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Tendências

Tendências

Tendências apresenta como tema a percepção da população sobre as responsabilidades das várias esferas de governo em áreas específicas.

De uma maneira geral, os resultados das pesquisas mostram que as maiores expectativas e demandas quanto à prestação de serviços públicos recaem sobre as esferas federal e municipal. Para os temas específicos abordados, é razoavelmente imprecisa a percepção sobre a atuação da esfera estadual.

Esses contrastes ficam evidentes quando se observa as tendências regionais: são as regiões Norte e Nordeste as que mais valorizam a esfera federal, enquanto que a Região Sul se destaca pelas opiniões relativas à esfera local.

Para oferecer ao leitor uma oportunidade de comparação com tendências internacionais, a seção seguinte apresenta alguns resultados de pesquisas recentes realizadas nos EUA sobre o tema. Destaca-se que a confiança nas esferas de governo cresce à medida em que há maior proximidade com o cidadão, ou seja, é maior no governo local do que no estadual, e neste maior do que para o governo federal. Por outro lado, as opiniões dos norte-americanos se polarizam sobre como deve ser a atuação do governo federal em temas específicos.

A última seção de Tendências atualiza os dados sobre as avaliações dos planos econômicos, tema já trabalhado em outras edições. As tendências de opinião sobre o Plano Real revelam dois momentos muito distintos do governo Fernando Henrique Cardoso: o início do primeiro mandato, até o final de 1998, com avaliações extremamente favoráveis ao plano e ao governo; e o segundo mandato, a partir de 1999, quando as opiniões negativas passam a prevalecer após a desvalorização da moeda.

Pode-se dizer que esses resultados sintetizam um parte importante da história política e econômica recente do Brasil e ajudam a compreender boa parte das avaliações associadas ao governo federal. Daí a sua atualidade e importância.

BRASIL – ESFERAS DE GOVERNO /1996 - 1999

Esfera de Governo que oferece o melhor serviço público (1996 e 1999)

De 1996 a 1998, os eleitores brasileiros mudaram muito as opiniões sobre os serviços públicos: a maior variação é observada na esfera federal, que perdeu muitos pontos favoráveis.

A valorização do serviço público federal é maior entre os eleitores do Nordeste assim como para os eleitores de municípios de até 10 mil eleitores. O serviço público municipal é considerado melhor entre os entrevistados da região Sul bem como dos municípios maiores.

Figura


Esfera de Governo que deveria ficar com a maior parte da arrecadação -1998

Para quase 50% dos brasileiros, os municípios devem ser os mais favorecidos na distribuição dos recursos oriundos dos impostos.

Esta opinião é predominante em todas as regiões do País.

Os entrevistados dos municípios das periferias metropolitanas são os que mais defendem o privilégio das prefeituras na distribuição da arrecadação pública.

Figura


Atuação do Governo local

O IBOPE pesquisou opiniões dos eleitores brasileiros sobre a esfera de atuação municipal.

A seguir a concordância/discordância com algumas frases:

"As prefeituras são mais importantes no dia-a-dia da população do que o governo estadual e o governo federal" (1999)

"As prefeituras prestam a maior parte dos serviços públicos" (1999)

Figura


"As prefeituras prestam a maior parte dos serviços públicos na área de saúde" (1999)

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"As prefeituras prestam a maior parte dos serviços públicos na área da educação" (1998)

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Atuação das Esferas de Governo e do Setor Privado na área ambiental (1996):

Na área ambiental, não há consenso sobre as responsabilidades das esferas de governo. Entre os eleitores brasileiros entrevistados pelo IBOPE, a maioria atribui a maior responsabilidade pela fiscalização da legislação ambiental ao governo federal.

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Outras opiniões sobre responsabilidades na área ambiental:

A maior responsabilidade pela fiscalização da legislação ambiental é das prefeituras segundo dois grupos de eleitores: os de escolaridade superior e os residentes na região Sul.

No Nordeste e Norte/Centro-Oeste predominam as opiniões que atribuem ao governo federal a maior responsabilidade.

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Quem tem responsabilidade na área de segurança pública? Brasil (1999):

Provavelmente, estas opiniões refletem a forma como os brasileiros vêem a atuação das esferas de governo na prevenção e no combate ao crime. Para a maioria, a polícia federal é bem mais eficiente do que as polícias estaduais (civil e militar).

Eficiência na prevenção de crimes

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Eficiência no combate ao crime

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Os gráficos desta página destacam que são muito diferentes os perfis dos entrevistados que atribuem a maior responsabilidade pela segurança pública à esfera federal, à estadual e à municipal.

Quem mais considera a segurança pública responsabilidade....

Do presidente da República

Do governador do estado

Do prefeito

A atuação do exército no combate à violência nas grandes cidades

A maioria absoluta dos brasileiros é favorável à convocação do exército para combater a violência nas grandes cidades, o que significa ocupar com um recurso federal um espaço de atuação da esfera estadual.

Opinião sobre a convocação do exército para combater a violência (em %)

Quem é mais a favor da convocação do exército:

Cidade de São Paulo: responsabilidade das esferas de governo na área de segurança pública (1999):

Considerando apenas a cidade de São Paulo, cresce bastante o percentual de opiniões que atribuem à esfera federal a maior responsabilidade na área de segurança pública.

Em São Paulo, são as mulheres, os mais velhos, os de pouca escolaridade e os de renda média, os que mais consideram o presidente da república responsável pela segurança pública. Por outro lado, são os homens, os mais jovens, os de escolaridade superior e os de renda mais alta, os que conferem maior responsabilidade ao governador do estado.

Do presidente da república

Figura


Do governador do estado

Figura

Cidade de São Paulo: atuação do exército no combate à violência nas grandes cidades

São Paulo: opinião sobre a convocação do exército para combater a violência

Os paulistanos são também favoráveis à convocação do exército para combater a violência nas grandes cidades, porém em proporção um pouco menor do que o do conjunto dos brasileiros.

Quem é mais a favor da convocação do exército:

EUA – ESFERAS DE GOVERNO

Esfera de Governo mais confiável - 2000

Pesquisa do NBC News/Wall Street Journal Poll, em dezembro de 2000, mostra que, de uma maneira geral, os norte-americanos confiam mais nos governos local e estadual do que no governo federal.

% que "confia muito/confia" nos governos:

Esfera de governo que os norte-americanos mais confiam:

Avaliação do governo local no tratamento de questões importantes para a população: (2000)

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Opiniões sobre a atuação do governo federal em dimensões específicas: (2000)

Na promoção de valores morais:

Na regulamentação da programação das TV's, rádios e conteúdo dos filmes:

Na melhoria da qualidade de vida das pessoas:

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Em ações para combater o preconceito contra homossexuais:

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Maior presença do Estado versus Menor presença do Estado: (2001)

Os norte-americanos preferem um Estado menor, que ofereça menos serviços públicos,

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BRASIL – PLANO REAL/GOVERNO FHC /1995 - 2000

Avaliação do Plano Real e do Governo Fernando Henrique Cardoso: 1995-2000

As tendências de avaliação do Plano Real e do governo FHC indicam dois momentos muito distintos: o primeiro, coincidindo com o primeiro mandato, de 1995 a 1998, e o segundo, a partir de 1999.

No primeiro mandato, a maioria absoluta das opiniões era muito favorável ao plano econômico (mais de 60% de "ótimo/bom"), e as opiniões favoráveis à FHC ("ótimo/bom/regular") eram predominantes.

Com a desvalorização do Real, no início de 1999, as opiniões positivas sobre o plano caíram pela metade. Esta mesma tendência ocorreu com a avaliação de FHC.

Evolução da Avaliação do Governo FHC (em %)

Figura


Evolução da Avaliação do Plano Real (em %)

Figura


Em 2000:

Mesmo com a desvalorização do Real, o plano econômico manteve avaliação muito melhor do que o Governo FHC em todos os segmentos de eleitores

Regiões do país (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

Porte do município n.º de eleitores (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

O maior percentual de avaliação "ótimo/bom" para o Plano Real veio da classe econômica "E" (a mais baixa).

Renda familiar (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

Classificação Econômica - Critério Brasil (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

Em 2000, a avaliação do governo FHC estava muito acima da média geral entre os eleitores menos escolarizados, enquanto que a avaliação do Plano Real piorava com a idade: o maior percentual de "ruim/péssimo" foi atribuído pelos entrevistados acima de 45 anos.

Grau de Escolaridade (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

Faixa etária (em %)

Governo FHC

Figura


Plano Real

Figura

Plano Real: expectativas e opiniões

Durante a maior parte do primeiro mandato de FHC, pesquisas mostraram que os brasileiros mantiveram expectativas altas quanto ao sucesso do Plano Real. A possibilidade de fracasso só cresceu no final de 1998 e era considerada por uma parcela muito pequena de entrevistados.

Evolução da expectativa de sucesso do Plano Real (em %)

Evolução da expectativa quanto à qualidade de vida após o Plano Real (em %)

Em 1999, as opiniões indicavam que "a vida piorou" cresceram com a idade.

Faixa etária (em %)

Figura


Escolaridade (em %)

Figura

Em 1999, a qualidade de vida melhorou após o Plano Real. Esta era a opinião majoritária principalmente para os eleitores de renda mais baixa, classe econômica "E", residentes no interior e nas regiões Norte/Centro-Oeste.

Renda Familiar (em %)

Classificação Econômica (em %)

Tipo de Município (em %)

Figura


Região (em %)

Figura

Evolução da expectativa quanto à inflação

De uma maneira geral, os eleitores brasileiros nunca manifestaram expectativa de redução da inflação. No início do primeiro mandato a expectativa era de que a inflação se mantivesse estável. No início do segundo a mudança foi significativa: a expectativa de aumento da inflação chegou a quase 70%.

Em 1999, expectativas quanto à inflação segundo:

Faixa etária (em %)

Figura


Escolaridade (em %)

Figura

Em 1999, expectativas quanto à inflação segundo:

Renda Familiar (em %)

Classificação Econômica (em %)

Tipo de Município (em %)

Figura


Região (em %)

Figura

Evolução da expectativa quanto ao desemprego

Entre 1995 e 2000, as expectativas negativas sempre estiveram altas

Em 1999, o temor do desemprego era maior entre os entrevistados de 25 a 44 anos.

Faixa etária (em %)

Figura


Escolaridade (em %)

Figura

Em 1999, expectativas quanto ao desemprego segundo:

Renda Familiar (em %)

Classificação Econômica (em %)

Tipo de Município (em %)

Figura


Região (em %)

Figura

Evolução da expectativa quanto ao poder de compras

Em 1999, a expectativa de redução do poder de compras acompanhava o crescimento da renda, escolaridade e classificação econômica dos entrevistados.

Faixa etária (em %)

Figura


Escolaridade (em %)

Figura

Em 1999, expectativa quanto ao poder de compras, segundo:

Renda Familiar (em %)

Classificação Econômica (em %)

Tipo de Município (em %)

Figura


Região (em %)

Figura

Confiança no Governo FHC:

O presidente Fernando Henrique Cardoso contou com a confiança da maioria absoluta dos brasileiros durante o seu primeiro mandato. Com a desvalorização do Real, no início do segundo mandato, a confiança dos brasileiros no governo FHC caiu pela metade

Evolução da confiança no Governo FHC (em %)

Em 1999, os que mais confiavam em FHC eram os mais velhos, os de menor escolaridade, os de menor renda familiar e os pertencentes à classe mais baixa:

Faixa etária (em %)

Figura


Escolaridade (em %)

Figura

Em 1999, confiança no governo FHC, segundo:

Renda Familiar (em %)

Classificação Econômica (em %)

Tipo de Município (em %)

Figura


Região (em %)

Figura

1999: A crise do Real

No início de janeiro de 1999, o Real sofreu uma forte desvalorização em relação ao dólar e as taxas de juros subiram bastante. De uma maneira geral, os brasileiros não aprovaram a forma como o governo conduziu a crise econômica.

Avaliação sobre o desempenho do governo no combate à crise

1999: conhecimento sobre a desvalorização e as medidas tomadas para o combate à crise

Desvalorização do Real

Aumento das taxas de juros

Em fevereiro de 1999, a maioria dos eleitores entrevistados pelo Datafolha considerava que a crise econômica fugiu do controle do governo e que o Real continuaria a se desvalorizar frente ao dólar.

1999: O controle da crise pelo governo FHC (em %)

1999: Expectativa quanto ao valor do dólar frente ao Real (em %)

1999: Confiança no governo para cumprir metas de controle da inflação

A crise econômica abalou a confiança em FHC: a maioria dos brasileiros entrevistados pelo IBOPE não acreditava no cumprimento da meta de controle inflacionário do governo.

1999: Confiança no governo para cumprir a meta de controle inflacionário, segundo:

Renda Familiar (em %)

Figura


Porte do Município (em %)

Figura

Mudanças de hábitos com a crise do Plano Real

Com a crise econômica, a maioria dos brasileiros percebeu o aumento dos preços e refez seus planos de compras.

1999: Planos de compras com a crise econômica (em %)

A intenção de reduzir as compras era maior entre os entrevistados com renda mais alta, assim como residentes nas regiões metropolitanas. Os entrevistados com renda mais baixa bem como residentes no interior eram os que mais pretendiam simplesmente cancelar as compras planejadas antes da crise.

Renda Familiar (em %)

Figura


Tipo de Município (em %)

Figura

Situação das dívidas pessoais em 1999

Cerca de 30% dos brasileiros estavam mais endividados em meados de 1999 do que estavam três meses antes. Os mais endividados eram os entrevistados com renda mais baixa (até 2 SM).

Situação das dívidas, segundo:

Renda Familiar (em %)

Figura


FICHAS TÉCNICAS

Pesquisas IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística

Critério Brasil – IBOPE

Pesquisas Datafolha

Banco de Dados de Opinião Pública do Centro de Estudos de Opinião Pública

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Maio 2005
  • Data do Fascículo
    2001
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