham o objetivo de fomentar o conhecimento sobre estratégias para aprender a vivenciar as novas demandas de cuidados e prover as habilidades necessárias a uma transição bem-sucedida para o papel do cuidador. Após a participação no grupo psicoeducacional, os cuidadores aprenderam a usar estratégia de enfrentamento e integrá-la em sua vida diária, além de se comunicar melhor com seus familiares e procurar ajuda; aprenderam também a planejar as necessidades futuras do idoso sob seu cuidado37,38.

Phillips39 realizaram uma intervenção psicoeducacional a partir do modelo teórico de Haddon19 com o objetivo de diminuir a frequência e a intensidade de agressão física, verbal e psicológica dos idosos com demência contra os familiares e reduzir a frequência de sentimentos como raiva, depressão, ansiedade, confusão e a sobrecarga dos cuidadores. De acordo com Haddon19, a proposta de educação e prevenção deve ser orientada no sentido de alterar as relações entre quem sofre violência e quem a pratica e o meio ambiente para evitar o próximo episódio de agressão. Estratégias de intervenção devem ser incorporadas para promover a identificação de padrões de comportamento, controle de raiva, comunicação, gestão e contenção de conflitos. No estudo da proposta de Haddon, a intervenção se mostrou efetiva, na medida em que houve diminuição da frequência de agressão verbal/psicológica dos pais ou cônjuges contra as cuidadoras.

Nos trabalhos analisados, foi possível observar que as propostas das intervenções não eram voltadas especificamente para um tema norteador (por exemplo, a violência dos idosos com demência), visto no trabalho de Phillips39. Em geral, as intervenções psicoeducacionais tinham como principais objetivos: fornecer informações sobre a doença, sobre técnicas de gerenciamento de estresse, emoções e humor dos cuidadores, técnicas para gerenciar os comportamentos dos pacientes. Contudo, além do estudo de Phillips39, o trabalho conduzido por Stern et al.40 se diferenciou dos demais, pois teve como objetivo ajudar o cuidador a intervir na interdição do paciente para dirigir veículos. Foram expostos os benefícios secundários de dirigir e sua relação com a qualidade de vida e as possíveis formas de garantir a continuidade desses benefícios mesmo quando o indivíduo deixa de dirigir. Foi mostrado como entrar em contato com o departamento de veículos motorizados e eliminar o carro.

Apesar da grande variabilidade de modelos teóricos e propostas de intervenções, os resultados dos estudos mostraram que a psicoeducação representa uma solução interessante para reduzir a sobrecarga e os níveis de estresse do cuidador. De acordo com o relatório sobre demência produzido pela Organização Mundial da Saúde4 em 2012, programas psicoeducacionais devem ter duração longa, fazer referência a um quadro teórico específico e ter objetivos bem definidos (com foco principalmente na informação), apoio psicológico, gestão de problemas comportamentais e de seus efeitos na vida do cuidador. As intervenções psicoeducacionais devem, por um lado, fornecer informações sobre a doença e como controlá-la e, por outro lado, ajudar os cuidadores a expressarem suas emoções e aprenderem a lidar com elas.

É importante destacar que membros da família são um recurso importante para o manejo do paciente e podem ajudar muito na eficácia do tratamento e na redução de gastos. Proporcionar bem-estar para o cuidador pode contribuir na redução dos custos indiretos relacionados com os cuidadores e também postergar e/ou evitar institucionalização do paciente4.

Em relação aos aspectos metodológicos dos estudos analisados, foi observada uma grande variabilidade de métodos para a realização e avaliação das intervenções psicoeducacionais. De acordo com Brown23, para avaliar o impacto desse tipo de intervenção, é necessário realizar pelo menos um pré-teste e também o pós-teste, para observar como o grupo se apresentava no início e quais foram as mudanças apresentadas após a participação no grupo, considerando o que se quer avaliar. Outro ponto relevante: alguns estudos não apresentaram descrição metodológica rigorosa, o que dificulta a replicação do modelo. Essas limitações dificultam a avaliação da modalidade de intervenção psicoeducacional mais adequada para aliviar a sobrecarga e aumentar o senso de bem-estar subjetivo do cuidador.

CONCLUSÃO

Cuidar de um idoso com demência pode ser uma tarefa onerosa e causar sobrecarga na vida do cuidador. A existência de serviços de apoio educativo, psicológico e social é essencial para reduzir as consequências advindas do ato de cuidar.

A intervenção psicoeducacional pode contribuir significativamente para a melhora do bem-estar, para a aquisição de estratégias de enfrentamento da situação de cuidado, diminuição de sentimentos e pensamentos disfuncionais, melhora no senso de autoeficácia, entre outros benefícios.

Contudo, há necessidade de uma padronização da abordagem em termos de estrutura, duração e conteúdos abordados, para que se obtenham informações mais precisas sobre o efeito desse tipo de intervenção.

CONFLITOS DE INTERESSE

Não há conflitos de interesse no presente estudo.

Lais de Oliveira Lopes

Al. Gaspar Nogueira, 162, ap. 32 Sky, Bairro Jardim

09090-010 - Santo André, SP, Brasil

Telefone: (11) 6702-5395

E-mail: laloliv@hotmail.com

Recebido em 1/6/2012

Aprovado em 14/8/2012

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      2012

    Histórico

    • Recebido
      01 Jun 2012
    • Aceito
      14 Ago 2012
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