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Disfonia na percepção do clínico e do paciente

OBJETIVO: Verificar a relação entre a avaliação do fonoaudiólogo e a autoavaliação vocal e o impacto da disfonia na qualidade de vida do paciente. MÉTODOS: Participaram 96 indivíduos, 48 com queixa e alteração vocal (GQ), média de idade de 51 anos, com diagnóstico e indicação de fonoterapia, e 48 sem queixa vocal e voz saudável (GSQ), média de idade de 46 anos. Todos responderam ao protocolo Qualidade de Vida em Voz (QVV), realizaram autoavaliação e foram submetidos à avaliação perceptivo-auditiva da voz. RESULTADOS: Os escores médios do QVV dos grupos foram diferentes para todos os domínios. A autoavaliação mostrou valores bem distintos para os grupos, diferentemente dos obtidos na perceptivo-auditiva da vogal sustentada e da fala encadeada, mostrando que a percepção do paciente foi pior que a do clínico. Observou-se correlação entre os domínios do protocolo QVV (Sócio-emocional e Físico: 76,8%; Sócio-emocional e Total: 90,8%; Físico e Total: 95,8%), assim como entre os domínios Sócio-emocional (-52,9%), físico (-43,1%) e total (-52,2%) com a autoavaliação. Entretanto, não se observou correlação entre a análise perceptivo-auditiva e as medidas de autoavaliação, com exceção de uma baixa correlação entre autoavaliação vocal e a análise perceptivo-auditiva da vogal sustentada (33,3%). CONCLUSÃO: A percepção do clínico corresponde à percepção que o indivíduo tem da sua qualidade vocal e do impacto da alteração de voz na sua qualidade de vida, contudo não de forma direta. A percepção do indivíduo sobre a própria voz e sobre o impacto da disfonia na sua qualidade de vida complementa a percepção do clínico quanto ao grau geral desta alteração.

Percepção da fala; Qualidade de vida; Voz; Disfonia; Auto-avaliação; Distúrbios da voz


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