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Curso clínico de uma coorte de crianças com incontinência urinária diurna não neurogênica acompanhada em serviço terciário Como citar este artigo: Lebl A, Fagundes SN, Koch VH. Clinical course of a cohort of children with non-neurogenic daytime urinary incontinence symptoms followed at a tertiary center. J Pediatr (Rio J). 2016;92:129-35. ☆☆ ☆☆ Trabalho vinculado ao Ambulatório de Nefrologia Pediátrica, Instituto da Criança, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo:

Caracterizar uma coorte de crianças com incontinência urinária diurna não neurogênica acompanhada em serviço terciário.

Métodos:

Análise retrospectiva de 50 prontuários de crianças com controle miccional ou idade mínima de cinco anos, por meio de protocolo estruturado, que incluiu sintomas de disfunção do trato urinário inferior, comorbidades, manifestações associadas, exame clínico, diário miccional, exames subsidiários, opções terapêuticas e evolução clínica, conforme normatizações da International Children's Continence Society, de 2006 e 2014.

Resultados:

Eram do sexo feminino 86% dos pacientes. A idade média foi de 7,9 anos e o seguimento médio de 4,7 anos. Urgência (56%), urgeincontinência (56%), retenção urinária (8%), enurese noturna (70%), infecção do trato urinário (62%), constipação (62%) e perda fecal (16%) foram os principais sintomas e comorbidades. Exames de ultrassom apresentaram alterações em 53% dos casos e o estudo urodinâmico em 94,7%. Na última consulta, 32% dos pacientes ainda apresentavam incontinência urinária. Ao analisar os métodos diagnósticos, observou-se concordância de 85% entre o diagnóstico preditivo de bexiga hiperativa obtido pela história clínica mais exames não invasivos e o diagnóstico de hiperatividade detrusora obtido pelo estudo urodinâmico.

Conclusão:

O subgrupo de pacientes com quadro clínico característico de bexiga hiperativa, sem antecedentes de infecção urinária, ultrassom de vias urinárias e urofluxometria normal poderia iniciar tratamento sem a necessidade de estudos invasivos, até em serviço terciário. Aproximadamente um terço dos pacientes com incontinência urinária atendidos em serviços terciários permaneceu refratário ao tratamento.

Palavras-chave
Diagnóstico; Incontinência urinária; Pediatria; Sistema urinário; Qualidade de vida; Criança

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