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A JUVENTUDE E O PASSADO RECENTE DO CHILE: (DES) POLITIZAÇÃO COMO POLÍTICA DA MEMÓRIA COTIDIANA

Resumo:

As políticas da memória têm sido estudadas apartir das ciências sociais principalmente em ambientes institucionais, mas, a sua abordagem na vida cotidiana é escassa. Este artigo contribui para isso, ao apresentar os resultados de uma pesquisa que procurou compreender a construção das memórias do passado recente do Chile e os seus efeitos políticos a partir do cotidiano dos jovens. Foram realizadas entrevistas com 33 jovens de diferentes níveis socioeconômicos, posições ideológicas e vínculos em relação ao conflito de repressão política experimentado na ditadura militar. A partir do material analisado discursivamente, fica evidente que, para os jovens, as converções com os familiares são espaços fundamentais para fazer memória, onde a sua posição é mediada por ser considerada uma voz pouco legítima para relembrar um passado não experimentado diretamente. Da mesma forma, as memórias que constituem são caracterizadas pela fragmentação e pela ligação com o quotidiano. Conclui-se que embora o acima tenha implicado em despolitizar a memória, potencialmente também instala a sua politização.

Palavras-chave:
Memória; Política; Vida quotidiana; Jovens; Passado recente do Chile

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