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Características clínicas da esclerose mesial temporal em crianças

INTRODUÇÃO: Esclerose mesial temporal não é uma causa freqüente de epilepsia de difícil controle em crianças, e a idade de seu aparecimento é incerta. OBJETIVO: Conhecer as características clínicas de crianças com diagnóstico de esclerose mesial temporal. MATERIAL E MÉTODO: Foi realizada uma revisão de literatura sobre esta patologia em crianças, sendo encontrado um grupo de quatro artigos que permitem uma visão geral sobre esclerose mesial temporal em crianças e outro grupo de sete artigos (relatos de caso ou series pequenas) onde esclerose mesial temporal foi diagnosticada até os cinco anos de idade. RESULTADOS: No primeiro grupo avaliado, crise febril foi o antecedente mais freqüente, seguido por estado de mal epiléptico, e a semiologia das crises foi caracterizada por automatismo oroalimentar, automatismo gestual, parada da movimentação e fenômeno motor. O grupo de crianças com esclerose mesial temporal diagnosticada até os cinco anos se destacou pela alta incidência de estado de mal epiléptico (84,6%), pelo número de crianças com desenvolvimento neuropsicomotor alterado (46%), e por lesão na maioria dos casos bilateral (53,8%), sugerindo que a forma bilateral da esclerose mesial temporal possa ser uma patologia distinta, e não necessariamente a progressão de um quadro inicialmente unilateral. Outro ponto de destaque neste grupo é a documentação por ressonância magnética de edema em hipocampo após estado de mal epiléptico e posterior atrofia desta estrutura. CONCLUSÃO: Esclerose mesial temporal pode aparecer ainda na primeira infância e em alguns casos pode apresentar um caráter evolutivo e dependente de uma agressão prévia ao hipocampo.

epilepsia do lobo temporal; criança; adolescente; esclerose; hipocampo


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