Neste artigo, a escrita é abordada como lugar de revivências dos acontecimentos do tempo (sensações antigas e ainda não subjetivadas). Nesse tempo da narrativa, da escrita de si, tudo se torna imagem, tudo se projeta em um espaço visível extimo, como diz Lacan, contudo esse foro exterior é inacessível. As palavras são as testemunhas desse tempo de uma memória aberta sobre os rostos, mas rostos que se tornaram rostos-fantasmas. O tempo da escrita é o tempo do retorno dos rostos em imagens de memória deformadas pelo trabalho do tempo: esse tempo psíquico que modifica as percepções e oferece um outro olhar.
escrita; temporalidade; sensação; imagem; traços