Trombo flutuante em veias profundas de membro inferior e síndrome de May-Thurner: relato de caso

O trombo flutuante no sistema venoso profundo manifesta elevado potencial de embolização pulmonar. Pode também ser encontrado em pacientes com trombose venosa superficial (TVS) com extensão para uma veia profunda. Os tratamentos descritos na literatura, ainda sem critérios definidos, variam desde anticoagulação e tratamentos fibrinolíticos com implantes de filtros de veia cava, trombectomias abertas ou com dispositivos endovasculares até condutas mais invasivas como a interrupção cirúrgica com ligadura do sistema venoso. Apresentamos o caso de uma paciente com trombose venosa profunda extensa, acometendo o território ilíaco-fêmoro-poplíteo com um trombo flutuante estendendo-se da veia ilíaca comum esquerda até a veia cava inferior. O tratamento foi realizado com terapia fibrinolítica com um cateter multiperfurado, associado a anticoagulação com heparina e a controles angiográficos diários. Ao final do tratamento, foi identificada uma estenose significativa na veia ilíaca comum esquerda, sendo realizada angioplastia com implante de stent.

Palavras-chave:
trombose venosa; anticoagulantes; fibrinólise; embolia pulmonar

Autoria

Helio Bergantini Neto

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, São José do Rio Preto, SP, Brasil.Faculdade de Medicina de São José do Rio PretoBrasilSão José do Rio Preto, SP, BrasilFaculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, São José do Rio Preto, SP, Brasil.

Selma Regina de Oliveira Raymundo

Hospital Austa de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP, Brasil.Hospital Austa de São José do Rio PretoBrasilSão José do Rio Preto, SP, BrasilHospital Austa de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP, Brasil.

http://orcid.org/0000-0001-8705-7146

Daniel Gustavo Miquelin

Gleison Juliano da Silva Russeff

Desirée Francini del Frari Silva

Gabriela Leopoldino da Silva

Amabile Oficiati de Carnevale Galeti

Matheus Pietraroia dos Santos

Conflito de interesse: Os autores declararam não haver conflitos de interesse que precisam ser informados.

CorrespondênciaHelio Bergantini Neto Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP Rua Geralda Jacinto de Melo, 110, Bairro Recanto Real CEP: 15092-249 - São José do Rio Preto (SP) - Brasil Tel.: (17) 99167-9261 E-mail: heliobneto@gmail.com

Informações sobre os autoresHBN, AOCG e MPS - Alunos matriculados no 6º ano de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). SROR – Graduada em Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP); Mestre em Ciências da Saúde pela FAMERP; Professora Adjunta II-M, Serviço de Cirurgia Vascular e Angiologia, Departamento de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular da FAMERP; Titular, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV); Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, SBACV; Médica, Hospital de Base de São José do Rio Preto e do Hospital Austa de São José do Rio Preto. DGM - Graduado em Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP); Médico, Hospital de Base de São José do Rio Preto; Chefe, Serviço de Cirurgia Vascular e Angiologia, Departamento de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; Titular, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV); Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular da SBACV; Especialista em Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular. GJSR - Graduado em Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP); Médico, Hospital de Base de São José do Rio Preto; Membro efetivo, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV); Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular da SBACV; certificado de Área de Atuação em Ecografia Vascular com Doppler, SBACV/CBR. DFFS - Graduada em Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP); Médica, Hospital de Base de São José do Rio Preto; Membro aspirante, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV); Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, SBACV; certificado de Área de Atuação em Ecografia Vascular Doppler, SBACV/CBR. GLS - Graduada em Medicina, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-SP), com residência em Cirurgia Geral, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e residência de Cirurgia Vascular pela FAMERP. Médica Residente, Serviço de Cirurgia Vascular da FAMERP – área de atuação em Ecografia Vascular Doppler.

Contribuição dos autoresConcepção e desenho do estudo: HBN, GLS, DGM, SROR Análise e interpretação dos dados: HBN, GJR, DFFS Coleta de dados: HBN, MPS Redação do artigo: HBN, GLS, AOCG, MPS, SROR Revisão crítica do texto: SROR, DGM Aprovação final do artigo*: HBN, SROR, DGM, GJR, DFFS, GLS, AOCG, MPS Análise estatística: N/A. Responsabilidade geral pelo estudo: HBN, SROR *Todos os autores leram e aprovaram a versão final submetida ao J Vasc Bras.

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Figuras

Figuras (5)

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Figura 1
Ultrassom Doppler (USD) mostrando: (A) veia ilíaca comum esquerda (VICE) com calibre aumentado e fluxo ausente, com material hipoecoico intraluminal indicando trombose venosa profunda (TVP) aguda e compressão pela artéria ilíaca comum direita (AICD); e (B) veia femoral superficial esquerda (VFSE) com calibre normal, fluxo presente e ausência de trombos.

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Figura 2
Flebografia mostrando: (A) progressão da trombose para as veias femorais e poplítea; (B) trombose extensa das veias ilíacas esquerda e da veia cava inferior (VCI); e (C) presença de trombo flutuante em VCI (seta).

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Figura 3
Flebografia de controle após 72 horas de fibrinólise evidenciou: (A) recanalização da veia cava inferior (VCI) e veia ilíaca comum esquerda (VICE); (B) recanalização da veia femoral superficial; e (C) presença de compressão extrínseca de VICE, característica da síndrome de May-Thurner (seta).

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Figura 4
Controle angiográfico após angioplastia e implante de Wallstent (Boston Scientific Corporation) em veia ilíaca comum esquerda (VICE) com resultado satisfatório (seta).

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Figura 5
Controle ultrassonográfico em modo B evidenciando stent pérvio na veia ilíaca comum esquerda (VICE) e ausência de compressão extrínseca: (A) 3 meses após procedimento e (B) 18 meses após.

Figura 1 Ultrassom Doppler (USD) mostrando: (A) veia ilíaca comum esquerda (VICE) com calibre aumentado e fluxo ausente, com material hipoecoico intraluminal indicando trombose venosa profunda (TVP) aguda e compressão pela artéria ilíaca comum direita (AICD); e (B) veia femoral superficial esquerda (VFSE) com calibre normal, fluxo presente e ausência de trombos.

Figura 2 Flebografia mostrando: (A) progressão da trombose para as veias femorais e poplítea; (B) trombose extensa das veias ilíacas esquerda e da veia cava inferior (VCI); e (C) presença de trombo flutuante em VCI (seta).

Figura 3 Flebografia de controle após 72 horas de fibrinólise evidenciou: (A) recanalização da veia cava inferior (VCI) e veia ilíaca comum esquerda (VICE); (B) recanalização da veia femoral superficial; e (C) presença de compressão extrínseca de VICE, característica da síndrome de May-Thurner (seta).

Figura 4 Controle angiográfico após angioplastia e implante de Wallstent (Boston Scientific Corporation) em veia ilíaca comum esquerda (VICE) com resultado satisfatório (seta).

Figura 5 Controle ultrassonográfico em modo B evidenciando stent pérvio na veia ilíaca comum esquerda (VICE) e ausência de compressão extrínseca: (A) 3 meses após procedimento e (B) 18 meses após.

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Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Rua Estela, 515, bloco E, conj. 21, Vila Mariana, CEP04011-002 - São Paulo, SP, Tel.: (11) 5084.3482 / 5084.2853 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: secretaria@sbacv.org.br

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[1] Conflito de interesse: Os autores declararam não haver conflitos de interesse que precisam ser informados.