RESUMO
A pesquisa trata de uma revisão sistemática de estudos brasileiros. O objetivo consistiu em analisar os artigos desenvolvidos sobre consultoria colaborativa na perspectiva da inclusão escolar, considerando o ano e a área de publicação dos artigos, o tipo de trabalho que realizam, os consultores envolvidos, a metodologia utilizada e as características dos alunos Público-Alvo da Educação Especial (PAEE). Os descritores utilizados foram: consultoria colaborativa; inclusão; inclusão escolar e educação especial, em conjunto com os operadores booleanos “AND”. As buscas foram realizadas no portal do periódico da CAPES, no Google Acadêmico e no Portal Regional da BVS. Foram identificados 409 artigos e 25 deles satisfizeram o critério de elegibilidade. Os artigos foram lidos na íntegra e categorizados com base em um protocolo elaborado para esta investigação. Os estudos evidenciaram a contribuição de pesquisas recentes sobre o assunto, principalmente produzidas por pesquisadores associados à UFSCar.
Palavras-chave:
educação especial; consultoria colaborativa; revisão de literatura
RESUMEN
En la investigación se trata de una revisión sistemática de estudios brasileños. El objetivo es analizar los artículos desarrollados sobre consultoría colaborativa en la perspectiva de la inclusión escolar, considerando el año y el área de publicación de los artículos, el tipo de trabajo que realizan, los consultores involucrados, la metodología utilizada y las características de los alumnos Público-Objetivo de la Educación Especial (PAEE). Se utilizaron los descriptores: consultoría colaborativa; inclusión; inclusión escolar y educación especial, en conjunto con los operadores booleanos “AND”. Las búsquedas se realizaron en el portal del periódico de la CAPES, en el Google Académico y en el Portal Regional de la BVS. Se identificaron 409 artículos y 25 de ellos satisficieron el criterio de elegibilidad. Se leyeron los artículos en la íntegra y categorizados con base en un protocolo elaborado para esta investigación. Los estudios evidenciaron la contribución de investigaciones recientes sobre el tema, principalmente producidas por investigadores asociados a la UFSCar.
Palabras clave:
educación especial; consultoría colaborativa; revisión de literatura
ABSTRACT
The research deals with a systematic review of Brazilian studies. The objective was to analyze the articles developed on collaborative consulting from the perspective of school inclusion, considering the year and area of publication of the articles, the type of work they carry out, the consultants involved, the methodology used and the students’ characteristics of Special Education (PAEE). The descriptors used were: collaborative consulting; inclusion; school inclusion and special education, together with the Boolean operators “AND”. The searches were carried out on the CAPES journal portal, Google Scholar and the VHL Regional Portal. A total of 409 articles were identified and 25 of them met the eligibility criteria. The articles were read in full and categorized based on a protocol developed for this investigation. The studies showed the contribution of recent research about the subject, mainly produced by researchers associated with UFSCar.
Keywords:
special education; collaborative consulting; literature review
INTRODUÇÃO
As dificuldades no processo de ensino de alunos Público-Alvo da Educação Especial (PAEE)2
2
De acordo com o decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, considera-se Público-Alvo da Educação Especial às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação (Brasil, 2011).
demandam atenção de diferentes profissionais para sua superação, sendo fundamental a participação total daqueles ligados às áreas da saúde e da Educação. No entanto, geralmente a comunicação entre esses profissionais são restritas e suas intervenções isoladas, descaracterizando o trabalho multiprofissional e prejudicando a elaboração de um modelo que vise atuar com os alunos em sua integralidade (Machado & Almeida, 2014Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2014). Efeitos de uma proposta de consultoria colaborativa na Perspectiva dos Professores. Meta: Avaliação, 6(18), 222-239. http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v6i18.160
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).
Atualmente, o que se observa são trabalhos segregados, acarretando práticas paralelas e não complementares. O trabalho colaborativo surge como um significativo procedimento para solucionar os problemas de diversas ordens relacionados ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos, além de possibilitar a contínua formação de profissionais envolvidos na trama educacional (Souza & Mendes, 2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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; Lago & Tartuci, 2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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).
Dentre os tipos de trabalhos colaborativos, a consultoria colaborativa destaca-se como uma importante estratégia de auxílio ao processo de inclusão escolar (Calheiros & Mendes, 2016Calheiros, D. D.; Mendes, E. G. (2016). Consultoria colaborativa a distância em tecnologia assistiva para professores. Cadernos de Pesquisa, 46(162), 1100-1123. https://doi.org/10.1590/198053143562
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; Donati & Capellini, 2018Donati, G. C. F.; Capellini, V. L. M. F. C. (2018). Consultoria colaborativa no ensino superior, tendo por foco um estudante com transtorno do espectro autista. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 13(esp. 2), 1459-1470. https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11655
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). Bello, Machado e Almeida (2012Machado, A. C.; Bello, S. F.; Almeida, M. A. (2012). O papel consultivo do fonoaudiólogo: algumas reflexões sobre a consultoria colaborativa na escola regular. Rev. Educ. Espec., 25(43), 233-248. Recuperado de:https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/1983/3817
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) caracterizam essa proposta como uma atuação conjunta entre dois ou mais parceiros, o consultor (profissional especialista) e o consultado (educadores) que compartilham saberes com vistas ao desenvolvimento de uma solução para problemas no contexto escolar e que pode envolver o aluno, a família, a comunidade e demais profissionais. A colaboração utiliza-se das habilidades dos diferentes atores, na tentativa de promover atitudes profissionais independentes, pautadas no desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas, apoio mútuo e compartilhamento de responsabilidades (Bello et al., 2012Bello, S. F.; Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2012). A parceria colaborativa entre fonoaudiólogo e Professor: análise dos diários reflexivos. Rev. Psicopedagogia, 29(88), 46-54. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862012000100007
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).
Segundo Mendes, Almeida e Toyoda (2011Mendes, E. G.; Almeida, M. A.; Toyoda, C. Y. (2011). Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Educar em Revista, 41(1), 81-93. https://doi.org/10.1590/S0104-40602011000300006
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) a consultoria possui seis características: 1) é uma ajuda ou processo de resolução de problemas; 2) ocorre entre alguém que recebe ajuda e alguém que dá a ajuda e que tem a responsabilidade pelo bem estar de uma terceira pessoa; 3) é uma relação voluntária; 4) tanto quem dá ajuda quanto quem a recebe compartilha a solução do problema; 5) a meta é ajudar a resolver um problema de trabalho atual de quem busca a ajuda e, 6) quem ajuda se beneficia da relação, de modo que os futuros problemas poderão ser resolvidos com mais sensibilidade e habilidade. O consultor (quem ajuda) dá assistência ao professor de sala de aula regular (quem recebe a ajuda) a fim de maximizar o desenvolvimento educacional dos estudantes. As autoras enfatizam que, durante todo o processo das supervisões quanto ao aconselhamento, há ênfase no papel igualitário do consultado para a resolução do problema, trabalhando-se colaborativamente, de modo que este esteja totalmente livre para aceitar ou rejeitar as soluções recomendadas durante a consultoria.
As investigações de cunho colaborativo utilizam distintas abordagens teórica-metodológicas denominadas como pesquisa colaborativa, pesquisa-ação colaborativa, pesquisa-ação crítica ou pesquisa participante. Esse tipo de pesquisa surge como uma proposta de transformação social e de emancipação dos sujeitos, que deve possibilitar ressignificações durante todo o percurso de investigação, caracterizando-se como um procedimento pedagógico e político (Souza & Mendes, 2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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).
As pesquisas colaborativas buscam enaltecer atitudes colaborativas e de reflexão em pares, tanto nas análises quanto nas decisões, resultando em co-parceiros, co-usuários e coautores dos processos avaliados. O desenvolvimento do docente ocorre por meio da reflexão e problematização da sua formação e prática, visando atender suas necessidades de formação. E o pesquisador tem a possibilidade de estender seus conhecimentos pessoais e profissionais, além de contribuir com um novo conhecimento científico (Ibiapina, 2008Ibiapina, I. M. L. M. (2008). Pesquisa colaborativa: investigação, formação e produção de conhecimentos. Brasília, DF: Liber Livro Editora.).
Com o objetivo de descrever e analisar o que tem sido produzido pelas pesquisas-ação colaborativas desenvolvidas na área da Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar, no período de 2008 a 2015, Souza e Mendes (2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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) desenvolveram um estudo a partir dos resumos das teses e dissertações nacionais. De acordo com as autoras, os trabalhos tinham como principal aspecto de investigação a transformação dos espaços escolares por meio das intervenções realizadas por meio da parceria entre pesquisador e profissionais da educação que versavam, principalmente, na problematização das práticas executadas pelos profissionais envolvidos e nas reflexões sobre os seus fazeres, buscando melhorá-los. A caracterização das pesquisas evidenciou suas contribuições para a formação dos profissionais que atuam na escola junto aos alunos PAEE, para a inclusão escolar desses alunos.
Lago e Tartuci (2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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) descreveram resultados positivos na parceria colaborativa entre os profissionais da Educação e a escolarização de alunos com deficiência e a formação de professores. A colaboração de professores da Educação Especial e da Educação comum também denominado de ensino colaborativo é um dos importantes aportes para se fortalecer a proposta de um ensino inclusivo (Lago & Tartuci, 2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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). Quando ambos os professores realizam o trabalho em parceria, planejando e elaborando novas estratégias para o ensino, beneficiam não somente o aluno PAEE, mas toda a classe, pois ao trabalharem juntos em sala de aula, somam conhecimentos diferenciados e dividem a responsabilidade e os objetivos para cada estudante (Capellini & Zerbato, 2019Capellini, V. L. M. F.; Zerbato, A. P. (2019). O que é Ensino Colaborativo? 1ª ed. São Paulo: Edicon.).
Machado e Almeida (2014Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2014). Efeitos de uma proposta de consultoria colaborativa na Perspectiva dos Professores. Meta: Avaliação, 6(18), 222-239. http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v6i18.160
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) desenvolveram uma intervenção baseada na consultoria colaborativa de um professor de ensino especial (pesquisadora), junto com quatro professoras do ensino regular, durante alguns dias da semana, incluindo realização de atividades de reflexão sobre a prática, reuniões com familiares e estudos dirigidos. Para avaliação da consultoria colaborativa utilizaram um questionário elaborado a partir da revisão de literatura sobre o tema, antes e após a consultoria. O questionário continha 32 questões fechadas referentes aos temas desenvolvidos: leitura e escrita, matemática e comportamento em sala de aula, tendo que indicar se os alunos-alvo pioraram, mantiveram, melhoraram ou melhoraram muito. Foram realizadas análises descritivas das respostas. Os resultados encontrados foram considerados satisfatórios, mesmo o programa sendo desenvolvido durante um tempo reduzido. Apesar disso, observou-se que os aspectos erão divergentes uma vez que em alguns conceitos as temáticas analisadas apresentaram melhoras significativas, mas em outras houve maior defasagem do conteúdo.
A consultoria colaborativa pode se estender para a família, a comunidade e a outros profissionais especialistas, como: psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais (Araújo & Almeida, 2014Araújo, S. L. S.; Almeida, M. A. (2014). Contribuições da consultoria colaborativa para a inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Revista Educação Especial, 27(49), 341-352. https://doi.org/10.5902/1984686X8639
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; Lago & Tartuci, 2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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). Em estudo realizado envolvendo a parceria do fonoaudiólogo e professor da classe comum, Bello et al. (2012Bello, S. F.; Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2012). A parceria colaborativa entre fonoaudiólogo e Professor: análise dos diários reflexivos. Rev. Psicopedagogia, 29(88), 46-54. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862012000100007
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) descreveram e demonstraram o trabalho realizado durante três meses de encontros quinzenais, diante do processo inclusivo de uma criança com dificuldade de linguagem e comunicação. Os dados foram coletados do diário reflexivo da professora e as anotações feitas em cada etapa de atividades foram analisadas qualitativamente. Os resultados demonstraram que a parceria do fonoaudiólogo junto com o professor da classe comum possibilitou que o professor identificasse e realizasse mudanças de estratégias de aprendizagem na tentativa de melhorar o desempenho do aluno. Por outro lado, como o estudo só apresentou as reflexões e impressões do professor frente a consultoria colaborativa realizada, não houve como mensurar quais variáveis possibilitaram mudanças e/ou se de fato houve melhoras, visto que o simples fato do professor estar recebendo consultoria colaborativa pode ter sido uma variável considerável para ele descrever aspectos mais positivos durante as etapas.
Benitez e Domeniconi (2016Benitez, P.; Domeniconi, C. (2016) Consultoria colaborativa: estratégias para o ensino de leitura e escrita. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 18(3), 141-155. http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v18n3p141-155
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) também desenvolveram uma pesquisa de consultoria colaborativa, a partir do trabalho do psicólogo escolar, no auxílio aos professores na programação do ensino de habilidades básicas de leitura e escrita para estudantes com deficiência intelectual e Transtorno do Espectro Autista. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de uma consultoria colaborativa oferecida pelo psicólogo escolar em duas situações educacionais: uma aplicada pelo professor da sala de aula comum a todos os estudantes e outra aplicada pelo professor de Educação Especial, de modo individualizado. Os resultados, comparando os desempenhos dos alunos no pré e pós teste apontaram para ganhos tanto na intervenção aplicada pelo professor de sala como na intervenção implementada pelo professor de Educação Especial. A atuação do psicólogo na estruturação das intervenções e no acompanhamento detalhado dos desempenhos demonstrou uma possibilidade de trabalho como consultor colaborativo tanto ao professor regular como ao professor de Educação Especial. Essa atuação conjunta entre profissionais de áreas afins e, entre elas o psicólogo escolar aponta para a contribuição da Psicologia Educacional via o processo de consultoria colaborativa para a resolução de problemas na escola, incluindo o desenvolvimento acadêmico de crianças com deficiência incluídas no sistema regular de ensino.
Os estudos supracitados evidenciam que as pesquisas em consultoria colaborativa realizadas entre especialistas e docentes auxiliaram os professores que atuavam com alunos PAEE nas classes comuns a desenvolverem novas estratégias de ensino que fossem benéficas a todos os alunos. De acordo com Souza e Mendes (2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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) as pesquisas colaborativas na perspectiva da inclusão escolar, realizadas no Brasil estão cada vez mais interessadas em contribuir com mudanças efetivas no contexto de ensino de alunos PAEE. Isto produz uma mudança essencial no cenário investigativo educacional, visto que os pesquisadores estão deixando não só de apontar os problemas nas políticas e práticas de inclusão escolar, mas também, contribuindo para uma melhora desse cenário, cumprindo, assim, um importante papel social da pesquisa (Souza & Mendes, 2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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). O presente estudo vem somar à produção acadêmico-científica nas áreas de Psicologia Escolar e Educacional para a solução de problemas de diversas ordens presente no sistema educacional público brasileiro.
Levando-se em consideração as evidências de que as metodologias utilizadas para a consultoria colaborativa que, apesar de singulares, destacam contribuições importantes para área, torna-se relevante analisar como essas têm sido realizadas. Encontrou-se apenas dois estudos sobre revisão sistemática, o de Souza e Mendes (2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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) e o de Santos e Libra (2016Santos, A. R., Libra, S. L. (2016). Terapia ocupacional e consultoria colaborativa: uma revisão narrativa da literatura. Rev Ter Ocup Univ., 27(1), p. 94-9.).
Assim sendo, apesar da validade da contribuição da consultoria colaborativa no processo de inclusão escolar (Freitas & Mendes, 2008Freitas, M. C.; Mendes, E. G. (2008). Análise funcional de comportamentos inadequados e inclusão: uma contribuição à formação de educadores. Temas em Psicologia, 16(2), 261-271. Recuperado de:https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513751432009
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; Benitez & Domeniconi, 2016Benitez, P.; Domeniconi, C. (2016) Consultoria colaborativa: estratégias para o ensino de leitura e escrita. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 18(3), 141-155. http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v18n3p141-155
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), há importantes lacunas no conhecimento sobre o tema. Entre elas estão: analisar a produção sobre consultoria colaborativa nos diferentes programas de pós-graduação e não somente de Educação Especial e, também, em artigos produzidos sobre o tema no país. Santos e Libra (2016Santos, A. R., Libra, S. L. (2016). Terapia ocupacional e consultoria colaborativa: uma revisão narrativa da literatura. Rev Ter Ocup Univ., 27(1), p. 94-9.) reiteram que as pesquisas brasileiras sobre a temática ainda são incipientes e pouco conhecidas, sendo necessário portanto, a realização de mais pesquisas sobre o assunto, principalmente, as que sistematizam as produções já existentes a fim proporcionar o maior alcance na área científica. Diante disso, este estudo levanta as seguintes perguntas de pesquisa: Como têm sido realizadas as consultorias colaborativas na perspectiva da inclusão escolar? Quais são os profissionais que as realizam? Quais seus objetivos? Qual a metodologia utilizada? Quais os alunos PAEE envolvidos?
O objetivo consistiu em analisar os artigos desenvolvidos sobre consultoria colaborativa na perspectiva da inclusão escolar, considerando o ano e a área de publicação dos artigos, o tipo de trabalho que realizam, os consultores envolvidos, a metodologia utilizada e as características dos alunos Público-Alvo da Educação Especial.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão sistemática que, segundo Galvão, Pansani e Harrad (2015Galvão, T. F.; Pansani, T. S. A.; Harrad, D. (2015). Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, 24(2), 335- 342. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200017
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), é caracterizado por responder a uma pergunta de pesquisa específica formulada de forma clara, recorrendo-se a métodos sistemáticos e explícitos que visem identificar, selecionar e avaliar as pesquisas pertinentes a temática, além de coletar e analisar os dados dos estudos que serão incluídos na revisão.
Para a realização de uma revisão sistemática a Declaração PRISMA (Moher, Liberati, Tetzlaff, & Altman, 2009Moher, D.; Liberati, A.; Tetzlaff, J; Altman, D. G. (2009). Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med, 6(7), e1000097. https://doi.org/10.1136/bmj.b2535
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) aponta a necessidade de algumas características, como: (a) um conjunto claro de objetivos com uma metodologia explícita e reprodutível; (b) uma busca sistemática de tentativas para identificar todos os estudos que satisfazem os critérios de elegibilidade; (c) uma avaliação da validade dos resultados dos estudos e (d) a apresentação sistemática das características e resultados dos estudos incluídos.
Desse modo, com o objetivo de identificar o maior número possível de artigos sobre a temática estudada, as buscas de dados foram realizadas nas plataformas online indexadas no portal de periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Google Acadêmico (considerando as 10 primeiras páginas) e no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), durante o segundo semestre de 2020. As buscas foram realizadas por meio de associações em pares entre os seguintes descritores: “consultoria colaborativa”, “inclusão”, “inclusão escolar”, “educação especial”, em conjunto com os operadores booleanos “AND” para relacionar os termos.
Para a apuração das pesquisas almejadas, foram selecionadas as que apresentaram os descritores em seus títulos, resumos ou palavras-chave. Foram critérios de inclusão: a) as pesquisas sobre consultoria colaborativa no campo da Educação Inclusiva ou Educação Especial; b) as que tinham como foco alunos PAEE nas escolas comuns; c) pesquisas empíricas; d) publicação em formato de artigo e, e) pesquisas realizadas em território nacional. Foram critérios de exclusão: a) os estudos teóricos ou de revisão; b) os não disponibilizados na íntegra e, c) os duplicados.
Após empregados os procedimentos de busca anteriormente descritos, foram encontrados 409 artigos, optando-se, portanto, em não aplicar um recorte temporal, devido ao baixo número de artigos encontrados. Seguindo os critérios de elegibilidade, 301 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios para inclusão e 82 artigos por serem duplicados, conforme indicado no fluxograma apresentado na Figura 1. Os 26 artigos restantes foram lidos na íntegra. Após a leitura, um foi excluído por não apresentar clareza no método e nos resultados apresentados. Os 25 artigos restantes e elegíveis para análise foram categorizados e analisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação ao ano de publicação, os artigos demonstraram um interesse recente dos pesquisadores pela área e um gradativo aumento da produção sobre o assunto nos últimos nove anos (2011 - 2020). A Tabela 1 apresenta o número de artigos publicados quinquenalmente.
As primeiras publicações sobre o assunto foram observadas a partir do ano de 2007, com maior concentração no período de 2011 a 2015, com o total de 12 dos 25 estudos analisados, o que corresponde a 48% do total dos artigos. Os achados corroboram com os resultados encontrados por Ferreira, Ferro, dos Santos, Santos e Fumes (2020Ferreira, R. M; Ferro, L. F.; dos Santos, N. J. M.; Santos, R. L.; Fumes, N. L. F. (2020). Pesquisa colaborativa em Educação Especial: uma revisão sistemática de teses e dissertações. Revista Educação Especial, 33,. https://doi.org/10.5902/1984686X44290
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) que observaram maior número de produção (n=53) teses e dissertações sobre pesquisa colaborativa publicados no ano de 2013, todos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Contudo, como o número de teses e dissertações é quase cinco vezes maior do que a de artigos no mesmo período, essa divergência pode indicar que muitos pesquisadores ao elaborarem sua tese ou dissertação, deixam de publicá-las em forma de artigos, o que justifica o baixo número de estudos encontrados.
Ao contrário do que se observa com as teses e dissertações, em que a média de publicações dos últimos cinco anos (2014-2018) analisados por Ferreira et al. (2020Ferreira, R. M; Ferro, L. F.; dos Santos, N. J. M.; Santos, R. L.; Fumes, N. L. F. (2020). Pesquisa colaborativa em Educação Especial: uma revisão sistemática de teses e dissertações. Revista Educação Especial, 33,. https://doi.org/10.5902/1984686X44290
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) ficou acima de 30, a publicação de artigos vem apresentando um decréscimo, não ultrapassando mais de dois por ano no mesmo período.
Sobre as instituições que mais publicam sobre o assunto foram identificados 18 artigos com pelo menos um autor associado à UFSCar, incluindo: alunos de graduação, pós-graduandos, pós-doutores ou docentes. Eles são, principalmente, dos departamentos de Psicologia, Pedagogia e Fisioterapia, reforçando a ampla publicação de pesquisas desta universidade sobre o assunto. A Tabela 2 mostra que, o que concerne à área de publicação, a divisão dos artigos por área, confirma essa informação.
A maioria dos artigos pertence às áreas da Educação e Pedagogia (11), seguida de interdisciplinar (5), Terapia Ocupacional (4), Educação Especial (3) e Psicologia (2). O número de publicações nas áreas da Educação e Pedagogia pode ter se sobressaído devido aos estudos de trabalhos colaborativos também denominados de ensino colaborativo, realizados em parceria entre o professor de ensino comum e o professor de Educação Especial (Cabral, Postalli, Orlando, & Gonçalves, 2014Cabral, L. S. A.; Postalli, L. M. M.; Orlando, R. M.; Gonçalves, A. G. (2014). Formação de professores e ensino colaborativo: proposta de aproximação. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 9(2), 1-12. https://doi.org/10.21723/riaee.v9i2.7043
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; Pinto & Fantacini, 2018Pinto, P. S. C, N.; Fantacini, R. A. F. (2018). Ensino colaborativo na escola: um caminho possível para a inclusão. Research, Society and Development, 7(3), 01-15. https://doi.org/10.17648/rsd-v7i3.244
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; Capellini & Zerbato, 2019Capellini, V. L. M. F.; Zerbato, A. P. (2019). O que é Ensino Colaborativo? 1ª ed. São Paulo: Edicon.; Lago & Tartuci, 2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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). Os estudos desse tipo iniciaram o trabalho de colaboração entre os professores ao compartilharem a responsabilidade pelo ensino.
Segundo Pinto e Fantacini (2018Pinto, P. S. C, N.; Fantacini, R. A. F. (2018). Ensino colaborativo na escola: um caminho possível para a inclusão. Research, Society and Development, 7(3), 01-15. https://doi.org/10.17648/rsd-v7i3.244
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), a colaboração tem sido utilizada para alcançar um objetivo que não seria possível de modo individual. Seguindo essa premissa, verificou-se que o trabalho em colaboração está expandindo para abertura e participação de outros profissionais no contexto escolar, como: os psicólogos, os fisioterapeutas, os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, e de outros professores, não só do Atendimento Educacional Especializado (AEE) que provavelmente contribuíram para a publicação do assunto em revistas voltadas à área interdisciplinar, como: Temas em Educação e Saúde; Cadernos de Pesquisa; Meta: Avaliação; Revista Educação e Cultura Contemporânea e Revista Intercâmbio. Além de publicaçõed em revistas específicas: Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar; Revista Brasileira de Educação Especial e/ou Revista Psicologia: Teoria e Prática e Temas em Psicologia.
Para a realização da consultoria colaborativa, foram identificados como consultores: professores de Educação Especial, professores universitários, estudantes de graduação dos cursos de Educação, Psicologia, Educação Física, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e consultores em Tecnologia Assistiva (TA). Eles realizaram a consultoria colaborativa com diferentes objetivos: o oferecimento de formação continuada para professores; planejar, elaborar, implementar e avaliar um programa de consultoria colaborativa; descrição ou relato de experiência; descrição de procedimentos de uma consultoria colaborativa; verificar os efeitos ou a eficácia da consultoria colaborativa; apresentar possibilidades de ensino colaborativo; analisar repercussões de ações e prevenções de promoção na saúde por meio da consultoria colaborativa; contribuir para o processo de inclusão escolar por meio da colaboração entre saúde e Educação; apreender os sentidos constituídos por uma professora antes e após a colaboração e, apresentar e correlacionar a prática do psicólogo no contexto escolar.
O estudo de Freitas e Mendes (2008Freitas, M. C.; Mendes, E. G. (2008). Análise funcional de comportamentos inadequados e inclusão: uma contribuição à formação de educadores. Temas em Psicologia, 16(2), 261-271. Recuperado de:https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513751432009
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) implementou e avaliou um programa de intervenção baseado na análise funcional do comportamento para proporcionar formação para os educadores solucionarem tais problemas, lidando com comportamentos desafiadores exibidos por uma criança com Síndrome de Down, mediando sua interação com os colegas e otimizando sua escolarização como um todo. A intervenção foi baseada na consultoria colaborativa e consistiu em discussões com os educadores acerca da identificação das funções comportamentais dos comportamentos-problema para delineamento de estratégias para solucioná-los. Ao final do programa, foram observados importantes mudanças comportamentais exibidas tanto pela criança com deficiência, quanto pelas educadoras, com diminuição significativa dos comportamentos inadequados identificados pela análise funcional (agressivos e disruptivos), bem como aumento de intervenções efetivas, de acordo com a função comportamental.
A pesquisa realizada por Calheiros e Mendes (2016Calheiros, D. D.; Mendes, E. G. (2016). Consultoria colaborativa a distância em tecnologia assistiva para professores. Cadernos de Pesquisa, 46(162), 1100-1123. https://doi.org/10.1590/198053143562
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) consistiu em avaliar um Serviço de Consultoria Colaborativa (SCC) a distância em TA para professores, utilizando a abordagem qualitativa do tipo exploratório. As participantes foram seis professoras de alunos com paralisia cerebral e três consultoras em TA. Um ambiente virtual de aprendizagem foi construído para prestar consultoria e coletar os dados obtidos na forma de respostas a questionários para consultores e professores. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo. As evidências indicam que o SCC se revelou benéfico para a atuação das consultoras e professoras, bem como para os estudantes com paralisia cerebral. A contribuição desta investigação consiste em indicar mais uma possibilidade de serviço de apoio à escola inclusiva.
Calheiros, Mendes, Lourenço, Gonçalves e Manzini (2019Calheiros, D. S.; Mendes, E. G.; Lourenço, G. F.; Gonçalves, A. G.; Manzini, M. G. (2019). Consultoria colaborativa à distância em tecnologia assistiva para professoras: planejamento, implementação e avaliação de um caso. Pro-Posições, 30(e20160085), 1-30. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2016-0085
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) também planejaram, implementaram e avaliaram um SCC a distância em TA, para uma dupla de professoras. O estudo desenvolvido na abordagem qualitativa foi do tipo estudo de caso e, também participaram três consultoras da área de TA. Os dados foram coletados por meio de atividades realizadas em um ambiente virtual de aprendizagem e de questionários. Inicialmente, foi identificada a demanda por conhecimentos de TA das professoras. Em seguida, as professoras escolheram o caso de um estudante com paralisia cerebral para receber um suporte das consultoras. Ao final, foi realizada a avaliação do serviço. Os dados foram tratados através da análise de conteúdo. Os resultados indicaram ser possível identificar as demandas das professoras em relação a TA, bem como planejar e implementar ações de consultoria colaborativa a distância. O primeiro autor tem sido o precursor ao relacionar consultoria colaborativa a distância e TA, não foram encontrados outros modelos de oferta de consultoria colaborativa a distância.
Folha e Monteiro (2017Folha, D. R. S.; Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup., 1(2), 202-220. https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto5311
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) buscaram analisar as repercussões de ações de prevenção e promoção na saúde do escolar com dificuldade de aprendizagem pelo terapeuta ocupacional, por meio da consultoria colaborativa com professores. O estudo foi qualitativo, do tipo descritivo. A coleta de dados foi realizada em uma Unidade de Educação Infantil na cidade de Belém (PA). Participaram do estudo, cinco alunos que apresentavam queixas escolares e três professoras. Foram realizadas observação direta dos alunos e da dinâmica instituída em sala de aula pelas professoras, registro em diário de campo e fotográficos. A aplicação de questionários com os professores possibilitou desenvolver estratégias de suporte que buscaram minimizar os impactos das dificuldades observadas nos alunos ao final de cada semana. Foram oferecidas orientações quanto aos tipos de atividades e recursos a serem utilizados, bem como possível adequação destes, forma de abordagem e adequação ambiental.
A pesquisa desenvolvida por Donati e Capellini (2018Donati, G. C. F.; Capellini, V. L. M. F. C. (2018). Consultoria colaborativa no ensino superior, tendo por foco um estudante com transtorno do espectro autista. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 13(esp. 2), 1459-1470. https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11655
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) objetivou descrever os procedimentos de uma consultoria colaborativa realizada por um profissional especialista, em parceria com gestores universitários, com docentes de um curso superior de Matemática, tendo por foco um estudante com Transtorno do Espectro Autista. Foram aplicados ajustes nas estratégias de avaliação, incluindo: adequação linguística das questões e aceite de respostas orais, com apoio de solução no papel ou na lousa. O processo avaliativo foi registrado por meio de anotações, fotografias e gravações de áudio e vídeo. Ao final, os docentes relataram que foi determinante o uso das estratégias para avaliar a aprendizagem do estudante, considerando o insucesso em oportunidades anteriores.
Lago e Tartuci (2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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) analisaram a consultoria colaborativa como estratégia pedagógica para formação continuada de professores que atuavam com estudantes com deficiência intelectual. O estudo de abordagem qualitativa pautado nos pressupostos da pesquisa colaborativa e da Teoria Histórico-cultural, foi desenvolvido na Universidade Federal de Goiás - UFG e em duas escolas, com participação de seis professoras. Os dados foram construídos nos meses de fevereiro a dezembro de 2016. Os resultados apontaram que esse tipo de formação proporciona discussões com foco na escolarização, apresenta caminhos possíveis para uma prática docente que visa a potencialidade desses estudantes e pode se constituir como estratégia para os cursos de formação continuada.
A escolha pelo detalhamento dos estudos acima, buscou evidenciar as contribuições da diversidade de tipos possíveis de consultorias. A Tabela 3 mostra os agrupamentos dos alunos por tipo de deficiência.
Em sua maioria, 32% (n=8), os estudos publicados não caracterizaram quem são os alunos público-alvo da Educação Especial, apenas os descrevem como PAEE, alunos que demandam necessidades especiais ou que são público-alvo. A dificuldade de identificação, refere-se à complexidade do processo de avaliação que ainda está em andamento, fazendo com que os alunos não tenham sua característica definida (Araújo & Almeida, 2014Araújo, S. L. S.; Almeida, M. A. (2014). Contribuições da consultoria colaborativa para a inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Revista Educação Especial, 27(49), 341-352. https://doi.org/10.5902/1984686X8639
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).
Dos tipos de deficiência, os alunos com deficiência visual, transtorno global do desenvolvimento e deficiência física foram os alunos com maior prevalência dos estudos, representando 12% (n=3) do total. Todavia, estudos têm apontado que a maioria das pesquisas sobre Educação Especial possui como sujeitos de pesquisa, alunos com deficiência intelectual (Araújo & Almeida, 2014Araújo, S. L. S.; Almeida, M. A. (2014). Contribuições da consultoria colaborativa para a inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Revista Educação Especial, 27(49), 341-352. https://doi.org/10.5902/1984686X8639
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), refutando os dados encontrados. No entanto, como muitos sujeitos não foram especificados, pode ser que ao final da avaliação sejam caracterizados alunos com deficiência intelectual. Por outro lado, acredita-se que o interesse em outros públicos pode ter despertado o interesse dos pesquisadores uma vez que estudos com alunos com deficiência intelectual são os mais avançados na área.
A Tabela 4, agrupa os estudos quanto à metodologia de pesquisa utilizada nos artigos de consultoria colaborativa.
A definição da metodologia de pesquisa utilizada foi variada. Oito dos estudos os caracterizaram como abordagem qualitativa. Dos que definiram o tipo de pesquisa, a maioria se encaixa em mais de um tipo, destacando-se as pesquisas consideradas relato de experiência/ relato de caso ou pesquisa (n=7), às pesquisas interventivas (n=4), estudos de caso (n=3) e pesquisas experimentais ou quase-experimental (n=4).
O desenvolvimento das pesquisas deu-se em diversos locais, incluindo desde creches a universidades, Escolas de Ensino Infantil e Fundamental (pública e privada), Secretarias Municipais de Educação e ambiente virtual (moodle), modelo considerado cada vez mais em ascensão. Para a coleta de dados, foram observados a utilização de uma grande variedade de instrumentos, tais como: roteiro de entrevistas, questionários, observações e filmagens em sala de aula, observação participante, reuniões reflexivas com professores, reuniões de supervisão vídeo gravadas, reunião com os pais, intervenções (algumas incluindo pré e pós avaliação), registros em diário de campo, diários reflexivos. A utilização de múltiplos instrumentos de coleta de dados também foram observadas nas pesquisas colaborativas analisadas por Souza e Mendes (2017Souza, C. T. R; Mendes, E. G. (2017). Revisão sistemática das pesquisas colaborativas em educação especial na perspectiva da inclusão escolar no brasil. Rev. Bras. Ed. Esp., 23(2), 279-292. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000200009
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) e Ferreira et al. (2020Ferreira, R. M; Ferro, L. F.; dos Santos, N. J. M.; Santos, R. L.; Fumes, N. L. F. (2020). Pesquisa colaborativa em Educação Especial: uma revisão sistemática de teses e dissertações. Revista Educação Especial, 33,. https://doi.org/10.5902/1984686X44290
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).
Por fim, os estudos sobre consultoria colaborativa analisados no presente estudo concluíram que: a) a consultoria colaborativa foi apontada como grande aliada a formação de professores (Carneiro, 2011Carneiro, R. U. C. C. (2011). A construção da escola inclusiva a partir da consultoria técnica especializada. Temas em educação e saúde, 7, 151-166. https://doi.org/10.26673/tes.v7i0.9558
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; Cabral et al., 2014Cabral, L. S. A.; Postalli, L. M. M.; Orlando, R. M.; Gonçalves, A. G. (2014). Formação de professores e ensino colaborativo: proposta de aproximação. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 9(2), 1-12. https://doi.org/10.21723/riaee.v9i2.7043
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; Caramori, 2016Caramori, P. M. (2016). Formação em serviço de professores comuns e especializados e suas implicações na prática: uma experiência de consultoria colaborativa. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 11(esp. 2), 1034-1047. https://doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.1034-1047
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; Lago & Tartuci, 2020Lago, D. C.; Tartuci, D. (2020). Consultoria colaborativa como estratégia de formação continuada para professores que atuam com estudantes com deficiência intelectual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 15(esp.1), 983-999. https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp.1.13512
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), b) a consultoria colaborativa pode ser desenvolvida tendo como consultor profissionais de diferentes áreas (Gebrael & Martinez, 2011Gebrael, T. L. R.; Martinez, C. M. S. (2011). Consultoria colaborativa em terapia ocupacional para professores de crianças pré-escolares com baixa visão. Rev. Bras. Ed. Esp., 17(1), 101-120. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000100008
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; Mendes et al., 2011Mendes, E. G.; Almeida, M. A.; Toyoda, C. Y. (2011). Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Educar em Revista, 41(1), 81-93. https://doi.org/10.1590/S0104-40602011000300006
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; Machado, Bello, & Almeida, 2012Machado, A. C.; Bello, S. F.; Almeida, M. A. (2012). O papel consultivo do fonoaudiólogo: algumas reflexões sobre a consultoria colaborativa na escola regular. Rev. Educ. Espec., 25(43), 233-248. Recuperado de:https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/1983/3817
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; Barba & Minatel, 2013Barba, P. C. S. D.; Minatel, M. M. (2013). Contribuições da Terapia Ocupacional para a inclusão escolar de crianças com autismo. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, 21(3), 601-608. https://doi.org/10.4322/cto.2013.062
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; Benitez & Domeniconi, 2016Benitez, P.; Domeniconi, C. (2016) Consultoria colaborativa: estratégias para o ensino de leitura e escrita. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 18(3), 141-155. http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v18n3p141-155
https://doi.org/10.5935/1980-6906/psicol...
; Fonseca, Oliveira, & Silva, 2013Fonseca, A. L.; Oliveira, L. A. G.; Silva, G. T. R. (2013). Escola e família: um diálogo possível... uma interlocução necessária. Revista intercâmbio, 4. http://www.intercambio.unimontes.br/index.php/intercambio/article/view/30.
http://www.intercambio.unimontes.br/inde...
; Calheiros et al., 2019Calheiros, D. S.; Mendes, E. G.; Lourenço, G. F.; Gonçalves, A. G.; Manzini, M. G. (2019). Consultoria colaborativa à distância em tecnologia assistiva para professoras: planejamento, implementação e avaliação de um caso. Pro-Posições, 30(e20160085), 1-30. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2016-0085
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), c) o serviço de consultoria colaborativa a distância mostrou ser benéfico para atuação de consultoras e professoras. A contribuição dessa investigação consiste em indicar mais uma possibilidade de serviço de apoio à escola (Calheiros & Mendes, 2016Caramori, P. M. (2016). Formação em serviço de professores comuns e especializados e suas implicações na prática: uma experiência de consultoria colaborativa. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 11(esp. 2), 1034-1047. https://doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.1034-1047
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; Calheiros et al., 2019Calheiros, D. S.; Mendes, E. G.; Lourenço, G. F.; Gonçalves, A. G.; Manzini, M. G. (2019). Consultoria colaborativa à distância em tecnologia assistiva para professoras: planejamento, implementação e avaliação de um caso. Pro-Posições, 30(e20160085), 1-30. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2016-0085
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), d) o trabalho em colaboração têm apresentado resultados positivos até mesmo no ensino superior (Donati & Capellini, 2018Donati, G. C. F.; Capellini, V. L. M. F. C. (2018). Consultoria colaborativa no ensino superior, tendo por foco um estudante com transtorno do espectro autista. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 13(esp. 2), 1459-1470. https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11655
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; Silva, Lima, Santos, & Fumes, 2019Silva, M. Q.; Lima, E. C. M.; Santos, S. D. G.; Fumes, N. L. F. (2019). Inclusão na educação superior: significações de uma professora universitária. Revista Educação e Cultura Contemporânea, 16(42), 26-46. Recuperado de: http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/viewArticle/3231
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), e) a consultoria apresentou resultados positivos em diferentes domínios: socialização; habilidades acadêmicas; comunicação; linguagem; ensino de leitura e escrita e comportamentos inadequados (Freitas & Mendes, 2008Freitas, M. C.; Mendes, E. G. (2008). Análise funcional de comportamentos inadequados e inclusão: uma contribuição à formação de educadores. Temas em Psicologia, 16(2), 261-271. Recuperado de:https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513751432009
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=5...
; Mendes et al., 2011Mendes, E. G.; Almeida, M. A.; Toyoda, C. Y. (2011). Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Educar em Revista, 41(1), 81-93. https://doi.org/10.1590/S0104-40602011000300006
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; Bello et al., 2012Bello, S. F.; Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2012). A parceria colaborativa entre fonoaudiólogo e Professor: análise dos diários reflexivos. Rev. Psicopedagogia, 29(88), 46-54. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862012000100007
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Benitez & Domeniconi, 2016Cabral, L. S. A.; Postalli, L. M. M.; Orlando, R. M.; Gonçalves, A. G. (2014). Formação de professores e ensino colaborativo: proposta de aproximação. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 9(2), 1-12. https://doi.org/10.21723/riaee.v9i2.7043
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; Machado & Almeida, 2014Machado, A. C.; Almeida, M. A. (2014). Efeitos de uma proposta de consultoria colaborativa na Perspectiva dos Professores. Meta: Avaliação, 6(18), 222-239. http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v6i18.160
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), além de melhorar a participação e o conforto na escola e em casa de alunos com grave comprometimento funcional (Pena, Rosalém, & Alpino, 2008Pena, F. F.; Rosolém, F. C.; Alpino, A. M. S. (2008). Contribuição da fisioterapia para o bem-estar e a participação de dois alunos com distrofia muscular de duchenne no ensino regular. Rev. Bras. Ed. Esp., 14(3), 447-462. https://doi.org/10.1590/S1413-65382008000300008
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), e, f) a colaboração por meio da consultoria colaborativa constitui-se uma proposta fundamental para a consolidação de projetos inclusivos (Machado, Bello, Almeida, & Oliveira, 2010Machado, A. C.; Bello, S. F.; Almeida, M. A.; Oliveira, S. F. (2010). A influência do contexto no alcance das metas em uma proposta de consultoria colaborativa. Revista Educação em Questão, 39(25), 131-162. Recuperado de:https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/view/4017
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; Assis, Mendes, & Almeida, 2011Assis, C. P.; Mendes, E. G.; Almeida, M. A. (2011). Ensino colaborativo: um relato de experiência sobre o desenvolvimento de parceria colaborativa. Revista Educere et educare, 6(11), 1-15. https://doi.org/10.17648/educare.v6i11.3981
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; Carneiro, 2011Carneiro, R. U. C. C. (2011). A construção da escola inclusiva a partir da consultoria técnica especializada. Temas em educação e saúde, 7, 151-166. https://doi.org/10.26673/tes.v7i0.9558
https://doi.org/10.26673/tes.v7i0.9558...
).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo objetivou analisar artigos desenvolvidos sobre consultoria colaborativa na perspectiva da inclusão escolar, considerando o ano e a área de publicação dos artigos, o tipo de trabalho que realizam, os consultores envolvidos, a metodologia utilizada e as características dos alunos Público-Alvo da Educação Especial.
De modo geral, a consultoria colaborativa foi considerada uma estratégia de atuação conjunta entre um ou mais parceiros que realizam o trabalho colaborativamente para superação das dificuldades encontradas no processo de inclusão escolar. Os estudos apontaram que a consultoria colaborativa tem contribuído para abertura de trabalhos multidisciplinares entre profissionais da Educação e da saúde. A realização de tais práticas, coadunam com as leis e políticas vigentes em que se busca alcançar a inclusão integral dos alunos e a superação da realização de atendimentos individualizados. A participação do psicólogo como parceiro na consultoria suscita a reflexão sobre o importante papel da Psicologia Escolar e Educacional na promoção de estratégias exitosas junto ao sistema educacional público.
Além disso, a maioria das pesquisas caracterizadas como qualitativas do tipo relato de experiência e relato de caso visam colaborar para o desenvolvimento de escolares e, entre eles, aqueles com deficiência ou outra condição que requer um atendimento especializado, descrevendo experiências de consultorias colaborativas que podem ser replicadas com mais sujeitos, públicos diferentes ou outros profissionais. Esse tipo de pesquisa acadêmico-científica, além de contribuir com a mudança da realidade escolar, tem possibilitado a formação em serviço aos professores.
Cabe destacar como limitações do estudo as buscas realizadas apenas com descritores em português. Desse modo, sugerem-se que novos estudos sobre consultorias colaborativas poderão ser desenvolvidos tendo como foco de análise uma área de atuação específica, comparando os resultados alcançados, ou ampliando os resultados aqui demonstrados para análise de estudos de cunho internacional.
No entanto, apesar de as consultorias colaborativas terem como foco a inclusão de alunos PAEE, muitos pesquisadores não destacaram as características dos alunos que passaram por intervenções devido o aluno não possuir laudo, ainda estar em avaliação ou não especificarem o motivo. Desse modo, acredita-se que o artigo contribuiu para a reflexão crítica sobre a produção acadêmico-científica nas áreas de Psicologia Escolar e Educacional ao demonstrar que o psicólogo, assim como outros profissionais da saúde são de grande importância no contexto escolar para a realização de trabalhos colaborativos e a inclusão escolar dos alunos, auxiliando para que possam ser atendidos da melhor forma possível.
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De acordo com o decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, considera-se Público-Alvo da Educação Especial às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação (Brasil, 2011).
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O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
27 Nov 2023 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
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Recebido
03 Nov 2020 -
Aceito
30 Jul 2021