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Capital social e bibliotecas públicas: estudos empíricos

Social capital and public library: empirical studies

Resumos

Discutem-se artigos sobre pesquisas empíricas que tratam/analisam as relações entre capital social e bibliotecas públicas. Os estudos reforçam o papel das atividades básicas (core) das bibliotecas e, em menor intensidade, das não básicas, no processo de criação do capital social e investigam a influência do montante de capital social da comunidade na quantidade demandada de serviços bibliotecários.São sugeridas políticas públicas, procurando mostrar a importância de incluir a biblioteca pública como protagonista nos projetos de desenvolvimento local/comunitário.

Capital social; Bibliotecas públicas; Políticas públicas


Empirical research articles are herein discussed concerning / analyzing the relationship between social capital and public libraries. The work reinforces the role of basic activities (core) of public libraries and to a lesser degree, the non-core in the process of creating social capital. It also investigates the influence of the social capital in quantity demanded of community library services. Suggestions are made for public policy to include the library as a protagonist in local/ community development projects.

Social capital; Public Library; Public policies


ARTIGOS

Capital social e bibliotecas públicas: estudos empíricos

Social capital and public library: empirical studies

Adalberto Rego Maciel Filho

Professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco/Universidade de Pernambuco. Mestre Ciência Regional University of Pennsylvania. Doutor em Economia New School For Social Research New York

RESUMO

Discutem-se artigos sobre pesquisas empíricas que tratam/analisam as relações entre capital social e bibliotecas públicas. Os estudos reforçam o papel das atividades básicas (core) das bibliotecas e, em menor intensidade, das não básicas, no processo de criação do capital social e investigam a influência do montante de capital social da comunidade na quantidade demandada de serviços bibliotecários.São sugeridas políticas públicas, procurando mostrar a importância de incluir a biblioteca pública como protagonista nos projetos de desenvolvimento local/comunitário.

Palavras-chaves: Capital social; Bibliotecas públicas; Políticas públicas.

ABSTRACT

Empirical research articles are herein discussed concerning / analyzing the relationship between social capital and public libraries. The work reinforces the role of basic activities (core) of public libraries and to a lesser degree, the non-core in the process of creating social capital. It also investigates the influence of the social capital in quantity demanded of community library services. Suggestions are made for public policy to include the library as a protagonist in local/ community development projects.

Keywords: Social capital; Public Library; Public policies

1 Introdução

O conceito de capital social, a partir de 1993, com a publicação do livro Making Democracy Work de Robert Putnam1 1 Vide Putnam (2006) para edição brasileira. , ganhou um grande reconhecimento. As instituições internacionais, notadamente o Banco Mundial, OCDE e CEPAL, passaram a incluí-lo nas suas respectivas agendas de financiamento, como destaca Milani (2003). A análise da relação entre biblioteca pública e capital social é oportuna pela dimensão/abrangência das políticas públicas que hoje são executadas/oferecidas, fundamentadas na interface entre teoria do capital social e desenvolvimento local.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão das pesquisas empíricas que investigam as relações entre bibliotecas públicas e capital social sob os seguintes aspectos: criação, perfil da oferta de serviços e demanda de serviços. Neste último caso, entre o nível de capital social de uma comunidade e a quantidade demandada de serviços bibliotecários.

Inicialmente, apresentam-se diversas definições de capital social ediscute-seo processo de sua criação pelas bibliotecas públicas. Em seguida, analisam-se os trabalhos empíricos. Juntamente com as considerações finais, enfoca-se a possibilidade de as bibliotecas públicas assumirem um papel crescente na criação de capital social em suas comunidades.

As citações de documentos em língua não vernácula constituem-se todas em uma tradução dos autores deste artigo.

2 O conceito de capital social e sua criação pelas bibliotecas públicas

A literatura sobre capital social é bastante extensa, como pode ser observado nos estudos de Woolcock e Narayan (2000) e nos de Putnam (2000; 2006).

Aqui se apresentam as ideias mais representativas dos autores na literatura empírica pesquisada, tanto com relação ao conceito de capital social como ao processo de sua criação.

2.1 Capital social

Putnam (2000) menciona que o termo capital social foi utilizado em 1916, pela primeira vez, em um artigo por L.J. Hanifam:

Essas substâncias tangíveis [que] mais contam para a vida diária das pessoas: denominadas boa vontade, amizade, simpatia, interação social entre indivíduos e famílias que fazem uma unidade social. [...]. O indivíduo sozinho é socialmente sem defesa se deixado por ele mesmo [...]. Se ele entrar em contato com os vizinhos e eles com os outros vizinhos, existirá então uma acumulação de capital social [...]. (Hanifam, 1916, p. 4 apud PUTNAM, 2000, p. 19).

Putnam (1995; 2000) apud Gong, Japzon e Chen (2008, p. 66) define capital social: "refere-se às conexões entre indivíduos como normas de reciprocidade e confiança social que facilitam a coordenação e cooperação para benefício mútuo."

Para Hillenbrand (2005a, p. 41), capital social é o processo entre pessoas que estabelecem network, normas, confiança social e facilita a coordenação e cooperação para benefício mútuo. É o tecido social ou a cola social que segura a comunidade junta.

Vårheim, Steinmo e Ide (2008, p. 878) afirmam: "Países, em que existe elevada confiança entre cidadãos, são provavelmente locais melhores de se viver do que aqueles com baixa confiança".

Segundo Gong, Japzon e Chen (2008, p. 66), o que é fundamental para a teoria do capital social é que "as conexões sociais têm valor. Além do valor que elas têm para os indivíduos". (Coleman 1988, 1990; Bourdie (1986) apud Gong; Japzon; Chen, 2008, p. 66).

O capital social tem externalidade, além dos custos e benefícios gerados para o grupo em si (PUTMAN, 2000, p. 20).

Entre as formas de capital social distinguem-se:

a) bridging (ou inclusiva) - engloba pessoas de diversos grupos sociais. Reside numa visão voltada para fora, por exemplo: o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos;

b) bonding (ou exclusiva) - a visão é voltada para dentro. Tende a reforçar identidades exclusivas e grupos homogêneos. Por exemplo, organizações de fraternidade étnica (Putnam, 2000 apud Gong; Japzon; Chen, 2008, p. 67).

Observa-se que a definição de capital social está vinculada essencialmente às relações interpessoais baseadas na reciprocidade e confiança social, e que geram benefícios sociais por meio dos processos de coordenação e cooperação entre indivíduos, independentemente do grupo familiar a que eles pertençam.

2.2 Bibliotecas e a criação do capital social

Putnam et al. (2003) apud Vårheim, Steinmo e Ide (2008, p. 879) afirmam que os pesquisadores da área estão divididos em dois campos2 2 WOOLCOCK; NARAYAN (2000, p. 239) apresenta uma classificação mais analítica em que as visões são separadas em quatro campos: comunitária, network, institucional, sinérgica. quanto ao processo de criação do capital social em suas diversas utilizações nas ciências sociais:

a) hipótese denominada contacto - Thorqueville / Putman - o capital social nasce da vida associativa e contatos informais, interação face a face na sociedade civil;

b) o institucionalista declara que as instituições politicamente eficientes e políticas públicas produzem capital social. Programas sociais de abrangência universal (educação e saúde) geram capital social. Ao reduzir as desigualdades, as políticas universais geram confiança.

Com relação à biblioteca pública, Vårheim, Steinmo e Ide (2008, p. 880) declaram que ela é uma entidade que tem caráter universal e, desse modo, contribui para a criação do capital social pelo enfoque institucional. Por outro lado, é um local de encontro e interação social e, assim, colabora para criação de capital social pelo contato (enfoque social). Logo, a biblioteca é uma instituição que pode promover a criação de capital dentro dos dois enfoques teóricos.

Para Hillenbrand (2005b, p. 9), existe um consenso na literatura de que elas criam capital social de diversas maneiras:

a) proporcionando engajamento cívico por meio de programas que conseguem reunir cidadãos independentemente de idade, sexo, etnia, status econômico, cultura e crenças; quebram barreiras sociais e encorajam a tolerância;

b) apoiando os ideais democráticos, disponibilizando informação sem custo para todos os cidadãos e promovendo a alfabetização digital, criam a cidadania informada;

c) induzindo a participação com outras comunidades, constroem capital social inclusivo (bridging);

d) encorajando a confiança por meio da inclusão social e coesão, promovendo recursos para a vizinhança e disponibilizando local de encontro acessível para todos, criam comunidades;

e) facilitando o diálogo local e disseminando as estatísticas locais, constroem capital social exclusivo(bonding);

f) disponibilizando espaço público onde os cidadãos possam trabalhar juntos em problemas pessoais, incentivam a participação comunitária.

Hillenbrand (2005b, p. 9) afirma que "existe um entendimento de que a biblioteca constrói capital social quando oferece um espaço que, utilizado por diferentes grupos sociais da comunidade, acomoda diversas necessidades e encoraja a interação social e confiança".

Cox et al. (2000), segundo Vårheim, Steinmo e Ide, (2008, p. 881), são os únicos pesquisadores que elaboraram um mecanismo mostrando como a produção de capital social é compreendida como efeito colateral das atividades desenvolvidas pelas bibliotecas, sejam elas atividades básicas das bibliotecas ou envolvimentos além dos programados (outreach)/ atividades relacionadas com a comunidade.

As bibliotecas facilitam a interação social e a confiança e, assim, elas promovem o crescimento do acesso igual e do senso de igualdade dentro da comunidade e, desse modo, contribuem para o capital social. Segundo Cox et al. (2000,p.7):

O capital social é acumulado como um produto adicional dessas interações que contribuem para a comunidade ou grupo social que percebem que o acesso à informação, como uma biblioteca, aumenta sua operacionalidade dentro da grande sociedade. Por outro lado, esses espaços fornecem capital social que, possivelmente, contribuem para a unificação do tecido social, mesmo que eles não sejam registrados ou reconhecidos.

Verifica-se que a criação do capital social advém de relações sociais formais e informais entre indivíduos estabelecidas por eles próprios ou proporcionadas por instituições sociais e políticas públicas eficientes.

3 Experiências empíricas

Analisam-se os estudos empíricos realizados na Austrália, Estados Unidos, Noruega e Brasil (especificamente no Estado de Pernambuco).

3.1 Hillenbrand (2005)

Hillenbrand (2005a) discute o estudo de 2000, realizado pela Universidade de Tecnologia (Sidney) e a Public Libraries Branch da State Library of New South Wales, o primeiro a tentar medir capital social em bibliotecas públicas. É uma pesquisa em dez bibliotecas públicas nos subúrbios de Sidney e nas áreas rurais do Novo País de Gales do Sul. Foram entrevistados 76 usuários e 188 não usuários. As bibliotecas foram percebidas como lugares seguros, onde prevalece um nível alto de confiança, funcionam para incentivar a interação social e confiança, bem como promovem o igual acesso e sentimento de igualdade na comunidade em que estão localizadas. Dessa forma, conclui que as bibliotecas públicas contribuem para criar capital social (SIDNEY UNIVERSITY, 2000 apud HILLENBRAND, 2005b, p. 10).

Esta pesquisadora cita alguns trabalhos de Bundy (2003), que advoga a biblioteca como conectora da comunidade e contribuinte para o capital social. (BUNDY, 2003, p. 9 apud Hillenbrand, 2005b, p. 10).

Hillenbrand (2005a) realizou uma pesquisa na Mount Barker Community Library, na Austrália, de abril a novembro de 2004. Analisou 250 questionários de um total de 20.600 usuários, ou seja, 1,2 % da pesquisa quantitativa. O trabalho foi complementado com uma pesquisa qualitativa.

Algumas características encontradas na amostra: 68% do sexo feminino e 32% do masculino; o maior percentual de utilização está na faixa de 35-49 anos com 28%; acentuado percentual de uso das bibliotecas pelos mais idosos acima de 60 anos (21%), bem como de jovens na faixa abaixo de 25 anos (25%); 80% dos usuários iam à biblioteca com alguém; maior percentagem (46 %) das mulheres foram à biblioteca com parentes do que homens (24%).

Em relação ao uso dos serviços básicos3 3 Os elementos que constituem o papel e a função tradicional básico (core) das bibliotecas seriam: uso de livros, procurar informação, ler, aprender, estudar, tomar emprestado, usar outros recursos, computador e Internet. Não básicos (non-core): acesso igual para todos e gratuito; a biblioteca como o lugar para se ir; interação social; o papel da biblioteca na comunidade – centro de encontro comunitário, centro comunitário de informação e entretenimento. : 89 % vieram tomar emprestados itens da coleção; procurar informação 49%; ler 24%; estudar 24%; 29% para olhar/ler casualmente os livros; e 45% dos usuários vieram usar os computadores.

Quanto ao uso dos serviços não básicos: 13 % por ser um lugar aonde ir; 32% por ser um lugar calmo e com muita paz para sentar e relaxar; e 8% a procura de um lugar considerado seguro.

No que diz respeito ao tópico confiança e relacionamento, utilizado como indicadores de capital social, foram apresentados os seguintes motivos para a visita à biblioteca:

a) lugar calmo e seguro: 23% dos jovens por ser um lugar seguro e na população abaixo de 49 anos, em média, 21% pela paz e calma;

b) local de encontro: 35% dos jovens da faixa etária de 12-17 anos visitam a instituição por ser um local para se ir;

c) falar com alguém que já conhecem: a faixa etária de 12-17 anos, o grupo mais social, 73%; dos 70-85 anos, os mais velhos, 59%; os com idade entre 18-24 anos com 26%; e os com 60– 69 anos 29%.

O comportamento observado nas faixas de 12-17 anos e acima de 60 anos foi considerado excelente, como construtores de capital social dentro de bibliotecas.

Na pesquisa qualitativa, cinco temas se destacaram: o papel tradicional e as funções da biblioteca - básico; acesso igual para todos e gratuito; a biblioteca como o lugar para se ir; interação social; e o papel da biblioteca na comunidade como centro de encontro comunitário, centro comunitário de informação e entretenimento.

As razões dominantes da visita à biblioteca foram relativas ao papel básico: pedir livros emprestados, procurar informações, folhear, ler e, de forma crescente, utilizar computadores.

O tradicional papel das bibliotecas tem sido um aspecto fundamental para a visita. Os novos papeis também têm alçado um lugar de destaque, como indicam os resultados da pesquisa qualitativa.

Essas atividades básicas e não básicas desenvolvidas/oferecidas pelas bibliotecas proporcionam: interação entre indivíduos e entre diferentes grupos dentro dela; encorajam, ainda, a interação entre esses indivíduos e grupos com a sociedade como um todo, por meio das suas atividades desenvolvidas com as diversas organizações sociais estabelecidas e demais grupos/networks informais; promovem, desta forma, uma maior coesão social, consciência comunitária e, por último, constroem capital social.

3.2 Audunson, Vårheim, Aabø e Holm (2007)

No trabalho de Audunson et al. (2007), a preocupação maior é verificar a intensidade do uso (como se utiliza) da biblioteca pública como ponto de encontro. Dessa forma, introduziram os seguintes conceitos de intensidade de locais de encontro que podem contribuir para criação de capital social:

a) baixa intensidade - confiança generalizada, local onde as pessoas estão expostas a valores diferentes de sua identidade básica - cria bridging (é inclusiva);

b) alta intensidade - confiança específica, local de trabalho, organizações profissionais, congregação religiosa, partido político, clube de futebol, clube de rock - relacionada com bonding (é exclusiva).

O foco da pesquisa foi a análise da confiança generalizada e encontros de baixa intensidade. Investigaram os encontros: informais; com amigos; não planejados; organizados com políticos, com autores etc. Esta análise corresponde ao quarto item das investigações que estão realizando e nela tentam medir cinco variáveis4 4 1 – a variável capital social foi medida por três grupos de questões 4: intensidade com que os entrevistados participam de diferentes atividades na comunidade – clubes esportivos, organizações culturais e atividades informais com amigos e vizinhos; intensidade de confiança nas instituições indo desde instituições políticas como conselhos locais e municipais por meio da polícia, da escola, da biblioteca; intensidade com que os entrevistados acreditam na possibilidade de tomar iniciativas para melhorar as condições das comunidades, por exemplo, contatando conselheiro local ou administrador e local 2 - a importância de áreas diferentes de encontro - entre elas, a biblioteca; 3 - a importância da comunidade local na vida pessoal dos entrevistados; 4 - como o entrevistado está usando a biblioteca como ponto de encontro físico ou virtual; 5 - o que a biblioteca poderia fazer para promover o envolvimento comunitário. .

A pesquisa abrangeu três comunidades de Oslo: uma comunidade considerada multicultural; outra no centro da cidade (gentrified - área de renovação urbana); e a terceira, de classe média. Entrevistaram 250 pessoas em cada comunidade, ou seja, um total de 750.

A análise dos dados evidenciou que as bibliotecas são espaços que permitem encontros de diferentes tipos: informais, com amigos, não planejados; a participação em arenas virtuais; e encontros organizados com políticos, com autores.

Detectou-se, ainda, que os usuários movem-se mais ou menos sem atrito entre diferentes tipos de encontros e diferentes esferas sociais. O encontro pode ser com um vizinho, estudante, cidadãos e simultaneamente. Permite ainda a integração de atividades virtuais na internet com atividades físicas e face a face entre os membros da comunidade.

Em etapas posteriores da pesquisa, será analisada, em profundidade, a relação entre as bibliotecas como lugar de encontro vis-à-vis, a confiança social e o capital social bridging.

3.3 Vårheim, Steinmo e Ide (2008)

Vårheim, Steinmo e Ide (2008) utilizaram na pesquisa os dados relativos aos gastos de 30 países da OECD com bibliotecas públicas, no período de 1999-2004 e os indicadores de confiança de diferentes fontes: Libecon (2004); World Values Survey (2006); Teorell, Holmberg E Rothstein (2007); Library Research Service Da Colorado State Library; E Tromsø Kommune (2006); entrevistas com os administradores da Both Boulder Public Library, Douglas County Public Libraries e Tromsø Library, planos e orçamentos dessas três bibliotecas.

A sequência lógica seria mais gastos, mais serviços bibliotecários oferecidos, maior interação na comunidade e, assim, maior criação de capital social.

Testaram diversas hipóteses com modelos de regressão simples e múltipla. Os resultados estatisticamente significativos foram:

a) confiança está positivamente correlacionada com gastos com biblioteca, religião protestante, riqueza (PIB per capita), imparcialidade institucional, efetividade institucional;

b) a simulação, utilizando confiança como função de gastos com biblioteca e interação institucional5 5 A variável interação institucional é o termo interativo formado pelas variáveis imparcialidade institucional e efetividade institucional para controlar a multicolinearidade. Os detalhes não foram informados. (VÅRHEIM, STEINMO; IDE, 2008, p. 884-885). , obteve um R2 ajustado de 0,65 e com parâmetros estatisticamente significativos. (Vårheim; Steinmo; Ide, 2008, p. 884-885).

A investigação mostra que existe uma associação positiva entre confiança generalizada e gastos com bibliotecas, todavia não permite afirmar a direção da causalidade (Vårheim, Steinmo; Ide, 2008, p. 886)6 6 Putnam (2004) menciona problemas de causalidade nas investigações com capital social em diversas áreas e setores. .

Volta-se o estudo, num segundo momento, para a análise do funcionamento das bibliotecas (microanálise), buscando fundamentar a existência da relação entre as atividades da biblioteca e a criação de capital social por meio de dados coletados junto a três bibliotecas: duas nos Estados Unidos e uma na Noruega.

Constataram que os encontros formais apóiam a proposição de que as bibliotecas criam confiança enquanto que, nos encontros informais, as suas influências são mais limitadas.

As bibliotecas por prestarem serviços universais e sem discriminação à comunidade tornam-se instituições confiáveis. Por serem confiáveis, geram por sua vez confiança e assim aumentam o capital social. Na palavra dos autores "confiança cria/gera confiança" ("trust creates trust") (Vårheim, Steinmo; Ide, 2008, p. 889).

Concluem que a biblioteca, sendo uma instituição (lugar) onde todos são bem-vindos, independentemente do status social, é provável que seja uma geradora de confiança generalizada e o principal caminho a seguir é o de torná-la mais acessível para novos usuários. Identificam, ainda, grande carência de pesquisa na área (Vårheim, Steinmo; Ide, 2008, p. 889).

3.4 Gong, Japzon e Chen (2008)

Em estudo empírico, os autores utilizaram dados provenientes de três bibliotecas de "Nova Iorque".

As características da amostra são as seguintes:

a) na biblioteca de Upper West, situada em área com população mais velha, mais escolarizada e de renda mais alta, foram preenchidos 122 questionários;

b) na Hub, com população mais jovem, menos escolarizada e de menor renda, 47questionários;

c) na Flushing – a mais utilizada – e com muitos imigrantes, 82 questionários.

Usando os indicadores de participação social, discriminados no QUADRO 1, contataram que Upper West tinha os melhores índices de capital social acompanhado de Flushing, vindo por último Hub.


As estatísticas de frequência das bibliotecas mostraram que Upper West ficou acima de Hub, contudo abaixo de Flushing. Ou seja, as visitas constatadas não ocorreram de acordo com o ordenamento do nível de capital social encontrado nas referidas comunidades, como esperado pela teoria.

Os pesquisadores apresentam como possível razão para Flusihng ficar acima da biblioteca de Upper West, o maior nível de diversidade étnica em sua vizinhança e o baixo nível de discriminação observado em relação à Upper. Maior diversidade étnica e menor discriminação permitem uma maior interação entre as pessoas e, dessa forma, facilitam a criação de capital social. Tais resultados foram encontrados a partir de uma segunda análise com índices de diversidade e discriminação desenvolvidos pelos autores (Gong; Japzon; Chen, 2008, p. 77).

O trabalho chama a atenção para um aspecto: "os ganhos dos indivíduos agregados não são sinônimo dos benefícios coletivos do capital social". Segundo De Filippis (2002) apud Gong, Japzon e Chen (2008, p. 81), poder-se-ia interpretar o argumento apresentado assim: as pessoas participantes de certo grupo podem conseguir empregos ou outros benefícios mais rápido do que o cidadão individualmente. No entanto, não quer dizer que a soma dos benefícios recebidos tenha aumentado para uma dada comunidade como um todo.

Os autores mencionam essa consideração para possivelmente explicar a diferença dos ordenamentos dos índices de capital social e frequência encontrados na primeira análise, baseada em questionários individuais. Sugerem a complementação da análise com o auxílio dos índices supracitados adotados na segunda análise. Fica, portanto, o desafio para futuras investigações explicar as associações encontradas.

3.5 Maciel Filho et al.(2009)

Fundamentada nas duas categorias de função das bibliotecas identificadas por Hillenbrand (2005a; 2005b) em suas considerações sobre o papel das atividades desenvolvidas por elas na criação/geração de capital social, faz-se uma análise das atividades não básicas realizadas pelas bibliotecas públicas municipais pernambucanas no período 1998-2007.

Os dados coletados evidenciaram uma pequena participação das atividades não básicas (non-core) no total das atividades desenvolvidas pelas bibliotecas públicas municipais de Pernambuco7 7 Concursos; fóruns/palestras; debates; danças; dramatizações; exposições; hora do conto; jogos; projeções; artes plásticas (oficina); teatro; visitas programadas; audições musicais; outros. . Separaram-se as atividades, para efeito de análise, em dois grupos. O primeiro constituído das seguintes: atividades visitas, hora do conto, exposição e fórum/debate. Estas foram oferecidas em média entre os anos de 1998-2007 por 37%8 8 O coeficiente de variação do primeiro grupo foi de 0,10 e o do segundo de 0,16. das bibliotecas. Isso significa que, tomando-se o ano de 2006, como exemplo, de um total de 172 bibliotecas municipais, 109 não ofereciam esses serviços não básicos. O segundo grupo, constituído dos demais serviços (dez) não básicos, apresentou uma média de 16% de participação. Somente 28, em um total de 172 unidades, em média, ofertaram os referidos serviços em 2006.

Comparando-se a média de participação nas atividades para os anos de 1998-2000 com as de 2006-2007 e analisando-se os gráficos das atividades ao longo desses anos, constata-se que os percentuais de participação das unidades nessas atividades, nesse período (1998-2007), mostraram-se sem tendência para 10 das atividades. Foram verificadas as seguintes variações nas atividades restantes: A hora do conto (+25%), concursos (-39%), visitas programadas (+27%), outros (+203%).

Utilizando o mesmo procedimento adotado no caso das médias, as unidades que prestaram os citados serviços apresentaram os seguintes resultados no período analisado: oito atividades não básicas foram oferecidas, anualmente, em média, de 7,8 vezes por biblioteca; cinco atividades foram ofertadas, anualmente, em média, 14,36 vezes por biblioteca. Portanto, as unidades que disponibilizaram esses serviços no primeiro caso correspondem a um evento a cada um mês e meio. No segundo caso, seis vezes em cada cinco meses.

Foram observadas mudanças no perfil dos serviços prestados pelas bibliotecas quando foram comparadas as médias das atividades para os anos de 1998-2000 com as de 2006-2007 e analisados os gráficos das atividades ao longo desses anos. Ocorreram reduções nas seguintes atividades: fóruns/palestras (-17%); debates (-30%); danças (-27%); jogos (-49%); projeções (-23%); artes plásticas (-33%); e outros (-55%). A hora do conto (+14%), teatro (+17%), visitas programadas (+33%), dramatizações (+27%) e audições musicais (+45%) apresentaram variações positivas

Existe, por conseguinte, uma grande oportunidade, tendo em vista o papel das bibliotecas na criação de capital social e sua relação com o desenvolvimento local em:

a) ampliar o número de unidades municipais que poderiam oferecer os serviços que, em 2006, 109 deixaram de ofertar;

b) intensificar as ações nas unidades que já oferecem os serviços quer por meio do aumento quantitativo (i.e. oferecendo mais serviços por mês), quer pela diversificação das atividades (por exemplo, aumentar de cinco para 14 atividades por unidade);

c) procurar reverter as reduções observadas nas atividades acima identificadas.

É razoável supor que o custo adicional para incrementar essas atividades não básicas não seja tão limitante, sobretudo em face do potencial dos benefícios a serem auferidos /colhidos9 9 A Biblioteca Pública de Altinho (PE) evidenciou, na época, que era possível, com apenas 60m2 (sendo efetivamente 40m2 disponíveis), 5 mesas e 16 cadeiras, ter indicadores de utilização superiores a 11,8 vezes a média estadual. (MACIEL FILHO et al., 2004, p. 137). Conforme o relatório anual do Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco do ano 2007 (último disponível), das 174 unidades ativas em 2007, 56% consideravam "a equipe como suficiente para atender às suas demandas" (VIEIRA, 2009). O levantamento indicou ainda uma quantidade média de 35 cadeiras e 8,2 mesas por unidade. .

4 Considerações finais

A experiência da Mount Baker constatou que as atividades básicas têm o papel predominante em explicar a frequência às bibliotecas. Existe, contudo, um percentual elevado de usuários que vão às bibliotecas por outras razões e que em ambos os casos contribuem para a criação de capital social. Audunson et al. (2007) estudaram os encontros de baixa intensidade, procurando analisar suas diferentes formas, com o objetivo também de entender como esses encontros podem contribuir para a criação do capital social.

Vårheim, Steinmo e Ide (2008) procuraram relacionar os gastos com bibliotecas e o conceito de confiança. Os resultados macros encontrados indicam uma associação sem ser possível estabelecer uma relação causal. Volta-se o estudo, num segundo momento, para a análise do funcionamento das três bibliotecas, buscando fundamentar a existência da relação entre as atividades da biblioteca e a criação de capital social.

Gong, Japzon e Chen (2008) visaram estabelecer uma relação entre indicadores de capital social e frequência às bibliotecas. Fizeram um estudo da quantidade demandada de serviços das unidades, baseado na intensidade de capital social presente nas comunidades, que contrasta com as anteriores.

Os estudos precedentes analisaram as diversas atividades desenvolvidas nas unidades para entender o processo de criação de capital, ou seja, são estudos do perfil da oferta de serviços. Ambas as visões são importantes para esclarecer as relações entre capital social e bibliotecas públicas, sobretudo pela ótica das políticas públicas.

Maciel Filho et al. (2009) identificaram, a partir de análise estatística das atividades não-básicas de aproximadamente 170 bibliotecas públicas municipais pernambucanas (média anual) entre 1998-2007, uma oportunidade para desenvolver políticas públicas para o setor e contribuir, possivelmente, para a criação de capital social e desenvolvimento local.

Segundo Vårheim (2007, p. 421), os estudos, nessa área, para as bibliotecas públicas, estão ainda se iniciando10 10 Vårheim (2007, p. 421) . Os trabalhos analisados são de natureza mais descritiva; portanto, existe um grande campo para futuras pesquisas empíricas com dados mais robustos. O projeto de Audunson et al. (2007) pretende contribuir neste sentido.

Políticas públicas direcionadas para fortalecer o capital social de uma comunidade é, tendo em vista sua definição, uma tarefa complexa. O Banco Mundial enfoca essa questão:

Contudo investir em capital social não é fácil. Para ser efetivo tem que ser comprometido com o longo prazo, porém com uma clara estratégia de saída. Para doador e governo, que o apoiam quer financeiramente, gerencialmente, ou tecnicamente, pode ser uma espada de dois gumes, criando dependência e tornando mais frágil a organização do que a fortalecendo, dependendo de como o apoio é realizado. (World Bank, 2008, p. 157).

Nesse sentido, é que poderá surgir uma possibilidade para as bibliotecas públicas assumirem um papel crescente na promoção do capital social no âmbito das comunidades. Primeiramente, porque o problema levantado pelo Banco Mundial poderia ser atenuado, mais facilmente, numa instituição que pelas suas próprias atribuições é geradora de capital social e, assim, teria um risco reduzido de fragilizar-se ao ser apoiada. As chances de continuidade das atividades seriam elevadas pelas possíveis cobranças políticas para sua manutenção à medida que a comunidade se tornasse consumidora dos serviços e das atividades oferecidas pelas bibliotecas. Cabe salientar que no caso das bibliotecas, como são usadas por pobres e ricos de diversas etnias, a sua utilização não estigmatiza os clientes, como demonstram Putnam et al. (2003) apud Vårheim; Steinmo e Ide (2008, p. 880), em contraste com outras políticas públicas universais que podem gerar discriminações sociais como, por exemplo, o pagamento de Welfare (benefícios - por exemplo, no Brasil, o caso do Bolsa Família).

As instituições financeiras internacionais utilizam o conceito de capital social para orientar políticas públicas nos mais diversos setores (MILANI, 2003). Nos relatórios do Banco Mundial de 2007 e 2008, há inúmeras indicações dessa ordem. O de 2008 traz 13 utilizações do conceito como sugestão de políticas sociais (WORLD BANK, 2007, 2008). Surge, assim, uma grande oportunidade de se discutir o papel/ função das bibliotecas públicas como coadjuvantes nos diversos projetos de desenvolvimento local11 11 Vide a experiência da Colômbia, mais especificamente Medellin, onde a biblioteca pública foi uma das instituições utilizadas para atenuar a criminalidade e facilitar o convívio social (DOMINGUEZ, 2009) e a experiência do sistema de Bibliotecas Públicas de Chicago em Putnan e Feldstain (2003, p 34). , comunitário e rural propostos por essas entidades, aliadas às suas funções tradicionalmente reconhecidas.

Lista Adicional Solicitada

Recebido em 11.03.2010

Aceito em 30.06.2010

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  • 1
    Vide Putnam (2006) para edição brasileira.
  • 2
    WOOLCOCK; NARAYAN (2000, p. 239) apresenta uma classificação mais analítica em que as visões são separadas em quatro campos: comunitária, network, institucional, sinérgica.
  • 3
    Os elementos que constituem o papel e a função tradicional básico (core) das bibliotecas seriam: uso de livros, procurar informação, ler, aprender, estudar, tomar emprestado, usar outros recursos, computador e Internet. Não básicos (non-core): acesso igual para todos e gratuito; a biblioteca como o lugar para se ir; interação social; o papel da biblioteca na comunidade – centro de encontro comunitário, centro comunitário de informação e entretenimento.
  • 4
    1 – a variável capital social foi medida por três grupos de questões 4: intensidade com que os entrevistados participam de diferentes atividades na comunidade – clubes esportivos, organizações culturais e atividades informais com amigos e vizinhos; intensidade de confiança nas instituições indo desde instituições políticas como conselhos locais e municipais por meio da polícia, da escola, da biblioteca; intensidade com que os entrevistados acreditam na possibilidade de tomar iniciativas para melhorar as condições das comunidades, por exemplo, contatando conselheiro local ou administrador e local 2 - a importância de áreas diferentes de encontro - entre elas, a biblioteca; 3 - a importância da comunidade local na vida pessoal dos entrevistados; 4 - como o entrevistado está usando a biblioteca como ponto de encontro físico ou virtual; 5 - o que a biblioteca poderia fazer para promover o envolvimento comunitário.
  • 5
    A variável interação institucional é o termo interativo formado pelas variáveis imparcialidade institucional e efetividade institucional para controlar a multicolinearidade. Os detalhes não foram informados. (VÅRHEIM, STEINMO; IDE, 2008, p. 884-885).
  • 6
    Putnam (2004) menciona problemas de causalidade nas investigações com capital social em diversas áreas e setores.
  • 7
    Concursos; fóruns/palestras; debates; danças; dramatizações; exposições; hora do conto; jogos; projeções; artes plásticas (oficina); teatro; visitas programadas; audições musicais; outros.
  • 8
    O coeficiente de variação do primeiro grupo foi de 0,10 e o do segundo de 0,16.
  • 9
    A Biblioteca Pública de Altinho (PE) evidenciou, na época, que era possível, com apenas 60m2 (sendo efetivamente 40m2 disponíveis), 5 mesas e 16 cadeiras, ter indicadores de utilização superiores a 11,8 vezes a média estadual. (MACIEL FILHO et al., 2004, p. 137). Conforme o relatório anual do Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco do ano 2007 (último disponível), das 174 unidades ativas em 2007, 56% consideravam "a equipe como suficiente para atender às suas demandas" (VIEIRA, 2009). O levantamento indicou ainda uma quantidade média de 35 cadeiras e 8,2 mesas por unidade.
  • 10
    Vårheim (2007, p. 421)
  • 11
    Vide a experiência da Colômbia, mais especificamente Medellin, onde a biblioteca pública foi uma das instituições utilizadas para atenuar a criminalidade e facilitar o convívio social (DOMINGUEZ, 2009) e a experiência do sistema de Bibliotecas Públicas de Chicago em Putnan e Feldstain (2003, p 34).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Out 2010
    • Data do Fascículo
      Ago 2010

    Histórico

    • Recebido
      11 Mar 2010
    • Aceito
      30 Jun 2010
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