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Editorial

EDITORIAL

Tendo em vista que a revista Psicologia em Estudo passou a ser trimestral, é com imensa satisfação que apresentamos o seu segundo número deste ano de 2007. Vale ressaltar que, desde o seu início, este periódico é produto do trabalho de equipes que não medem esforços para a sua realização.

Este número em especial apresenta um Dossiê sobre Adolescência, composto por nove trabalhos que tratam de diferentes aspectos presentes na vivência de muitos adolescentes em diferentes contextos desenvolvimentais, como, por exemplo, delinquência, violência, família, drogadição, aids, depressão, sexualidade, mídia e beleza. Apresenta-se então o retrato de diferentes adolescências, mesmo se considerando a existência de estruturas básicas que só ganham sentido e desenvolvimento quando em sua relação com os elementos constituidores da subjetividade humana. Alguns desses elementos são retratados nos presentes artigos, colocando a adolescência atual frente a demandas/transformações que intensificam aquelas que originalmente se referiam à puberdade e à necessidade de organizar um novo sentido de identidade. Assim sendo, constata-se na atualidade tanto uma não simultaneidade dos fenômenos fisiológicos, psicológicos e sociais, quanto seu prolongamento numa pós-adolescência.

Dentre os autores que se dedicaram e se dedicam ao estudo da adolescência, citamos Erikson (1987), que já destacava:

À medida que os progressos tecnológicos ampliam cada vez mais o intervalo de tempo entre o começo da vida escolar e o acesso final do jovem ao trabalho especializado, a fase da adolescência torna-se um período ainda mais acentuado e consciente; e, como sempre aconteceu em algumas culturas, em certos períodos, passou a ser quase um modo de vida entre a infância e a idade adulta. (p. 128)

E ainda:

... se um jovem pressentir que o meio tenta privá-lo radicalmente de todas as formas de expressão que lhe permitiriam desenvolver e integrar o passo seguinte, ele poderá resistir com o vigor selvático que se encontra nos animais que são forçados, subitamente, a defender a própria vida. ( Erikson, 1987, p. 130)

Cabe a nós nos interrogarmos quais modalidades estão disponíveis hoje aos jovens para essa resistência, que em suma refere-se a poder se reconhecer como uma pessoa inserida em uma sociedade que deveria prever formas mais eficientes de amparo biológico, psicológico e social.

Este número também apresenta artigos que apontam para o desenvolvimento infantil, destacando, entre outros, a brincadeira, as crianças "impossíveis", as práticas educativas maternas, o ensino fundamental, a fertilização e o superdotado. Ainda destaca as máscaras da violência, uma análise das duas revoluções cognitivas, Reich e o movimento de Higiene Mental, agenciamentos coletivos e a análise de alguns itens do Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test.

Esperamos que os artigos apresentados auxiliem as reflexões, questionamentos, mobilizações e o desenvolvimento de práticas com e para essas populações.

REFERÊNCIAS

Erikson, E. (1987, 2ª Ed.). Identidade, juventude e crise (A. Cabral, Trad.). Rio de Janeiro: Guanabara.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2007
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