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Dor crônica e narrativa: experiências cotidianas e trajetórias de cuidado no sofrimento da enxaqueca

A partir de uma perspectiva sócio-antropológica, o presente trabalho visa contribuir para o conhecimento do sofrimento crônico da enxaqueca. Por esse motivo, foi realizada pesquisa qualitativa, através de entrevistas com médicos neurologistas e pessoas com esta condição em um hospital da Região Metropolitana de Buenos Aires, Argentina. O objetivo principal é explorar, através das narrativas de pessoas que sofrem esta condição, as experiências, práticas cotidianas e trajetórias de cuidado com este tipo de dor de cabeça. Algumas características da enxaqueca, que a diferenciam de outras dores crônicas e influenciam na maneira como os pacientes se relacionam com seu ambiente, são que a enxaqueca não tem condições de verificação factual e que não tem uma etiologia certa nem um tratamento eficaz. A partir disso, os sujeitos dizem que, em alguns casos, o sofrimento é associado à escusas e à falta de legitimidade. Além disso, através das histórias, observa-se que a enxaqueca se torna parte da biografia da pessoa. Finalmente, a maioria dos pacientes diz ter se acostumado a essas dores de cabeça e a ter paciência, algo que influi no relacionamento com si próprio e com os outros.

dor crônica; enxaqueca; experiências corporais; vida cotidiana; trajetórias de cuidado


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