Resumo
Este artigo tem por objetivo compreender a forma como o espaço organizacional de uma feira - Feira de Artesanato e Artes da Praça dos Namorados, em Vitória, Espírito Santo - se constitui nos entrecruzamentos dos usos que diferentes sujeitos elaboram para o espaço urbano. Para isso, utilizou-se o método etnográfico, com produção dos dados a partir de observação sistemática e participante ocorrida entre os meses de maio e outubro de 2015. Os dados foram examinados à luz de categorias que articulam proposições teóricas dos autores Henri Lefebvre e Michel de Certeau. Os resultados apontam para a compreensão do organizar da feira como composto por práticas provisórias, cuja existência é permeada por manifestações de poder, resistência e conflito emersas no cotidiano dos sujeitos. Ao revelar forças que atuam formando harmonias efêmeras, evidenciamos os entrecruzamentos do espaço concebido e vivido da feira. A feira, enquanto forma organizativa, emerge da justaposição de usos e apropriações de seus espaços, em uma dinâmica que privilegia ora concepções de espaço elaboradas determinados sujeitos, ora por outros.
Palavras-chaves:
Simbolismo Organizacional; Espaço; Etnografia; Feira