Resumo
Dea Loher (1964-), dramaturga contemporânea alemã, propõe ao seu leitor/espectador histórias que retratam a sociedade, conduzindo seu público a uma reflexão acerca de temas inerentes à realidade na qual eles se encontram inseridos. Através de um estilo próprio e peculiar, de uma estética que combina elementos vários, Loher retoma o teatro político enfocando os menos favorecidos, com o objetivo de criar espaços para que seu interlocutor encontre possibilidades de mudança. A escritora dá vida a personagens que, livres de uma utopia salvadora, têm a opção da rebeldia ou da resignação até o aniquilamento total, garantindo uma vertente trágica à escrita da dramaturga. Dea Loher compila histórias diversas que, embora retratem figuras descaracterizadas e tristes, não as coloca em posição de vítimas, mas enfatizam as múltiplas perspectivas que as levaram à ação ou ao ostracismo. Uma abordagem que privilegia as micronarrativas e as relações de poder que as circundam, além de um questionamento acerca do tênue limite que há entre realidade e ficção.
Palavras-chave:
Teatro político; pós-dramático; teatro épico; micronarrativas; história