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Kriterion: Revista de Filosofia, Volume: 44, Número: 108, Publicado: 2003
  • APRESENTAÇÃO Apresentação

    Guimarães, Lívia
  • The literary arts in Hume's science of the fancy

    Garrett, Don

    Resumo em Português:

    Filósofos sempre divergiram sobre se a poesia, o teatro, e outras artes literárias são importantes para a filosofia; e, entre os que as consideram importantes, a explicação de seu valor sempre diferiu imensamente. Este artigo procura explicar e ilustrar algumas das razões porque Hume considerava a literatura um tópico importante para a filosofia e para filósofos. Segundo ele, a filosofia pode ajudar a explicar fenômenos literários gerais e específicos, a fundamentar a ciência da crítica (estética), e a sugerir e justificar os ";princípios da arte";. Por sua vez, a literatura pode fornecer ";experimentos"; valiosos para a teorização filosófica e fornecer um modelo para a ciência da moral e (de certo modo) para a própria filosofia. Além disso, na visão de Hume, as artes literárias não somente podem auxiliar na escrita de uma melhor filosofia, elas também podem podem ajudar a se escrever filosofia melhor.

    Resumo em Inglês:

    Philosophers have long disagreed about whether poetry, drama, and other literary arts are important to philosophy; and among those who believe that they are important, explanations of that importance have differed greatly. This paper aims to explain and illustrate some of the reasons why Hume found literature to be an important topic for philosophy and philosophers. Philosophy, he holds, can help to explain general and specific literary phenomena, to ground the science of criticism, and to suggest and justify ";principles of art,"; while at the same time literature can provide valuable ";experiments"; for philosophical theorizing and provide it with a model for the science of morals and (in some ways) for philosophy itself. Moreover, the literary arts can not only help one to write better philosophy, in Hume's view; they can also help one to write philosophy better.
  • A melancholy skeptic

    Guimarães, Lívia

    Resumo em Português:

    Nas diversas fases de seu desenvolvimento, Hume associou diferentemente melancolia e filosofia. Nesse ensaio, proponho acompanhar seu progresso, começando pela crença juvenil de que uma vida filosófica preservaria o praticante da melancolia. Em minha hipótese, para o Hume maduro, apenas conhecimento no sentido amplo de vasta experiência se opõe a estados melancólicos, enquanto o conhecimento como estrita especulação racional se mostra irrealizável, ao provocar um estado de desespero melancólico no agente.

    Resumo em Inglês:

    Hume variously viewed the association of philosophy and melancholy in different stages of his development. In this essay I propose to follow this progress, beginning with his youthful belief that a philosophical life would shelter its pursuer from melancholy. In my hypothesis, for the mature Hume knowledge in the broad sense of wide experience alone can ease melancholy states, while knowledge as narrow rational speculation proves itself untenable, as it triggers a state of melancholy despair in the agent.
  • Hume, liberty and the object of moral evaluation

    Klaudat, André

    Resumo em Português:

    O projeto de Hume em relação ao conflito entre liberdade e necessidade é ";reconciliatório";. Mas qual é a natureza do projeto de Hume? Resolve ele um problema que diz respeito à metafísica somente? E quando Hume afirma que a disputa entre as doutrinas da liberdade e da necessidade é meramente verbal, quer ele dizer que não há nenhuma disputa metafísica genuína entre as doutrinas? No presente trabalho eu argumento a favor de (1) que há lugar para a liberdade na filosofia de Hume, e não somente porque a posição é pro forma compatibilista, mesmo que isto tenha importância para o reconhecimento de que a preocupação maior de Hume em relação ao assunto é com a prática; (2) que a posição não involve uma ";subjetivização"; de toda forma de necessidade: ela não é compatibilista porque cria um espaço para a afirmação de que as operações da vontade são não-problematicamente necessárias através de um enfraquecimento da noção de necessidade como ela se aplica aos objetos externos; (3) que Hume sustenta que o fenômeno ordinário da causação mental não torna impossível a atribuição de responsabilidade moral, o que se adapta perfeitamente bem a identificação de Hume do objeto da avaliação moral: o todo do caráter de uma pessoa, em relação ao qual há, não obstante, liberdade. Eu pretendo embasar minhas assertivas através de uma leitura atenta ao que Hume afirma na seção 8 da primeira Investigação.

    Resumo em Inglês:

    Hume's project concerning the conflict between liberty and necessity is ";reconciliatory";. But what is the nature of Hume's project? Does he solve a problem in metaphysics only? And when Hume says that the dispute between the doctrines of liberty and necessity is merely verbal, does he mean that there is no genuine metaphysical dispute between the doctrines? In the present essay I argue for: (1) there is room for liberty in Hume's philosophy, and not only because the position is pro forma compatibilist, even though this has importance for the recognition that Hume's main concern when discussing the matter is with practice; (2) the position does not involve a ";subjectivization"; of every form of necessity: it is not compatibilist because it creates a space for the claim that the operations of the will are non-problematically necessary through a weakning of the notion of necessity as it applies to external objects; (3) Hume holds that the ordinary phenomena of mental causation do not preempt the atribuition of moral responsibility, which combines perfectly with his identification of the object of moral evaluation: the whole of the character of a person, in relation to which there is, nonetheless, liberty. I intend to support my assertions by a close reading of what Hume states in section 8 of the first Enquiry.
  • Leibniz e Hume sobre a indiferença Artigos

    Danowski, Déborah

    Resumo em Português:

    O artigo busca comparar algumas das razões diversas subjacentes à crítica comum de Leibniz e de Hume à idéia de uma liberdade de indiferença. Em Leibniz, como a ligação harmônica entre as substâncias individuais concretas se dá exclusivamente por meio de relações intrínsecas a seus conceitos completos, só é possível haver indiferença no domínio das noções incompletas ou de razão, o único em que podemos privilegiar e isolar termos e relações uns dos outros. Em Hume, a impossibilidade de fato de escaparmos da regularidade das relações extrínsecas, que, pela aplicação das regras gerais, acabam por se estender a toda a experiência, ainda que sem garantias racionais, relega a indiferença à situação quase fictícia de um estado original da mente, anterior à experiência, ou então ao domínio restrito de situações que provocam o afloramento desse estado no interior da experiência.

    Resumo em Inglês:

    In this paper I briefly compare some of the divergent reasons given by Leibniz and Hume for their common criticism against the idea of liberty of indifference. For Leibniz, the harmonic connection among concrete individual substances is expressed exclusively by means of relations that are intrinsic to their complete concepts, so that indifference can only exist within the sphere of incomplete notions or concepts of reason, the only one where it is possible to isolate a few terms and relations from all the infinite others that compose the complete substances. In Hume, there is a de facto impossibility of stepping out of the regularity of the extrinsic causal relations, which, by means of the application of general rules, ends up encompassing the whole of experience, albeit without any rational guarantee. In consequence, he confines indifference to a quasi ficticious native state of the mind, which precedes experience, or else to the limited sphere of a few situations that make this native state reappear within experience itself.
  • Sociabilidade e moralidade: Hume leitor de Mandeville<A NAME="sup1"></A> Artigos

    Limongi, Maria Isabel

    Resumo em Português:

    Hume foi leitor de Mandeville e, dessa leitura, retirou a tarefa de mostrar que a sociabilidade é um berço legítimo e o único possível da moralidade. Pretende-se mostrar como essa tarefa se impôs a Hume a partir de sua leitura de Mandeville e o modo como ele a levou a cabo.

    Resumo em Inglês:

    Hume argued, against Mandeville, that society is the only and a genuine source of morality. We shall indicate how this task was imposed to him and the way he dealed with it.
  • Hume e Peirce acerca do ceticismo cartesiano Artigos

    Albieri, Sara

    Resumo em Português:

    Hume e Peirce criticam o ceticismo cartesiano baseados em concepções análogas de dúvida e crença enquanto constitutivas do processo de conhecimento. Este artigo visa apresentar a teoria do conhecimento desses autores, baseada na crença, enquanto alternativa ao fundacionismo racionalista de Descartes.

    Resumo em Inglês:

    Hume and Peirce criticize Descartes' skepticism based on similar conceptions of doubt and belief as constituent parts of the cognitive process. This paper aims at throwing some light on their theory knowledge based on belief as an alternative to Descartes' rationalist foundationalism.
  • Reflexões sobre a vaidade dos homens: Hume e Matias Aires<A NAME="suptitulo"></A> Artigos

    Pinto, Paulo Roberto Margutti

    Resumo em Português:

    Faz-se uma comparação entre as abordagens de Hume e de Matias Aires no que concerne à vaidade e seus efeitos sobre a vida humana. O propósito é divulgar as idéias do filósofo brasileiro Matias Aires e revelar o que poderia ser uma falha importante na explicação filosófica humiana da experiência religiosa.

    Resumo em Inglês:

    A comparison is made between Hume's and Matias Aires' approaches concerning vanity and its effects on human life. The purpose is to divulge the ideas of the Brazilian philosopher Matias Aires and to reveal what might be an important flaw in the Humean philosophical account of religious experience.
  • Assimetria causal: um estudo Artigos

    Aguiar, Túlio

    Resumo em Português:

    Neste artigo, examinamos o aspecto assimétrico da relação causal, confrontando-o com o ponto de vista humiano e neo-humiano. Seguindo Hausman e Ehring, favorecemos uma abordagem situacional para a assimetria causal. Nós exploramos a análise do famoso exemplo do mastro (Flagpole), esclarecendo as conexões entre causação e explicação. Nosso diagnóstico geral é que a tradição neo-humiana supõe, equivocadamente, que as relações nômicas, com exceção de pequenos detalhes, exaurem as relações causais.

    Resumo em Inglês:

    This paper examines the asymmetrical aspect of causal relation, confronting it to Humean and Neo-Humean's view. Following Hausman and Ehring, we favor a situational approach to causal asymmetry. We explore the Hausman's analysis of flagpole's example, clearing the connexions between causation and explanation. Our general diagnosis is that the Neo-humean tradition wrongly supposes that nomic relations, with the exception of minor details, exhaust the causal relations.
  • O desafio da tartaruga humeana Artigos

    Pimentel, Elson L. A.

    Resumo em Português:

    Descrevo neste artigo os argumentos que Blackburn colocou na disputa entre Aquiles e a tartaruga a respeito das razões que motivam as ações humanas. Por subscreverem posições nitidamente humeanas, as idéias da tartaruga não se enquadram perfeitamente em nenhuma das correntes polarizadoras das opiniões contemporâneas a respeito do tema, mesmo sendo próximas às dos neo-humeanos. Com isso, o chamado ";desafio humeano";, que joga para o proponente de razoes categóricas o ônus de provar sua existência, fica agravado pelo retorno à posição original de Hume de que não há razões, sejam elas hipotéticas ou categóricas, que movem os homens, apenas as paixões.

    Resumo em Inglês:

    I describe in this article the arguments that Blackburn put in dispute between Achilles and the turtle regarding the reasons that motivate human actions. For they sign sharply Humean positions, the ideas of the turtle are not framed perfectly in none of the polarizing currents of the contemporary philosophy regarding the theme, although close to neo-Humean pole. In this way, the so called ";Humean challenge";, that throws to the proponent of categorical reasons the onus to argue for their existence, become worsened by the return to the Hume original position that there are no reasons, be them hypothetical or categorical, that could move human being, just passions.
  • Cognition and Commitment in Hume's Philosophy Resenhas

    Pettersen, Bruno
  • A Progress of Sentiments: reflections on Hume's Sentiments Resenhas

    Araújo, Anice L.
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