RESUMO
Variedades locais de arroz de sequeiro vêm sendo conservadas por agricultores familiares do oeste catarinense. Contudo, não existem dados na literatura sobre a qualidade e o rendimento industrial dessas variedades, bem como dos efeitos dos genótipos, do ambiente e da interação genótipo x ambiente. Avaliaram-se a renda de benefício e grãos inteiros, quebrados, barrigas brancas e gessados, em experimentos delineados em blocos completos casualizados, com quatro repetições, em dois locais. A renda e a taxa de grãos inteiros e quebrados foram de 57,93-69,90 %, 38,73-66,0 % e 3,40-22,15 %, respectivamente, com 15 variedades locais atingindo valores semelhantes aos obtidos por variedades modernas de arroz de sequeiro. Os maiores valores para renda e grãos inteiros foram obtidos em Anchieta (local de procedência das variedades). Os percentuais de ocorrência de grãos barriga branca e gessados foram de 0,10-8,68 % e 0,02-3,12 %, respectivamente. As diferenças foram significativas (p ≤ 0,05) para os efeitos do genótipo, ambiente e interação genótipo x ambiente, para a renda de benefício. Para grãos inteiros e quebrados, as diferenças foram significativas (p ≤ 0,05) para genótipo e ambiente, mas não para a interação genótipo x ambiente. Para grãos barriga branca e gessados, as diferenças resultaram significativas (p ≤ 0,05) para genótipo e interação, e não significativas para ambiente. Foram observadas diferenças quanto à estabilidade das variedades, em relação a todas as variáveis de rendimento industrial estudadas, e estabelecido um ranking de estabilidade.
PALAVRAS-CHAVE:
Oryza sativa
; rendimento de engenho; interação genótipo x ambiente