Ocorrência de imagos de Proctophana tomentosa Lacordaire (Coleoptera: Chrysomelidae) em lichia, no Brasil

Occurrence of adults of Proctophana tomentosa Lacordaire (Coleoptera: Chrysomelidae) on lychee, in Brazil

SCIENTIFIC NOTE

Ocorrência de imagos de Proctophana tomentosa Lacordaire (Coleoptera: Chrysomelidae) em lichia, no Brasil

Occurrence of adults of Proctophana tomentosa Lacordaire (Coleoptera: Chrysomelidae) on lychee, in Brazil

Saúl Sánchez Soto^I; Octavio Nakano^II

^ICampus Tabasco, Colegio de Postgraduados, Apartado postal 24, 86500, H. Cárdenas, Tabasco, México

^IIDepto. Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, C. postal 9, 13418-900, Piracicaba, SP

RESUMO

Adultos de Proctophana tomentosa Lacordaire são citados pela primeira vez danificando folhas de Litchi chinensis Sonn (Sapindaceae) no Brasil. Exemplares foram depositados na coleção de insetos do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ, Universidade de São Paulo, Brasil.

Palavras-chave: Insecta, Litchi chinensis, Clytrinae

ABSTRACT

Adults of Proctophana tomentosa Lacordaire are cited for first time damaging leaves of Litchi chinensis Sonn (Sapindaceae) in Brazil. Specimens were deposited in the insects collection of the Departmento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia, ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba Brazil.

Key words: Insect, Litchi chinensis, Clytrinae

A lichia (Litchi chinensis Sonn) é uma planta frutífera originária da China sendo cultivada atualmente em varias regiões subtropicais do mundo (Martin et al. 1987). Foi introduzida no Brasil em 1810 e na atualidade é cultivada em alguns municípios do estado de São Paulo (Donadio et al. 1998).

Informações sobre insetos que danificam a cultura da lichia são referidas basicamente em países do velho mundo e nos Estados Unidos (Florida) (Ebeling 1959, Morton 1987, Quilici et al. 1998), mas o número de espécies nocivas geralmente não é grande em comparação com outras frutíferas cultivadas comercialmente. No Brasil, foram registradas seis espécies pertencentes a diferentes famílias que danificam distintas partes da planta, das quais pelo menos três são citadas no estado de São Paulo (Tabela 1).

Em agosto do ano 2001 foi constatada uma infestação de pequenos coleópteros adultos danificando a folhagem de plantas de lichia estabelecidas em plantação localizada em Charqueada, SP. Os danos ocasionados consistiram em ataque nas brotações prejudicando o desenvolvimento vegetativo das plantas. A espécie foi identificada como Proctophana tomentosa Lacordaire (Chrysomelidae: Clytrinae) com base na descrição morfológica de adultos presente no trabalho de Monrós (1953). De acordo com esse autor, P. tomentosa ocorre no Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraná); porém, não fornece informação sobre suas plantas hospedeiras. Os adultos medem de 5,5 mm a 7 mm de comprimento e de 3,3 mm a 3,8 mm de largura. Apresentam o corpo de forma cilíndrica, de cor preta com reflexos metálicos de tono variável, élitros com uma mancha vermelha de forma quadrangular na região humeral, tarsos e extremo distal dos fémures de cor preta, e região ventral com densa pilosidade branca (Monrós 1953).

No Brasil, estão presentes mais duas espécies de Proctophana: P. eickwortorum Moldenke e P. leechi Moldenke (Moldenke 1981). Uma diferença com relação a P. tomentosa, é que P. eickwortorum não apresenta manchas nos élitros; já P. leechi apresenta duas manchas nos élitros: uma basal à maneira de uma banda transversal irregular e outra apical de menor tamanho de forma arredondada. Embora não exista informação sobre as plantas hospedeiras destas espécies, sabe-se que os adultos da maior parte das espécies desta subfamília, que ocorrem na Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile vivem sobre leguminosas. No litoral do Alto Paraná, têm sido coletadas diferentes espécies desse grupo sobre Sapindáceas, Solanáceas e outras plantas (Monrós 1953). Segundo esse autor, os adultos são comumente de hábitos gregários, podendo ocorrer em grandes quantidades sobre determinados arbustos, especialmente na época de acasalamento, causando forte desfolha.

A biologia da Subfamília Clytrinae é pouco conhecida (Moldenke 1971), havendo escassa informação sobre as larvas, as quais se desenvolvem em refúgios construídos com excrementos e outros restos, entre as folhas caídas no chão ou em formigueiros (Flowers não publicado).

Literatura Citada

Received 06/11/01

Accepted 26/07/02

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  03 Jun 2003
• Data do Fascículo
  Jan 2003

Histórico

• Recebido
  06 Nov 2001
• Aceito
  26 Jul 2002