Acessibilidade / Reportar erro

Automação flexível: o ocaso do taylorismo fordismo e a supremacia do toyotismo

Resumos

Nos anos 70, em função do desenvolvimento da microeletrônica, a automação rígida foi tecnicamente superada pela automação flexível. Mesmo superada, contudo, ela não foi abandonada. Ao contrário, por pelo menos mais uma década, manteve-se como o paradigma dominante em todo o ocidente. Por que isto aconteceu? A hipótese desenvolvida é de que a automação flexível mostrou-se incompatível com o sistema taylorista-fordista de organização da do trabalho/produção. Por esta razão ela só pôde se desenvolver com a emergência do toyotismo. Neste sentido, pode-se concluir, também, que o toyotismo não supera o taylorismo-fordismo por uma superioridade intrínseca, mas sim por uma maior adequação ao novo paradigma tecnológico.


A long the 70's, the flexible automation surpassed the traditional one as consequence of micreletronics development. Even supassed the traditional automation was not ,abandoned.lt took a decade to be overtaken as dominant paradigm inthe western world. Why did it happen? The hipothesis in this paper is that flexible automation proved incompatible with taylorist ways of production. Due to this reason, flexible automation could only develop with the toyotism emergence. It can be shown, also, that toyotism do not surpass fordism due to a natural superior status but due to a better match wit the new tecnological paradigm


ARTIGOS/ARTICLES

Automação flexível: o ocaso do taylorismo fordismo e a supremacia do toyotismo1 1 O presente artigo é uma síntese de parte do capítulo 8 da tese de doutorado do autor, Economia e Tecnologia: do desenvolvimento com pleno emprego ao crescimento sem emprego, defendi­da no IPE-FEA-USP em outubro de 1998.

Marcus Alban

Professor Adjunto da UFBa, vinculado ao NPGA

RESUMO

Nos anos 70, em função do desenvolvimento da microeletrônica, a automação rígida foi tecnicamente superada pela automação flexível. Mesmo superada, contudo, ela não foi abandonada. Ao contrário, por pelo menos mais uma década, manteve-se como o paradigma dominante em todo o ocidente. Por que isto aconteceu? A hipótese desenvolvida é de que a automação flexível mostrou-se incompatível com o sistema taylorista-fordista de organização da do trabalho/produção. Por esta razão ela só pôde se desenvolver com a emergência do toyotismo. Neste sentido, pode-se concluir, também, que o toyotismo não supera o taylorismo-fordismo por uma superioridade intrínseca, mas sim por uma maior adequação ao novo paradigma tecnológico.

ABSTRACT

A long the 70's, the flexible automation surpassed the traditional one as consequence of micreletronics development. Even supassed the traditional automation was not ,abandoned.lt took a decade to be overtaken as dominant paradigm inthe western world. Why did it happen? The hipothesis in this paper is that flexible automation proved incompatible with taylorist ways of production. Due to this reason, flexible automation could only develop with the toyotism emergence. It can be shown, also, that toyotism do not surpass fordism due to a natural superior status but due to a better match wit the new tecnological paradigm

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text avaliable only in PDF.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBAN, M. 1998 - Economia e Tecnologia: do desenvolvimento com pleno emprego ao cres­cimento sem emprego, tese de doutorado, mimeo, IPE-FEA-USP, São Paulo.

ALLEN, G.C. 1981 - The Japanese Economy, Weidenfeld and Nicolson, London.

A Kl, M. 1986 - 'Horizontal vs. Vertical Information Structure of the Firm', The American Economic Review, 76(5), dezembro. 1990 - 'Toward an Economic Model of the Japanese Firm', Journal of Economic Literature.

AYRES, R. e MILLER, S. 1985 - 'Industrial Robots on Line', em T. Forester (ed.), The Information Technology Revolution, Basil Blackwell, Oxford.

BRAVERMAN, H. 1981 - Trabalho e Capital Monopolista: a degradação do trabalho no século XX, Zahar, Rio de Janeiro.

COHEN S. e ZYSMAN, J 1987 - Manufacturing Matters: the myth of the pos-industrial economy, Basic Books, New York.

CORIAT, B 1994 - Pensar pelo Avesso: o modelo japonês de trabalho e organização, UFRJ/ Revan, Rio de Janeiro.

DANTAS, E.H.G.P. 1995 - 'Tecnologias Informáticas na Implementação do CIM', em H.M. Caulliraux e L.S.S.Costa (org.), Manufatura Integrada por Computador, Campus, Rio de Janeiro.

DEVINE Jr, W.D. 1983 - 'From Shafts to Wires: historical perspectives on eletrification' The Journal of Economic History, jun, vol.XLIII.

EDERLEIN, R. 1994 . Microeletrônica: uma introdução ao universo do microchips, seu funciona­mento, fabricação e aplicações, Edusp, São Paulo.

FORD, H. 1954 - 'Minha Vida e Minha Obra' em H. Ford, Os Princípios da Prosperidade, Ed. Brand, Rio de Janeiro.

HAMMER, M 1990 - 'Reengeneering Work: don't automate, obliterate', Harvard Business Review, jul-ago.

HAMMER, M, e CHAMPY, J. 1993 - Reengeneering the Corporation, Haper Business, New York.

HIRSCHHORN, L. 1984 - Beyond Mechanization, MIT Press, Cambridge, Massachusetts.

HUDSON, C.A. 1985 - 'Computers in Manufactures', em T. Forester (ed.), The Information Technology Revolution, Basil Blackwell, Oxford.

KAPLINSKY, R. 1984 - Automation: the technology and society, Longman, Essex.

LEBORGNE, D. e LIPIETZ, A. 1988 -'O Pós-fordismo e Seu Espaço', Espaço e Debate, n. 25.

MARGERISON, T.A. 1978 - 'Computers' em Trevor i. Williams (ed.), A History of Technology, Vol. VII, The Twentieth Century, 1900 to 1950, Part II, Claredon Press, Oxford.

NOBLE, D.F. 1979 - 'Social Choice in Machine Design: the case of automatically controlled machine tools', em A. Zimbalist, Case Studies in the Labour Process, Monthly Review Press, Nova York.

OH NO, T. 1978 - Toyota Seisan Hôshiki, Diamond Sha, Tokio. 1988 - Toyota Production System, Productivity Press, Cambridge, MA.

PIORE,M.J. & SABEL,C.F. 1984 - The Second Industrial Divide, Basic Books, USA.

RATTNER, H 1985 - 'A Escalada dos Sistemas de Fabricação Flexíveis', em H. Rattner, Informática e Sociedade, Brasilense, São Paulo.

REICH, R. 1994 - O Trabalho das Nações, Educator, São Paulo.

RIFKIN,J 1996 - O Fim dos Empregos: o declínio inevitável dos níveis de emprego e a redução da força global de trabalho, Makron Books, São Paulo.

SCHONBERGER, R.J. 1984 - Técnicas Industriais Japonesas: nove lições ocultas sobre a simplicidade, Pioneira, São Paulo.

TAYLOR, F.W. 1963 - Princípios de Administração Científica, Atlas, São Paulo.

THE ECONOMIST. 1993 - 'Getting Rid of the Boss', 6 de fevereiro.

WOMACK, J.P., JONES, D.T., e ROOS, D. 1992 - A Máquina que Mudou o Mundo, Campus, Rio de Janeiro.

  • ALBAN, M. 1998 - Economia e Tecnologia: do desenvolvimento com pleno emprego ao crescimento sem emprego, tese de doutorado, mimeo, IPE-FEA-USP, São Paulo.
  • ALLEN, G.C. 1981 - The Japanese Economy, Weidenfeld and Nicolson, London.
  • A Kl, M. 1986 - 'Horizontal vs. Vertical Information Structure of the Firm', The American Economic Review, 76(5), dezembro. 1990 - 'Toward an Economic Model of the Japanese Firm', Journal of Economic Literature.
  • AYRES, R. e MILLER, S. 1985 - 'Industrial Robots on Line', em T. Forester (ed.), The Information Technology Revolution, Basil Blackwell, Oxford.
  • COHEN S. e ZYSMAN, J 1987  - Manufacturing Matters: the myth of the pos-industrial economy, Basic Books, New York.
  • CORIAT, B 1994   - Pensar pelo Avesso: o modelo japonês de trabalho e organização, UFRJ/ Revan, Rio de Janeiro.
  • DEVINE Jr, W.D. 1983    - 'From Shafts to Wires: historical perspectives on eletrification' The Journal of Economic History, jun, vol.XLIII.
  • EDERLEIN, R. 1994 . Microeletrônica: uma introdução ao universo do microchips, seu funcionamento, fabricação e aplicações, Edusp, São Paulo.
  • FORD, H. 1954 - 'Minha Vida e Minha Obra' em H. Ford, Os Princípios da Prosperidade, Ed. Brand, Rio de Janeiro.
  • HAMMER, M 1990 - 'Reengeneering Work: don't automate, obliterate', Harvard Business Review, jul-ago.
  • HAMMER, M, e CHAMPY, J. 1993 - Reengeneering the Corporation, Haper Business, New York.
  • HUDSON, C.A. 1985 - 'Computers in Manufactures', em T. Forester (ed.), The Information Technology Revolution, Basil Blackwell, Oxford.
  • KAPLINSKY, R. 1984 - Automation: the technology and society, Longman, Essex.
  • LEBORGNE, D. e LIPIETZ, A. 1988 -'O Pós-fordismo e Seu Espaço', Espaço e Debate, n. 25.
  • MARGERISON, T.A. 1978  - 'Computers' em Trevor i. Williams (ed.), A History of Technology, Vol. VII, The Twentieth Century, 1900 to 1950, Part II, Claredon Press, Oxford.
  • NOBLE, D.F. 1979   - 'Social Choice in Machine Design: the case of automatically controlled machine tools', em A. Zimbalist, Case Studies in the Labour Process, Monthly Review Press, Nova York.
  • PIORE,M.J. & SABEL,C.F. 1984 - The Second Industrial Divide, Basic Books, USA.
  • RATTNER, H 1985  - 'A Escalada dos Sistemas de Fabricação Flexíveis', em H. Rattner, Informática e Sociedade, Brasilense, São Paulo.
  • REICH, R. 1994 - O Trabalho das Nações, Educator, São Paulo.
  • RIFKIN,J 1996  - O Fim dos Empregos: o declínio inevitável dos níveis de emprego e a redução da força global de trabalho, Makron Books, São Paulo.
  • SCHONBERGER, R.J. 1984   - Técnicas Industriais Japonesas: nove lições ocultas sobre a simplicidade, Pioneira, São Paulo.
  • TAYLOR, F.W. 1963 - Princípios de Administração Científica, Atlas, São Paulo.
  • THE ECONOMIST. 1993 - 'Getting Rid of the Boss', 6 de fevereiro.
  • WOMACK, J.P., JONES, D.T., e ROOS, D. 1992 - A Máquina que Mudou o Mundo, Campus, Rio de Janeiro.
  • 1
    O presente artigo é uma síntese de parte do capítulo 8 da tese de doutorado do autor, Economia e Tecnologia: do desenvolvimento com pleno emprego ao crescimento sem emprego, defendi­da no IPE-FEA-USP em outubro de 1998.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Jun 2015
    • Data do Fascículo
      Ago 1999
    Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n 3o. sala 29, 41110-903 Salvador-BA Brasil, Tel.: (55 71) 3283-7344, Fax.:(55 71) 3283-7667 - Salvador - BA - Brazil
    E-mail: revistaoes@ufba.br