O sistema de saúde precário tem levado grande parte da população à procura de formas alternativas para o restabelecimento do seu bem-estar. Buscamos entender como se dá a construção das noções de saúde e doença a partir de uma visão religiosa do mundo e quais as influências dessa concepção na relação dos pacientes com a Medicina ou com a busca de poderes sobrenaturais. Participando de seis cultos de uma igreja neopentecostal, observamos e realizamos entrevistas semi-estruturadas com três fiéis e um pastor. Percebemos que o discurso da igreja fornece sentido, orienta e ajuda as pessoas a resolverem e contornarem suas aflições cotidianas. O “diabo” torna-se a causa principal de todos os males. Assim, a doença passa a ser uma ação demoníaca e a cura requer o exorcismo do fiel. Destaca-se que os rituais de cura da igreja e a consulta médica são atos quase excludentes.
Religião; Saúde; Cura milagrosa