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Características clínicas das crises não-epilépticas psicogênicas (CNEP): análise de uma série de pacientes brasileiros

Aproximadamente 3 milhões de pessoas tem o diagnóstico de epilepsia no Brasil e dados atuais sugerem uma prevalência de crises não-epilépticas psicogênicas da ordem de 2-33/100.000 indivíduos. Paradoxalmente, há pouco material publicado sobre o tema na literatura nacional. Estudamos uma população de pacientes brasileiros portadores de CNEP e realizamos uma revisão da literatura. MÉTODOS: a história clinica, resultados da avaliação por video-eletrencefalograma (VEEG), o diagnóstico psiquiátrico e o prognóstico foram avaliados em uma série de 45 pacientes portadores de CNEP, com ênfase em dados demográficos, semiológicos e de classificação. RESULTADOS: CNEP representaram 5.2% dos pacientes referidos para monitorização com VEEG em nosso serviço. Os pacientes em sua maioria foram jovens, com idade média de 27 anos e clara predominância do sexo feminino (78%). A maior parte das CNEP durou de 1-5 minutos, mas este dado foi variável. 28 pacientes foram encaminhados em função de "epilepsia intratável" e 14 destes apresentavam esclerose mesial temporal definida por RM. 33% apresentaram a clássica semiologia relacionada às CNEP. Crises de origem conversiva ou dissociativa foram predominantes na classificação psiquiátrica (80%). CONCLUSÕES: dados clínicos e de VEEG nesta população são superponíveis aos descritos em outras séries, sugerindo similaridades interculturais na expressão clínica das CNEP.

crises não-epilépticas psicogênicas; crises não-epilépticas; pseudocrises


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