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Green manufacturing: uma análise da produção científica e de tendências para o futuro

Green manufacturing: an analysis of scientific publications and trends for the future

Resumos

O objetivo deste artigo foi realizar uma análise da produção científica internacional na área de green manufacturing. Foi utilizada a base de dados Web of Science, tendo sido mapeados 239 artigos no período de 1991 a 2013. As publicações envolveram 589 autores, de 36 países, 246 instituições e 142 diferentes periódicos/conferências. Destaca-se que 51,4% dos artigos foram publicados nos últimos cinco anos. Entre os países mais prolíficos destacaram-se os Estados Unidos e a China. O periódico mais prolífico foi o Journal of Cleaner Production, com 19 artigos no período. Sobre a análise de autoria, destacou-se a categoria one-timers, com 85,7% das publicações. A maior produção foi de 11 artigos por autor e o mais citado recebeu 368 citações. Conclui-se que a temática teve uma ascensão expressiva nos últimos anos, com foco em estudos teóricos e teórico-empíricos.

Manufatura sustentável; Manufatura ambientalmente sustentável; Bibliometria; Revisão de literatura


This paper presents an analysis of the international scientific publications in the green manufacturing area. We used the Web of Science database to identify 239 articles published between 1991 and 2013. The articles involved 589 authors from 36 countries, 246 institutions, and 142 journals/conferences. We found that 51.4% of the articles were published within the last five years. Among the countries involved, the most prolific were the United States and China. The most prolific journal was the Journal of Cleaner Production with 19 articles. Most of the authors, 85.7%, were one-time authors in the field. The highest yield was 11 articles by one author, and the most cited author received 368 citations. We concluded that the green manufacturing area has increased its relevance in recent years by focusing on theoretical and empirical-theoretical studies.

Sustainable manufacturing; Environmentally conscious manufacturing; Bibliometrics; Literature review


1. Introdução

A manufatura ambientalmente sustentável é um tópico de pesquisa usualmente referenciado na literatura pelos termos em inglês green manufacturing e sustainable manufacturing (Dornfeld, 2012Dornfeld, A. D. (2012). Green manufacturing: fundamentals and applications. Berkeley: Springer.; International Trade Administration, 2010International Trade Administration - ITA. (2010). How does Commerce define Sustainable Manufacturing? Retrieved from http://www.trade.gov/competitiveness/sustainablemanufacturing/how_doc_defines_SM.asp
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). Seu surgimento se deve à necessidade de integrar questões de sustentabilidade ambiental nos processos produtivos de fabricação.

Merchant et al. (2005)Merchant, M. E., Dornfeld, D., & Wright, P. K. (2005). Manufacturing: its evolution and future. Berkeley. Retrieved from http://escholarship.org/uc/item/36d27692
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relatam sobre a evolução histórica do tema manufatura salientando o enfoque mais voltado à eficiência operacional dos processos produtivos com base em métricas como a redução do tempo de produção e a minimização de custos operacionais. Já a preocupação com a sustentabilidade dos processos produtivos passou a ter maior destaque somente a partir da década de 1990.

O conceito manufatura sustentável atualmente é visto como a manufatura de produtos que utilizam processos produtivos menos impactantes ambientalmente, socialmente e que se mostram economicamente viáveis (International Trade Administration, 2010International Trade Administration - ITA. (2010). How does Commerce define Sustainable Manufacturing? Retrieved from http://www.trade.gov/competitiveness/sustainablemanufacturing/how_doc_defines_SM.asp
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). No âmbito da sustentabilidade ambiental, destacam-se as iniciativas que promovem a conservação de recursos naturais e de energia (Dornfeld, 2012Dornfeld, A. D. (2012). Green manufacturing: fundamentals and applications. Berkeley: Springer.).

Apesar de sua origem nos anos de 1990, as pesquisas voltadas à manufatura ambientalmente sustentável têm se intensificado apenas nos últimos 5 anos (conforme detalhamento na seção 4.1). Assim, torna-se importante investigar em que estado se encontra a produção científica sobre green manufacturing (GM).

A questão de pesquisa que guiou este trabalho foi: Como a produção científica em GM tem se configurado? Como objetivo geral, este artigo visa analisar a produção científica atual e as tendências futuras no tema de estudo.

2. Green manufacturing

A manufatura sustentável integra os conceitos de manufatura e sustentabilidade. Manufatura é definida por Kalpakjian (2001Kalpakjian, S. (2001). Manufacturing engineering and technology. Upper Saddle Rive: Prentice Hall., p. 2) como:

“[...] o uso de máquinas, ferramentas e mão de obra para a produção de produtos para uso ou venda [...]”, referindo-se normalmente à produção em escala industrial, onde recursos materiais e energéticos são transformados em produtos acabados em larga escala. Sustentabilidade foi inicialmente definida pela Comissão de Brundtland como

[...] o atendimento às necessidades presentes sem que essas comprometam a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. (World Commission on Environment and Development, 1987World Commission on Environment and Development - WCED. (1987). Our common future. Oxford: Oxford University Press., p. 37).

A sustentabilidade é apresentada como um conceito sistêmico que visa o balanceamento entre os aspectos ambientais, econômicos e sociais, conhecidos pela expressão Triple Botton Line.

A indústria de manufatura envolve diversos setores da economia, a Sustainable Manufacturing Initiative (2011)Sustainable Manufacturing Initiative. (2011). What does sustainable manufacturing mean to Australia? The CSIRO Future Manufacturing Flagship. classifica-os em 15 subdivisões, como a produção de alimentos, de máquinas e equipamentos, de produtos químicos, de produtos metálicos etc. Sobre sua representatividade socioeconômica, é responsável por empregar mundialmente 650 milhões de pessoas (United Nations Environment Programme, 2011United Nations Environment Programme – UNEP. (2011). Towards a Green economy: pathways to sustainable development and poverty eradication. Retrieved from http://www.unep.org/greeneconomy
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), e na Europa, representa 22% do produto interno bruto e 70% dos empregos diretos e indiretos (Manufuture, 2004Manufuture. (2004). A vision for 2020: assuring the future of manufacturing in Europe. European Comission. (Report of the high-level group).).

Numa revisão sobre a evolução histórica da indústria de manufatura nos últimos 60 anos, Merchant et al. (2005)Merchant, M. E., Dornfeld, D., & Wright, P. K. (2005). Manufacturing: its evolution and future. Berkeley. Retrieved from http://escholarship.org/uc/item/36d27692
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concluíram sobre a importância do uso da tecnologia nos processos produtivos, exaltando a automação industrial, pois facilita o gerenciamento e o monitoramento dos processos produtivos em tempo real de fabricação. Também citam a importância da introdução do conceito lean manufacturing, que permitiu a redução de tempos improdutivos e do desperdício no consumo de recursos. Porém, a evolução ocorreu com foco em métricas tradicionais como custo e qualidade, não prevendo a demanda por novas métricas, por exemplo, baseadas na integração de aspectos de sustentabilidade.

A indústria de manufatura, apesar de sua representatividade socioeconômica, é responsável por relevantes impactos ambientais. Os processos de manufatura destacam-se pelos altos níveis de consumo de energia e pelas emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Nos Estados Unidos, 21% do consumo total de recursos energéticos e 26% do total de GEEs emitidos pelo país são tributados à indústria de manufatura (Energy Information Administration, 2010). No Brasil, para Araújo & Oliveira (2012)Araújo, J. B., & Oliveira, J. F. G. (2012). Towards a balanced scoreboard for assessing manufacturing processes sustainability. International Journal of Business Performance Management, 13, 198-221., as atividades de manufatura também geram relevantes impactos ambientais, sendo que entre 1994 e 2007 as emissões de carbono na indústria brasileira cresceram 77%, passando elas a terem importância muito maior como poluidoras.

Jelinski et al. (1992)Jelinski, L. W., Graedel, T. E., Laudise, R. A., McCall, D. W., & Patel C. K. N. (1992). Industrial Ecology: concepts and approaches. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 89, 793-797. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.89.3.793
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foram um dos primeiros a apresentar o termo sustainable manufacturing, todavia, relacionando-o apenas com a dimensão ambiental da sustentabilidade. Os autores apresentaram o termo como parte da ecologia industrial. Contudo, o conceito manufatura sustentável tem evoluído e atualmente integra as dimensões social e econômica, sendo definida como:

[...] a manufatura de produtos utilizando materiais e processos que minimizem os impactos negativos sobre o meio ambiente, promovendo a conservação de energia e dos recursos naturais, a segurança dos trabalhadores, dos consumidores e da comunidade, e que se mostra economicamente viável. (International Trade Administration, 2010International Trade Administration - ITA. (2010). How does Commerce define Sustainable Manufacturing? Retrieved from http://www.trade.gov/competitiveness/sustainablemanufacturing/how_doc_defines_SM.asp
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, p. 1).

Apesar de sua definição mais recente englobar as três dimensões da sustentabilidade, o termo sustainable manufacturing está mais relacionado ao âmbito ambiental. Assim, diversos autores (Bergmiller, 2006Bergmiller, G. G. (2006). Lean manufacturers transcendence to green manufacturing: correlating the diffusion of lean and green manufacturing systems. Florida: University of South Florida.; Dornfeld, 2012Dornfeld, A. D. (2012). Green manufacturing: fundamentals and applications. Berkeley: Springer.; Rusinko, 2007Rusinko, C. A. (2007). Green manufacturing: an evaluation of environmentally sustainable manufacturing practices and their impact on competitive outcomes. IEEE Transactions on Engineering Management, 54, 445-454. http://dx.doi.org/10.1109/TEM.2007.900806
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) têm empregado mais o termo green manufacturing (GM). Todavia, há outros termos na literatura que se mostram equivalentes a GM, como: sustainable production (Pusavec et al., 2010Pusavec, F., Krajnik, P., & Kopac, J. (2010). Transitioning to sustainable production. Part I: application on machining technologies. Journal of Cleaner Production, 18, 174-184. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2009.08.010
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), environmentally conscious manufacturing (Florida, 1996Florida, R. (1996). Lean and green: the move to environmentally conscious manufacturing. California Management Review, 39, 80-105. http://dx.doi.org/10.2307/41165877
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; Gungor & Gupta, 1999Gungor, A., & Gupta, S. M. (1999). Issues in environmentally conscious manufacturing and product recovery: a survey. Computers & Industrial Engineering, 36, 811-853. http://dx.doi.org/10.1016/S0360-8352(99)00167-9
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; Ilgin & Gupta, 2010Ilgin, M. A., & Gupta, S. M. (2010). Environmentally conscious manufacturing and product recovery (ECMPRO): a review of the state of the art. Journal of Environmental Management, 91, 563-591. PMid:19853369. http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvman.2009.09.037
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; Sarkis, 1999)Sarkis, J. A. (1999). Methodological framework for evaluating environmentally conscious manufacturing programs. Computers & Industrial Engineering, 36, 793-810. http://dx.doi.org/10.1016/S0360-8352(99)00166-7
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e environmentally benign manufacturing (Allen et al., 2002Allen, D., Bauer, D., Bras, B., Gutowski, T., Murphy, C., Piwonka, T., Sheng, P., Sutherland, J., Thurston, D., & Wolff, E. (2002). Environmentally benign manufacturing: trends in Europe, Japan, and the USA. Journal of Manufacturing Science and Engineering, 124, 908-920. http://dx.doi.org/10.1115/1.1505855
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; Gutowski et al., 2005)Gutowski, T., Murphy, C., Allen, D., Bauer, D., Bras, B., Piwonka, T., Sheng, P., Sutherland, J., Thurston, D., & Wolff, E. (2005). Environmentally benign manufacturing: observations from Japan, Europe and the United States. Journal of Cleaner Production, 13, 1-17. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2003.10.004
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.

A visão sobre GM tem se modificado ao longo do tempo. Baseado no Sustainable Manufacturing Initiative (2011)Sustainable Manufacturing Initiative. (2011). What does sustainable manufacturing mean to Australia? The CSIRO Future Manufacturing Flagship., a Figura 1 apresenta um diagrama referente à sua evolução.

Figura 1
Evolução da visão e das práticas de GM. Fonte: adaptado de Sustainable Manufacturing Initiative (2011)Sustainable Manufacturing Initiative. (2011). What does sustainable manufacturing mean to Australia? The CSIRO Future Manufacturing Flagship..

A partir da Figura 1, verifica-se que a visão sobre o conceito GM tem evoluído conforme o surgimento de novas práticas de gestão ambiental. No início, eram focadas apenas em soluções fim-de-tubo, passando pela produção em ciclo fechado, a produção mais limpa (P+L) e a ecoeficiência industrial, nos dias atuais evoluiu-se com sua integração à visão de ciclo de vida (CV) do produto.

Para diversos autores (Araújo & Oliveira, 2012Araújo, J. B., & Oliveira, J. F. G. (2012). Towards a balanced scoreboard for assessing manufacturing processes sustainability. International Journal of Business Performance Management, 13, 198-221.; Rusinko, 2007Rusinko, C. A. (2007). Green manufacturing: an evaluation of environmentally sustainable manufacturing practices and their impact on competitive outcomes. IEEE Transactions on Engineering Management, 54, 445-454. http://dx.doi.org/10.1109/TEM.2007.900806
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; Silva & Amaral, 2009Silva, P. R. S., & Amaral, F. G. (2009). An integrated methodology for environmental impacts and costs evaluation in industrial processes. Journal of Cleaner Production, 17, 1339-1350. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2009.04.010
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; Silva et al., 2013)Silva, D. A. L., Delai, I., Castro, M. A. S., & Ometto, A. R. (2013). Quality tools applied to Cleaner Production programs: a first approach toward a new methodology. Journal of Cleaner Production, 47, 174-187. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2012.10.026
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, a GM é alcançada por meio de práticas de produção mais limpa (P+L), pois a P+L tem foco sobre o processo produtivo e permite o aumento da eficiência no uso dos recursos naturais e a minimização na geração de resíduos, possibilitando uma melhor ecoeficiência industrial.

Considerando a metodologia de P+L para subsidiar a produção sustentável, Araújo & Oliveira (2012)Araújo, J. B., & Oliveira, J. F. G. (2012). Towards a balanced scoreboard for assessing manufacturing processes sustainability. International Journal of Business Performance Management, 13, 198-221. desenvolveram um método para a avaliação de desempenho em sustentabilidade de processos de manufatura, com foco na construção de relatórios de sustentabilidade para apoiar o processo de tomada de decisão gerencial. Silva & Amaral (2009)Silva, P. R. S., & Amaral, F. G. (2009). An integrated methodology for environmental impacts and costs evaluation in industrial processes. Journal of Cleaner Production, 17, 1339-1350. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2009.04.010
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desenvolveram uma metodologia integrada para a avaliação dos impactos ambientais e dos custos de processos de fabricação a partir da P+L. Silva et al. (2013)Silva, D. A. L., Delai, I., Castro, M. A. S., & Ometto, A. R. (2013). Quality tools applied to Cleaner Production programs: a first approach toward a new methodology. Journal of Cleaner Production, 47, 174-187. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2012.10.026
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propuseram uma metodologia de P+L integrando ferramentas da qualidade, no intuito de melhorar sua aplicabilidade na indústria. Outros autores, como Florida (1996)Florida, R. (1996). Lean and green: the move to environmentally conscious manufacturing. California Management Review, 39, 80-105. http://dx.doi.org/10.2307/41165877
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e King & Lenox (2001)King, A. A., & Lenox, M. J. (2001). Lean and green? An empirical examination of the relationship between lean production and environmental performance. Production and Operations Management, 10, 244-256. http://dx.doi.org/10.1111/j.1937-5956.2001.tb00373.x
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, relacionaram a GM com a P+L e com o lean manufacturing, que foca na redução do desperdício de tempo e de recursos, o que por consequência também pode promover a melhoria ambiental dos processos de fabricação. Contudo, tais estudos não integraram a visão de CV em seu escopo.

A visão de CV pode ser entendida como o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto cumpra sua função, numa perspectiva tipo cradle-to-grave. A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica que considera o conceito de CV em sua metodologia. A ACV pode ser definida como técnica para a

[...] compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo de seu ciclo de vida.” (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2009Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. (2009). NBR ISO 14044: Gestão ambiental – avaliação do ciclo de vida – Requisitos e orientações. Rio de Janeiro., p. 6).

As entradas incluem a mensuração do consumo de materiais e de energia e as saídas, os fluxos de produtos e coprodutos, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, perdas de energia.

A inserção da ACV para subsidiar a GM é recente e tem sido objeto de estudo em diversas publicações (Duflou et al., 2012Duflou, J. R., Sutherland, J. W., Dornfeld, D., Hermann, C., Jeswiet, J., Kara, S., Hauschild, M., & Kellens, K. (2012). Towards energy and resource efficient manufacturing: a processes and systems approach. CIRP Annals - Manufacturing Technology, 61, 587-609. http://dx.doi.org/10.1016/j.cirp.2012.05.002
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; Silva et al., 2012Silva, E. J., Ometto, A. R., Rozenfeld, H., Silva, D. A. L., Pigosso, D. C. A., & Reis, V. R. A. (2012). Prototypal implementation of a remanufacturing oriented grinding machine. In D. Dornfeld & B. S. Linke (Eds.), Proceedings of the 19th CIRP International Conference on Life Cycle Engineering (pp. 257-262). Berkeley: Springer-Verlag.; Murray et al., 2012Murray, V. R., Zhao, F., & Sutherland, J. W. (2012). Life cycle analysis of grinding: a case study of non-cylindrical computer numerical control grinding via unit-process life cycle inventory approach. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part B: Journal of Engineering of Manufacturing, 226, 1604-1611.), com foco na redução do consumo de recursos e na minimização da geração de resíduos (Dornfeld, 2012Dornfeld, A. D. (2012). Green manufacturing: fundamentals and applications. Berkeley: Springer.; Murray et al., 2012Murray, V. R., Zhao, F., & Sutherland, J. W. (2012). Life cycle analysis of grinding: a case study of non-cylindrical computer numerical control grinding via unit-process life cycle inventory approach. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part B: Journal of Engineering of Manufacturing, 226, 1604-1611.), e por meio da otimização do CV dos produtos (Linke et al., 2012Linke, B., Huang, Y. C., & Dornfeld, D. (2012). Establishing greener products and manufacturing processes. International Journal of Precision Engineering and Manufacturing 13, 1029-1036. http://dx.doi.org/10.1007/s12541-012-0134-z
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; Silva et al., 2012Silva, E. J., Ometto, A. R., Rozenfeld, H., Silva, D. A. L., Pigosso, D. C. A., & Reis, V. R. A. (2012). Prototypal implementation of a remanufacturing oriented grinding machine. In D. Dornfeld & B. S. Linke (Eds.), Proceedings of the 19th CIRP International Conference on Life Cycle Engineering (pp. 257-262). Berkeley: Springer-Verlag.), conforme a representação esquemática da Figura 2.

Figura 2
GM e a visão de CV. Fonte: adaptado de National Institute of Standards and Technology – NIST (2013).

Na Figura 2, a visão sobre GM considera a produção em ciclo fechado, onde nenhum resíduo é disposto no meio ambiente (zero landfill). Portanto, considera-se como fluxo evitado a disposição final de resíduos. Ao mesmo tempo, a obtenção de recursos na fase de pré-produção é considerada como fluxo minimizado, devido à redução das atividades de extração e transformação de recursos naturais. Isso ocorre por, durante o CV do produto, nas etapas de uso e pós-uso, serem consideradas estratégias como a remanufatura, o reuso e a reciclagem de produtos e resíduos, o que reduz a demanda pelo consumo de matérias-primas. Por fim, na etapa de produção, é necessário que os processos de manufatura sejam monitorados e controlados a fim de otimizarem-se os fluxos de materiais e de energia consumidos e as perdas durante a produção, sendo, nesse ponto, importante para Dornfeld (2012)Dornfeld, A. D. (2012). Green manufacturing: fundamentals and applications. Berkeley: Springer. integrar o uso da ACV com outras técnicas/ferramentas.

Apesar da visão mais recente sobre GM integrar o conceito de CV, o esquema da Figura 2 não deve ser assumido como um sistema de produção estabelecido. Bergmiller (2006)Bergmiller, G. G. (2006). Lean manufacturers transcendence to green manufacturing: correlating the diffusion of lean and green manufacturing systems. Florida: University of South Florida. cita que diferentemente do Lean Manufacturing, que é baseado no sistema Toyota de produção, a GM não pode ser visto como um sistema de produção, já que historicamente sempre foi encarado como o resultado de práticas de gestão ambiental nos processos de manufatura (conforme a Figura 1), não apresentando um modelo que possa ser generalizado. Para a consolidação de um modelo de GM, é necessária sua integração com ferramentas gerencias adequadas, o que, para Garetti & Taisch (2012)Garetti, M., & Taisch, M. (2012). Sustainable manufacturing: trends and research challenges. Production Planning & Control: The Management of Operations, 23, 83-104. http://dx.doi.org/10.1080/09537287.2011.591619
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, tem se mostrado uma das principais barreiras e desafios na atualidade. O uso isolado de técnicas/ferramentas de gestão ambiental como a ACV e a P+L não permitem a consolidação de um modelo consensual de GM.

Assim, os resultados apresentados neste artigo podem subsidiar pesquisas, por exemplo, com foco na consolidação de modelos de GM. Afinal, uma análise detalhada da produção científica internacional sobre GM é realizada neste artigo, apontando as principais publicações e suas características, e gerando insights que podem contribuir para futuras pesquisas na área.

3. Material e métodos

A metodologia adotada para este trabalho baseia-se na pesquisa bibliográfica e na aplicação de procedimentos de bibliometria estruturados por meio das etapas apresentadas na Figura 3. Para a definição da amostra de estudo foi utilizada a ferramenta Web of Knowledge, base de dados Web of Science, para o período de publicações até dezembro de 2013. Depois, para a análise bibliométrica, foi utilizado o software HistCite versão 11.12.07.

Figura 3
Representação das fases de desenvolvimento da pesquisa.

Na etapa 1 foram selecionadas apenas as publicações conforme os critérios: formato texto completo, tipo de documento – artigo, idioma – inglês e tipo de publicação – academic journal ou proceedings paper. As palavras-chave adotadas foram sustainable manufacturing e green manufacturing, utilizadas nos critérios de busca título (title) e assunto (topic). Posteriormente, outras palavras-chave foram inseridas na busca: sustainable production, environmentally conscious manufacturing e environmentally benign manufacturing, sendo a adoção justificada pela similaridade de resultados obtidos em termos de conteúdo e abordagem dos artigos em relação aos obtidos utilizando as palavras-chave principais.

Com base nos resultados da busca, como último critério para a definição da amostra, a partir do resumo de cada artigo foram selecionados apenas os que apresentassem alguma contribuição conforme a visão e as práticas de GM mostradas na Figura 1, seção 2.

Ao todo, foram selecionados 239 artigos, sendo que a partir dos resultados da busca foi realizada a etapa 2 da pesquisa. As categorias de análise para a classificação das publicações foram: data de publicação, autoria da obra, afiliação dos autores, nome do periódico/conferência.

Para a categoria autoria da obra classificaram-se os autores conforme a produtividade na área (quantidade de artigos publicados e quantidade de citações recebidas) e segundo o enquadramento produtivo: continuantes, transientes, entrantes, one-timers e retirantes (Walter & Back, 2013), conforme a Tabela 1. Para a análise do número de citações, foram adotados indicadores bibliométricos do software HistCite destacados na Tabela 2.

Tabela 1
Enquadramento produtivo: critérios para a classificação dos autores da área.

Tabela 2
Indicadores bibliométricos adotados na análise de citações.

Na etapa 3 foi realizada a parte final do trabalho, focada na identificação de tendências futuras para pesquisas em GM. Para tanto, fez-se o cruzamento dos temas dos principais artigos publicados (com mais LCS) junto aos temas dos artigos mais recentemente publicados.

4. Resultados e discussões

4.1. Análise do evolutivo, país de origem e do tipo de instituição

A Figura 4 mostra o evolutivo da produção científica sobre GM no período 1991-2013 (22 anos). O período 1991-2000 contabilizou 11,7% do total de artigos e a quantidade máxima de publicações ocorridas foi de 6 artigos em 1999. Todavia, desde 2001 que ao menos 7 artigos sobre o tema são publicados anualmente e 51,4% das publicações estão concentradas nos últimos 5 anos, o que indica uma ascensão do tema nos últimos anos.

Figura 4
Evolutivo da produção científica em GM.

A Tabela 3 mostra a caracterização da amostra de artigos conforme o país de origem dos estudos.

Tabela 3
Caracterização dos artigos: país de origem.

Foram identificados 36 países e contabilizadas 284 publicações. Conforme a Tabela 3, 74,3% das publicações se concentram em: Estados Unidos, China, Reino Unido, Japão, Austrália, Canadá, Índia, Itália e Alemanha. Outros 24 artigos estão distribuídas entre países que publicaram de 1 a 3 artigos cada. Além disso, ressalta-se que o Brasil contribuiu com apenas 1 artigo na amostra, caracterizando sua baixa representatividade na área.

A Tabela 4 mostra a caracterização dos artigos estudados conforme o tipo de instituição envolvida.

Tabela 4
Caracterização dos artigos: instituições envolvidas.

As publicações mostram-se distribuídas entre muitas instituições distintas. Foram identificadas 246 instituições, sendo 161 universidades (65,4%), 47 institutos de pesquisa (19,1%) e 38 empresas (15,4%). Conforme a Tabela 4, 256 publicações (69,4%) foram produzidas por universidades, 72 (19,5%), por institutos de pesquisa e 41 (11,1%), por empresas.

Entre as universidades, os destaques foram a University of California (Estados Unidos), University of Chongqing (China), Wuhan University of Science and Technology (China), Technical University of Denmark (Diamarca) e University of Cranfield (Reino Unido), totalizando de 7 a 13 publicações cada. As demais 156 universidades somaram de 1 a 5 artigos cada. Sobre a University of California situada em Berkely, destaca-se o Laboratory for Manufacturing and Sustainability (LMAS), responsável pela maioria das publicações. A University of Chongping, localizada na província de Chongping, destaca-se pelas pesquisas do Institute of Manufacturing Engineering e pelo State Key Laboratory of Mechanical Transmission. A Wuhan University of Science and Technology (WUST), situada em Wuhan, destaca-se por conta das publicações realizadas pelo Manufacturing Engineering Institute. A Technical University of Denmark, localizada em Lyngby, destaca-se por conta das publicações do Department of Manufacturing Engineering and Management. Por fim, a University of Cranfield, situada em Cranfield, destaca-se principalmente pelas publicações do Manufacturing and Materials Department.

Entre os institutos de pesquisa, os destaques foram para o National Institute of Standards and Technology – NIST (Estados Unidos) e o National Institute of Technology, Tiruchirappalli – NITT (Índia), os quais produziram 4 artigos cada. Os demais 45 institutos de pesquisa contribuíram com de 1 a 3 artigos cada. O NIST, situado em Gaithersburg, realiza pesquisa em diversas áreas, incluindo o campo tecnologia e meio ambiente para processos de manufatura. Já o NITT, localizado em Tiruchirappalli, destaca-se pelas publicações realizadas pelo Department of Production Engineering.

Sobre a produção científica vinculada a empresas, os destaques foram: DSM Innovative Synthesis B. V. (Holanda), GlaxoSmithKline Inc. (Estados Unidos) e SKF Sverige AB (Suécia), que contribuíram com 2 publicações cada. As demais 35 empresas produziram apenas 1 artigo cada. A DSM Innovative Synthesis B. V., situada na cidade de Geleen, é uma indústria de produtos químicos com foco no setor farmacêutico. A GlaxoSmithKline Inc. é uma empresa situada em diversos países, todavia, merecem destaque as sedes nos Estados Unidos – Filadélfia e Carolina do Norte –, que apresentaram publicações sobre GM na indústria farmacêutica A empresa sueca SKF Sverige AB, situada em Gothenburg, é uma empresa que atua na indústria metal-mecânica, com destaque para o SKF Group Manufacturing Development, responsável pelas publicações mapeadas.

Portanto, o tema GM tem despertado, em escala global, mais interesse em universidades dos Estados Unidos, China, Dinamarca e Reino Unido; em institutos de pesquisa dos Estados Unidos e da Índia; e em empresas da Holanda, Estados Unidos e Suécia. Os Estados Unidos se mostrou o principal atuante nos três tipos de instituições avaliadas.

4.2. Análise dos periódicos/conferências envolvidos nas publicações

A Tabela 5 apresenta uma análise das publicações por periódico/conferência, identificando os mais prolíficos.

Tabela 5
Periódicos/conferências mais prolíficos.

No total foram identificados 142 periódicos/conferências, sendo 90 (63,4%) do tipo periódico e 52 (36,6%) do tipo conferência. Desses, os mais prolíficos responderam por 30,8% do total das publicações, contabilizando de 4 a 19 artigos cada, como mostra a Tabela 5. As principais revistas identificadas foram o Journal of Cleaner Production e o International Journal of Production Research, ambos classificados como periódicos qualis A2 na área de Engenharia III (atualização de 2012). As publicações em conferências variaram de 1-3 artigos por evento, não sendo possível identificar um evento específico de destaque. Todavia, como evento científico de referência em GM ressalta-se o CIRP International Conference in Life Cycle Engineering (CIRP LCE), que ocorre a cada dois anos, sendo que em 2013 realizou sua 20ª edição. O evento é mundialmente reconhecido e organizado por instituições de pesquisa vinculadas ao Collège International pour la Recherche en Productique (CIRP – Academia Internacional de Engenharia de Produção), sendo que os anais de cada edição são disponibilizados na base de dados da Springer. Os anais do CIRP LCE não foram considerados na amostra de estudo, pois não estão disponíveis na base de dados Web of Science.

A Figura 5 apresenta um evolutivo das publicações sobre GM para os principais periódicos identificados.

Figura 5
Principais periódicos: evolutivo da produção científica.

A partir da Figura 5 é possível notar que os periódicos analisados apresentam nenhum ou no máximo 2 artigos publicados durante toda a década de 1990. Também verifica-se que o maior índice de produção foi de 11 artigos, publicados pela revista JCP no período de 2011-2013. Entre 2011-2013 também houve a maior quantidade de artigos publicados, com exceção dos periódicos IJPR e ME, o que confirma a maior relevância e ascensão do tema GM principalmente nos últimos anos.

4.3. Análise de autoria das publicações

Sobre a análise do enquadramento produtivo, a Tabela 6 apresenta a quantidade de autores identificados por categoria de autoria.

Tabela 6
Enquadramento produtivo dos autores na área.

Ao todo foram identificados 589 diferentes autores, sendo observado que os autores entrantes, continuantes, transientes e retirantes apresentam-se pouco expressivos nas publicações mapeadas, diferentemente da categoria one-timers, a qual foi o grande destaque, contabilizando 85,7% das publicações. Tais constatações contemplam novamente o fato de que o tema GM apenas recentemente foi incorporado à produção científica da academia internacional.

Sobre a produtividade dos autores na área, a Tabela 7 classifica os principais autores conforme a quantidade de artigos publicados.

Tabela 7
Principais autores na área: número de artigos publicados.

Verifica-se que os principais autores, conforme a Tabela 7, somam apenas 7 entre os 589 autores mapeados, sendo 2 dos Estados Unidos e cinco da China, que eles respondem por 24,3% do total de publicações e que o número máximo de artigos publicados por autor variou de 6 a 11. Desse modo, verifica-se que a maior parte (75,7%) das publicações está dispersa entre os demais 582 autores (98,8%), os quais publicaram de 1 a 4 artigos cada. Isso mostra a existência de um grande número de pesquisadores, fato atribuído à grande quantidade de instituições envolvidas nas pesquisas sobre o tema (seção 4.1). Corroborando, acrescenta-se o fato de a maior parte dos autores mapeados terem sido classificados como one-timers, pesquisadores esporádicos e não consolidados na área. Por outro lado, os 7 principais autores da Tabela 7 são autores continuantes.

Considerando-se que a produtividade de um autor deve levar em conta também o número de citações que suas publicações recebem, a Tabela 8 classifica os autores mapeados conforme a quantidade de citações tipo GCS.

Tabela 8
Principais autores na área: número de citações globais recebidas.

Do total das 2.207 citações tipo GCS, a partir da Tabela 8 verifica-se que 19 autores são os principais, com número de citações de 61 a 368. Do total, 13 autores são dos Estados Unidos, 2 do Canadá, 2 da Índia, 1 da Turquia e 1 da Dinamarca, representando juntos por 73,9% das citações. Desse modo, verifica-se que a maior parte das citações está concentrada numa pequena quantidade de pesquisadores (3,2% dos 589 autores mapeados).

Ao analisar a produtividade dos principais autores da área de GM, verificam-se diferentes constatações, conforme o critério de comparação. A partir das Tabelas 7 e 8 observa-se que os autores com maior número de publicações não são os que apresentaram maior número de citações. Na Tabela 8, mais de 90% dos autores foram classificados como one-timers ou retirantes, sendo que a maior parte de seus artigos datam do período 1990-2007; além disso, apenas 1 autor foi classificado como continuante (Jon Sutherland). De modo distinto, na Tabela 7 todos os autores de destaque foram classificados como continuantes.

Assim, pode-se inferir que os autores da Tabela 7 são os principais pesquisadores da área na atualidade. Já os autores da Tabela 8 estão, em sua maioria, deixando de atuar na área (retirantes) ou não são grandes atuantes (one-timers), porém suas obras, ainda que retrospectivas, servem de base para a continuidade e o desenvolvimento de mais publicações em GM.

4.4. Análise de tendências para pesquisas futuras

Esta seção identifica tendências futuras para pesquisas sobre GM. Para tanto, inicialmente foram mapeados os principais temas estudados na área através da seleção dos artigos com maiores valores de LCS (citações locais dentro da amostra pesquisada), conforme mostram a Figura 6 e a Tabela 9. A Figura 6 apresenta o mapa de relacionamento entre as publicações analisadas, considerando os valores de LCS de cada artigo, sendo os principais trabalhos destacados entre círculos.

Figura 6
Mapa de relacionamento entre as publicações avaliadas.

Tabela 9
Principais publicações mapeadas.

Na Figura 6, cada artigo foi citado de 0 a 12 vezes, portanto, apresentam valores de LCS de 0 a 12. Observam-se 9 trabalhos em destaque, os quais em sua maioria foram publicados antes de 2003, apresentando valores de LCS de 6 a 12, conforme detalhes na Tabela 9.

Os principais autores anteriormente abordados na seção 4.3 aparecem destacados na Tabela 9 para efeito de distinção dos demais. Nota-se que a maior parte das publicações apresenta ao menos um dos autores destacados previamente. Todos os trabalhos datam do período entre 1995-2008 e, em sua maioria, envolvem autores classificados como retirantes ou one-timers.

Constata-se a partir da Tabela 9 que os estudos acerca da temática GM versam sobre assuntos teóricos (5 estudos, 55,5%) e teórico-empíricos (4 estudos, 44,5%). Os estudos teóricos foram elaborados por meio de meta-análise, realização de revisões teóricas e proposição de frameworks. Já os estudos teórico-empíricos abordam a realização de surveys e estudos de caso em empresas.

A Tabela 10 mostra uma síntese dos principais artigos recentes (últimos 3 anos) publicados na área de GM, a partir da seleção dos artigos que citam em suas listas de referências ao menos 1 dos artigos da Tabela 9.

Tabela 10
Principais publicações recentes da área.

No total foram identificados 48 artigos recentes, apresentando LCS entre 1 e 8. No entanto, somente os artigos listados na Tabela 10 (19 publicações – 39,6%) citam algum dos artigos relacionados na Tabela 9. A maior parte dos autores da Tabela 10 foi classificada como entrantes ou one-timers, sendo que, novamente, os principais foram destacados em negrito. Das 19 publicações listadas, 26,3% ocorreram em 2010, 15,8% em 2011 e 57,9% em 2012, sendo 52,6% delas estudos teóricos e 47,4% estudos teórico-empíricos.

Pela Tabela 10 constata-se que 7 publicações (36,8%) citaram somente 1 referência da Tabela 9, 10 artigos (52,6%) citaram 2 referências, 1 artigo (5,3%) citou 3 referências e 1 artigo (5,3%) citou 5 referências. As referências mais citadas nas publicações recentes foram os artigos (7), (8) e (9), normalmente utilizados como base para a fundamentação teórica das publicações recentes, visando apresentar a origem e definição do conceito GM, justificar sua importância, apresentar resultados prévios da literatura e a necessidade de se realizarem mais pesquisas na área.

Sobre os temas abordados nas publicações da Tabela 10, podem ser sistematizados os tópicos:

  • - Propostas de metodologias para GM;

  • - Propostas de metodologias para o monitoramento e avaliação do consumo de energia em processos de manufatura;

  • - Impactos da GM na redução de custos de processos de manufatura;

  • - GM e a aplicação da ACV;

  • - Aplicação da GM em processos de usinagem;

  • - Utilização da GM para a seleção de tecnologias verdes de manufatura;

  • - Desenvolvimento de indicadores de desempenho para GM.

5. Conclusão

Este artigo apresentou uma análise da produção científica e de tendências para futuras pesquisas em green manufacturing. Ao todo foram publicados 239 artigos no período de 1991-2013, envolvendo 589 autores de 36 países, 246 instituições e 142 periódicos/conferências. Mais de 50% dos artigos foram publicados nos últimos 5 anos, o que mostra a ascensão do tema.

Quanto aos países de origem das publicações, 74,3% concentraram-se em: Estados Unidos, China, Reino Unido, Japão, Austrália, Canadá, Índia, Itália e Alemanha. Sobre as instituições envolvidas, as universidades representaram 65,4% das publicações, os institutos de pesquisa, 19,1% e as empresas, 15,4%. As principais instituições foram University of California (Estados Unidos), University of Chongqing (China), Wuhan University of Science and Technology (China), Technical University of Denmark (Dinamarca) e University of Cranfield (Reino Unido), as quais contribuíram com 6 a 13 publicações cada.

Sobre a análise dos periódicos/conferências mais prolíficos, os destaques foram os periódicos Journal of Cleaner Production e o International Journal of Production Research, com 19 e 10 artigos publicados, respectivamente. As publicações em conferências variaram de 1-3 artigos por evento, de modo distribuído entre as 52 conferências rastreadas, não sendo possível identificar um evento específico de destaque.

Sobre a análise de autoria das publicações, 3,4% dos artigos foram escritos por autores entrantes, 2,1%, por autores transientes, 2,1%, por autores continuantes, 6,5%, por autores retirantes e 85,7%, por autores one-timers, o que mostra que apenas recentemente o tema estudado foi incorporado à produção científica da academia internacional. O autor mais produtivo em termos de número de publicações foi Feng Liu (11 artigos), seguido por David Dornfeld (10 artigos), Hua Zhang (9 artigos) e Jon Sutherland (9 artigos), sendo todos classificados como continuantes. Quanto ao número de citações GCS, os autores mais produtivos foram Suendra Gupta (368 citações), Askiner Gungor (295 citações), Joseph Sarkis (167 citações) e Richard Florida (157 citações). Todavia, os autores mais citados foram em sua maioria classificados como one-timers ou retirantes e, ainda, a maior parte das publicações ocorreu entre 1990-2007, não sendo classificadas como recentes. A partir disso inferiu-se que os autores com maior número de publicações representam os principais pesquisadores da área na atualidade e que os autores mais citados são pesquisadores que em sua maioria estão deixando de atuar na área ou que nela não são grandes atuantes.

Sobre os temas recentemente publicados destacam-se os estudos teóricos e teórico-empíricos sobre propostas de metodologias para a GM; propostas de metodologias para o monitoramento e avaliação do consumo de energia em processos de manufatura; impactos da GM na redução de custos de processos de manufatura; GM e o uso da técnica de ACV; aplicação da GM em processos de usinagem; utilização da GM para a seleção de tecnologias verdes de manufatura; e o desenvolvimento de indicadores de performance para a GM.

Por fim, neste estudo ficou constatada a baixa participação brasileira nas pesquisas relacionadas à green manufacturing comparativamente aos líderes na área, Estados Unidos e China. O destaque desses países pode estar associado a fatores como a realidade fabril, produtiva e ao nível tecnológico mais sofisticado e moderno de suas indústrias em relação às do Brasil, o que fortalece a realização de pesquisas na área. Além disso, como sugestão, recomenda-se que pesquisas futuras incorporem outras bases de dados (e.g. Scopus) em estudos semelhantes.

Agradecimentos

Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp (Processo n. 2013/06736-9) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes (Processo n. 33002045) pelo apoio financeiro fornecido durante a realização deste estudo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2016

Histórico

  • Recebido
    03 Dez 2011
  • Aceito
    28 Jan 2014
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