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Excesso de peso e fatores associados em crianças da região nordeste do Brasil

OBJETIVO: Investigar a prevalência do excesso de peso e sua associação com fatores socioeconômicos, biológicos e maternos em menores de 5 anos da região semiárida do estado de Alagoas. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostra representativa. Foram avaliadas variáveis da criança (excesso de peso, sexo, peso ao nascer, prematuridade, duração do aleitamento materno e procedência) e da mãe (excesso de peso, obesidade central, renda, escolaridade e fumo durante a gestação). O excesso de peso nas crianças foi definido com base no índice peso/estatura > 1 escore z, e nas mães, o excesso de peso e a obesidade central foram identificados pelo índice de massa corporal > 30 kg/m² e circunferência da cintura > 80 cm, respectivamente. Realizou-se regressão logística, adotando-se o excesso de peso como desfecho, considerando-se significante p < 0,05. RESULTADOS: A amostra foi composta por 963 crianças, com média de idade de 27,7 meses (desvio padrão ±17,3). A prevalência de excesso de peso em crianças foi de 28,5% e diretamente associada à obesidade central na mãe (odds ratio = 1,46; IC95% 1,07-1,98) e duração do aleitamento materno não exclusivo por um período inferior a 6 meses (odds ratio = 1,82; IC95% 1,31-2,51). CONCLUSÕES: Este estudo mostrou uma elevada prevalência de excesso de peso em menores de 5 anos associada à obesidade central na mãe e ao aleitamento materno não exclusivo por um período inferior a 6 meses. Esses achados sugerem que o aleitamento materno pode proteger a criança contra o excesso de peso e apontam para a necessidade de prevenção primária e secundária da obesidade central materna.

Sobrepeso; obesidade; antropometria; infância


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