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Interação de bactérias gram negativas e esquistossomose mansônica em camundongos com esquistossomose experimental

Camundongos (122 animais) foram infectados com 80 (oitenta) cercarias de S. mansoni cada, e subsequëntemente receberam, oito semanas depois, injeção intravenosa das seguintes bactérias gram negativas: S. typhi, E. coli, uma raça de Klebsiella enterobacter, P. mirabilis e Ps. aeruginosa. Os animais foram sacrificados a intervalos de uma a quatro semanas depois, sendo feita a contagem de bactérias no fígado, baço, sangue e de S. mansoni recolhidas por perfusão do sistema portal destes animais. foi observada uma nítida diferença entre a infecção produzida por S. typhi e pelas outras bactérias gram negativas: S. thypi persistiu por mais tempo no fígado e baço e pôde ser recuperada dos S. mansoni até três semanas após a injeção bacteriana. Os outros gram negativos desapareceram dos S. mansoni dentro de duas semanas da inoculação inicial. Um grupo adicional de camundongos (51 animais) infectados de modo similar com S. typhi, E. coli foi sacrificado duas semanas depois da infecção venosa, á semelhança de um grupo controle que recebeu solução salina fisiológica - foi feito estudo do número de vermes recolhidos do sistema portal nos três grupos, assim como o oograma do fígado e do mesentério. Nos animais inoculados com E. coli houve decréscimo significante no número de vermes, quando comparado ao grupo que recebeu salina (controle); 30 vermes foram recolhidos do grupo controle, em comparação a apenas dois nos animais que receberam E. coli. Além disso, o padrão de oviposição foi muito diferente entre estes dois grupos - após a injeção de S. typhi, a diferença na recuperação de vermes e no oograma foi relativamente pequena, quando comparado ao grupo controle. Estes dados sugerem uma diferença na interação de várias bactérias gram negativas com o S. mansoni, algumas matando os vermes na sua maioria (E. coli) outras (S. typhi) permitindo a sobrevivência de muitos dos vermes infectantes. De um modo geral estas observações corroboram para o entendimento do quadro clínico de salmonelose sistêmica prolongada em portadores de esquistossomose mansônica.


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