À parte as diferenças que saltam aos olhos entre Machado de Assis e Lima Barreto, a representação da história brasileira constitui um tema sobre o qual ambos se debruçaram. Em Esaú e Jacó (1904), de Machado de Assis, e Numa e a Ninfa (1915), de Lima Barreto, a caracterização das questões políticas locais, ainda que por meio de processos narrativos diversos, parece se dar de maneira coincidente, sugerindo uma continuidade entre a estrutura sociopolítica do Segundo Reinado e a da República. Neste artigo, são analisadas as diferentes articulações formais dos romances que, não obstante sua singularidade, indicam a permanência de certos traços estruturais da sociedade brasileira, tais como o patrimonialismo, a dissociação entre sociedade e Estado, entre outros.
Esaú e Jacó; Numa e a Ninfa; Machado de Assis; Lima Barreto; processo político brasileiro