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Conhecimento da diversidade de insetos no Brasil: desafios e avanços

Em breve, um milhão de espécies de insetos estará descrita em todo mundo. O Brasil, com cerca de 9% desse total e possivelmente outras 400 mil espécies ainda não descritas, tem a maior diversidade de insetos. Mas temos cerca de 140 taxônomos ativos, o que significa aproximadamente 3.600 espécies de insetos para cada profissional. Como cada um deles publica em média 100 espécies novas durante sua vida profissional, seriam necessários 2-3 mil anos para descrever toda nossa entomodiversidade. Alguns dos problemas para o desenvolvimento da taxonomia de insetos no Brasil são: dificuldades em obter empréstimos de alguns museus estrangeiros; dificuldades para dissecar espécimes tipos emprestados; depreciação de revistas taxonômicas pela aplicação do fator de impacto; persistência da compreensão limitada do valor do conhecimento taxonômico; legislação restritiva para trabalho de campo; e desrespeito à legislação brasileira que regulamenta sobre o depósito de material biológico coletado no país. Para ações verdadeiramente efetivas para preservação da diversidade biológica no país são necessários: a criação de um centro nacional de informação sobre o conhecimento de diversidade entomológica; investimentos em conjunto de instituições que atuariam como eixos de desenvolvimento do conhecimento taxonômico; investimentos na formação de novos taxonomistas; soluções para os problemas burocráticos que inibem o cumprimento constitucional de conhecimento da biodiversidade; e ações altamente organizadas para conter o desmatamento em áreas de alta diversidade.

Entomodiversidade; entomologia; fator de impacto; sistemática; taxonomia


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