Desconstruindo o Dilema Glaser-Strauss: Uma Discussão Integrativa da Grounded Theory em Administração

Conejero, Maria Carolina; MacLennan, Maria Laura Ferranty

doi:10.1590/1984-92302023v30n0017PT

Maria Carolina Conejero

concepção (líder)

curadoria de dados (líder)

análise formal (igual)

investigação (líder)

metodologia (igual)

validação (igual)

visualização (líder)

redação – rascunho original (líder)

redação – revisão e edição (igual)

Centro Universitário FEI, São Bernardo do Campo, Brazil

http://orcid.org/0000-0001-7082-3545

Maria Laura Ferranty MacLennan

concepção (apoio)

curadoria de dados (apoio)

análise formal (igual)

investigação (apoio)

metodologia (igual)

validação (igual)

visualização (apoio)

redação – rascunho original (apoio)

redação – revisão e edição (igual)

Centro Universitário FEI, São Bernardo do Campo, Brazil

http://orcid.org/0000-0002-5019-7492

Editora Associada: Josiane Silva de Oliveira

Autoria

Maria Carolina Conejero

Doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Docente no Centro Universitário FEI nos cursos de Administração e Ciência da Computação. Coordenadora e docente do Projeto Jovem Inusitado na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) vinculado ao Núcleo de Inovação Pedagógica. E-mail: mcconejero@fei.edu.br

Maria Laura Ferranty MacLennan

Doutora em Ciências (Administração) pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Docente no Centro Universitário FEI nos cursos de Administração, Engenharias e Ciência da Computação. E-mail: mferranty@fei.edu.br

Conflito de interesses

Os autores informam que não há conflito de interesses.

Linguagem inclusiva

Os autores usam linguagem inclusiva que reconhece a diversidade, demonstra respeito por todas as pessoas, é sensível a diferenças e promove oportunidades iguais.

Etapa	Glaser e Strauss (1967)Glaser, B., Strauss, A. (1967). The Discovery of Grounded Theory: strategies for qualitative research. New York: Aldine Transaction.	Strauss e Corbin (1990)Strauss, A., Corbin, J. (1990). Basics of qualitative research: grounded theory procedures and techniques. London: Sage Publication.
Problema de pesquisa	Ir a campo sem uma questão de pesquisa predefinida, sem reflexão teórica.	Ir a campo com uma questão de pesquisa predefinida, após reflexão teórica.
Formalidade na estrutura de dados de codificação	Método analítico geral sem estruturação teórica.	Método analítico com etapas estruturadas.
Operacionalização	De característica mais subjetiva, pode ser difícil de operacionalizar.	De característica mais objetiva, pode ser mais fácil de operacionalizar.
Verificação e teste	Gera conceitos para formulação teórica ou conjunto de hipóteses conceituais. O teste é deixado para elaboração de outros pesquisadores, em pesquisa futura.	Gera uma teoria derivada indutivamente, encarregando-se de verificações e testes constantes para validar os conceitos.

Fase	Etapa	Abordagem integrativa
1ª	Sensibilização teórica	Pré-categorização conceitual: “imersão” numa estrutura teórico-analítica. Fase de introspeção do pesquisador.
2ª	Elementos do estudo e questão de pesquisa	O pesquisador predetermina os elementos do estudo e a questão de pesquisa, construindo um protocolo de pesquisa que deve induzir a flexibilidade de opções de coleta e análise de dados. O problema de pesquisa vai evoluindo e se (re)configurando ao longo do processo de pesquisa. Cabe ao pesquisador conduzir o processo de interpretação e compreensão do problema de pesquisa.
3ª	Coleta e análise de dados	Combinação de técnicas quantitativas e/ou qualitativas de pesquisa. Fase de processo indutivo-abdutivo: coletar e analisar dados (indução) para dar vazão a uma (ou mais) criação “imaginativa” (abdução).
4ª	Codificação aberta	Categorização conceitual: escolher as palavras-chave para gerar conceitos por desmembramento dos dados comparados, contínua e sucessivamente. É a primeira fase do processo de análise de dados, e se necessário o pesquisador pode voltar a campo para a realização de novas coletas.
5ª	Codificação axial	Ideias centrais: reorganizar os conceitos da fase anterior, extraindo as categorias centrais. Se necessário, o pesquisador pode novamente voltar a campo. Fase de processo dedutivo-indutivo: deduzir a codificação e buscar (ou não) a validação.
6ª	Codificação seletiva	Fase de abstração na qual ocorre a saturação teórica, sendo que nenhum dado adicional pode modificar o processo de categorização conceitual.
7ª	Verificação e/ou validação da teoria	“Emersão” da teoria substantiva ou da teoria adaptativo-substantiva baseada em categorias centrais, podendo ocorrer um processo de verificação e/ou validação por checagem de novos dados primários que poderiam ser explicados pela teoria.

Etapas	Descrição
1ª	Título do projeto de pesquisa.
2ª	Nome, telefone, afiliação institucional, endereço de correspondência, link do currículo Lattes do pesquisador responsável e orientador de pesquisa.
3ª	Descrição do objetivo geral e dos objetivos específicos da pesquisa.
4ª	Justificativa da pesquisa com antecedentes científicos e dados históricos que expliquem a proposta de desenvolvimento científico.
5ª	Descrição dos procedimentos de coleta de dados: - Materiais e recursos que serão utilizados. - Procedimentos que serão adotados na fase de pré-coleta. - Detalhes sobre o envio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. - Definição de data, horário e local de realização da coleta. - Detalhes sobre a fase de preparação do pesquisador antes de ir a campo. - Detalhes sobre instrumentos e fontes de dados: entrevista, questionário, observação, teste de mensuração e outros.
6ª	Informações relativas ao(s) sujeito(s) da pesquisa: - Descrever as características da organização a ser pesquisada. - Descrever as características dos indivíduos a serem pesquisados, expondo as razões caso haja a participação de grupos vulneráveis (crianças, idosos, deficientes físicos ou mentais e outros). - Descrever os planos de recrutamento e seleção dos indivíduos a serem pesquisados e os procedimentos específicos a serem seguidos. - Fornecer os critérios de inclusão e/ou exclusão de sujeitos da pesquisa.
7ª	Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE: Organização, indivíduos e representantes legais (no caso de haver a participação de grupos vulneráveis) devem manifestar anuência quanto à participação na pesquisa, garantia do direto de recusa à participação ou de saída em qualquer fase da pesquisa; publicação dos resultados da pesquisa e, quando necessário, garantia de sigilo que assegure a privacidade do(s) sujeito(s) envolvido(s) na pesquisa em relação à exposição de informações secretas e/ou confidenciais.
8ª	Apresentação dos roteiros completos dos instrumentos e das fontes de dados.
9ª	Descrição dos resultados esperados.
10ª	Cronograma da pesquisa.
11ª	Local de realização da pesquisa.
12ª	Orçamento detalhado da pesquisa, especificando os recursos-fontes e destinação, a forma e o valor da remuneração do pesquisador responsável e, quando necessário, outras informações relevantes.
13ª	Declaração de que os resultados da pesquisa serão publicados, sejam favoráveis ou não.

Critério	Validade	Confiabilidade
Triangulação (validação convergente tanto de métodos múltiplos quanto de multitratamento de dados no estudo de um fenômeno).	Sim	Sim
Reflexividade (antes e depois para gerar transformação no pesquisador, a fim de evitar vieses interpretativos).	Não	Sim
Clareza e transparência nos procedimentos (qualidade de documentação nos procedimentos de coleta e análise de dados).	Não	Sim
Construção do corpus de pesquisa (equivalente funcional da amostra representativa para saturação de dados).	Sim	Sim
Descrição com riqueza de detalhes (análise objetiva dos fatos sociais e/ou organizacionais, permitindo que as descobertas subjetivas sejam transferíveis).	Sim	Sim
Elemento surpresa (descoberta de evidências inspiradoras e de novas formas de pensamento sobre um determinado tema).	Sim	Não
Feedback (validação comunicativa dos participantes com obtenção de concordância e/ou consentimento).	Sim	Sim
Auditoria (documentação constante no andamento da pesquisa, a fim de facilitar o trabalho de outros pesquisadores no resgaste dos resultados encontrados, com a criação de roteiros com questões-chave do processo de pesquisa para a verificação e/ou validação da teoria substantiva ou teoria adaptativo-substantiva).	Sim	Sim

Extremo Positivista
Ontológico	Realidade como uma situação concreta	Realidade como um processo concreto	Realidade como um campo contextual de informação	Realidade como um campo de discurso simbólico	Realidade como uma construção social	Realidade como uma projeção da imaginação humana
Epistemológico	Construir uma ciência positivista	Construir sistemas e processo de mudança	Mapear contextos	Compreender padrões de discurso simbólico	Compreender como a realidade social é criada	Obter um insight fenomenológico
Métodos de pesquisa	Experimento, teste de mensuração e levantamento	Análise histórica	Interpretação e análise contextual	Análise simbólica	Hermenêutica	Exploração da subjetividade pura

[1] Editora Associada: Josiane Silva de Oliveira

Brasil

Brasil

Desconstruindo o Dilema Glaser-Strauss: Uma Discussão Integrativa da Grounded Theory em Administração

Resumo