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Medo ictal: características semiológicas e diagnóstico diferencial em transtornos de ansiedade interictais

INTRODUÇÃO: O medo ictal (IF) é uma aura comum. Pode ser a unica manifestação de uma crise parcial simples ou o início de uma crise parcial complexa. Freqüentemente vivenciada por pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (TLE) é associada a comprometimento de estruturas mesiais como a amígdala. Os transtornos de ansiedade são muito comuns entre os transtornos psiquiátricos associados a epilepsia, com uma prevalência de 15 a 20%. OBJETIVOS: descrever três casos de pacientes com medo ictal como manifestação de epilepsia refratária do lobo temporal mesial, apresentando também resultados do EEG, exames de imagem, avaliação neuropsicológica, de qualidade de vida e psiquiátrica. MÉTODOS E RESULTADOS: Três pacientes acompanhados no ambulatório do setor de Epilepsia da Universidade Federal de São Paulo com epilepsia refratária do lobo temporal mesial foram submetidos a avaliação pré-cirúrgica e cortico-amidalahipocampectomia. Dois apresentaram EEG de superficie com eletrodos esfenoidais com início ictal do lado esquerdo e dois tinham transtorno de depressão maior segundo a avaliação psiquiátrica. CONCLUSÃO: Embora o medo ictal seja uma aura freqüente, é importante levar em conta os índices elevados de comorbidades psiquiátricas, como os transtornos ansiosos, nos pacientes com epilepsia. Concluiu-se que pode ser difícil o diagnóstico diferencial de transtornos de ansiedade interictal, ataques de pânico e medo ictal, exigindo um manejo cuidadoso.

transtorno de ansiedade; epilepsia; medo ictal; neurologia; psiquiatria


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