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Sampling effort and fish species richness in small terra firme forest streams of central Amazonia, Brazil

Pequenos igarapés são componentes importantes da paisagem das florestas de terra firme da Amazônia Central e abrigam um grande número de espécies de peixes. Contudo, a falta de um protocolo de amostragem comum em estudos desta ictiofauna dificulta a comparação dos resultados obtidos. Este estudo avalia como o comprimento dos trechos amostrados afeta as estimativas de densidade local de espécies de peixes em riachos de 1ª, 2ª e 3ª ordens e propõe um comprimento mínimo médio de amostragem que melhor estima o número absoluto de espécies em um dado segmento de riacho. Nós amostramos três sistemas de riachos nas áreas de estudo do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, entre maio e agosto de 2004. Em cada riacho, foi amostrado um segmento de 1ªordem, um de 2ª ordem e um de 3ªordem. Amostramos cinco trechos de 20-m em cada segmento de riacho. Três a quatro pessoas coletaram ao longo de cada trecho durante 45 a 60 min. Usamos o coeficiente de Jaccard para estimar a similaridade da composição de espécies entre trechos e entre segmentos de riachos. Estimativas de riqueza de espécies foram obtidas com uso dos algoritmos de Jackknife 1 e Bootstrap e de curvas de acumulação de espécies. Usamos regressões lineares simples para verificar relações entre a densidade de espécies e a abundância de peixes e entre densidade de espécies e o volume de segmentos de 100-m de riacho. A densidade de espécies foi um pouco maior nos trechos de riacho de 1ª ordem do que nos de 2ª e 3ª ordens, contudo a abundância de peixes foi aparentemente maior nos trechos de 3ª ordem. A similaridade na composição de espécies de peixes entre trechos de 20-m foi baixa para todos os riachos estudados. Valores de densidade de espécies para segmentos de 100-m representaram de 71,4% a 94,1% dos valores estimados para esses riachos. A densidade de espécies mostrou uma relação direta tanto com o volume do segmento de riacho amostrado, como com a abundância de peixes. Parece plausível que riachos maiores contenham um número maior de tipos de microhábitats, que permitiriam a presença de mais espécies de peixes por trecho de riacho. Baseado nos valores das assíntotas e nas equações das curvas de acumulação de espécies, o comprimento mínimo médio de amostragem que melhor estima o número absoluto de espécies em um segmento de riacho é 180m ± 20 dp para segmentos de 1ª ordem; 213 m ± 23 dp para os segmentos de 2ª ordem e 253 m ± 30 dp para os segmentos de 3ª ordem.


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