Resumo
Contexto
Agentes antiangiogênicos podem ter implicações terapêuticas na progressão e manifestação da aterosclerose.
Objetivos
Demonstrar a alteração histológica secundária ao uso de bevacizumabe na aorta descendente de suínos submetida à interrupção dos vasa vasorum.
Métodos
Em doze suínos, divididos em dois grupos, foi realizada dissecção da aorta torácica, além de ligadura das artérias intercostais e proteção com polivinil. O grupo tratamento recebeu dose endovenosa de bevacizumabe. Após 15 dias, os animais foram sacrificados para retirada da artéria e preparo das lâminas histológicas dos grupos tratamento, controle e áreas não manipuladas para análise quanto aos graus de angiogênese, injúria, inflamação e espessamento intimal. A análise estatística foi conduzida através da média e do desvio padrão dos escores. As comparações entre os grupos foram realizadas pelo teste de Mann-Whitney. A distribuição de Poisson calculou os intervalos de confiança de 95% para as médias, a fim de determinar o efeito estatístico.
Resultados
O bevacizumabe causou efeitos adversos em todos os suínos tratados. As variáveis analisadas através da Escala de Magnitude para Efeito Estatístico demonstraram tendência de redução da angiogênese [0,58 (1,79/-0,63)] e da injúria [0,55 (1,76/-0,66)] e aumento da inflamação [0,67 (1,89/-0,55)] no limite do moderado. Não ocorreu diferença no espessamento intimal [0 (1,19/-1,19)].
Conclusões
A medicação utilizada mostrou tendência de redução da angiogênese e da injúria, mas não reduziu o processo inflamatório ou o espessamento intimal da parede arterial. Esses achados contrariam estudos que correlacionam a neovascularização com o aumento da migração de células inflamatórias. O bevacizumabe mostrou toxicidade no modelo suíno.
Palavras-chave:
vasa vasorum; neovascularização patológica; inibidores da angiogênese