Acessibilidade / Reportar erro

Proposta para uma etnografia da psicanálise

Approach for to ethnography of the psychoanalysis

Approche pour une éthnographie de la psycanalyse

Resumos

O objetivo deste artigo é demonstrar que a compreensão do processo de difusão da psicanálise implica fugir de explicações que a definem a priori como possuidora de um caráter intrinsecamente teológico e religioso. A abordagem etnográfica que proponho abre a possibilidade de identificar a constituição de seu campo disciplinar e de sua legitimidade em face de outros saberes voltados para a compreensão e tratamento das doenças mentais e revela que esse processo, em determinadas circunstâncias, pode assumir um caráter religioso explícito e, em outros, um caráter científico, no sentido atribuído por Bruno Latour aos "fatos científicos". Essa abordagem permite demonstrar que a estratégia de espraiamento da psicanálise é em grande parte responsável pela sua ampla difusão em nossa sociedade e que para isto utiliza os mesmos recursos aos quais recorrem as disciplinas ditas científicas "duras".

Psicanálise; Bruno Latour; "fatos científicos"; antropologia; "ciências duras"; religião; doença mental


The objective of this article is to demonstrate that a proper understanding of the process of constitution of psychoanalysis requires avoiding explanations that define it a priori as having an intrinsic theoIogicaI, religious character. Thus, it suggest an ethnographic approach that is abIe to identify the constitution of the disciplinary fieId of psychoanalysis and of its Iegitimacy vis-à-vis other knowIedges directed toward the understanding and treatment of mental illness, and shows that in some circunstances psychoanalysis can assume an explicit religious character; in others, a scientific character in the sense Bruno Latour attributes to "scientific facts". Such approach of psychoanalysis is largely responsibIe for its wide spread-up in our society, for wich it has utilized the same resources used by "hard sciences" disciplines.

Psychoanalysis; hard sciences; Bruno Latour; mental illness; anthropoIogy; religion; "scientific facts"


Dans cet article nous vouIons démontrer que la compréhension du processus de diffusion de la psychanalyse doit se faire sans recours a des explications qui la placent a priori comme aiant un caractere intrinsequement théoIogique ou religieux. L'approche ethnographique proposée ouvre la possibilité d'identifier le processus de constitution de son champ disciplinaire et de sa légitimité par rapport a d'autres sources de pouvoir également dédiés à la compréhension et traitement des maladies mentales. Ce processus révéle que la psychanalyse, dans des contextes espécifiques, peut assumer un caractere religieux, ou par contre, un caractere scientifique dans le sens atribbué par Bruno Latour aux "faits scientifiques". Cette approche rend possible démontrer que la stratégie de déplacement de la psychanalyse est, de façon considerable, responsable de sa large diffusion dans notre société et que pour cela utilise les mêmes recours employés par les disciplines dites "dures".

Psychanalyse; maladies mentales; sciences "dures"; Bruno Latour; anthropologie; religion; "faits scientifiques"


Proposta para uma etnografia da psicanálise* * Este artigo é parte de minha tese de doutorado: Os Psiconautas do Atlântico Sul. Uma Etnografia da Psicanálise, defendida no IFCH da Unicamp, em junho de 1995. Agradeço o apoio e interesse de Sérgio Carrara ao trabalho que venho desenvolvendo.

Approach for to ethnography of the psychoanalysis

Approche pour une éthnographie de la psycanalyse

Cíntia Ávila de Carvalho

Doutora em Antropologia pela Unicamp

RESUMO

O objetivo deste artigo é demonstrar que a compreensão do processo de difusão da psicanálise implica fugir de explicações que a definem a priori como possuidora de um caráter intrinsecamente teológico e religioso. A abordagem etnográfica que proponho abre a possibilidade de identificar a constituição de seu campo disciplinar e de sua legitimidade em face de outros saberes voltados para a compreensão e tratamento das doenças mentais e revela que esse processo, em determinadas circunstâncias, pode assumir um caráter religioso explícito e, em outros, um caráter científico, no sentido atribuído por Bruno Latour aos "fatos científicos". Essa abordagem permite demonstrar que a estratégia de espraiamento da psicanálise é em grande parte responsável pela sua ampla difusão em nossa sociedade e que para isto utiliza os mesmos recursos aos quais recorrem as disciplinas ditas científicas "duras".

Palavras-chave: Psicanálise; Bruno Latour; "fatos científicos"; antropologia; "ciências duras"; religião; doença mental.

ABSTRACT

The objective of this article is to demonstrate that a proper understanding of the process of constitution of psychoanalysis requires avoiding explanations that define it a priori as having an intrinsic theologicaI, religious character. Thus, it suggest an ethnographic approach that is abIe to identify the constitution of the disciplinary fieId of psychoanalysis and of its Iegitimacy vis-à-vis other knowIedges directed toward the understanding and treatment of mental illness, and shows that in some circunstances psychoanalysis can assume an explicit religious character; in others, a scientific character in the sense Bruno Latour attributes to "scientific facts". Such approach of psychoanalysis is largely responsibIe for its wide spread-up in our society, for wich it has utilized the same resources used by "hard sciences" disci­plines.

Keywords: PsychoanaIysis; hard sciences; Bruno Latour; mental illness; anthropoIogy; religion; "scientific facts".

RESUMÉ

Dans cet article nous vouIons démontrer que la compréhension du processus de diffusion de la psychanalyse doit se faire sans recours a des explications qui la placent a priori comme aiant un caractere intrinsequement théoIogique ou religieux. L'approche ethnographique proposée ouvre la possibilité d'identifier le processus de constitution de son champ disciplinaire et de sa légitimité par rapport a d'autres sources de pouvoir également dédiés à la compréhension et traitement des maladies mentales. Ce processus révéle que la psychanalyse, dans des contextes espécifiques, peut assumer un caractere religieux, ou par contre, un caractere scientifique dans le sens atribbué par Bruno Latour aux "faits scientifiques". Cette approche rend possible démontrer que la stratégie de déplacement de la psychanalyse est, de façon considerable, responsable de sa large diffusion dans notre société et que pour cela utilise les mêmes recours employés par les disciplines dites "dures".

Mots-clé: Psychanalyse; maladies mentales; sciences "dures"; Bruno Latour; anthropologie; religion; "faits scientifiques".

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Referências Bibliográficas:

ALEXANDER, EISENSTEIN, GROTJAHN. (1981), História da Psicanálise através de seus Pioneiros. Rio de Janeiro, Imago, vols. 1 e 2.

BACHELARD, G. (1986), La Formation de I'Ésprit Scientifique. Contribution a une Psychanalyse de la Connaissance Objective. Paris, Libraire Philisophique J. Vrin.

BLOOR, D. (1983), Sociologie de la Logique ou les Limites de I'Épistemologie. Paris, Pandore.

BOURDIEU, P. (1984), Homo Academicus. Paris, Les Éditions de Minuit.

CALDEIRA, T. (1989), "Antropologia e Poder". BIB, n° 27, pp. 3-50.

CALLON, M. (1986), "Élements pour une Sociologie de la Traduction. La Domestication de Coquilles Saint-Jacques et les Marins-Pêcheurs dans la Baie de Saint-Brieu". Année Sociologique, n° 36.

_______ . (1989), La Science et ses Réseaux. Genese et Circulation des Faits Scientifiques. Paris, Éditions la Découverte/Conseil de I'Éurope/Unesco.

_______ . (1989a), "La Proto-Histoire ou le Dificile Marriage de la Science et de I'Économie". Cahiers du Centre d'Études de l'Emploi, n° 32.

CANGUILHEM, G. (1982), O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro, Forense­Universitária.

_______ . (1983), Études d'Histoire et de Philosophie des Sciences. Paris, Librairie Philosophique J. Vrin.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. (1986), Sobre o Pensamento Antropológico. Rio de Janeiro, Biblioteca Tempo Universitário.

CARVALHO, Cíntia Ávila de. (1989), Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto: As Estórias da Medicina Geral Comunitária em Vitória. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp.

CHEMOUNI, J. (1991), História do Movimento Psicanalítico. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

CLIFFORD, J. (1983), "On Ethnographic Authority". Representations, n° 2, pp. 123­43.

_______ . (1988), The Predicament of Culture. Twentieth-century Ethnography, Literature, and Art. Cambridge, Massachusetts e Londres, Harvard University Press.

_______ . e MARCUS, G. (1986), Writing Culture. The Poetics and Politics of Ethnography. Berkeley, Los Angeles e Londres, University of Califomia Press.

COIMBRA, M. C. B. (1992), Gerentes da Ordem: Algumas Práticas "Psi" nos Anos 70 no Brasil. Tese de Doutorado, São Paulo, Instituto de Filosofia, USP.

CORREA, M. (1982), As Ilusões de Liberdade. A Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil. Tese de Doutorado, São Paulo, FFLCH/USP.

_______ . (1987), "Traficantes do Simbólico", in História da Antropologia no Brasil (1930-1960). São Paulo, Vértice/Edunicamp.

_______ . (1990), "Três Heroínas do Romance Antropológico". Primeira Versão, n° 22.

CRAPANZO, V. (1992), Herme's Dilemma & Hamlet's Desire. On the Epistemology of lnterpretation. Cambridge, Massachusetts, e Londres, Harvard University Press.

DA MATTA, R. (1978), "O Ofício de Etnólogo ou como ter Anthropological Blues". Boletim do Museu Nacional, n° 2, maio.

_______ . (1992), "Relativizando o Interpretativismo", in Roberto Cardoso de Oliveira, Homenagem. Campinas, IFCH/Unicamp.

DARNTON, R. (1986), O Grande Massacre dos Gatos e outros Episódios da História Cultural Francesa. Rio de Janeiro, Graal.

_______ . (1990), O Beijo de Lamourette. Mídia, Cultura e Revolução. São Paulo, Companhia das Letras.

DILTHEY, W. (1944), El Mundo Histórico. México, Fondo de Cultura Económica.

DWYER, K. (1982), Maroccan Dialogues: Anthropology in Question. Baltimore, Johns Hopkins University Press.

FERNANDES, H. (org.). (1989), Tempo do Desejo. Sociologia e Psicanálise. São Paulo, Brasiliense.

FIGUEIRA, S. A. (1991a), "O Papel da Psicanálise no Entendimento da Construção da Subjetividade", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.

_______ . (1991b), "Psicanálise e Antropologia: Uma Visão do Mundo Brasileiro", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.

_______ . (1991c), "Notas sobre a Cultura Psicanalítica Brasileira", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.

FIGUEIREDO, A. C. C. (1984), Estratégias de Difusão do Movimento Psicanalítico no Rio de Janeiro (1970-1983). Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro, PUC­Rio.

GAY, P. (1989), Freud. Uma Vida para o Nosso Tempo. São Paulo, Companhia das Letras.

_______ . (1989a), Freud para Historiadores. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

GEERTZ, C. (1978), A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, Zahar.

_______ . (1986), Savoir Local, Savoir Global: Les Lieux du Savoir. Paris, PUF.

_______ . (1988), Works and Lives. The Anthropologist as Author. Stanford, University of Califomia Press.

GELLNER, E. (1988), O Movimento Psicanalítico. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

GROSSKURTH, P. (1992a), O Círculo Secreto. O Círculo Íntimo de Freud e a Política da Psicanálise. Rio de Janeiro, Imago.

_______ . (1992b), O Mundo e a Obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro, Imago.

HABERMAS, J. (1976), Conaissance et lntérêt. Paris, TellGallimard.

KNORR-CETINA, K. (1983), "The Ethnographic Study of Scientific Work: Towards a Construtivist Interpretation of Science", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Proposta para uma Etnografia da Psicanálise Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.

_______ e MULKAY. (1983), "Introduction: Emerging Principies in Social Studies of Science", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.

KUHN, T. (1978), A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva.

KUPER, A. (1978), Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

LAKATOS, I. (1974), Historia de la Ciencia y sus Reconstrucciones Racionales. Madri, Editorial Tecnos.

LASCH, C. (1986), O Mínimo Eu. Sobrevivência Psíquica em Tempos Difíceis. São Paulo, Brasiliense.

LATOUR, B. (s/d), Jamais Fomos Modernos. Rio de Janeiro, Editora 34.

______. (1983a), "Comment Rédistribuer le Grand Partage?". Revue de Synthese, vol. XIV, junho, pp. 203-36.

______. (1983b), "Give Me a Laboratory and I Will Raise the World", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.

______. (1984), Les Microbes. Guerre et Paix. Paris, Éditions Metailié .

______. (1988), "Le Grand Partage". Revue du Mauss, n° 1 (nouvelle série), jul./set., pp. 27-64.

______. (1989), Science in Action. How to Follow Scientists and Engineers through Society. Open University Press (edição francesa: La Science en Action. Paris, Éditions la Découverte).

______ e CALLON, M. (orgs.). (1986), Les Scientifiques et leurs Alliés. Paris, Pandore.

______ e WOOLGAR, S. (1988), La Vie de Laboratoire. La Production des Faits Scientifiques. Paris, Éditions la Découverte.

MACKENSIE, D. (1985), "Conunent Faire une Sociologie de la Statistique", in B. Latour e M. Callon (orgs.), Les Scientifiques et leurs Alliés. Paris, Pandore.

MARCUS, G. e FISCHER, M. (1986), Anthropology as Cultural Critique. An Experimental Moment in the Human Sciences. Chicago e Londres, The University of Chicago Press.

MARCUS, S. (1984), Freud and the Culture of Psychoanalysis. Studies in the Transition from Victorian Humanism to Modemity. Allen & Unwin.

MEZAN, R. (1985), Freud, Pensador da Cultura. São Paulo, Brasiliense.

MICELI, S. (org.), (1989), História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo, Idesp/FinepNértice, vol. 1.

______. (1993), A Fundação Ford no Brasil. São Paulo, FAPESP/Ed. Sumaré .

______. (org.). (1995), História das Ciências Sociais no Brasil, vol. 2. São Paulo, Idesp/FAPESP/Ed. Sumaré .

PEIRANO, M. (1981), The Anthropology of Anthropology: The Brazilian Case. Ph. D. Dissertation, Harvard University.

RABINOW, P. e SULLlVAN, W. (1979), Interpretative Social Science. A Reader. Berkeley, Los Angeles e Londres, University of Califomia Press.

RAMOS, A. R. (1990), "The Brazilian Ethnology". Cadernos da UnE.

REVISTA INTERNACIONAL DE PSICANÁLISE. (1988), "A Psicanálise e os Psicanalistas no Mundo Durante a Segunda Guerra". Vol. 1.

ROAZEN, P. (1995), Irmão Animal. A História de Freud e Tausk. Rio de Janeiro, Imago.

ROCHA, E. B. (1990), A Difusão do Movimento Psicanalítico em São Paulo e suas Relações com a História da Psicanálise. Dissertação de mestrado, PUC-SP.

ROCHA, G. S. (1989), Introdução ao Nascimento da Psicanálise no Brasil. Rio de Janeiro, Forense-Universitária.

ROUDINESCO, E. (1988), História da Psicanálise na França. A Batalha dos Cem Anos, 1925-1985. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, vol. 2.

______. (1994), Jacques Lacan. Esboço de uma Vida, História de um Sistema de Pensamento. São Paulo, Companhia das Letras.

RUBEN, G. R. (1993), O "Tio" Matemo e a Antropologia Quebequense. Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp, mimeo.

RUSSO, J. (1993), O Corpo contra a Palavra. As Terapias Corporais no Campo Psicológico dos Anos 80. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ.

SAGAWA, R. Y. (1989), Os Inconscientes no Divã da História. Dissertação de Mestrado, Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp.

SCHOLTE, B. (1983), "Cultural Anthropology and the Paradigm-Concept: A Brief History of their Recent Convergence", in Graham, Lepenies e Weingert (eds.), Functions and Uses Disciplinary Histories, vol. VII. pp. 229-78.

SCHORSKE, C. E. (1988), Viena Fin-de-Siécle. Política e Cultura. São Paulo, Companhia das Letras/Edunicamp.

SCHWARTZMAN, S. (1979), A Formação da Comunidade Científica no Brasil. São Paulo/Rio de Janeiro, Ed. Nacional/Finep.

SENNET, R. (1988), O Declínio do Homem Público. As Tiranias da Intimidade. São Paulo, Companhia das Letras.

SILVEIRA, P. e DORAY, B. (orgs.). (1989), Elementos para uma Teoria Marxista da Subjetividade. São Paulo, Vértice.

STOCKING, G. (1983-86, 1988-89), History of Anthropology. Wisconsin e Londres, The University of Wisconsin Press, vols. 1 a 6.

TOLOS ANA, C. L. (1983), Antropologia Social y Hermenéutica. México, Madri, Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, caps. III-IV.

VESSURI, H. (1990), Enfoques y Orientaciones en la Sociología de la Ciencia. Mimeo.

WEBSTER, S. (1982), "Dialogue and Fiction in Ethnography". Dialectical Anthropology, n° 7, Amsterdã .

Recebido em 10/07/96.

Aprovado em 16/09/96.

  • ALEXANDER, EISENSTEIN, GROTJAHN. (1981), História da Psicanálise através de seus Pioneiros. Rio de Janeiro, Imago, vols. 1 e 2.
  • BACHELARD, G. (1986), La Formation de I'Ésprit Scientifique. Contribution a une Psychanalyse de la Connaissance Objective. Paris, Libraire Philisophique J. Vrin.
  • BLOOR, D. (1983), Sociologie de la Logique ou les Limites de I'Épistemologie. Paris, Pandore.
  • BOURDIEU, P. (1984), Homo Academicus. Paris, Les Éditions de Minuit.
  • CALDEIRA, T. (1989), "Antropologia e Poder". BIB, n° 27, pp. 3-50.
  • CALLON, M. (1986), "Élements pour une Sociologie de la Traduction. La Domestication de Coquilles Saint-Jacques et les Marins-Pęcheurs dans la Baie de Saint-Brieu". Année Sociologique, n° 36.
  • _______ . (1989), La Science et ses Réseaux. Genese et Circulation des Faits Scientifiques. Paris, Éditions la Découverte/Conseil de I'Éurope/Unesco.
  • _______ . (1989a), "La Proto-Histoire ou le Dificile Marriage de la Science et de I'Économie". Cahiers du Centre d'Études de l'Emploi, n° 32.
  • CANGUILHEM, G. (1982), O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro, ForenseUniversitária.
  • _______ . (1983), Études d'Histoire et de Philosophie des Sciences. Paris, Librairie Philosophique J. Vrin.
  • CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. (1986), Sobre o Pensamento Antropológico. Rio de Janeiro, Biblioteca Tempo Universitário.
  • CARVALHO, Cíntia Ávila de. (1989), Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto: As Estórias da Medicina Geral Comunitária em Vitória. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp.
  • CHEMOUNI, J. (1991), História do Movimento Psicanalítico. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
  • CLIFFORD, J. (1983), "On Ethnographic Authority". Representations, n° 2, pp. 12343.
  • _______ . (1988), The Predicament of Culture. Twentieth-century Ethnography, Literature, and Art. Cambridge, Massachusetts e Londres, Harvard University Press.
  • _______ . e MARCUS, G. (1986), Writing Culture. The Poetics and Politics of Ethnography. Berkeley, Los Angeles e Londres, University of Califomia Press.
  • COIMBRA, M. C. B. (1992), Gerentes da Ordem: Algumas Práticas "Psi" nos Anos 70 no Brasil. Tese de Doutorado, São Paulo, Instituto de Filosofia, USP.
  • CORREA, M. (1982), As Ilusões de Liberdade. A Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil. Tese de Doutorado, São Paulo, FFLCH/USP.
  • _______ . (1987), "Traficantes do Simbólico", in História da Antropologia no Brasil (1930-1960). São Paulo, Vértice/Edunicamp.
  • _______ . (1990), "Tręs Heroínas do Romance Antropológico". Primeira Versão, n° 22.
  • CRAPANZO, V. (1992), Herme's Dilemma & Hamlet's Desire. On the Epistemology of lnterpretation. Cambridge, Massachusetts, e Londres, Harvard University Press.
  • DA MATTA, R. (1978), "O Ofício de Etnólogo ou como ter Anthropological Blues". Boletim do Museu Nacional, n° 2, maio.
  • _______ . (1992), "Relativizando o Interpretativismo", in Roberto Cardoso de Oliveira, Homenagem. Campinas, IFCH/Unicamp.
  • DARNTON, R. (1986), O Grande Massacre dos Gatos e outros Episódios da História Cultural Francesa. Rio de Janeiro, Graal.
  • _______ . (1990), O Beijo de Lamourette. Mídia, Cultura e Revolução. São Paulo, Companhia das Letras.
  • DILTHEY, W. (1944), El Mundo Histórico. México, Fondo de Cultura Económica.
  • DWYER, K. (1982), Maroccan Dialogues: Anthropology in Question. Baltimore, Johns Hopkins University Press.
  • FERNANDES, H. (org.). (1989), Tempo do Desejo. Sociologia e Psicanálise. São Paulo, Brasiliense.
  • FIGUEIRA, S. A. (1991a), "O Papel da Psicanálise no Entendimento da Construção da Subjetividade", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.
  • _______ . (1991b), "Psicanálise e Antropologia: Uma Visão do Mundo Brasileiro", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.
  • _______ . (1991c), "Notas sobre a Cultura Psicanalítica Brasileira", in Nos Bastidores da Psicanálise, sobre Política, História, Estrutura e Dinâmica do Campo Psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago.
  • FIGUEIREDO, A. C. C. (1984), Estratégias de Difusão do Movimento Psicanalítico no Rio de Janeiro (1970-1983). Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro, PUCRio.
  • GAY, P. (1989), Freud. Uma Vida para o Nosso Tempo. São Paulo, Companhia das Letras.
  • _______ . (1989a), Freud para Historiadores. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
  • GEERTZ, C. (1978), A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, Zahar.
  • _______ . (1986), Savoir Local, Savoir Global: Les Lieux du Savoir. Paris, PUF.
  • _______ . (1988), Works and Lives. The Anthropologist as Author. Stanford, University of Califomia Press.
  • GELLNER, E. (1988), O Movimento Psicanalítico. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
  • GROSSKURTH, P. (1992a), O Círculo Secreto. O Círculo Íntimo de Freud e a Política da Psicanálise. Rio de Janeiro, Imago.
  • _______ . (1992b), O Mundo e a Obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro, Imago.
  • HABERMAS, J. (1976), Conaissance et lntéręt. Paris, TellGallimard.
  • KNORR-CETINA, K. (1983), "The Ethnographic Study of Scientific Work: Towards a Construtivist Interpretation of Science", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Proposta para uma Etnografia da Psicanálise Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.
  • _______ e MULKAY. (1983), "Introduction: Emerging Principies in Social Studies of Science", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.
  • KUHN, T. (1978), A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva.
  • KUPER, A. (1978), Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
  • LAKATOS, I. (1974), Historia de la Ciencia y sus Reconstrucciones Racionales. Madri, Editorial Tecnos.
  • LASCH, C. (1986), O Mínimo Eu. Sobrevivęncia Psíquica em Tempos Difíceis. São Paulo, Brasiliense.
  • LATOUR, B. (s/d), Jamais Fomos Modernos. Rio de Janeiro, Editora 34.
  • ______. (1983a), "Comment Rédistribuer le Grand Partage?". Revue de Synthese, vol. XIV, junho, pp. 203-36.
  • ______. (1983b), "Give Me a Laboratory and I Will Raise the World", in Knorr-Cetina e Mulkay (orgs.), Science Observed: Perspectives on the Social Study of Sciences. Londres, Sage Publications.
  • ______. (1984), Les Microbes. Guerre et Paix. Paris, Éditions Metailié
  • ______. (1988), "Le Grand Partage". Revue du Mauss, n° 1 (nouvelle série), jul./set., pp. 27-64.
  • ______. (1989), Science in Action. How to Follow Scientists and Engineers through Society. Open University Press (edição francesa: La Science en Action. Paris, Éditions la Découverte).
  • ______ e CALLON, M. (orgs.). (1986), Les Scientifiques et leurs Alliés. Paris, Pandore.
  • ______ e WOOLGAR, S. (1988), La Vie de Laboratoire. La Production des Faits Scientifiques. Paris, Éditions la Découverte.
  • MACKENSIE, D. (1985), "Conunent Faire une Sociologie de la Statistique", in B. Latour e M. Callon (orgs.), Les Scientifiques et leurs Alliés. Paris, Pandore.
  • MARCUS, G. e FISCHER, M. (1986), Anthropology as Cultural Critique. An Experimental Moment in the Human Sciences. Chicago e Londres, The University of Chicago Press.
  • MARCUS, S. (1984), Freud and the Culture of Psychoanalysis. Studies in the Transition from Victorian Humanism to Modemity. Allen & Unwin.
  • MEZAN, R. (1985), Freud, Pensador da Cultura. São Paulo, Brasiliense.
  • MICELI, S. (org.), (1989), História das Cięncias Sociais no Brasil. São Paulo, Idesp/FinepNértice, vol. 1.
  • ______. (1993), A Fundação Ford no Brasil. São Paulo, FAPESP/Ed. Sumaré
  • ______. (org.). (1995), História das Cięncias Sociais no Brasil, vol. 2. São Paulo, Idesp/FAPESP/Ed. Sumaré
  • PEIRANO, M. (1981), The Anthropology of Anthropology: The Brazilian Case. Ph. D. Dissertation, Harvard University.
  • RABINOW, P. e SULLlVAN, W. (1979), Interpretative Social Science. A Reader. Berkeley, Los Angeles e Londres, University of Califomia Press.
  • RAMOS, A. R. (1990), "The Brazilian Ethnology". Cadernos da UnE.
  • REVISTA INTERNACIONAL DE PSICANÁLISE. (1988), "A Psicanálise e os Psicanalistas no Mundo Durante a Segunda Guerra". Vol. 1.
  • ROAZEN, P. (1995), Irmão Animal. A História de Freud e Tausk. Rio de Janeiro, Imago.
  • ROCHA, E. B. (1990), A Difusão do Movimento Psicanalítico em São Paulo e suas Relações com a História da Psicanálise. Dissertação de mestrado, PUC-SP.
  • ROCHA, G. S. (1989), Introdução ao Nascimento da Psicanálise no Brasil. Rio de Janeiro, Forense-Universitária.
  • ROUDINESCO, E. (1988), História da Psicanálise na França. A Batalha dos Cem Anos, 1925-1985. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, vol. 2.
  • ______. (1994), Jacques Lacan. Esboço de uma Vida, História de um Sistema de Pensamento. São Paulo, Companhia das Letras.
  • RUBEN, G. R. (1993), O "Tio" Matemo e a Antropologia Quebequense. Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp, mimeo.
  • RUSSO, J. (1993), O Corpo contra a Palavra. As Terapias Corporais no Campo Psicológico dos Anos 80. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ.
  • SAGAWA, R. Y. (1989), Os Inconscientes no Divã da História. Dissertação de Mestrado, Campinas, Departamento de Antropologia, Unicamp.
  • SCHOLTE, B. (1983), "Cultural Anthropology and the Paradigm-Concept: A Brief History of their Recent Convergence", in Graham, Lepenies e Weingert (eds.), Functions and Uses Disciplinary Histories, vol. VII. pp. 229-78.
  • SCHORSKE, C. E. (1988), Viena Fin-de-Siécle. Política e Cultura. São Paulo, Companhia das Letras/Edunicamp.
  • SCHWARTZMAN, S. (1979), A Formação da Comunidade Científica no Brasil. São Paulo/Rio de Janeiro, Ed. Nacional/Finep.
  • SENNET, R. (1988), O Declínio do Homem Público. As Tiranias da Intimidade. São Paulo, Companhia das Letras.
  • SILVEIRA, P. e DORAY, B. (orgs.). (1989), Elementos para uma Teoria Marxista da Subjetividade. São Paulo, Vértice.
  • STOCKING, G. (1983-86, 1988-89), History of Anthropology. Wisconsin e Londres, The University of Wisconsin Press, vols. 1 a 6.
  • TOLOS ANA, C. L. (1983), Antropologia Social y Hermenéutica. México, Madri, Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, caps. III-IV.
  • VESSURI, H. (1990), Enfoques y Orientaciones en la Sociología de la Ciencia. Mimeo.
  • WEBSTER, S. (1982), "Dialogue and Fiction in Ethnography". Dialectical Anthropology, n° 7, Amsterdã
  • *
    Este artigo é parte de minha tese de doutorado: Os Psiconautas do Atlântico Sul. Uma Etnografia da Psicanálise, defendida no IFCH da Unicamp, em junho de 1995. Agradeço o apoio e interesse de Sérgio Carrara ao trabalho que venho desenvolvendo.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Maio 2010
    • Data do Fascículo
      1996

    Histórico

    • Aceito
      16 Set 1996
    • Recebido
      10 Jul 1996
    PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro - UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 6013-E- Maracanã. 20550-013 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil, Tel.: (21) 2334-0504 - ramal 268, Web: https://www.ims.uerj.br/publicacoes/physis/ - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
    E-mail: publicacoes@ims.uerj.br