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Dor musculoesquelética e síndromes musculoesqueléticas em adolescentes relacionadas a dispositivos eletrônicos Como citar este artigo: Queiroz LB, Lourenço B, Silva LE, Lourenço DM, Silva CA. Musculoskeletal pain and musculoskeletal syndromes in adolescents are related to electronic devices. J Pediatr (Rio J). 2018;94:673-9. , ☆☆ ☆☆ Estudo feito na Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Instituto da Criança, São Paulo, SP, Brasil

Resumo

Objetivo:

Avaliar o uso de televisão e dispositivos eletrônicos em adolescentes com dor e síndromes musculoesqueléticas.

Métodos:

Foi feito um estudo transversal com 299 adolescentes saudáveis de uma escola particular. Todos os alunos responderam a um questionário autoaplicável, que incluiu perguntas sobre: dados demográficos, prática de atividade física, sintomas de dor musculoesquelética e o uso de televisão/dispositivos eletrônicos (computador, internet, jogos eletrônicos e celular). Sete síndromes musculoesqueléticas foram avaliadas: fibromialgia juvenil, síndrome de hipermobilidade articular benigna, síndrome miofascial, tendinite, bursite, epicondilite e síndrome de dor regional complexa.

Resultados:

A concordância entre o pré-teste e reteste foi de 0,83. Dor musculoesquelética e síndromes musculoesqueléticas foram encontradas em 183/299 (61%) e 60/183 (33%), respectivamente. As medianas de idade [15 (10-18) versus 14 (10-18) anos, p = 0,032] e de anos de escolaridade [10 (5-12) vs. 9 (5-12) anos, p = 0,010] foram significantemente maiores em adolescentes com dor musculoesquelética em comparação com aqueles sem essa condição. As frequências do sexo feminino (59% versus 47% p = 0,019), uso do telefone celular (93% contra 81%, p = 0,003) e do uso simultâneo de pelo menos dois dispositivos eletrônicos (80% vs. 67%, p = 0,011) foram significantemente maiores no grupo de adolescentes com dor musculoesquelética. Comparações adicionais entre os adolescentes com e sem síndromes musculoesqueléticas revelaram que a frequência do sexo feminino foi significantemente maior no primeiro grupo (75% versus 25%, p = 0,002) e com mediana significantemente reduzida de horas de jogos eletrônicos nos fins de semana e feriados [1,5 (0-10) vs. 3 (0-17) horas/dia, p = 0,006].

Conclusões:

Uma alta prevalência de dor/síndromes musculoesqueléticas foi observada em adolescentes do sexo feminino. A dor musculoesquelética foi predominantemente relatada entre alunos com mediana de idade de 15 anos e que usavam pelo menos dois dispositivos eletrônicos simultaneamente. O uso reduzido de jogos eletrônicos foi associado à presença de síndromes musculoesqueléticas.

PALAVRAS-CHAVE
Adolescente; Dor musculoesquelética; Síndromes musculoesqueléticas; Dispositivos eletrônicos

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