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Epidemiologia da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica Como citar este artigo: Shimoda-Sakano TM, Schvartsman C, Reis AG. Epidemiology of pediatric cardiopulmonary resuscitation. J Pediatr (Rio J). 2020;96:409-21. , ☆☆ ☆☆ Estudo vinculado à Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Instituto da Criança, São Paulo, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo:

Analisar os principais aspectos epidemiológicos da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica pré-hospitalar e hospitalar e o impacto das evidências científicas na sobrevida.

Fonte de dados:

Revisão narrativa da literatura publicada em Pubmed/Medline até janeiro de 2019, inclusive artigos originais e de revisão, revisões sistemáticas, metanálises, anais de Congresso, além de busca manual dos artigos selecionados.

Síntese dos dados:

Os cenários pré-hospitalar e hospitalar apresentam características e prognósticos distintos. A parada cardiorrespiratória pré-hospitalar pediátrica apresenta sobrevida três vezes menor do que a hospitalar, ocorre em sua maioria nas residências e nos menores de um ano. A maior sobrevida parece estar associada a progressão da idade, ritmo chocável, atendimento por serviço médico de emergência, uso de desfibrilador externo automático, suporte básico de vida precoce de alta qualidade e orientação de ressuscitação cardiopulmonar via telefônica por atendente e está fortemente associada com parada cardiorrespiratória presenciada. No cenário hospitalar, observou-se maior incidência em menores de um ano e mortalidade crescente com a idade. Maior sobrevida foi observada quanto a menor duração da ressuscitação cardiopulmonar, ocorrência em dias da semana e período diurno, ritmo chocável inicial e monitoração prévia. Apesar do prognóstico reservado da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica, observou-se nos últimos anos incremento da sobrevida com bom prognóstico neurológico no cenário hospitalar.

Conclusões:

Houve grande avanço na ciência da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica, especialmente em países desenvolvidos. O reconhecimento dos aspectos epidemiológicos que influenciam a sobrevida da ressuscitação cardiopulmonar pode direcionar esforços para ações mais efetivas. Assim, a pesquisa em países emergentes e menos favorecidos persiste como prioridade no conhecimento de fatores locais.

PALAVRAS-CHAVE
Ressuscitação cardiopulmonar; Parada cardiorrespiratória; Fibrilação ventricular; Taquicardia ventricular sem pulso; Assistolia; Atividade elétrica sem pulso

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