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Evidências de subdiagnóstico e marcadores de risco de pressão arterial elevada em crianças de 6 a 13 anos

OBJETIVO:

Estimar a prevalência de pressão arterial (PA) elevada em escolares, assim como a frequência relatada de aferição prévia da PA nessas crianças. Identificar marcadores de risco de PA elevada na amostra.

MÉTODOS:

Estudo transversal envolvendo 794 crianças de 6 a 13 anos, matriculadas no ensino público fundamental. Questionário entregue aos pais, com informações perinatais, sócio-econômicas e sobre aferição prévia da PA nas crianças. Avaliação antropométrica: peso, altura, circunferências abdominal, de quadril, braquial e cervical, além das três aferições da pressão arterial. Classificação dos níveis pressóricos conforme as recomendações internacionais atuais, estabelecidas em 2004.

RESULTADOS:

A prevalência de PA elevada (hipertensão ou pré-hipertensão) foi de 7%. Apenas 21,7% das crianças haviam sido previamente submetidas a aferições de PA. A razão de chances de PA elevada entre crianças com e sem excesso de peso foi de 2,9 (IC 95% = 1,7 a 5,0, p < 0,001). Nenhuma das medidas antropométricas foi superior ao Z de IMC como preditor de PA elevada. Histórico de hipertensão na gestação (p < 0,001), de prematuridade (p = 0,006), hipertensão materna (p = 0,01) e hipertensão paterna (p = 0,008) também se correlacionaram à presença de PA elevada nas crianças.

CONCLUSÕES:

Excesso de peso e história familiar configuram como principais marcadores de risco de PA elevada em crianças. A baixa frequencia de aferição da PA observada em crianças deste município contribui para o subdiagnóstico da doença, com consequências futuras irreversíveis para esses indivíduos.

Hipertensão arterial; Crianças; Obesidade; Marcador de risco


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