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Apatia e alheamento político numa sociedade paralisada: os limites da nova democracia chilena

A noção de "sociedade paralisada" usada aqui para descrever a democracia chilena contemporânea pretende sugerir um determinado sistema político em que a probabilidade de mudança significativa resultante de eleições e negociações foi reduzida a um mínimo. Tendo em vista os dispositivos políticos restritivos impostos pelo regime militar de Pinochet à nova democracia, tais como a figura dos senadores nomeados e a lei eleitoral "binomial" que aumenta de modo muito desproporcional a representação do maior grupo minoritário pode-se afirmar que o poder político estava destinado a ser dividido quase igualmente entre as forças de centro e centro-esquerda agrupadas na coalizão da Concertación e seus oponentes da direita, num aparente desrespeito à vontade dos eleitores. A questão central deste artigo se relaciona com os efeitos prováveis que este imobilismo político pode ter sobre os chilenos à medida que eles se conscientizem de que as forças políticas que representam uma maioria popular têm capacidade limitada para realizar as mudanças desejadas. O tipo de efeito sugerido aqui se concentra na apatia e no alheamento político existentes.

democratização; apatia política; imobilismo político; Chile


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