Descrevemos histològicamente as glândulas hipodérmicas de Rhinocricus padbergii, bem como sua formação na hipoderme de animais no ínicio da muda de cutícula. 1 - As glândulas são compostas de 4 células, bem diferenciadas, das quais duas representam as células do canal excretor e duas as células glandulares. 2 - Durante a formação da nova cutícula, as células glandulares eliminam a sua secreção, por meio de um canal alongado e muito estreito, para a superfície da cutícula, onde o produto, provávelmente, contribui para a formação da nova epicutícula. 3 - O aparelho excretor compõe-se de um canal fino, cuja parede, no interior das duas células que o formam, é reforçada por dois fios espiralados externos; na face basal da segunda célula do canal, forma-se um espessamento na sua parede. O canal prolonga-se penetrando nesta célula, em forma de uma bôlsa de parede delgada a qual se dilata e contrai conforme a pressão do líquido produzido pela primeira célula glandular, atingindo, finalmente, a face basal desta célula, onde se bifurca. Dos dois ramos curtos, um penetra no pólo apical da segunda célula glandular. Em redor das aberturas terminais dos ramos diferencia-se, em cada célula glandular, uma zona esférica de componentes protoplasmáticos fibrosos em posição radial, sendo esta zona provàvelmente composta de "microvilli". 4 - A secreção pode ser armazenada no interior da bõlsa acima referida. A expulsão do líquido é controlada pela elasticidade do aparelho de fechamento do canal. 5 - os 4 núcleos de complexo glandular formam-se por meio de divisões amitóticas, partindo de uma célula hipodérmica, especialmente nas bordas posteriores dos escleritos. 6 - O canal condutor é formado pela invaginação da lamela mais externa da exocutícula.