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Impacto da intervenção no estado nutricional, consumo de processados e qualidade de vida de adolescentes com excesso de peso Como citar este artigo: Poll FA, Miraglia F, D'avila HF, Reuter CP, Mello ED. Impact of intervention on nutritional status, consumption of processed foods, and quality of life of adolescents with excess weight. J Pediatr (Rio J). 2020;96:599-607.

Resumo

Objetivo:

Avaliar o impacto de uma intervenção nutricional no estado nutricional, no consumo de alimentos ultraprocessados e na qualidade de vida de adolescentes com excesso de peso.

Métodos:

Estudo experimental, realizado com escolares com excesso de peso, que foram divididos em dois grupos, intervenção e controle. A intervenção nutricional durou seis meses, com abordagem educativa e motivacional. Foram avaliados, antes e após o período, estado nutricional (circunferência da cintura e índice de massa corporal), qualidade de vida e consumo de alimentos ultraprocessados.

Resultados:

Participaram 62 adolescentes com sobrepeso ou obesidade, 37 do grupo intervenção e 25 do grupo controle, 13,2 ± 1,5 anos no grupo intervenção e 13,0 ± 1,8 anos no grupo controle, ambos com maior participação do sexo feminino. No índice de massa corporal houve mudanças [grupo intervenção (variação de −0,81 ± 2,28); grupo controle (variação de −0,64 ± 1,28)] e circunferência da cintura para os grupos intervenção (variação de −3,31 ± 5,47). No consumo de alimentos ultraprocessados pré e pós, houve redução significativa no grupo intervenção do consumo de refrigerante [variação de −0,07 (−0,27 a 0,00)], macarrão instantâneo [variação de −0,03 (−0,07 a 0,00)] e bolacha recheada [variação de −0,06 (−0,26 a 0,00)]. A qualidade de vida aumentou no grupo intervenção e reduziu no grupo controle, sem relevância estatística intra (p = 0,162) ou entre grupos pré (p = 0,426) e pós (0,249), reduziu a pontuação do domínio emocional, com variação significativa no grupo intervenção (pré e pós) (Δ−19,0 ± 40,6).

Conclusão:

Obteve-se uma diminuição do índice de massa corporal e circunferência da cintura (obesidade central mais relacionada com resistência insulínica), diminuição de alimentos ultraprocessados (refrigerante, biscoito recheado e macarrão instantâneo), tendência de melhoria da qualidade de vida (contudo, diminuição dos domínios da qualidade de vida emocional e escolar).

PALAVRAS-CHAVE
Adolescentes; Ensaio clínico; Qualidade de vida; Consumo de alimentos

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