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Automedicação em nutrizes e sua influência sobre a duração do aleitamento materno

OBJETIVO: Investigar a prática da automedicação em nutrizes, principais fármacos utilizados e influência sobre a duração do aleitamento materno. MÉTODOS: Estudo longitudinal tipo coorte realizado com 246 mulheres assistidas na maternidade do Hospital Manoel Gonçalves, em Itaúna (MG). O acompanhamento às mães e recém-nascidos foi realizado mensalmente nos primeiros 12 meses após o parto ou até a interrupção da amamentação. O efeito da prática da automedicação sobre o tempo de aleitamento materno foi analisado por análise multivariada, a partir do modelo de regressão de Cox, com covariáveis dependentes do tempo. RESULTADOS: A automedicação foi praticada por 52,4% das nutrizes. As classes farmacológicas mais utilizadas foram os analgésicos/antipiréticos (54,4%), anti-inflamatórios não-esteroides (15%), espasmolíticos (6,2%), laxantes (3,5%), benzodiazepínicos (3%), descongestionantes nasais (1,4%) e antibióticos (0,9%). Os fármacos mais utilizados foram dipirona (31,5%) e paracetamol (17,9%). A prática de automedicação associou-se à maior probabilidade de uso de medicamentos com risco de efeitos adversos sobre o lactente ou sobre a lactação (p = 0,000). Contudo, a prática da automedicação não foi associada ao desmame (p = 0,135). CONCLUSÕES: A elevada frequência de automedicação entre as nutrizes e o uso de medicamentos com risco de efeitos indesejáveis sobre o lactente e na produção láctea revelam a necessidade de melhor orientação sobre os riscos da automedicação pelas nutrizes. Contudo, a prática da automedicação não se revelou um fator de risco para o desmame.

Aleitamento materno; lactação; desmame; automedicação; preparações farmacêuticas


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