Acessibilidade / Reportar erro

Interferência da palhada de capim-braquiária, sobre o crescimento inicial de eucalipto

Interference of brachiaria grass mulch on initial growth of eucalyptus

Resumos

O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os possíveis efeitos da interferência, particularmente a alelopática, da palhada de Brachiaria decumbens (BRADC), resultante de controle químico com glyphosate (1440 g e.a./ha), sobre o crescimento inicial de plantas de Eucalyptus grandis. Os tratamentos experimentais foram os seguintes: eucalipto convivendo com a BRADC até 230 dias após o transplante (D.A.T.); eucalipto convivendo com BRADC, mas sendo essa controlada aos 106 D.A.T. com capina manual ou com uso de glyphosate; eucalipto sem convivência com BRADC, mas com simulação dos controles aos 106 D.A.T.; eucalipto sem conviver com BRADC e recebendo a palhada da planta daninha obtida em área tratada com os dois métodos de controle, adotando como testemunha a cobertura com Sphagnum. Ao final do período experimental (230 D.A.T.) constatou-se que as plantas de eucalipto que cresceram em convivência com BRADC apresentaram reduções significativas na altura, diâmetro do caule, número de folhas e de ramos e área foliar quando comparadas com as plantas que cresceram nos recipientes que receberam a cobertura morta de BRADC, independente do método de controle empregado. Observou-se, que tanto o controle químico como a capina manual, não afetaram o crescimento inicial das plantas de eucalipto, independentemente da situação de convivência ou de simulação. Com base nesses resultados, pode-se concluir que o capim-braquiária, quando controlado quimicamente com glyphosate, não exerceu efeito sobre o crescimento inicial do eucalipto.

Alelopatia; controle químico; cobertura morta; Brachiaria decumbens; Eucalyptus grandis


The aim of this work was to evaluate possible effects of Brachiaria decumbens (BRADC) mulching resulted from either glyphosate application (1440 g.a.e./ha) or hand weeded on E. grandis initial growth. The plots were 50 l containers infested or not by BRADC. The experimental treatments consisted of no control of BRADC up to 230 days after Eucalyptus transplanting (DAT); BRADC control (using glyphosate or hand weeded at 106 DAT); simulation of treatment BRADC control not infested by BRADC, and BRADC mulch, resulted from glyphosate application or hand weeded, transfered from an area infested by BRADC. At the end of the experiment (230 DAT) it was observed a significant reduction on eucalyptus plant high, stem diameter, leaf and branch number, and leaf area, in the treatment where BRADC was not controlled, when compared to the plants growing in containers not infested by BRADC that received BRADC mulch obtained from glyphosate or manual hoeing. Chemicalcontrol and manual hoeing did not affect initial growth of eucalyptus, independent on competition or simulation conditions. Based on the results we conclued that BRADC mulch resulted from chemical control by glyphosate do not affect eucalyptus initial growth.

Allelopathy; chemical control; mulch; Brachiaria decumbens; Eucalyptus grandis


Interferência da palhada de capim-braquiária, sobre o crescimento inicial de eucalipto

Interference of brachiaria grass mulch on initial growth of eucalyptus

Weber DinardoI, Roberto E. B. de ToledoII, Pedro L. da C. A. AlvesIII, Antonio J. B. GalliIV

IEng. Agr., pós-graduando no Curso de Microbiologia, Depto. de Biologia Aplicada à Agropecuária - FCAVJ/UNESP. Rod. Carlos Tonnani, km 5. CEP: 14.870-000 - Jaboticabal/SP

IIEng. Agr., pós-graduando no Curso de Fitotecnia, Depto de Horticultura - ESALQ/USP. Av. Padua Dias, 11. CEP: 13.418-.900 - Piracicaba/SP

IIIProf. MSc. do Depto. de Biologia Aplicada à Agropecuária - FCAVJ/UNESP

IVEng. Agr..MSc. da Monsanto do Brasil Ltda. São Paulo/SP. CEP: 05.424-904

RESUMO

O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os possíveis efeitos da interferência, particularmente a alelopática, da palhada de Brachiaria decumbens (BRADC), resultante de controle químico com glyphosate (1440 g e.a./ha), sobre o crescimento inicial de plantas de Eucalyptus grandis. Os tratamentos experimentais foram os seguintes: eucalipto convivendo com a BRADC até 230 dias após o transplante (D.A.T.); eucalipto convivendo com BRADC, mas sendo essa controlada aos 106 D.A.T. com capina manual ou com uso de glyphosate; eucalipto sem convivência com BRADC, mas com simulação dos controles aos 106 D.A.T.; eucalipto sem conviver com BRADC e recebendo a palhada da planta daninha obtida em área tratada com os dois métodos de controle, adotando como testemunha a cobertura com Sphagnum. Ao final do período experimental (230 D.A.T.) constatou-se que as plantas de eucalipto que cresceram em convivência com BRADC apresentaram reduções significativas na altura, diâmetro do caule, número de folhas e de ramos e área foliar quando comparadas com as plantas que cresceram nos recipientes que receberam a cobertura morta de BRADC, independente do método de controle empregado. Observou-se, que tanto o controle químico como a capina manual, não afetaram o crescimento inicial das plantas de eucalipto, independentemente da situação de convivência ou de simulação. Com base nesses resultados, pode-se concluir que o capim-braquiária, quando controlado quimicamente com glyphosate, não exerceu efeito sobre o crescimento inicial do eucalipto.

Palavras chave: Alelopatia, controle químico, cobertura morta, Brachiaria decumbens, Eucalyptus grandis.

ABSTRACT

The aim of this work was to evaluate possible effects of Brachiaria decumbens (BRADC) mulching resulted from either glyphosate application (1440 g.a.e./ha) or hand weeded on E. grandis initial growth. The plots were 50 l containers infested or not by BRADC. The experimental treatments consisted of no control of BRADC up to 230 days after Eucalyptus transplanting (DAT); BRADC control (using glyphosate or hand weeded at 106 DAT); simulation of treatment BRADC control not infested by BRADC, and BRADC mulch, resulted from glyphosate application or hand weeded, transfered from an area infested by BRADC. At the end of the experiment (230 DAT) it was observed a significant reduction on eucalyptus plant high, stem diameter, leaf and branch number, and leaf area, in the treatment where BRADC was not controlled, when compared to the plants growing in containers not infested by BRADC that received BRADC mulch obtained from glyphosate or manual hoeing. Chemicalcontrol and manual hoeing did not affect initial growth of eucalyptus, independent on competition or simulation conditions. Based on the results we conclued that BRADC mulch resulted from chemical control by glyphosate do not affect eucalyptus initial growth.

Key words: Allelopathy, chemical control, mulch, Brachiaria decumbens, Eucalyptus grandis.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 13/10/97 e na forma revisada em 05/04/98.

  • BEZUTE, AJ; NEMOTO, LR; ALVARENGA, SF; CORRADINE, L; ALVES, PLCA; PITELLI, RA. Efeito de períodos de convivência das plantas daninhas sobre o crescimento inicial da cultura do eucalipto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERBICIDAS E PLANTAS DANINHAS, 19, Londrina/PR. 1993, Resumo, p.51.
  • BRITO, MAR. Manejo de plantas daninhas em áreas de reflorestamento. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 20. Florianópolis, 1995, Resumos, p.51.
  • DURIGAN, JC. Controle químico de plantas daninhas na citricultura. Jaboticabal, Ed. FUNEP/FCAV-UNESP, 1988, 32p.
  • EWRC (EUROPEAN WEED RESEARCH COUNCIL). Report of the 3rd an 4th meetings of EWRC. Committee of Methods in Weed Research. Weed Res., v.4, n.88, 1964.
  • HARPER, JL. Population Biology of Plants. NewYork: Academic Press, 1977, p. 371-2.
  • IAC (Instituto Agronômico de Campinas). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo, Campinas: IAC, 1985, 107p. (Boletim Técnico nº 100).
  • PITELLI, RA. Competição e controle de plantas daninhas em ´[áreas agrícolas. Piracicaba, SP, 1986. Série Técnica, IPEF, v.4, n.12, p. 1-24, 1987.
  • PITTELLI, RA & MARCHI, SR. Interferência das plantas nas áreas de reflorestamento. In: SEMINÁRIO TÉCNICO SOBRE PLANTAS DANINHAS E O USO DE HERBICIDAS EM REFLORESTAMENTO, 1, Rio de Janeiro, 1988. Anais. P.44-64.
  • SOUZA, LS; VELINI, ED; MAIMONI-RODELLA, RCS. Avaliação do efeito alelopático de 18 espécies de plantas daninhas sobre o crescimento inicial de Eucalyptus grandis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERBICIDAS E PLANTAS DANINHAS, 19, Londrina, 1993, Resumos, p.25.
  • TOLEDO, REB. Manejo de Brachiaria decumbens Stapf. Em área reflorestada com Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden e seu reflexo no crescimento e nutrição animal da cultura Jaboticabal, SP, 1995, 162 P. (Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP para a graduação em Agronomia).
  • TOLEDO, REB; ALVES, PLCA; ALVES, C & ALVARENGA, SF. Comparação dos custos de quatro métodos de manejo de Brachiaria decumbens Stapf em área reflorestada com Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden. Árvore v.20, n.3, p. 319-330, 1996.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jun 2010
  • Data do Fascículo
    Jun 1998

Histórico

  • Aceito
    05 Abr 1998
  • Recebido
    13 Out 1997
Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas Departamento de Fitotecnia - DFT, Universidade Federal de Viçosa - UFV, 36570-000 - Viçosa-MG - Brasil, Tel./Fax::(+55 31) 3899-2611 - Viçosa - MG - Brazil
E-mail: rpdaninha@gmail.com