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Relação da sazonalidade climática com parâmetros sanguíneos de ribeirinhos residentes na Amazônia brasileira Como citar este artigo: Rodrigues PC, Ignotti E, Hacon SS. Association between weather seasonality and blood parameters in riverine populations of the Brazilian Amazon. J Pediatr (Rio J). 2017;93:482–9. ,☆☆ ☆☆ Este artigo é parte da dissertação “Alterações subclínicas em escolares expostos aos poluentes atmosféricos derivados das queimadas na Amazônia Brasileira”, da autora Rodrigues, PCO, cuja defesa ocorreu em 2012 na Escola Nacional de Saúde Pública. E teve como fonte de financiamento dos projetos Inova/ENSP e CNPq/Papes VI (407747/2012-5).

Resumo

Objetivo:

Analisar a sazonalidade climática de parâmetros sanguíneos relacionados à homeostase do ferro, inflamação e alergia em duas populações ribeirinhas da Amazônia brasileira.

Método:

Fez-se um estudo transversal em 120 crianças e adolescentes em idade escolar, residentes em comunidades ribeirinhas de Porto Velho, Rondônia. Foram analisados hematócrito, hemoglobina, ferritina, ferro sérico, leucometria global, linfócitos, eosinófilos, proteína C-reativa e imunoglobulina E nas estações seca e chuvosa. Usaram-se o teste do qui-quadrado e a razão de prevalência para a comparação das proporções, além do teste t de Student pareado para a análise de médias.

Resultados:

Hemoglobina (13,3 g/dL) e hematócrito (40,9%) apresentaram maiores valores médios no período de seca. A prevalência de anemia foi de 4% e 12% na seca e na chuva, respectivamente. O ferro sérico foi menor no período de seca com média de 68,7 mcg/dL. A prevalência de deficiência de ferro foi em média 25,8% na seca e 9,2% na chuva. A concentração sérica de ferritina não apresentou valores alterados em ambos os períodos, no entanto os valores médios apresentaram-se mais elevados na seca (48,5 ng/mL). Os parâmetros dos eosinófilos, linfócitos, leucometria global, proteína C-reativa e imunoglobulina E não apresentaram diferenças sazonais. A proteína C-reativa e a imunoglobulina E apresentaram valores alterados em 7% e 60% dos exames feitos, respectivamente.

Conclusão:

Os parâmetros hematológicos da série vermelha e a homeostasia ferro sanguíneo apresentaram variação sazonal, que coincide com o período de seca na região, no qual se observa aumento dos poluentes atmosféricos derivados das queimadas.

PALAVRAS-CHAVE
Homeostasia do ferro; Biomarcadores; Mudanças climáticas

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