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O emprêgo do cloreto de trifeniltetrazólio no estudo da atividade dehidrogenásica de brucelas

Com a finalidade de observar a atividade dhidrogenásica de brucelas, em presença de diversos substratos isolados, empregamos o cloreto de trifeniltetrazólio (em solução aquosa a 0,1%) como receptor de hidrogênio. Os substratos (em solução aquosa M 50) foram os seguintes: Hidratos de carbono: L-arabinose, D-frutose, D-galactose, D-glucose, D-lactose, matose e D-xilose; alcoóis: glicerol, L-inositol, D-manitol e D-sobitol; ácidos aminados: ácido D-glutâmico, D-arginina, DL-alanina, L-asparagina e glicina; acetato de sódio. Empregamos suspensões de culturas de 48 horas de duas amostras típicas: Brucella abortus (aeróbica, nº 1 868, amostra B-99, Weybridge) e Br. suis (nº 1 568, amostra SIG do Dr. S. S. Elberg, da Universidade de Califórnia). As culturas em agar, lavadas 5 vêzes em solução de cloreto de sódio a 0,9% ("resting cells") foram suspensas nessas solução salina de maneira a dar uma leitura de 100 na escala do colorímetro fotoelétrico de Klett-Summerson, quando diluídas a 1:20. O tampão utilizado nas provas era de fosfatos em solução M 15, a pH 7.0. Cada tubo de prova continha 0,2 ml de tampão, 0,1 ml de tetrazólio, 0,2 ml de substrato e 0,5 ml de suspensão de brucelas; um testemunho levava 0,2 ml de água destilada em vez de substrado e outro, mais 0,1 de tampão, em vez de tetrazólio ("blank" para a extração). Incubavam-se os tubos em banho-maria a 37ºC retirando-se no fim de 1, 2, 3 e 4 horas; a reação enzimática era estabilizada com uma gota de formol a 30% e os tubos guardados na geladeira, arrolhados. A formazana resultante da redução do tetrazólio era extraída 1 ou 2 dias depois, com acetona e dosada no colorímetro fotoelétrico K-S, em relação a uma reta padrão prèviamente determinada com formazana pura. Também foram observados os pontos de maior atividade enzimática (provàvelmente mitocôndrias) colocando-se as brucelas, antes da extração da formazana, entre lâmina e lamínula e observando-se ao microscópio com filtro verde. Os resultados permitiram-nos chegar às seguintes conclusões: a) De um modo geral Br. suis possui atividade dehidrogenásica mais acentuada do que Br. abortus (fig. 5). b) Br. abortus oxida mais intensamente os seguintes substratos: arabinose e galactose (muito intensamente), glucose, glicerol, xilose, alanina, frutose e sorbitol (que foi o menos oxidado). c) Br. suis oxida mais intensamente os seguintes substratos, em ordem decrescente: xilose, arabinose e glucose (muito intensamente), galactose, alanina, acetato de sódio, maltose, glicina, frutose e sorbidol. d) Glicerol não aumenta a atividade dehidrogenásica endógena de Br. suis enquanto o acetato de sódio não aumenta esta atividade em Br. abortus. e) Os pontos de maior atividade enzimática são arredondados, muito pequenos, e estão situados numa das extremidades do germe, raramente nas duas.


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