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Jornal de Pediatria, Volume: 93, Número: 4, Publicado: 2017
  • Administração de surfactante sem intubação - o que a máscara laríngea nos oferece?☆,☆☆ Editorials

    Dargaville, Peter A.
  • Sedação e estenose subglótica em crianças gravemente doentes☆, ☆☆ Editorials

    Shein, Steven L.; Rotta, Alexandre T.
  • Ingestão de água e líquidos na prevenção e no tratamento da constipação intestinal funcional em crianças e adolescentes: existem evidências?☆, ☆☆ Review Articles

    Boilesen, Sabine Nunes; Tahan, Soraia; Dias, Francine Canova; Melli, Lígia Cristina Fonseca Lahoz; Morais, Mauro Batista de

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Estudar as evidências sobre o papel do consumo de água e líquidos na prevenção e no tratamento da constipação intestinal funcional em crianças e adolescentes. Fontes de dados: Foram pesquisados na base de dados do Medline (entre 1966 e 2016) todos os artigos publicados com as seguintes palavras: constipação, água e líquidos, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram selecionados, pelo título e resumo, todos os artigos originais com crianças e adolescentes. As referências desses artigos também foram avaliadas. Síntese de dados: Foram encontrados 1.040 artigos. Desses, 24 foram selecionados para leitura. Foram incluídos 11 artigos que estudaram crianças e adolescentes. Os artigos foram distribuídos em duas categorias, os que avaliaram o consumo de água e líquidos como fator de risco para constipação intestinal e os que avaliaram o seu papel na terapêutica da constipação intestinal. Cinco artigos se enquadraram na primeira categoria. Os critérios para avaliar consumo de líquidos e ritmo intestinal foram diferentes em cada estudo. Três estudos demonstraram relação entre baixo consumo de líquidos e constipação intestinal. Quanto ao tratamento, foram encontrados cinco artigos com metodologias heterogêneas. Em nenhum deles foi possível identificar com clareza o papel favorável do consumo de líquidos no tratamento da constipação intestinal. Conclusão: Existem poucos artigos sobre a relação entre consumo de líquidos e constipação intestinal. Evidências epidemiológicas indicam associação entre menor consumo de líquidos com constipação intestinal. São necessários outros ensaios clínicos e estudos epidemiológicos que levem em consideração as recomendações internacionais para consumo de líquidos por crianças e adolescentes.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To study the evidence on the role of water and fluid intake in the prevention and treatment of functional intestinal constipation in children and adolescents. Source of data: A search was carried out in the Medline database (between 1966 and 2016) for all published articles containing the following words: constipation, water, and fluids, published in Portuguese, English, and Spanish. All original articles that assessed children and adolescents were selected by title and abstract. The references of these articles were also evaluated. Synthesis of data: A total of 1040 articles were retrieved. Of these, 24 were selected for reading. The study included 11 articles that assessed children and adolescents. The articles were divided into two categories, those that evaluated water and fluid intake as a risk factor for intestinal constipation and those that evaluated their role in the treatment of intestinal constipation. Five articles were included in the first category. The criteria for assessing fluid intake and bowel rhythm were different in each study. Three studies demonstrated an association between low fluid intake and intestinal constipation. Regarding treatment, five articles with heterogeneous methodologies were found. None of them clearly identified the favorable role of fluid intake in the treatment of intestinal constipation. Conclusion: There are few articles on the association between fluid intake and intestinal constipation. Epidemiological evidence indicates an association between lower fluid intake and intestinal constipation. Further clinical trials and epidemiological studies that consider the international recommendations for fluid intake by children and adolescents are required.
  • Desenvolvimento motor de prematuros avaliados pela Alberta Infant Motor Scale: artigo de revisão sistemática Review Articles

    Fuentefria, Rubia do N.; Silveira, Rita C.; Procianoy, Renato S.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Recém-nascidos prematuros são considerados de risco para déficits no desenvolvimento motor, o que ocasiona a necessidade de acompanhamento nos primeiros anos de vida. O objetivo do presente estudo é revisar de forma sistemática as publicações que abordam o desenvolvimento motor amplo de crianças nascidas prematuras, avaliadas por meio da Alberta Infant Motor Scale (AIMS), de modo a apontar os principais desfechos motores. Fontes dos dados: Revisão sistemática das publicações de 2006 a 2015, indexadas nas bases de dados Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline, nos idiomas inglês e português. A estratégia de busca incluiu palavras-chaves: prematuro, pré-termo, prematuridade, desenvolvimento motor, controle postural, seguimento, Alberta Infant Motor Scale, prematurity, pre-term, motor development, postural control e follow-up. Síntese dos dados: Foram identificados 101 artigos e selecionados 23, conforme critérios de inclusão. As idades das crianças avaliadas nos estudos incluíram os primeiros seis meses até os 15 ou 18 meses de idade corrigida. Variado percentual de atraso motor foi identificado na descrição dos desfechos motores de 10 estudos, de 4 a 53%, dependeu da idade em que o bebê foi avaliado. Os estudos apontam diferenças significativas no desenvolvimento motor de prematuros e crianças nascidas a termo, com descrição de escores brutos mais baixos nos resultados da AIMS de crianças prematuras. Conclusões: É fundamental que os serviços de seguimento de bebês de risco apresentem estratégias de avaliação e acompanhamento do desenvolvimento motor amplo de prematuros, a AIMS é uma ferramenta de avaliação indicada para identificar comportamentos motores atípicos nessa população.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Premature newborns are considered at risk for motor development deficits, leading to the need for monitoring in early life. The aim of this study was to systematically review the literature about gross motor development of preterm infants, assessed by the Alberta Infant Motor Scale (AIMS) to identify the main outcomes in development. Data source: Systematic review of studies published from 2006 to 2015, indexed in Pubmed, Scielo, Lilacs, and Medline databases in English and Portuguese. The search strategy included the keywords: Alberta Infant Motor Scale, prematurity, preterm, motor development, postural control, and follow-up. Data summary: A total of 101 articles were identified and 23 were selected, according to the inclusion criteria. The ages of the children assessed in the studies varied, including the first 6 months up to 15 or 18 months of corrected age. The percentage variation in motor delay was identified in the motor outcome descriptions of ten studies, ranging from 4% to 53%, depending on the age when the infant was assessed. The studies show significant differences in the motor development of preterm and full-term infants, with a description of lower gross scores in the AIMS results of preterm infants. Conclusions: It is essential that the follow-up services of at-risk infants have assessment strategies and monitoring of gross motor development of preterm infants; AIMS is an assessment tool indicated to identify atypical motor development in this population.
  • Ensaio controlado randomizado de máscara laríngea para administração de surfactantes em neonatos☆, ☆☆ Original Articles

    Barbosa, Rosilu F.; Simões e Silva, Ana C.; Silva, Yerkes P.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Comparar a eficácia de curto prazo da administração de surfactante por máscara laríngea em comparação com o tubo endotraqueal. Métodos: Neonatos prematuros (28-35 semanas de idade gestacional), com 1 kg ou mais, com síndrome do desconforto respiratório, que necessitavam de pressão positiva nasal contínua nas vias aéreas, com aumento do esforço respiratório e/ou fração de oxigênio inspirado (FiO2) ≥ 0,40 para manter a saturação de oxigênio 91-95%, foram randomizados para receber surfactante por ML seguido por nCPAP ou por TE seguido por ventilação mecânica (VM). O resultado clínico primário foi definido como FiO2 ≤ 0,30 três horas após o surfactante. Os resultados secundários do grupo de ML foram: necessidade de segunda dose de surfactante nas primeiras 24 horas, necessidade de VM e presença de surfactante no conteúdo gástrico. Resultados: Foram randomizados 48 pacientes; 26 no grupo de ML e 22 no grupo de TE. Seis dentre os 26 pacientes (23%) do grupo de ML e cinco dentre 22 pacientes (22,7%) do grupo de TE não apresentaram o resultado primário (p = 0,977); 14 (53,8%) dos pacientes do grupo de ML não foram intubados nem ventilados; 12 (46,1%) foram submetidos a VM: por falha do surfactante (23%), por falha da nCPAP (11,5%) e por complicações tardias (11,5%). Os grupos foram semelhantes em relação às condições pré-natais e de nascimento e a ocorrência de eventos adversos. Não foi encontrado conteúdo gástrico significativo em 61,5% dos pacientes do grupo de ML. As necessidades de oxigênio e da segunda dose de surfactante, o índice arterial/alveolar e as morbidades foram semelhantes entre os grupos. Conclusões: A administração de surfactante por ML mostrou eficácia de curto prazo com necessidade complementar de oxigênio semelhante ao surfactante por TE e menor necessidade de VM. Serão necessários estudos adicionais com tamanho da amostra maior para confirmar esses resultados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To compare the short-term efficacy of surfactant administration by laryngeal mask airway versus endotracheal tube. Methods: Preterm infants (28-35 weeks of gestational age), weighing 1 kg or more, with respiratory distress syndrome, requiring nasal continuous positive airway pressure, with increased respiratory effort and/or fraction of inspired oxygen (FiO2) ≥ 0.40 to maintain oxygen saturation 91-95%, were randomized to receive surfactant by LMA following nCPAP or by ETT following mechanical ventilation (MV). The primary outcome was a clinical response defined as FiO2 ≤ 0.30 three hours after surfactant. Secondary outcomes for LMA group were: need of surfactant retreatment during the first 24 h, MV requirement, and presence of surfactant in gastric content. Results: Forty-eight patients were randomized; 26 in the LMA group and 22 in the ETT group. Six of 26 patients (23%) in the LMA group and five of 22 patients (22.7%) in the ETT group did not meet the primary outcome (p = 0.977). Fourteen (53.8%) of the LMA patients were not intubated nor ventilated; 12 (46.1%) were ventilated: for surfactant failure (23%), for nCPAP failure (11.5%), and for late complications (11.5%). Groups were similar regarding prenatal status, birth conditions, and adverse events. No significant gastric content was found in 61.5% of the LMA patients. Oxygen and second dose surfactant requirements, arterial/alveolar ratio, and morbidities were similar among groups. Conclusions: Surfactant administration by LMA showed short-term efficacy, with similar supplementary oxygen need compared to surfactant by ETT, and lower MV requirement. Further studies with larger sample size are necessary to confirm these results.
  • Subsedação é um fato de risco para o desenvolvimento de estenose subglótica em crianças intubadas☆, ☆☆ Original Articles

    Schweiger, Cláudia; Manica, Denise; Pereira, Denise Rotta Rutkay; Carvalho, Paulo Roberto Antonacci; Piva, Jefferson Pedro; Kuhl, Gabriel; Sekine, Leo; Marostica, Paulo José Cauduro

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Analisar o nível de sedação em crianças intubadas como um fator de risco para o desenvolvimento de estenose subglótica (ES). Métodos: Todos os pacientes entre 30 dias e cinco anos que necessitaram de intubação endotraqueal na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica entre 2013 e 2014 foram incluídos neste estudo prospectivo. Eles foram monitorados diariamente e foram obtidos os escores da escala Comfort-B. Foi feita laringoscopia com tubo flexível de fibra óptica em oito horas da extubação e repetida 7-10 dias depois, caso o primeiro exame tivesse mostrado lesões laríngeas moderadas a graves. Caso essas lesões tivessem persistido e/ou caso a criança tivesse desenvolvido sintomas no período de acompanhamento, foi feita microlaringoscopia sob anestesia geral para avaliar a ES. Resultados: Incluímos 36 crianças. A incidência da ES foi de 11,1%. As crianças com ES apresentaram um maior percentual de escores da escala Comfort-B entre 23 e 30 (subsedados) que os que não desenvolveram ES (15,8% em comparação com 3,65%, p = 0,004). Conclusão: As crianças que desenvolveram ES foram menos sedadas do que as que não desenvolveram.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To analyze the level of sedation in intubated children as a risk factor for the development of subglottic stenosis. Methods: All patients between 30 days and 5 years of age who required endotracheal intubation in the pediatric intensive care unit between 2013 and 2014 were included in this prospective study. They were monitored daily and COMFORT-B scores were obtained. Flexible fiber-optic laryngoscopy was performed within eight hours of extubation, and repeated seven to ten days later if the first examination showed moderate to severe laryngeal injuries. If these lesions persisted and/or if the child developed symptoms in the follow-up period, microlaryngoscopy under general anesthesia was performed to evaluate for subglottic stenosis. Results: The study included 36 children. Incidence of subglottic stenosis was 11.1%. Children with subglottic stenosis had a higher percentage of COMFORT-B scores between 23 and 30 (undersedated) than those who did not develop subglottic stenosis (15.8% vs. 3.65%, p = 0.004). Conclusion: Children who developed subglottic stenosis were less sedated than children who did not develop subglottic stenosis.
  • Associação entre a depressão pós-parto e a prática do aleitamento materno exclusivo nos três primeiros meses de vida☆, ☆☆ Original Articles

    Silva, Catarine S.; Lima, Marilia C.; Sequeira-de-Andrade, Leopoldina A.S.; Oliveira, Juliana S.; Monteiro, Jailma S.; Lima, Niedja M.S.; Santos, Rijane M.A.B.; Lira, Pedro I.C.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Verificar a associação entre a depressão pós-parto e a ocorrência do aleitamento materno exclusivo. Método: Estudo de corte transversal feito nos estados da Região Nordeste, durante a campanha de vacinação de 2010. A amostra consistiu de 2.583 binômios mães-crianças entre 15 dias e três meses. Usou-se a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo para rastrear a depressão pós-parto. O desfecho consistiu da ausência de aleitamento materno exclusivo nas 24 horas que antecederam a entrevista. A depressão pós-parto foi variável explanatória de interesse e as covariáveis foram: condições socioeconômicas e demográficas, assistência pré-natal, ao parto e pós-natal e fatores da criança. Fez-se análise de regressão logística multivariada com o objetivo de controlar possíveis fatores de confusão. Resultados: A amamentação exclusiva foi observada em 50,8% das crianças e 11,8% das mulheres apresentaram sintomatologia indicativa de depressão pós-parto. Na análise de regressão logística multivariada foi verificada uma maior chance de ausência do aleitamento materno exclusivo entre as mães com sintomas de depressão pós-parto (OR = 1,67; p < 0,001). Conclusões: A depressão pós-parto contribuiu para redução da prática do aleitamento materno exclusivo. Assim, esse transtorno deveria ser incluído nas orientações de apoio desde o pré-natal e nos primeiros meses pós-parto, especialmente em mulheres de baixo nível socioeconômico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To investigate the association between postpartum depression and the occurrence of exclusive breastfeeding. Method: This is a cross-sectional study conducted in the states of the Northeast region, during the vaccination campaign in 2010. The sample consisted of 2583 mother-child pairs, with children aged from 15 days to 3 months. The Edinburgh Postnatal Depression Scale was used to screen for postpartum depression. The outcome was lack of exclusive breastfeeding, defined as the occurrence of this practice in the 24 h preceding the interview. Postpartum depression was the explanatory variable of interest and the covariates were: socioeconomic and demographic conditions; maternal health care; prenatal, delivery, and postnatal care; and the child's biological factors. Multivariate logistic regression analysis was conducted to control for possible confounding factors. Results: Exclusive breastfeeding was observed in 50.8% of the infants and 11.8% of women had symptoms of postpartum depression. In the multivariate logistic regression analysis, a higher chance of exclusive breastfeeding absence was found among mothers with symptoms of postpartum depression (OR = 1.67; p < 0.001), among younger subjects (OR = 1.89; p < 0.001), those who reported receiving benefits from the Bolsa Família Program (OR = 1.25; p = 0.016), and those started antenatal care later during pregnancy (OR = 2.14; p = 0.032). Conclusions: Postpartum depression contributed to reducing the practice of exclusive breastfeeding. Therefore, this disorder should be included in the prenatal and early postpartum support guidelines for breastfeeding, especially in low socioeconomic status women.
  • Equações com base na antropometria para prever a gordura corporal medida por absorciometria em crianças em idade escolar e adolescentes☆ Original Articles

    Ortiz-Hernández, Luis; López, A. Valeria Vega; Ramos-Ibáñez, Norma; Lara, L. Joana Cázares; Gómez, R. Joab Medina; Pérez-Salgado, Diana

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Desenvolver e validar equações para estimar o percentual de gordura corporal (%GC) de crianças e adolescentes do México com medidas antropométricas. Métodos: Foi feito um estudo transversal com 601 crianças e adolescentes do México cinco e 19 anos. Os participantes foram divididos aleatoriamente nos seguintes dois grupos: a amostra de desenvolvimento (n = 398) e a amostra de validação (n = 203). A validade das equações publicadas anteriormente (por exemplo, Slaughter) também foi avaliada. O %GC foi estimado por absorciometria de dupla energia de raios X (raios X de dupla energia [DXA]). As medidas antropométricas incluíram estatura, altura sentado, peso, circunferências da cintura e do braço, dobras cutâneas (tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca e panturrilha) e larguras do cotovelo e bitrocantérica. Os modelos de regressão linear foram estimados com o %GC, a variável dependente e as medidas antropométricas como as variáveis independentes. Resultados: As equações foram criadas com base nas combinações de seis a nove variáveis antropométricas e apresentaram coeficientes de determinação (r2) iguais ou superiores a 92,4% para meninos e 85,8% para meninas. Na amostra de validação, as equações desenvolvidas apresentaram altos valores de r2 (≥ 85,6% em meninos e ≥ 78,1% em meninas) em todos os grupos, baixo nível de erros padrão (EP ≤ 3,05% em meninos e ≤ 3,52% em meninas) e os interceptos não foram diferentes da origem (p > 0,050). Com as equações publicadas anteriormente, os coeficientes de determinação foram menores e/ou os interceptos foram diferentes da origem. Conclusões: As equações desenvolvidas neste estudo podem ser usadas para avaliar o %GC das crianças em idade escolar e adolescentes mexicanos, pois têm uma maior validade e menor erro em comparação com as equações publicadas anteriormente.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To develop and validate equations to estimate the percentage of body fat of children and adolescents from Mexico using anthropometric measurements. Methods: A cross-sectional study was carried out with 601 children and adolescents from Mexico aged 5-19 years. The participants were randomly divided into the following two groups: the development sample (n = 398) and the validation sample (n = 203). The validity of previously published equations (e.g., Slaughter) was also assessed. The percentage of body fat was estimated by dual-energy X-ray absorptiometry. The anthropometric measurements included height, sitting height, weight, waist and arm circumferences, skinfolds (triceps, biceps, subscapular, supra-iliac, and calf), and elbow and bitrochanteric breadth. Linear regression models were estimated with the percentage of body fat as the dependent variable and the anthropometric measurements as the independent variables. Results: Equations were created based on combinations of six to nine anthropometric variables and had coefficients of determination (r2) equal to or higher than 92.4% for boys and 85.8% for girls. In the validation sample, the developed equations had high r2 values (≥85.6% in boys and ≥78.1% in girls) in all age groups, low standard errors (SE ≤ 3.05% in boys and ≤3.52% in girls), and the intercepts were not different from the origin (p > 0.050). Using the previously published equations, the coefficients of determination were lower, and/or the intercepts were different from the origin. Conclusions: The equations developed in this study can be used to assess the percentage of body fat of Mexican schoolchildren and adolescents, as they demonstrate greater validity and lower error compared with previously published equations.
  • Análise das variáveis contextuais na avaliação dos maus-tratos infantis a partir da realidade de uma urgência pediátrica☆ Original Articles

    Almeida, Ana Nunes de; Ramos, Vasco; Almeida, Helena Nunes de; Escobar, Carlos Gil; Garcia, Catarina

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Este artigo apresenta uma casuística de modalidades de maus-tratos numa urgência pediátrica (UP) de um hospital público na área metropolitana de Lisboa e uma caracterização multifatorial da violência física e violência sexual. Os objetivos são: 1) discutir a importância de variáveis sociais e familiares na configuração de ambos; 2) mostrar como violência física e violência sexual apresentam subtipos e diversidade interna. Métodos: Fez-se uma análise estatística de uma base de dados (1.063 registos de maus-tratos infantis, entre 2004-2013). Usou-se o formulário aplicado a casos com suspeita de maus-tratos, com dados sobre a criança, família, episódio de maus-tratos, agressor, história médica e observação clínica. Foi feita uma análise fatorial de correspondências múltiplas para identificar padrões de associação entre variáveis sociais e violência, física e sexual, bem como sua diversidade interna. Resultados: A prevalência de maus-tratos nessa UP foi de 0,6%. Predominam a violência física (69,4%) e a violência sexual (39,3%). Perfis exploratórios desses tipos foram construídos. Quanto à violência física, o sexo do agressor estrutura a primeira dimensão diferenciadora; sexo e grupo etário da vítima estruturam a segunda. No caso da violência sexual, a idade do agressor e corresidência com ele estruturam a primeira dimensão; idade e sexo das vítimas organizam a segunda dimensão. Conclusão: Identificaram-se padrões de associação entre vítimas, contextos familiares e agressores. É necessário alertar os clínicos para a importância das variáveis sociais nas múltiplas faces que os maus-tratos assumem.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: This article comprises a sample of abuse modalities observed in a pediatric emergency room of a public hospital in the Lisbon metropolitan area and a multifactorial characterization of physical and sexual violence. The objectives are: (1) to discuss the importance of social and family variables in the configuration of both types of violence; (2) to show how physical and sexual violence have subtypes and internal diversity. Methods: A statistical analysis was carried out in a database (1063 records of child abuse between 2004 and 2013). A form was applied to cases with suspected abuse, containing data on the child, family, abuse episode, abuser, medical history, and clinical observation. A factorial analysis of multiple correspondence was performed to identify patterns of association between social variables and physical and sexual violence, as well as their internal diversity. Results: The prevalence of abuse in this pediatric emergency room was 0.6%. Physical violence predominated (69.4%), followed by sexual violence (39.3%). Exploratory profiles of these types of violence were constructed. Regarding physical violence, the gender of the abuser was the first differentiating dimension; the victim's gender and age range were the second one. In the case of sexual violence, the age of the abuser and co-residence with him/her comprised the first dimension; the victim's age and gender comprised the second dimension. Conclusion: Patterns of association between victims, family contexts, and abusers were identified. It is necessary to alert clinicians about the importance of social variables in the multiple facets of child abuse.
  • Prevalência e fatores associados à doação de leite para postos de recebimento de leite humano de unidades básicas de saúde☆, ☆☆ Original Articles

    Meneses, Tatiana Mota Xavier de; Oliveira, Maria Inês Couto de; Boccolini, Cristiano Siqueira

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Estimar a prevalência e analisar os fatores associados à doação de leite materno em unidades básicas de saúde com vistas a aumentar os estoques dos bancos de leite humano. Métodos: Estudo transversal conduzido em 2013 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, mediante entrevista a uma amostra representativa de 695 mães de crianças menores de um ano assistidas nas nove unidades básicas de saúde com posto de recebimento de leite humano ordenhado. Razões de prevalência ajustadas (RPa) foram obtidas por modelo de regressão de Poisson com variância substancial, segundo modelo hierarquizado. O modelo final foi composto pelas variáveis que se associaram à doação de leite materno por profissionais de saúde (p ≤ 0,05). Resultados: Doaram leite materno 7,3% das mães. Ter sido incentivada a doar leite materno por profissionais de saúde, parentes ou amigos (RPa = 7,06), ter recebido orientação da unidade básica sobre ordenha das mamas (RPa = 3,65) e ter recebido ajuda da unidade básica para amamentar (RPa = 2,24) se associaram a uma maior prevalência de doação, enquanto a internação prévia do bebê em unidade neonatal se associou a uma menor prevalência (RPa = 0,09). Conclusões: Ficou evidente a importância do incentivo à doação, das orientações e da ajuda da unidade básica para amamentar para a prática de doação de leite materno.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To estimate the prevalence and to analyze factors associated with breast milk donation at primary health care units in order to increase the human milk bank reserves. Methods: Cross-sectional study carried out in 2013 in Rio de Janeiro, Brazil. A representative sample of 695 mothers of children younger than 1 year attended to at the nine primary health care units with human milk donation services were interviewed. A hierarchical approach was used to obtain adjusted prevalence ratios (APR) by Poisson regression with robust variance. The final model included the variables associated with breast milk donation (p ≤ 0.05). Results: 7.3% of the mothers had donated breast milk. Having been encouraged to donate breast milk by healthcare professionals, relatives, or friends (APR = 7.06), receiving information on breast milk expression by the primary health care unit (APR = 3.65), and receiving help from the unit professionals to breastfeed (APR = 2.24) were associated with a higher prevalence of donation. Admission of the newborn to the neonatal unit was associated with a lower prevalence of donation (APR = 0.09). Conclusions: Encouragement to breast milk donation, and information and help provided by primary health care unit professionals to breastfeeding were shown to be important for the practice of human milk donation.
  • Preditores da doença renal crônica segundo a Classificação de Oxford em pacientes pediátricos com nefropatia por IgA☆ Original Articles

    Fabiano, Rafaela C.G.; Araújo, Stanley A.; Bambirra, Eduardo A.; Oliveira, Eduardo A.; Silva, Ana Cristina Simões e; Pinheiro, Sérgio V.B.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A Classificação Oxford para a Nefropatia por Imunoglobulina A (IgAN) identificou variáveis patológicas de risco para disfunção renal. O presente estudo teve como objetivo avaliar as variáveis da Classificação de Oxford como preditores de disfunção renal em crianças brasileiras com IgAN. Métodos: Foram analisados 54 pacientes com diagnóstico de IgAN entre 1982-2010. As biópsias renais foram reavaliadas pela Classificação de Oxford. Foram feitas análises uni e multivariada das variáveis clínicas e patológicas. O desfecho primário foi queda da taxa de filtração glomerular (TFG) ≥ 50% da filtração basal. Resultados: O acompanhamento médio foi de 7,6 ± 5,0 anos. A sobrevida renal média foi de 13,5 ± 0,8 anos e a probabilidade de atingir o desfecho primário foi de 8% em cinco anos e 15% em 10 anos de seguimento. Dez crianças (18,5%) apresentaram queda na TFG basal ≥ 50% e cinco (9,3%) evoluíram para doença renal crônica terminal. A análise de Kaplan-Meier mostrou que a proteinúria basal e de seguimento, a proliferação endocapilar e a atrofia tubular/fibrose intersticial foram associadas com o desfecho primário. A análise multivariada de Cox mostrou que a proteinúria basal (HR = 1,73; IC95% 1,20-2,50, p = 0,003) e a proliferação endocapilar (HR = 37,18; IC95% 3,85-358,94, p = 0,002) foram preditores independentes de disfunção renal. Nenhuma outra variável patológica foi associada com declínio da TFG na análise multivariada. Conclusão: Este é o primeiro estudo brasileiro que avaliou a Classificação Oxford em crianças com IgAN. A proliferação endocapilar foi a única característica patológica capaz de predizer independentemente o declínio da função renal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The Oxford Classification for Immunoglobulin A nephropathy (IgAN) identifies pathological variables that may predict the decline of renal function. This study aimed to evaluate the Oxford Classification variables as predictors of renal dysfunction in a cohort of Brazilian children and adolescents with IgAN. Methods: A total of 54 patients with IgAN biopsied from 1982 to 2010 were assessed. Biopsies were re-evaluated and classified according to the Oxford Classification. Multivariate analysis of laboratory and pathological data was performed. The primary outcomes were decline of baseline estimated glomerular filtration rate (eGFR) greater than or equal to 50%. Results: Mean follow-up was 7.6 ± 5.0 years. Mean renal survival was 13.5 ± 0.8 years and probability of decline ≥50% in baseline eGFR was 8% at five years of follow-up and 15% at ten years. Ten children (18.5%) had a decline of baseline eGFR ≥ 50% and five (9.3%) evolved to end-stage renal disease. Kaplan-Meier analysis showed that baseline proteinuria, proteinuria during follow-up, endocapillary proliferation, and tubular atrophy/interstitial fibrosis were associated with the primary outcome. Multivariate Cox analysis showed that only baseline proteinuria (HR, 1.73; 95% CI, 1.20-2.50, p = 0.003) and endocapillary hypercellularity (HR, 37.18; 95% CI, 3.85-358.94, p = 0.002) were independent predictors of renal dysfunction. No other pathological variable was associated with eGFR decline in the multivariate analysis. Conclusion: This is the first cohort study that evaluated the predictive role of the Oxford Classification in pediatric patients with IgAN from South America. Endocapillary proliferation was the unique pathological feature that independently predicted renal outcome.
  • Espirometria e capnografia volumétrica na avaliação da função pulmonar de indivíduos obesos e eutróficos sem asma☆ Original Articles

    Ferreira, Mariana S.; Mendes, Roberto T.; Marson, Fernando A.L.; Zambon, Mariana P.; Antonio, Maria A.R.G.M.; Paschoal, Ilma A.; Toro, Adyléia A.D.C.; Severino, Silvana D.; Ribeiro, Maria A.G.O.; Ribeiro, José D.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Analisar e comparar a função pulmonar de crianças e adolescentes obesos e eutróficos saudáveis, sem asma, pela espirometria e capnografia volumétrica. Métodos: Estudo transversal com 77 indivíduos (38 obesos) entre cinco e 17 anos. Todos fizeram espirometria e capnografia volumétrica. Os obesos repetiram as avaliações após o uso de broncodilatador. Resultados: Na avaliação da espirometria, os indivíduos obesos, quando comparados com o grupo controle, apresentaram menores valores no volume expiratório forçado no primeiro segundo pela capacidade vital forçada (VEF1/CVF) e nos fluxos expiratórios a 75% da CVF e entre 25-75% da mesma (p < 0,05). A capnografia volumétrica demonstrou que os obesos apresentam maior volume produzido de dióxido de carbono e volume corrente alveolar (p < 0,05). Além disso, a relação entre o volume espaço morto e volume corrente, bem como o slope da fase 3 normalizado pelo volume corrente, foi menor nos indivíduos saudáveis (p < 0,05). Esses dados sugerem que a obesidade não altera a homogeneidade da ventilação, mas sim dos fluxos. Ao subdividir os grupos por idade, foi observada maior diferença na função pulmonar entre indivíduos obesos e saudáveis na faixa acima de 11 anos (p < 0,05). Conclusão: Mesmo sem o diagnóstico de asma por critérios clínicos e sem resposta ao uso de broncodilatador, os indivíduos obesos apresentaram menores valores no VEF1/CVF e nos fluxos expiratórios forçados, o que indica a presença de processo obstrutivo. A capnografia volumétrica indicou nos indivíduos obesos maior volume corrente alveolar, sem alterações na homogeneidade da ventilação, o que sugere alteração nos fluxos, sem comprometimento dos volumes pulmonares.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To analyze and compare lung function of obese and healthy, normal-weight children and adolescents, without asthma, through spirometry and volumetric capnography. Methods: Cross-sectional study including 77 subjects (38 obese) aged 5-17 years. All subjects underwent spirometry and volumetric capnography. The evaluations were repeated in obese subjects after the use of a bronchodilator. Results: At the spirometry assessment, obese individuals, when compared with the control group, showed lower values of forced expiratory volume in the first second by forced vital capacity (FEV1/FVC) and expiratory flows at 75% and between 25 and 75% of the FVC (p < 0.05). Volumetric capnography showed that obese individuals had a higher volume of produced carbon dioxide and alveolar tidal volume (p < 0.05). Additionally, the associations between dead space volume and tidal volume, as well as phase-3 slope normalized by tidal volume, were lower in healthy subjects (p < 0.05). These data suggest that obesity does not alter ventilation homogeneity, but flow homogeneity. After subdividing the groups by age, a greater difference in lung function was observed in obese and healthy individuals aged >11 years (p < 0.05). Conclusion: Even without the diagnosis of asthma by clinical criteria and without response to bronchodilator use, obese individuals showed lower FEV1/FVC values and forced expiratory flow, indicating the presence of an obstructive process. Volumetric capnography showed that obese individuals had higher alveolar tidal volume, with no alterations in ventilation homogeneity, suggesting flow alterations, without affecting lung volumes.
  • Associação entre comportamentos de estilo de vida saudável e a qualidade de vida relacionada à saúde entre adolescentes☆ Original Articles

    Muros, José J.; Salvador Pérez, Federico; Zurita Ortega, Félix; Gámez Sánchez, Vanesa M.; Knox, Emily

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi examinar a associação entre o índice de massa corporal, a atividade física, a adesão à dieta mediterrânea e a qualidade de vida relacionada à saúde em uma mostra de adolescentes espanhóis. Método: O estudo envolveu 456 adolescentes entre 11 e 14 anos. Eles preencheram questionários sobre a dieta mediterrânea (Kidmed), atividade física (Questionário de Atividade Física para Crianças mais velhas, PAQ-C) e qualidade de vida (Kidscreen-27). Foi calculado o índice de massa corporal. Análises de regressão linear hierárquica foram usadas para determinar se a qualidade de vida relacionada à saúde pode ser prevista pelas variáveis medidas. As variáveis foram introduzidas de forma gradual com a dieta mediterrânea na primeira etapa, índice de massa corporal na segunda etapa e atividade física na terceira. Resultados: A dieta mediterrânea representou 4,6% da variância na qualidade de vida relacionada à saúde dos adolescentes e uma maior adesão à dieta mediterrânea foi preditiva de maiores escores de qualidade de vida relacionados à saúde. O índice de massa corporal representou um adicional de 4,1% de variância e um maior índice de massa corporal foi preditivo de menores escores de qualidade de vida relacionada à saúde. Por fim, a atividade física representou um adicional de 11,3% da variância e um maior nível de atividade física foi associado a maiores escores de qualidade de vida relacionada à saúde. Juntas, essas variáveis representam 20% da variância na qualidade de vida relacionada à saúde dos adolescentes. Conclusões: A atividade física, o índice de massa corporal e a adesão à dieta mediterrânea são importantes componentes para considerar ao visar melhorias na qualidade de vida relacionada à saúde dos adolescentes, a atividade física é o componente com maior influência.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The aim of this research was to examine the association between body mass index, physical activity, adherence to the Mediterranean diet, and health-related quality of life in a sample of Spanish adolescents. Method: The study involved 456 adolescents aged between 11 and 14 years. They completed questionnaires on the Mediterranean diet (KIDMED), physical activity (Physical Activity Questionnaire for Older Children [PAQ-C]), and quality of life (KIDSCREEN-27). Body mass index was calculated. Hierarchical linear regression analyses were used to determine whether health-related quality of life could be predicted by the measured variables. The variables were analyzed in a stepwise manner, with Mediterranean diet entered in the first step, body mass index in the second, and physical activity in the third. Results: Mediterranean diet accounted for 4.6% of the variance in adolescent's health-related quality of life, with higher adherence to the Mediterranean diet predicting higher health-related quality of life-scores. Body mass index accounted for a further 4.1% of the variance, with a higher body mass index predicting lower health-related quality of life scores. Finally, physical activity explained an additional 11.3% of the variance, with a higher level of physical activity being associated with higher health-related quality of life scores. Together, these variables explained 20% of the variance in the adolescents' health-related quality of life. Conclusions: Physical activity, body mass index, and adherence to the Mediterranean diet are important components to consider when targeting improvements in the health-related quality of life of adolescents, with physical activity representing the component with the greatest influence.
  • A enterografia por ressonância magnética na doença celíaca pediátrica☆ Original Articles

    Koc, Gonca; Doganay, Selim; Sevinc, Eylem; Deniz, Kemal; Chavhan, Govind; Gorkem, Sureyya B.; Karacabey, Neslihan; Dogan, Mehmet S.; Coskun, Abdulhakim; Aslan, Duran

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar se a enterografia por ressonância magnética (ERM) consegue comprovar/mostrar a extensão da doença em pacientes pediátricos com doença celíaca (DC) comprovada por biópsia, comparar com um grupo de controle e correlacionar os achados da ERM com o nível de anticorpo antiendomísio (EMA) indicador de dieta sem glúten. Métodos: Foram recrutados 31 pacientes pediátricos (idade média entre 11,7 ± 3,1 anos) com DC comprovada por biópsia e 40 pacientes pediátricos em um grupo de controle. As imagens da ERM dos pacientes com DC e no grupo de controle foram avaliadas por dois radiologistas pediátricos às cegas para o padrão da mucosa, presença de espessamento da parede, dilatação luminal do intestino delgado e achados extraintestinais. Os prontuários dos pacientes foram revisados para anotação de características clínicas e achados laboratoriais. A avaliação histopatológica das biópsias duodenais foi feita novamente. Resultados: A duração média da doença foi 5,6 ± 1,8 anos (faixa de 3-7,2 anos). Em 24 (77%) dos pacientes, os níveis EMA estavam elevados (média 119,2 ± 66,6 RU/mL). A ERM revelou um padrão de pregas normal em todos os pacientes; 10 (32%) dos pacientes apresentaram gânglios linfáticos mesentéricos aumentados. Conclusão: Apesar de a maioria dos pacientes ter níveis elevados de EMA, o que indica uma dieta pobre, a ERM não mostrou anomalia na mucosa associada à incapacidade de a ERM detectar alterações leves/precoces de DC nas crianças. Portanto, ela pode não ser útil no acompanhamento da DC pediátrica.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To assess if magnetic resonance enterography is capable of showing evidence/extent of disease in pediatric patients with biopsy-proven celiac disease by comparing with a control group, and to correlate the magnetic resonance enterography findings with anti-endomysial antibody level, which is an indicator of gluten-free dietary compliance. Methods: Thirty-one pediatric patients (mean age 11.7 ± 3.1 years) with biopsy-proven celiac disease and 40 pediatric patients as a control group were recruited in the study. The magnetic resonance enterography images of both patients with celiac disease and those of the control group were evaluated by two pediatric radiologists in a blinded manner for the mucosal pattern, presence of wall thickening, luminal distention of the small bowel, and extra-intestinal findings. Patient charts were reviewed to note clinical features and laboratory findings. The histopathologic review of the duodenal biopsies was re-conducted. Results: The mean duration of the disease was 5.6 ± 1.8 years (range: 3-7.2 years). In 24 (77%) of the patients, anti-endomysial antibody levels were elevated (mean 119.2 ± 66.6 RU/mL). Magnetic resonance enterography revealed normal fold pattern in all the patients. Ten (32%) patients had enlarged mesenteric lymph nodes. Conclusion: Although a majority of the patients had elevated anti-endomysial antibody levels indicating poor dietary compliance, magnetic resonance enterography did not show any mucosal abnormality associated with the inability of magnetic resonance enterography to detect mild/early changes of celiac disease in children. Therefore, it may not be useful for the follow-up of pediatric celiac disease.
  • Tratamento precoce melhora o prognóstico urodinâmico na disfunção miccional de origem neurogênica: 20 anos de experiência, Original Articles

    Monteiro, Lucia M. Costa; Cruz, Glaura O.; Fontes, Juliana M.; Vieira, Eliane T.R.C.; Santos, Eloá N.; Araújo, Grace F.; Ramos, Eloane G.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar a associação entre tratamento precoce e melhoria urodinâmica em pacientes pediátricos e adolescentes portadores de bexiga neurogênica. Metodologia: Estudo observacional longitudinal retrospectivo (entre 1990-2013) em pacientes com bexiga neurogênica e mielomeningocele tratados com base no diagnóstico urodinâmico. Avaliamos a evolução urodinâmica (complacência, capacidade e pressão vesical) e consideramos primeira melhoria urodinâmica em até dois anos como variável desfecho e encaminhamento precoce (primeira urodinâmica até um ano de vida) como exposição. Foi feita análise descritiva e multivariada com modelo de regressão logística. Resultados: Entre 230 pacientes incluídos 52% foram encaminhados precocemente. A maioria tinha bexiga hiperativa com pressão maior do que 40 cmH2O, complacência abaixo de 3 ml/cmH2O e foi tratada com oxibutinina e cateterismo intermitente. Na evolução urodinâmica, 68% apresentou melhoria já no segundo exame com redução da pressão e aumento da capacidade e da complacência vesical. O percentual de incontinência e infecção urinária diminuiu ao longo do tratamento. O encaminhamento precoce aumentou 3,5 vezes a probabilidade de melhoria urodinâmica até dois anos em relação aos encaminhados após o primeiro ano de idade (CI95% 1,81-6,77). Conclusão: Tratar no primeiro ano de vida melhora o prognóstico urodinâmico de pacientes com bexiga neurogênica, triplica a probabilidade de melhoria urodinâmica em até dois anos. A atuação do neonatologista e do pediatra, ao reconhecer e encaminhar o paciente precocemente para o diagnóstico, é extremamente importante.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To evaluate the association between early treatment and urodynamic improvement in pediatric and adolescent patients with neurogenic bladder. Methodology: Retrospective longitudinal and observational study (between 1990 and 2013) including patients with neurogenic bladder and myelomeningocele treated based on urodynamic results. The authors evaluated the urodynamic follow-up (bladder compliance and maximum bladder capacity and pressure) considering the first urodynamic improvement in two years as the outcome variable and early referral as the exposure variable, using a descriptive and multivariate analysis with logistic regression model. Results: Among 230 patients included, 52% had an early referral. The majority were diagnosed as overactive bladder with high bladder pressure (≥40 cm H2O) and low bladder compliance (3 mL/cmH2O) and were treated with oxybutynin and intermittent catheterization. Urodynamic follow-up results showed 68% of improvement at the second urodynamic examination decreasing bladder pressure and increasing bladder capacity and compliance. The percentage of incontinence and urinary tract infections decreased over treatment. Early referral (one-year old or less) increased by 3.5 the probability of urodynamic improvement in two years (95% CI: 1.81-6.77). Conclusion: Treatment onset within the first year of life improves urodynamic prognosis in patients with neurogenic bladder and triplicates the probability of urodynamic improvement in two years. The role of neonatologists and pediatricians in early referral is extremely important.
  • Comparação da composição corporal e dos níveis de adipocina entre crianças pré-púberes magras e com peso normal☆ Original Articles

    Ambroszkiewicz, Jadwiga; Gajewska, Joanna; Szamotulska, Katarzyna; Rowicka, Grażyna; Klemarczyk, Witold; Chełchowska, Magdalena

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A magreza pode ter consequências substanciais para o desenvolvimento e a saúde das crianças. As adipocinas, inclusive a leptina e a adiponectina, desempenham um papel significativo na regulação de importantes funções metabólicas. O objetivo do estudo foi investigar as associações entre a composição corporal e os níveis séricos de leptina e adiponectina em crianças magras e com peso normal. Métodos: Examinamos 100 crianças pré-púberes saudáveis, divididas em dois subgrupos: crianças magras (n = 50) e com peso normal (n = 50). A composição corporal foi avaliada pelo método de absorciometria de dupla energia de raios X. As concentrações séricas das adipocinas foram determinadas por ensaios imunoenzimáticos. Resultados: As crianças magras apresentaram altura semelhante, porém peso corporal (p < 0,0001), índice de massa corporal (IMC), massa gorda, massa magra e conteúdo mineral ósseo (CMO) significativamente menores em comparação com crianças com peso normal. As concentrações séricas de leptina foram aproximadamente duas vezes mais baixas (p < 0,0001) em indivíduos magros do que em crianças com peso normal. Os níveis séricos de adiponectina total, multímeros de adiponectina e receptor de leptina solúvel (sOB-R) foram semelhantes em ambos os grupos. Os índices de leptina/sOB-R e leptina/adiponectina foram inferiores (p < 0,0001) em crianças magras do que crianças com peso normal. Em ambos os grupos de crianças descobrimos que os parâmetros de composição corporal estavam positivamente relacionados à leptina, porém não aos níveis de adiponectina. Além disso, observamos que o CMO estava positivamente relacionado ao IMC, à massa gorda, à massa magra e ao nível de leptina em crianças magras e com peso normal. Conclusões: As crianças pré-púberes magras têm alterações na composição corporal e no perfil de adipocinas. O reconhecimento precoce da magreza e a determinação dos parâmetros de composição corporal e dos níveis de adipocina podem ser úteis no cuidado médico e nutricional de crianças magras para aprimoramento do acúmulo mineral ósseo.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Thinness can have substantial consequences for child development and health. Adipokines, including leptin and adiponectin, play a significant role in the regulation of important metabolic functions. The aim of this study was to investigate associations between body composition and serum leptin and adiponectin levels in thin and normal-weight children. Methods: The authors examined 100 healthy prepubertal children, who were divided into two subgroups: thin (n = 50) and normal-weight children (n = 50). Body composition was assessed by dual-energy X-ray absorptiometry. Serum concentrations of adipokines were determined by immunoenzymatic assays. Results: Thin children had a similar body height but significantly lower (p < 0.0001) body weight, body mass index, fat mass, lean mass, and bone mineral content compared with normal-weight children. Serum concentrations of leptin were about 2-fold lower (p < 0.0001) in thin vs. normal-weight subjects. Serum levels of total adiponectin, adiponectin multimers, and soluble leptin receptor (sOB-R) were similar in both groups. The leptin/soluble leptin receptor ratio and leptin/adiponectin ratios were lower (p < 0.0001) in thin vs. normal-weight children. In both groups of children, it was found that body composition parameters were positively related with leptin but not with adiponectin levels. Additionally, bone mineral content was positively related with body mass index, fat mass, lean mass, and leptin level in thin and normal-weight children. Conclusions: Prepubertal thin children have disturbances in body composition and adipokine profile. Early recognition of thinness and determination of body composition parameters and adipokine levels can be useful in medical and nutritional care of thin children for the optimization of bone mineral accrual.
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