Resumo
Discutem-se aqui as representações que 92 crianças da Rede Municipal de Ensino de Curitiba fazem sobre os seus bairros de moradia, verificando diferenças a depender do bairro em que moram (sul/extremo sul) e da parte dele em que estão (central/periférica). Conclui-se que crianças do sul e da parte central do extremo sul utilizam espaços variados, mas bem personalizados, demonstrando uma não mistura social. Já crianças da parte periférica do bairro do extremo sul denunciam o sedentarismo e a subalternidade da partilha do espaço com adultos, pessoas e locais hostis; para estas a escola aparece como central. Assim, de modo geral, as crianças da pesquisa evidenciam que o território é tecido nas urdiduras das interdependências humanas, tramado a partir de diferentes gradientes de poder e status e de acordo com as posições que elas e suas famílias ocupam na configuração do bairro e da cidade.
Palavras-chave
criança; bairro; desenho; mobilidade espacial; mistura social