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Editorial

Editorial

O número 26 da Cadernos de Psicologia e Educação Paidéia completa o ano de 2003 e busca, na diversidade dos trabalhos que o constituem, mostrar a gama hoje ampla de pesquisa empírica, teórica e de revisão da literatura, nas áreas da Psicologia, da Educação e afins, que evidenciam, de um lado, as muitas possibilidades de construção de um conhecimento científico, fazendo uso de várias metodologias, e de outro as necessidades de ampliar, cada vez mais, os assuntos que são objeto de investigação, no sentido também de responder a demandas da comunidade.

Outrossim, a mera existência da revista, hoje com 13 anos, permite ver claramente que as questões atinentes à Educação estão presentes todo o tempo e, mais ainda, vêm aumentando em freqüência e profundidade das discussões, fazendo com que se possa concordar com a colocação de que estamos vivendo em uma 'sociedade do conhecimento'. Chama atenção também, neste número, a alta freqüência de trabalhos decorrentes de teses de doutorado e de dissertações de mestrado, em publicações conjuntas orientador e estudante, indicando que está se formando uma cultura diversa na área das Ciências Humanas e Sociais, mais em direção às exigências das Agências de Fomento.

Assim, inicia-se este número com um artigo de pesquisadoras da UFSCar sobre 'Promoção da saúde e educação infantil: Caminhos para o desenvolvimento' que tem como objetivo uma reflexão sobre aspectos envolvidos na melhoria da qualidade de vida de crianças e suas famílias, tendo por base indicadores da UNESCO e do Ministério da Saúde, falando do oferecimento de oportunidades de educação às gerações mais novas, com destaque para as populações economicamente menos favorecidas. Dá continuidade a esta temática um trabalho de pesquisadoras da Região Sul- UFRG, UFSC e de um professor canadense UQTR, que procura analisar o conceito de 'Resiliência: concepções, fatores associados e problemas relativos à construção do conhecimento na área', muito utilizado atualmente e que traz uma nítida alteração no enfoque das análises do comportamento de populações em situação de risco psicossocial, colocando a ênfase no seu potencial de prevenção e promoção da saúde.

Dois outros artigos relatam revisões da literatura sobre testes psicológicos, o primeiro de pesquisadores da USP RP, fala sobre a avaliação de instrumentos de medida do comportamento de crianças quando em situação de tratamento dentário, denominado 'Escalas de medo odontológico em crianças e adolescentes: uma revisão da literatura', e que cumpre o objetivo de mostrar o que se tem à disposição e em quais outras áreas é necessário que se criem escalas para avaliar o comportamento infantil, visando auxiliar no tratamento; o segundo, de uma pesquisadora da USF SP, tem por objetivo verificar a presença ou a ausência de validade e precisão nos testes de inteligência e identificar se a padronização brasileira está sendo feita e cujo título é 'Estudos de Validade e de Precisão em testes de inteligência'. Um terceiro trabalho também se refere ao tema dos testes, mas é direcionado para a aplicação e verificação do seu valor como auxílio no diagnóstico de uma população específica; trata-se do 'Avaliação da técnica de Rorschach em portadores do HIV', de autoria de um professor da FFCLRP e de sua orientanda.

Outro tema abordado está relacionado ao 'Conceito de infância na perspectiva de mães usuárias e não usuárias de creche', num primeiro artigo de pesquisadores da UFPR, cujos objetivos já se acham expressos no próprio título, mas que discute também dificuldades na criação dos filhos e alterações no papel do pai; e, num segundo trabalho que fala do 'Ser- com o filho com deficiência mental', de autoria de uma professora e sua orientanda, do campus da USP RP, e que analisa especificamente como sentem e agem os pais de crianças que têm um atraso no desenvolvimento.

Finalmente, há mais dois artigos que tratam da questão da violência, um de pesquisadoras da UFBa, falando da 'Violência urbana e o papel da mídia na concepção de professoras do Ensino Fundamental', que analisa como é percebida a atuação da informação freqüente e intensa que a mídia promove sobre este tema; o outro, de autoras da UCCB SP, 'Violência doméstica e escola: um estudo em escolas públicas de São Paulo', que pretende investigar se os professores identificam maus tratos domésticos em seus alunos e em quais situações eles fazem isso, discutindo frente aos dados obtidos a questão do pouco preparo que a escola tem para enfrentar o problema.

Completa este número uma Resenha e as Notícias de Congressos, dois tópicos dos mais importantes, tanto pela divulgação do que vem sendo publicado na forma de livro, quanto por abrir perspectivas e estimular os pesquisadores a uma participação em reuniões científicas que promovem o contato, trazendo renovação e intensificação da atividade de investigação.

Zélia Maria Mendes Biasoli-Alves

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Fev 2009
  • Data do Fascículo
    Dez 2003
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